Início Site Página 13

Neila Araújo disputa prefeitura de Normandia e tem propostas para melhorar a vida da população

0

Mulher indígena, forte e batalhadora. Formada em pedagogia, a professora Neila Araújo (Cidadania) enfrenta agora mais um desafio em sua vida: se eleger prefeita de Normandia, em Roraima. A cidade tem quase 14 mil habitantes e fica a 185 quilômetros da capital Boa Vista. A economia do município é baseada na criação de gado e peixe e na agricultura.

“A agricultura é o coração do nosso município e meu compromisso é fortalecer esse setor tão importante. Para isso vamos lançar projetos para incentivar o pequeno produtor e garantir mais apoio ao homem do campo. Vamos juntos transformar a realidade de nossa terra”, defende a candidata. 

Na área de saúde, Neila Araújo quer reestruturar a rede municipal de saúde, adequando os postos de atendimento móvel de urgência/SAMU, prontos-socorros e centrais de regulação; reformar a Unidade Básica de Saúde do Camará; construir um posto de saúde no bairro Buritizal; desenvolver política de ampliação do atendimento odontológico e realizar campanhas de prevenção de doenças com enfoque nas particularidades de cada grupo étnico, garantindo o acesso a tratamentos adequados e culturalmente sensíveis.

Neila Araújo também pretende investir na infraestrutura do município melhorando a limpeza urbana e coleta domiciliar, além de promover sinalização e iluminação pública eficiente garantindo uma cidade limpa e bem cuidada. Também está no seu plano de governo a recuperação das estradas que dão acesso às comunidades indígenas; a construção do Portal de entrada da cidade; a reforma do Terminal Rodoviário; e a revitalização das praças da sede, iluminando e equipando o parque infantil, além da construção de um parque aquático na sede de Normandia, para impulsionar o turismo e gerar emprego e renda.

Cadeirada mostra que violência política migrou para São Paulo

0

NAS ENTRELINHAS

Domingo à noite, o debate na TV Cultura descambou para a violência física. Ofendido e desafiado pelo adversário, Datena (PSDB) agrediu Marçal com uma cadeira

O jornalista, cineasta e escritor Jorge Oliveira acaba de lançar mais um livro-reportagem, Arena de Sangue, disponível na Amazon. Trata da influência dos políticos de Alagoas na vida nacional. Segundo ele, desde o início da Primeira República, o estado “não desgruda do poder como carrapato”. Alagoas produziu os dois primeiros presidentes da República, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

Também esteve à frente do complô para matar Prudente de Morais, o primeiro presidente civil da República; influenciou o Estado Novo com o general Góes Monteiro; marcou presença na redemocratização do país com Fernando Collor de Mello, eleito presidente pelo voto direto em 1989; e com o senador Renan Calheiros (MDB), que presidiu o Senado, e os deputados Aldo Rebelo e Arthur Lira (PP), à frente da presidência da Câmara dos Deputados.

Mas o caso que nos interessa ocorreu há mais de 60 anos, em 4 de dezembro de 1963, uma quarta-feira, na nova capital federal, Brasília. O senador Arnon de Mello, pai do ex-presidente Collor, disparou contra o parlamentar Silvestre Péricles de Gois Monteiro no plenário. O segundo disparo, no entanto, acertou o abdômen do congressista José Kairala (PSD-AC), que não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois do tiro, no Hospital Distrital de Brasília. Kairala não tinha nada a ver com a briga.

O político acreano era suplente de José Guiomard, que havia tirado licença médica e tinha levado a família de Basileia para a nova capital da República para vê-lo no exercício de senador. Falta de diálogo, brigas e ameaças de morte permeavam o clima no Senado naquele dia. Péricles havia prometido matar Arnon, que pôs um revólver Smith Wesson calibre 38 na cintura e marcou discurso para desafiá-lo.

“Senhor presidente, permita Vossa Excelência que eu faça meu discurso olhando na direção do senhor senador Silvestre Péricles de Gois Monteiro, que ameaçou de me matar, hoje, ao começar meu discurso”, disse Arnon. Péricles partiu para cima de Arnon, gritando “crápula”. Arnon sacou o revólver, mas antes que atirasse, Péricles jogou-se ao chão, enquanto sacava sua própria arma.

