Senadora reforçou que a empresa é alvo de investigação do TCU e PF sobre a negociação suspeita de fraude na compra da vacina contra a Covid-19 (Foto: William Borgmann)
A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), defendeu nesta quarta-feira (14) durante depoimento à CPI da Pandemia da diretora de Medicamentos da Precisa, Emanuela Medrades, que a comissão acione a empresa Dropbox para tentar resolver o imbróglio das datas dos documentos e dos invoices com as tratativas da aquisição da vacina indiana Covaxin.
A reação da parlamentar representante da bancada feminina na CPI ocorreu após Emanuela mentir, várias vezes, que não houve a oferta inicial para compra do imunizante contra a Covid-19 da Covaxin de 10 dólares a dose, apesar de prova encaminhada ao colegiado comprovando a oferta em memorial de reunião, em março do ano passado no Ministério da Saúde, conduzida por Élcio Franco, então secretário-executivo da pasta.
Eliziane Gama reforçou que a Precisa é alvo de investigação, inclusive do TCU (Tribunal de Contas da União) e da PF (Polícia Federal) sobre a negociação suspeita de fraude na compra da vacina. Apesar de parecer da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), que atestou, em fiscalização, falta de higiene na fabricação do imunizante no laboratório Bharat Biotech
“Além de representação no TCU, esta empresa é apontada em movimentação irregular da empresa pelo Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], uma empresa que em um ano tem uma movimentação de R$5,4 milhões. Agora, nos primeiros meses do ano de 2021, o órgão do Banco Central apontou um volume estranho da ordem de R$47 milhões, uma demonstração clara de movimentação atípica. Esta CPI está apurando tudo isso”, afirmou.
Calote
De acordo com a senadora do Cidadania, a Precisa também é acusada de dar colete em R$ 20 milhões ao Ministério da Saúde por não entregar medicamentos direcionados a pacientes com doenças raras na gestão do então ministro da Saúde, Ricardo Barrros (PP-PR), e atual líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
‘Desatou a falar’
Eliziane Gama ironizou ainda a disposição da funcionária da Precisa ao se mostrar ‘bastante loquaz’ ao defender o comando da empresa.
“Fomos surpreendidos. De repente. Emanuela, depois de se negar a falar até sobre seu vínculo com a empresa, desatou a falar. Por que será?”, indagou a parlamentar. (Assessoria da parlamentar)