Diretório fez justiça à história do partido e mostrou que a política é o único caminho para novos tempos na sociedade, diz Raquel Dias, do Mulheres 23
O Diretório do Cidadania de São Paulo decidiu nesta segunda-feira (22), por 27 votos a 3, expulsar do partido o deputado estadual Fernando Cury, flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa apalpando em plenário a colega Isa Penna, do PSOL.
O Conselho de Ética Nacional do Cidadania já havia se manifestado pela expulsão, mas o parlamentar conseguiu atrasar o procedimento recorrendo ao judiciário. Secretária Nacional de Mulheres, Raquel Dias disse que o diretório estadual fez “justiça à história do partido”.
“Fez justiça também a quem somos hoje e ao partido que queremos ser. Mostrou que não escondemos nossos problemas, os enfrentamos. A política é difícil, pode ser cansativa, mas é o único caminho para novos tempos na sociedade”, avaliou.
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, elogiou a decisão e lamentou que o desfecho tenha levado tanto tempo.
“Demorou. Já deveríamos ter resolvido isso. Lamentavelmente, ele foi ao judiciário discutir uma questão que é político-partidária e obteve liminar adiando um processo que deveria ser mais ágil. Eu diria até que deveria ser sumário pela gravidade da falta. O diretório de São Paulo fez justiça”, disse.
À Folha de S.Paulo, a secretária de Mulheres do Cidadania estadual, Ellen Cursino, disse que a expulsão é uma vitória de todas que fazem política no Brasil.
“Enfrentar o abuso é coisa séria. E se um partido aceita isso, como ele vai construir políticas públicas no combate à violência contra a mulher? Por isso, hoje a vitória é para todas as mulheres do Cidadania e de todos os partidos do Brasil”, defendeu.
O presidente do Conselho Nacional de Ética do Cidadania, Alisson Micoski, observou que a sociedade exige “postura das autoridades”, especialmente das que estão na política.
“O Cidadania cumpriu seu papel enfrentando uma situação em que a sociedade contemporânea vem exigindo novas posturas, principalmente das autoridades, pessoas públicas e daquelas que exercem relevante papel em instituições”, destacou.
Fernando Cury ainda poderá recorrer da decisão de São Paulo ao Diretório Nacional, embora dificilmente vá ser bem-sucedido, avaliou Micoski.