O senado João Agripino (UDN-PB) atracou-se com Péricles para tirar-lhe a arma. Kairala tentou ajudar, mas foi atingido pelo segundo disparo de Arnon. Quando presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, reassumiu o controle da situação e pediu que removessem os dois rivais do plenário, ouviu-se o grito: “Há um ferido, Excelência!”

Péricles saiu ileso. Arnon chegou a ficar algumas horas preso, mas foi liberado sob alegação de que agiu em legítima defesa. O político disse que vinha sendo ofendido e ameaçado por Silvestre Péricles há anos e que também foi insultado durante discurso no plenário.

Marçal e Datena

A violência, que já foi uma característica da política de Alagoas, parece ter migrado para São Paulo. Até agora, ninguém morreu. Entretanto, a virulência dos ataques pessoais entre os candidatos, protagonizada sobretudo pelo influenciador Parlo Marçal (PRTB) marca os debates eleitorais.

Domingo à noite, descambou para a violência física. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) não chegou a puxar uma arma, mas agrediu Marçal com uma cadeira, no debate realizado na TV Cultura. O caso foi registrado no 78° Distrito Policial (Jardins) após a confusão. Marçal chegou a ser hospitalizado, com traumatismo no tórax e ferimento na mão.

Marçal também anunciou que processará Datena por agressão e pedirá a cassação do registro de sua candidatura. O advogado de Datena, Eduardo Cesar Leite, afirmou que representará criminalmente contra Marçal, por calúnia e difamação.

O episódio foi o desfecho de um debate pautado por agressões pessoais, cuja gota d’água foi um desafio de Marçal: “Você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem”.

Na sequência, Datena agrediu Marçal com uma cadeira. A turma do deixa-disso evitou uma segunda cadeirada e o programa foi interrompido pelo apresentador Leão Serva.

A sequência completa do bate-boca está bombando nas redes sociais. Bem ao seu estilo, Marçal compara a cadeirada que levou à facada recebida por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 e ao tiro que Donald Trump levou de raspão, na orelha, num comício de campanha pela volta à Presidência dos Estados Unidos. Datena admite que errou, mas diz que faria tudo outra vez, nas mesmas circunstâncias.

Nas redes sociais, esse é o assunto mais comentado no Brasil, com surpreendente vantagem para o candidato tucano, que parecia um candidato prestes a jogar a toalha. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, Guilherme Boulos (PSol), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) lamentaram a baixaria, responsabilizaram Marçal pela escalada das agressões. Porém, condenaram Datena pela agressão física.

Fora do ar

Enquanto isso, o WhatsApp da Lex, personagem da inovadora candidatura a vereador de Pedro Markun (Rede), criada com inteligência artificial, para debater propostas com os eleitores nas eleições de São Paulo, foi retirada do ar pela Meta. O candidato notificou a big tech e quer saber a razão da interdição. A Meta é dona do Facebook Messenger, Facebook Watch e Facebook Portal. Também adquiriu o Instagram, o WhatsApp, o Oculus VR, o Giphy e o Mapillary. (Correio Braziliense – 17/09/2024)

IMPRENSA HOJE

0

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (17/09/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Seca e fogo ameaçam safra de 2025 e exportações à Europa
Estiagem faz Estado do Rio entrar em alerta contra o risco de desabastecimento de água
‘Cadeirada’ expõe aumento da violência na campanha, de efeito eleitoral incerto
Com apoio de Bolsonaro, Nunes vê ‘extremismo’ de Boulos e Marçal e prega voto útil
País tem um influenciador investigado por semana por vender ‘dinheiro fácil’
PF prende cabo da Marinha suspeito de operar drone para o Comando Vermelho
Prevent Senior põe sua operação no Rio à venda
Rodada da Libertadores é prova de fogo para policiamento no Rio
O fenômeno Rebeca para ser visto de perto
Medo de violência afugenta trabalhadores de seções eleitorais nos EUA

