IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (13/06/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

ANS autoriza reajuste de planos de saúde individuais em 9,63%
Abandonada pelo partido, ministra do Turismo tem queda iminente
Lula defende mudanças no acordo entre Mercosul e União Europeia
Junho 2013-2023 – Atos são mais bem-vistos pela direita que pela esquerda
Desmate derruba 21 árvores por segundo na Amazônia
Casos públicos expõem racismo recorrente no Rio
Maria Carolina Gontijo – ‘É uma confusão. Não temos a menor ideia do que pagamos’
Infraero pode dividir gestão do Santos Dumont com o Rio
Obituário/Silvio Berlusconi – Um populista precursor da antipolítica

O Estado de S. Paulo

União Europeia anuncia R$ 10 bi para hidrogênio verde no Brasil
Mercosul: Lula critica ‘desconfiança’ da UE
Maioria do STF dá vitória ao governo em ação bilionária contra bancos
Deputado gasta R$ 200 mil com combustível em posto de sócio
MEC anuncia prêmios para tentar reduzir defasagem na alfabetização
Centrão quer Ministério do Turismo e Embratur
Seminovos são minoria da frota, mas representam 48% de roubos
Planos individuais e familiar poderão ter alta de até 9,63%
Silvio Berlusconi – Morre um pioneiro do novo populismo

Folha de S. Paulo

Lula critica exigências da UE por acordo com o Mercosul
Plano de saúde individual terá reajuste de até 9,63%
Tortura de quebrar dedos de presos é detectada em 5 estados
Mudança no Turismo não faria do União Brasil base
Orçamemto e mata atlântica desafiam projeto do Exército
Brasil desmatou 5.200 campos de futebol por dia em 2022, diz relatório
Bia Haddad – Há 50 meninas que podem ganhar principais torneios
Morre Berlusconi, outsider que virou a política italiana

Valor Econômico

Consumo privado desacelera e tem o desempenho mais fraco desde o começo da pandemia
Acórdão sobre tributação de incentivos pode reduzir expectativa de arrecadação
Fusões e aquisições têm pior início de ano desde 2020
Campos Neto vê corte da taxa Selic mais ‘à frente’
Arcabouço não deve ser aprovado antes do dia 20
Redes apostam em lojas menores para driblar ano morno

EDITORIAIS

O Globo

Poder público tem de levar a sério mobilidade urbana

Desde 2013, governos reduziram 52% dos investimentos no setor, sem que setor privado compensasse

O crescimento das cidades e o baixo investimento dos governos na infraestrutura de transporte público têm resultado na deterioração crescente da qualidade de vida da população e em perda de produtividade na economia. Ônibus, trens e metrôs lotados, engarrafamentos intermináveis são facetas do mesmo problema. Não há mágica. Só dá para resolver com ampliação da infraestrutura de transporte coletivo.

A situação crítica nas grandes cidades não deixa dúvida. No Rio, quem mora em Bangu, Zona Oeste, e precisa chegar ao trabalho às 9h30 no Flamengo, Zona Sul, precisa sair de casa às 6h para, durante mais de três horas, enfrentar uma via-crúcis de ônibus, trem e metrô sempre lotados. O martírio se repete na volta. Situações semelhantes ocorrem noutras metrópoles, como São Paulo ou Belo Horizonte.

Como se não bastasse, o governo Lula resolveu usar R$ 1,5 bilhão para subsidiar a compra de carros “populares”. Caminhões e ônibus receberão fatia menor do incentivo. Fora a contradição de fomentar emissões de gases quando tem de se fazer o oposto para conter as mudanças climáticas, o Planalto tentará compensar a nova ajuda tributária à indústria automotiva elevando impostos sobre o diesel, com reflexos no frete de tudo que é transportado sobre pneus — e impacto inevitável nos preços.

Falta uma política bem formulada para o transporte público de massa e a mobilidade urbana, agenda que desencadeou os protestos de junho de 2013. Desde então, os governos reduziram investimentos no setor em 52%, para R$ 4,1 bilhões, sem que a iniciativa privada compensasse os cortes.

