No dia 25 de julho, através da lei n°12987 de 2014 , foi instituído no Brasil, pela então presidente Dilma Roussef, o Dia Nacional da Mulher Negra e também de Tereza de Benguela.
Rainha do Quilombo
Segundo relatos históricos, Tereza de Benguela foi uma mulher negra e quilombola, de nascimento desconhecido. Após o assassinato do seu marido, José Piolho, Tereza é alçada ao cargo de Rainha do Quilombo do Piolho. Esse quilombo que também era conhecido como Quilombo do Quariterê se localizava na atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia e foi o maior do Mato Grosso.
Tereza se tornou a líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas. Também coordenou um forte aparato de defesa e articulou um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos.
Segundo informações do livro Anais de Vila Bela, Tereza Benguela, governava o quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entrava os deputados. “Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executava à risca, sem apelação nem agravo.”
Portanto, ao celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, enfatizamos o lugar fundamental da mulher quilombola e negra brasileira. E celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha por reconhecermos que é uma luta antirracista e sempre necessária.