O Estado de S. Paulo

Mercado crê em alta de 0,25 ponto na Selic em reunião do Copom
Robert Sockin – ‘Impressiona o Brasil crescer com juros tão altos’
Fumaça e fogo em floresta cobre o DF; AGU abre 1ª ação por dno climático
Queimadas levam a alta de atendimentos por problema respiratórios em SP
Cadeirada de Datena em Marçal expõe campanha sem limites
Embraer receberá da Boeing menos do que o esperado por acodo desfeito
Trump diz que Biden e Kamala incitam ataques; suspeito é acusado de 2 crimes

Folha de S. Paulo

Presídios de 25 estados registram atuação de PCC e Comando Vermelho
Fogo em parque deixa Brasília sob fumaça; RJ investiga 20 por incêndio
Economistas preveem alta de 0,25 ponto da Selic nesta semana
Marçal reforça narrativa de perseguição após Datena agredi-lo
Governo Lula perde R$ 260 milhões com vacina em desuso
Caixa fecha acordos após assédios na gestão Guimarães
Trump culpa Biden e Kamala por novo ataque nos EUA

Valor Econômico

Para líderes, empresas têm de atuar para mitigar efeitos da emergência climática
Crédito extraordinário para eventos extremos não enfraquece arcabouço fiscal, diz Haddad
Ambientalistas querem ‘Casa Civil do Clima’
Impacto da cadeirada em debate é foco de campanhas
Milei propõe déficit fiscal zero em 2025; controle cambial continua
L Catterton contrata Vinci para vender a rede St. Marché

João Marcelo segue disparado em pesquisa para a Prefeitura de Nova Lima

0

O candidato a reeleição para a Prefeitura de Nova Lima, João Marcelo, do Cidadania, está disparado na pesquisa da Itatiaia/Doxa, divulgada nesta terça-feira (17). Ele aparece com 84,1% das intenções de voto. Na sequência, outros candidatos aparecem empatados na casa de 2% (considerando a margem de erro). Gilson Amorim (Republicanos) tem 2,9%, Mauri Lopes (PT), aparece com 2,4%, Cris Nunes (Psol) soma 2,1%.

Não vota em ninguém, branco ou nulo somam 5%. Não sabem e não responderam são 3,5% dos eleitores. Considerando apenas os votos válidos, João Marcelo aparece como 91,9%, Gilson Amorim tem 3,2%, Mauri Lopes soma 2,6% e Cris Nunes tem 2,3%.

A pesquisa Itatiaia/Doxa entrevistou 600 eleitores nos dias 14 e 15 de setembro de 2024 presencialmente. A margem de erro é de 3,97% para um intervalo de confiança de 95%.

No levantamento que apurou as intenções de voto de maneira espontânea, quando os eleitores são perguntados sobre em quem pretendem votar sem as opções de nomes, o prefeito João Marcelo aparece com 75,4% das intenções de voto. Gilson Amorim vem na segunda colocação, com 1,7%; Cris Nunes foi citado por 1% e Mauri Lopes também foi citado por 1% dos entrevistados.

Outros nomes foram citados na pesquisa espontânea por 1,5% dos entrevistados; 6,8% não citaram nenhum candidato e 12,6% não souberam responder.

Nova Lima possui 119.142 habitantes e está localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. A principal atividade econômica do município é a extração do minério de ferro, responsável por mais de 5 mil dos 46,3 mil empregos gerados pelo município.

Melhoria da Educação é uma das prioridades de Georgeo Passos para Ribeirópolis

0

A melhoria da Educação é um dos pontos centrais do plano de governo do deputado estadual Georgeo Passos, candidato do Cidadania a prefeito de Ribeirópolis-SE. O município tem mais de 18 habitantes e tem como principal atividade econômica a agricultura.

O candidato vem percorrendo todo o município e apresentando suas propostas para a população.  Na área da educação, Georgeo Passos quer assegurar que pelo menos 95% das crianças com sete anos de idade estejam alfabetizadas e também pretende ampliar a oferta de vagas e o número de matrículas nas escolas da rede municipal de ensino.