A falta de consciência da necessidade de dar prioridade ao transporte público não tem ideologia. No ano passado, no fim da gestão Jair Bolsonaro, foram concedidas isenções tributárias de R$ 8,8 bilhões à indústria automotiva, o dobro do que o poder público investiu em mobilidade urbana. Apesar de ter sido eleito com a agenda de forte tom ambiental, Luiz Inácio Lula da Silva parece pensar ainda como o metalúrgico para quem fábricas de carros são sinônimo de desenvolvimento. Faz décadas que não é mais assim.

Há um atraso imenso nos investimentos em mobilidade, mesmo em relação a países latino-americanos. Estudo do economista e consultor Cláudio Frischtak demonstra que, se o Brasil decidisse hoje equiparar a infraestrutura de transporte público das 15 principais regiões metropolitanas à de Santiago, no Chile, ou da Cidade do México, teria de investir de uma só vez R$ 295,5 bilhões, o equivalente a 3% do PIB. Eis uma medida do atraso brasileiro.

A precariedade do transporte coletivo incentiva o uso de automóveis e motocicletas. Entre 2001 e 2020, a frota de carros e motos cresceu 331%, revela estudo do Ipea. O crescimento foi maior (374%) fora das grandes metrópoles. Afinal, se a oferta de transporte coletivo já é restrita nos grandes centros, nos menores a situação é ainda pior.

Não se pode mais retardar a ampliação e melhoria do transporte de massa. Não só para elevar a qualidade de vida da população, mas para aumentar a produtividade (reduzindo horas perdidas no deslocamento), conter a pressão por moradias informais mais próximas do trabalho, diminuir emissões de gases de efeito estufa e a exposição a poluentes, com impacto na saúde da população. Melhorar a mobilidade urbana é solução para múltiplas questões.

O Estado de S. Paulo

Nem-nem: geração em busca de um propósito

Os dados oscilam, mas há anos a frustração dos jovens que não estudam nem trabalham permanece como ferida aberta a exigir cuidados mais dedicados do Estado e da sociedade

Uma pesquisa rápida ao acervo do Estadão revelará que há mais de dez anos as aflições da chamada geração nem-nem, grupo de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, são temas recorrentemente abordados nesta página. Para este jornal, há poucos sinais mais reveladores da distância que separa o Brasil de um futuro à altura de suas potencialidades do que a negligência do Estado e da sociedade com a falta de confiança no País que desalenta tantos milhões de jovens naquela faixa etária, há tanto tempo.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação 2022, divulgados pelo IBGE há poucos dias, não são alvissareiros. Eles mostram que um em cada cinco brasileiros entre 15 e 29 anos está fora da sala de aula e do mercado de trabalho. Ou seja, dos 49 milhões de jovens nessa faixa etária, 9,8 milhões (20%) estão em situação de total desalento – uma geração à procura de um propósito de vida. Ainda de acordo com a pesquisa, 15,7% dos jovens estavam trabalhando e estudando no ano passado; 25,2% apenas estudando; e a maioria, 39,1%, estava trabalhando, mas longe das escolas, centros técnicos e universidades.

Os porcentuais oscilam entre uma pesquisa e outra, mas há anos, de forma consistente, a frustração de milhões das novas gerações com o País permanece como ferida aberta a exigir cuidados mais dedicados. O número dos nem-nem apurado na Pnad Contínua Educação 2022 é ligeiramente menor do que o revelado pela pesquisa realizada em 2019, quando 22,4% dos brasileiros entre 15 e 29 anos não trabalhavam nem estudavam. Contudo, esse recuo de 2,4 pontos porcentuais nem de longe autoriza otimismo. Como falar em melhora diante do fato de que quase 10 milhões de cidadãos em idade produtiva não encontram estímulos ou condições objetivas para voltar às salas de aula ou procurar um emprego?

A Pnad Contínua Educação 2022 reforça, ainda, a necessidade de uma intervenção multidisciplinar, o mais rápido possível, para acudir esses jovens desiludidos, em especial as mulheres. Elas apontam a gravidez (22,4%) e a necessidade de realizar trabalhos domésticos ou cuidar de outras pessoas (10,3%) como impedimentos para os estudos ou para o trabalho fora de casa. Mesmo os jovens que trabalham, mas não estudam (40,2%) inspiram preocupação. Afinal, que desenvolvimento pessoal e financeiro podem almejar para si e suas famílias no futuro quando, por força das necessidades de momento, precisam abdicar de sua formação educacional?

