O vice-presidente nacional do Cidadania, ex-senador Cristovam Buarque (DF), afirma que ainda falta ao governo Lula uma bússola. Para ele, Lula é uma âncora para a tormenta. “É uma batuta para conduzir o presente da política, tão confusa como ela é, mas não está sendo ainda a bússola que o Brasil precisa para apontar como serão os próximos vinte, trinta anos”, avalia.
Como exemplo, ele cita que Lula trouxe de volta o Bolsa Família. Com isso reduziu muito a fome. “Mas ele ainda não disse como é que o Brasil vai fazer para que daqui a vinte anos ninguém precise ter bolsa família. Não tem uma porta de saída clara. Isso o governo não disse. E ainda não disse como é que como é que a gente vai fazer para que os filhos dos mais pobres estudem na mesma escola que os filhos dos mais ricos até o final do ensino médio com qualidade. Tá faltando a bússola”, resumiu Cristovam, que assumiu no último sábado a presidência do Cidadania no Distrito Federal.
2026 e candidatura da Federação
Cristovam Buarque defende ainda que, com Bolsonaro fora da disputa em 2026, a Federação Cidadania/PSDB lance candidato próprio à Presidência da República.
“Eu lembro que apoiei o Lula antes de todos, salvo do PT, do PCdoB. Dos que seriam de fora, eu disse que tínhamos que evitar dois turnos. E eu estava certo. O Lula quase perde para o Bolsonaro. Havia uma ameaça. Agora (em 2026) não há ameaça. Bolsonaro não é candidato. Então eu creio que nós (a Federação Cidadania/PSDB) devemos avaliar a hipótese de ter candidato. Temos que pensar em uma candidatura”, defende.
Distrito Federal
Cristovam também não descarta disputar governo do Distrito Federal caso seja preciso enfrentar algum candidato que represente uma ameaça para a capital do país. No entanto, ele deixa claro que não gostaria que fosse o seu nome. Mas, em último caso, não fugiria dessa missão. Para ele, o melhor caminho seria construir uma aliança com Leandro Grass, que disputou a última eleição e teve um bom desempenho.
Com relação ao futuro do Cidadania no Distrito Federal, Cristovam afirma que vai trabalhar no sentido de construir propostas para a capital e desenvolver um trabalho de base para atrair novos filiados para o partido.
Confira a íntegra da entrevista: