A recente onda de protestos que tomou conta de diversas cidades do Irã pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa pela polícia moral em Teerã sob a acusação de usar o véu islâmico de forma inadequada, reforça a nossa luta em relação à ampliação dos direitos das mulheres com um ativismo que não pode estar restrito apenas ao Brasil. A luta pela igualdade de gênero é de toda humanidade para a construção de uma sociedade livre, sem as barreiras impostas pelo fundamentalismo religioso.
A resposta imediata à opressão das mulheres iranianas pelo regime ditatorial e autocrático do líder supremo do país aiatolá Ali Khamenei não pode ser outra senão a retirada de qualquer tipo de apoio – político e econômico – ao seu governo que oprime as liberdades individuais da população feminina. Não se pode aceitar a violência de Estado contra as mulheres iranianas por exercerem suas liberdades fundamentais.
Ao mesmo tempo, não é possível imaginar que as forças da esquerda no Brasil, hegemonizadas pelo PT, ainda continuem defendendo ditaduras como a iraniana por conta de embates que remontam a Guerra Fria entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos. Não há como as mulheres brasileiras se associarem a um pensamento político como esse, que despreza direitos básicos já consagrados pelas convenções internacionais, em especial à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres.
Por isso é fundamental neste período eleitoral a avaliação de propostas para ampliar os direitos das mulheres, a exemplo do que tem feito nesta caminhada a candidata a presidente Simone Tebet, que tem no seu programa de governo planos para a equiparação salarial entre homens e mulheres e a nomeação de ministérios com paridade de gênero, dentre outras.
Às mulheres do Irã a nossa solidariedade e total apoio à luta pela conquista de igualdade e respeito aos seus direitos.
Roberto Freire
Presidente nacional do Cidadania