Entre os projetos que pretende lançar nessa área estão o “Aprendendo a Empreender” e o programa “Jovem Empreendedor”. O objetivo é, dentro da escola, passar noções de administração e incentivar a juventude a abrir seu próprio negócio.

Georgeo Passos também quer promover a melhoria na estrutura física e equipamentos das escolas; restaurar as quadras poliesportivas e viabilizar a construção de novas; implantar laboratórios de informática e assegurar o cumprimento do reajuste do piso salarial para professores da rede municipal, valorizando a carreira do magistério.

“Também vamos implantar um programa de assistência psicossocial nas escolas da rede pública municipal e criar cursos profissionalizantes, garantindo a formação qualificada dos estudantes”, reforça o candidato em seu plano de governo.

Rafa Zimbaldi vai executar maior programa habitacional da história de Campinas

0

A campanha de Rafa Zimbaldi (Cidadania) para prefeito de Campinas-SP segue atraindo cada vez mais apoio e mostra que seu plano de governo tem agradado os eleitores. Entre as propostas, está o lançamento do maior programa habitacional que o município já conheceu.

Trata-se do A Casa é Sua, que prevê regularização fundiária e construção de milhares de unidades habitacionais na cidade. Durante visita por diversos bairros de Campinas, Rafa Zimbaldi vem se reunindo com moradores e comerciantes explicando seu plano, que também envolve investimento pesado em saneamento básico.

“Nós vamos lançar aqui o programa A Casa é Sua, que é o programa de regularização fundiária em mais de 200 bairros na cidade de Campinas, dando escritura para toda a população. Junto com o governo federal, através do Minha Casa, Minha Vida e também do Casa Paulista, do governo do estado, nós vamos fazer o maior projeto habitacional de casas populares aqui na cidade de Campinas, dando oportunidade à nossa população para que tenha uma dignidade. Casas de, no mínimo, 50 m², dando dignidade à população, de moradia digna”, disse.

Ainda sobre as emendas parlamentares

0

A polêmica sobre emendas parlamentares ganhou novo impulso com a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA/2025). De um total de mais 2,3 trilhões de reais, os parlamentares poderão destinar a estados, municípios e entidades filantrópicas 39 bilhões de reais, ou seja, 1,6% do dinheiro efetivamente disponível em 2025 nas mãos do Tesouro Nacional. As emendas individuais consumirão 24,7 bilhões e as emendas das 27 bancadas estaduais, outros 14,3 bilhões.

Na última semana, argumentei que orçamento público, democracia moderna e parlamento nasceram juntos para controlar o poder discricionário do monarca absoluto criar impostos e definir despesas.

Além disso, há uma abissal distância entre regimes presidencialistas (onde há real separação dos poderes) e parlamentaristas (onde executivo e legislativo são quase a mesma coisa). Mas mesmo nos presidencialismos há emendas parlamentares ou influência parlamentar decisiva na fixação dos gastos. A questão que nos diferencia é que em nosso sistema político não se formam blocos de maioria e oposição claros. No parlamentarismo, isto é obrigatório, porque senão o governo caí. No presidencialismo funcional também, a governabilidade impõe formação de um bloco de sustentação parlamentar. Em um caso e outro, os parlamentares têm grande influência sobre a alocação de recursos orçamentários.

Quando era deputado, a introdução da emenda obrigatória foi uma libertação. Eventualmente, era de oposição. Designava 15 milhões de reais dos quais apenas 2 ou 3 milhões eram concretizados. O prefeito ou a entidade filantrópica ganhava a emenda, fazia despesas com a compra do terreno e com projeto de engenharia e arquitetura, e depois o dinheiro da obra e dos equipamentos não saía. Podia ser diferente se renunciasse às minhas convicções e votasse com o governo.

