Senadora participa de diligência da Comissão de Direitos Humanos em Roraima e se reuniu com lideranças indígenas no MPF (Fotos: Reprodução/Roberto Stuckert)
Em audiência no MPF (Ministério Público Federal) com lideranças indígenas e organismos que atuam em defesa dos povos originários nesta quarta-feira (11), em Boa Vista (RR), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) defendeu o aprofundamentos das investigações sobre a denúncia de uma menina yanomâmi, de 12 anos, que teria sido estuprada e morta por garimpeiros na comunidade Aracaçá, na Terra Yanomami, em Roraima
“Há informação se de fato morreu alguém, por doença ou assassinato [na comunidade da adolescente]?”, questionou a senadora, que participa de diligência da Comissão de Direitos Humanos do Senado e da Câmara dos Deputados para apurar a denúncia.
O líder Yanomami Edinho disse que muitas lideranças não compareceram à audiência no MPF porque estão sofrendo ameaças.
“A gente repudia toda a tentativa de aproximação com garimpeiro e reforça a necessidade da diligência ir na Terra Yanomami. Ninguém quer ir lá porque todo mundo tem medo”, afirmou.
Para a senadora, os depoimentos das lideranças indígenas foram ‘estarrecedores’, apontando para uma série de ilícitos que vão de ameças, assassinatos, estupros e crime ambiental com o garimpo ilegal no território Yanomâmi.
Eliziane disse ainda que a atividade ilegal do garimpo é crime e tem que ser criminalizada.
“Precisamos respeitar a Constituição Federal e punir os infratores. As instituições não podem ser coniventes sob o risco de dizimar uma população inteira”, cobrou.
Os parlamentares pretendem ainda obter informações sobre investigação preliminar feita pela Polícia Federal sobre o caso. Além de Eliziane Gama, integram a diligência da Comissão de Direitos Humanos os senadores Humberto Costa (PT-PE), presidente do colegiado, Leila Barros (PDT-DF), Telmário Mota (PROS-RR), Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e os deputados federais José Ricardo (PT-AM) e Joênia Wapichana (Rede-RR).