Há caminhos para que o País se livre, de uma vez por todas, da indecência de entregar boa parte de sua juventude à desesperança, comprometendo seu próprio futuro. E eles são conhecidos. Dependem primordialmente do despertar da sociedade para o problema e da cooperação entre os entes federativos.

Ao governo federal, por exemplo, cabe formular e conduzir uma política econômica responsável que leve o País à retomada do crescimento duradouro, condição indispensável para a ampliação de postos de trabalho. É elementar. Pais empregados, com renda suficiente para que a família tenha uma vida digna, significam filhos livres para estar na sala de aula, não em busca de complementação da renda familiar.

Os governos subnacionais, por sua vez, sem prejuízo da coordenação da União, têm de estabelecer a educação pública como prioridade inegociável. Nesse sentido, é mais que bem-vinda a ideia do governo de São Paulo de criar, no âmbito da Secretaria da Educação, a Coordenadoria de Educação Profissional, que será responsável por ofertar milhares de vagas em cursos técnicos aos jovens paulistas usando a atual estrutura das escolas da rede pública. De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, as aulas técnicas serão ministradas por profissionais atuantes no mercado para o qual prepararão seus alunos.

Essa é apenas uma ideia. Há muitas outras. Tão mais rápido será o encontro do País com um futuro mais auspicioso, menos desigual, quanto maior for a atenção dedicada pelo Estado e pela sociedade a uma geração que perdeu até mesmo a capacidade de sonhar.

Folha de S. Paulo

Adiós, América

Desejo de imigrar entre latino-americanos cresce em meio a caudilhismos e crises

Estima-se que 2,3% da população mundial, algo como 184 milhões, seja de imigrantes, e pesquisa recente do Instituto Gallup revelou que, em 2022, cerca de 1,2 bilhão de pessoas declararam que gostariam de deixar de maneira definitiva o país onde moram —o que corresponde a 15% da população global.

O índice varia, previsivelmente, conforme a região. Na União Europeia, 16% migrariam; já na Comunidade dos Estados Independentes (países da ex-União Soviética), são 12% —a Ucrânia, em guerra, aí se localiza. Com 4%, o Leste Asiático tem o menor índice.

O desejo de mudar é maior no Oriente Médio e Norte da África (29%), na África Subsaariana (36%) e na América Latina e Caribe (31%). Esta última região, em comparação com pesquisa realizada na década anterior, foi a que teve maior alta na comparação com o início da década passada: em 2011, não mais de 18% dos latino-americanos diziam querer morar em outro país.

É razoável supor que a economia seja um dos fatores relacionados a esse crescimento. Na década de 2001-10, favorecida pela alta das matérias-primas de exportação, a economia latino-americana teve expansão média de 3,2% ao ano. Desde então, o ritmo despencou para 1,5% anual.

Note-se que existem dois tipos de migração, a voluntária e a forçada. Na primeira, o deslocamento se dá por uma conjuntura desfavorável, como insatisfação com a qualidade de vida; na segunda, guerras e regimes autocráticos podem ser os fatores. A América Latina consegue combinar os dois casos.

Na Venezuela, nada menos que 7 milhões de pessoas deixaram o país do ditador Nicolás Maduro nos últimos anos, seja por perseguição política, seja pelo colapso social.

Já na Argentina, país democrático, a crise econômica —a inflação bateu recorde em abril e chegou a 109% em 12 meses — têm gerado aumento na imigração.

Com o empobrecimento da população, somado ao arrefecimento da pandemia de Covid-19, o número de argentinos que se mudaram para o Brasil passou de 5.424 em 2019 para 6.601 em 2022; em 2011, foram 2.942.

Diferentemente do Leste Europeu e do Oriente Médio, a América Latina não vive em tensão geopolítica crônica, fator indutor de migrações. Por aqui, entretanto, proliferam caudilhismos e políticas econômicas anacrônicas, que levam cidadãos a buscarem uma vida melhor em outro lugar.

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