Vários especialistas têm feito comparações internacionais do valor total das emendas com as despesas discricionárias. Penso que o correto é comparar com a receita primária líquida total, já que a rigidez do orçamento brasileiro está reduzindo cada vez mais o espaço livre para o governo governar. As emendas, em 2025, corresponderão à 1,6% da receita disponível. Não é que o valor das emendas esteja alto, a margem de investimento é que está se tornando ridícula pelo engessamento orçamentário via vinculações e indexações. As emendas individuais têm lógica inevitavelmente localista. As de bancada devem retomar sua vocação estruturante estadual e as de comissão de reforço às políticas públicas nacionais subfinanciadas.

É evidente que houve distorções como a não transparência total e rastreabilidade nas chamadas “emendas PIX” (uma resposta do ao excesso de burocracia que provocava um gap temporal de 6 anos entre a destinação e a liberação) e a extinta “emenda de relator”. Isto está sendo corrigido. Mas só quem não conhece o interior do Brasil, com seus mais de 4 mil municípios que vivem de FPM e não têm margem alguma de investimento, pode condenar a construção de uma unidade de atenção primária à saúde, uma creche, uma escola infantil, a aquisição de tratores para apoios aos pequenos produtores, ginásios poliesportivos, pontes, pavimentação de ruas, centros de fisioterapia, entre outros investimentos, viabilizados por emendas.

Creio que é preciso qualificar melhor o debate. (Blog Democracia Política e novo Reformismo – 14/09/2024)

Em Belém, Cidadania vai às ruas com 16 candidatos a vereador e apoio a Edmilson para prefeito

0

Em Belém do Pará, o Cidadania está mobilizado nas ruas fazendo uma intensa campanha e conversando com a população. O partido conta com 16 candidatos a vereador na capital, que neste final de semana fizeram caminhadas por diversos bairros da cidade, entre eles a comunidade de Rizo, onde foi realizado um grande ato de campanha.

De acordo com o presidente estadual do Cidadania, o ex-deputado federal Arnaldo Jordy, “a campanha está a todo vapor em Belém e os candidatos do partido muito animados com a possiblidade de se elegerem”. Ele ainda cita que o Cidadania também está empenhado na reeleição do prefeito Edmilson Rodrigues (PSol).

Desfazimentos e omissão

0

A responsabilidade do Brasil é especial, por termos uma das maiores economias, sermos o maior destruidor de florestas e não usarmos com seriedade nossa força política para defesa e exemplo de desenvolvimento sustentável

Com autoridade de ministra do Meio Ambiente e símbolo mundial na defesa da natureza e do desenvolvimento sustentável, Marina Silva disse que até o final deste século o Pantanal poderá deixar de existir. A responsabilidade por esse desfazimento não é apenas do Brasil: a crise ambiental é resultado de dois séculos, sobretudo sete décadas, de progresso mundial baseado na produção e consumo desenfreados.

Mas a responsabilidade do Brasil é especial, por termos uma das maiores economias, sermos o maior destruidor de florestas e não usarmos com seriedade nossa força política para defesa e exemplo de desenvolvimento sustentável. Apesar da ECO-92, Rio 20, da COP30, do Proálcool nos anos 1970 e do recente esforço na área de energia solar e eólica, o desfazimento que a ministra denuncia para o Pantanal pode ser percebido também para as demais florestas, inclusive a Amazônica, para os rios e as cidades. No mesmo ano em que organizamos a realização da COP30, comemoramos o aumento na produção de petróleo e estamos caminhando para autorizar sua exploração no mar a pouca distância da foz do Rio Amazonas e da cidade onde essa reunião ocorrerá. A destruição de nosso patrimônio natural é apenas uma mostra dos significativos desfazimentos que ocorrem no Brasil.

A violência urbana mostra o desfazimento do tecido social corrompido pela insegurança que caracteriza a sociedade brasileira, cercada e assustada, ameaçada por balas perdidas, assaltos e altíssimos índices de assassinatos; suas crianças impedidas de irem à escola enquanto bandidos e policiais não adotam trégua entre eles. A desconfiança e o medo são provas do desfazimento da convivialidade em cidades partidas por apartação social, com parcela presa em condomínios e parte jogada em calçadas.

