Foram discutidas melhorias na legislação partidária e adequações na jurisdição eleitoral para o fortalecimento da presença da mulher na política
A secretária de Mulheres do Cidadania e coordenadora da região Sudeste do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, Juliet Matos, participou nesta terça-feira (30) de um encontro com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, e com a ministra da Corte Eleitoral Maria Cláudia Bucchianeri, para discutir melhorias na legislação partidária.
“Foi um passo histórico para a causa feminina, para o combate à violência política de gênero, porque é a primeira vez que o TSE faz um encontro focado nas representações de mulheres dos organismos políticos. É fundamental que as mulheres que estão nos partidos, que fazem a política no dia a dia possam apresentar suas ideias, demandas e pontos que podem passar despercebidos por eles”, argumentou Juliet.
Segundo a coordenadora, uma das sugestões apresentadas foi de como identificar candidaturas laranjas por meio do mapa de mídia. “Candidatura laranja nunca faz a primeira parcial de conta, só faz a última porque, na verdade, não tem dinheiro para movimentar. Uma candidata laranja não faz propaganda. Então, se ela não prestou conta, não fez mapa de mídia, não fez campanha, ali tem cheiro de fraude. Isso foi apresentado para o TSE”, explicou.
Na ocasião, as mulheres propuseram a criação de um grupo de trabalho com os técnicos do TSE e as representações partidárias femininas, que incluiria a Secretaria da Mulher da Câmara e a Procuradoria da Mulher do Senado, que tem como procuradora a senadora Leila Barros (Cidadania-DF).
“Existe muita confusão, por exemplo, de como se deve gastar os 5% do fundo partidário. Precisa de clareza, inclusive para dar segurança jurídica aos partidos e aos órgãos femininos do que podemos ou não fazer. Por isso é importante o olhar das mulheres que fazem organicamente o partido todos os dias”, sustentou.
Outro ponto discutido foi a ampliação da participação das mulheres nas instâncias partidárias. “O Cidadania, desde 1992, reserva cota de 30%, algo que nem todos os partidos fazem. Acho que precisa ser aprimorado porque as mulheres são 52% do eleitorado. Precisamos brigar pela paridade. O próprio ministro Barroso defendeu essa questão e citou como exemplo a Constituinte do Chile, primeira do mundo com paridade de gênero”, defendeu.