A prática política é demonstração e causa de desfazimento pela corrupção generalizada, gigantescos saques e assaltos dos recursos do povo, apropriados ou roubados sob o título de emendas parlamentares enormes e sem destinação de interesse público, e pela perda de credibilidade e legitimidade na democracia usada para atender aos interesses dos políticos e dos partidos enredados no individualismo, imediatismo, eleitoralismo, sem causas e sem propósitos. O Brasil também se desfaz pela instabilidade das regras e da prática do sistema jurídico, movido muitas vezes por razões políticas, não por justiça. A união da corrupção política com a instabilidade jurídica leva ao desfazimento da democracia.

A impunidade, como o crime é tratado, especialmente, o roubo chamado de corrupção, contribui para desfazer o Brasil. Sobretudo quando se percebe a força das milícias e do crime organizado, em cidades e regiões como a Amazônia. O crescimento da dependência das drogas e a ocupação de cidades por cracolândias demonstram um desfazimento do Brasil. No lugar de reduzir a impunidade, a prisão de quase um milhão de criminosos em condições desumanas, a maioria negros, pobres e analfabetos, aumenta o sentimento de desfazimento. Igualmente indicadores são os milhões de jovens que resistem e não caem na tentação da droga, para o consumo ou o tráfico, mas sobrevivem sem escola e sem emprego, sem sonhos e sem perspectivas. Muitos deles sonhando apenas em emigrar para fugir pessoalmente do desfazimento.

O maior exemplo do desfazimento nacional está na permanência da pobreza e da desigualdade social, que assumem o atual quadro de apartação, com a população tão dividida e segregada em condomínios ou favelas que a ideia de nação parece extemporânea. De tão antigo, esse desfazimento social decorre sobretudo da omissão ao longo de décadas ignorando a necessidade de um sistema nacional robusto de educação de base para todos, independentemente da renda ou do endereço da família. Incinerando patrimônio maior do que o Pantanal: o potencial dos cérebros das crianças deixadas sem a educação de base, despreparadas para a busca da felicidade pessoal e para a construção do progresso econômico, com justiça social e equilíbrio ecológico.

A ministra símbolo mundial da ecologia nos alertou para o caso do Pantanal, mas não deve ficar omissa diante dos muitos outros incêndios que desfazem o Brasil em outros setores, especialmente o maior deles: o desprezo pela educação de base. O Brasil precisa enfrentar e punir os que fazem incêndios de florestas, mas também os que ficam omissos diante do descuido com a educação de qualidade para nossas crianças. (Correio Braziliense – 11/09/2024)

Cristovam Buarque, professor emérito da UnB (Universidade de Brasília)

IMPRENSA HOJE

0

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (16/09/2024)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Beneficiários do Bolsa Família ficam com 56% das vagas formais
Datena agride Marçal em debate
Autoridade climática deve ser independente e ter orçamento robusto
Despesa com apostas on-line adia entrada na faculdade
Rock in Rio é rock mesmo
FBI frusta novo atentando contra ex-presidente Donald Trump

O Estado de S. Paulo

FBI investiga nova tentativa de assassinato de Trump em clube de golfe na Flórida
BC vê rombo fiscal R$ 40 bilhões maior que o aferido pela Fazenda
Dino autoriza governo a deixar fora da meta gasto contra incêndios
Verba de emenda vai para empresa ligada a suplente e posto de debutado
Fubebol e celular impulsionam bets entre crianças e adolescentes

Folha de S. Paulo

Milionários do Simples receberam R$ 46 bi em lucro isento de imposto
Ex-governadores tentam recomeço no pleito municipal
Nova fronteira do petróleo e gás afeta áreas amazônicas
Claudia Goldin – Homem ganha com emprego ganancioso
Pais querem menores de 14 anos sem acesso a celular, diz Datafolha
FBI apura nova tentativa de matar Trump após tiroteio

Valor Econômico

Na política de revisão de gastos públicos, área econômica avalia mudar seguro-desemprego
‘Valor 1000’ premiará 28 empresas líderes
Em debate, Datena agride Marçal com cadeirada
Dino autoriza créditos fora da meta fiscal para combate a queimadas
Carla Madeira, literatura e biologia para as CEOs
FBI investiga tentativa de assassinato contra Trump