IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (18/04/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

EUA e União Europeia criticam posição de Lula sobre a guerra
Em três dias, PGR denuncia Moro por fala sobre Gilmar
Governo apresenta nova regra fiscal ao Congresso com ajustes de última hora
Republicanos muda ‘roupagem’ para se aproximar do Planalto
Móveis do Alvorada alimentam críticas entre Janja e Michele
MST amplia ofensiva e invade 9ª propriedade este mês
Empresas emitem R$ 7,2 bi de ações na Bolsa como saída para captar recursos
Redução do preço do gás terá impacto de até 6% para o consumidor
Demanda por Ozempic cresce nos planos de saúde e no SUS
Thiago Brennand é preso nos Emirados Árabes e vai ser extraditado
Voo 447: absolvição de Air France e Airbus gera indignação na França e no Brasil

O Estado de S. Paulo

EUA e UE rebatem Lula; Casa Branca vê propganda russa e chinesa
MST invade fazendas e área de pesquisa da Embrapa
Exército e PF unificam cadastro e tornam controle de armas mais rígido
Governo vai taxar lucro de site de aposta em 15% e ganhador, em 30%
Thiago Brennand é preso em Abu Dabi e será trazido ao Brasil
BNDES anuncia linha de crédito em dólar e com taxa fixa
Indígenas levam sua arte e histórias ao Masp
Justiça francesa absolve Air France e Airbus por tragédia com 228 mortos

Folha de S. Paulo

Brasil e Rússia têm visão similiar, diz chanceler de Putin
PGR denuncia Moro por ilação sobre Gilmar
Regra fiscal deve chegar hoje ao Congresso com alterações
Kremlin condena ativista opositor a 25 anos de prisão
Justiça francesa absolve Airbus e Air France por queda em 2009
MST invade terras, sedes do Incra e área da Embrapa
Zema faz mistério sobre destino de seu salário ante reajuste de 258%
Oito em dez cidades não batem metas contra hipertensão
Condomínio no sul da BA vira batalha judicial
Alves atribui acusação de estupro a falta de afeto
Creche atacada em SC reabre com muro maior

Valor Econômico

LDO tem R$ 155 bi em receitas incertas para zerar o déficit
EUA e UE reagem a falas de Lula sobre a guerra
Receita mira corretora cripto estrangeira
China toma mercados vizinhos do Brasil
Aquisições e fusões caem 35% no 1º bimestre
Chips feitos ‘em casa’
Governo estuda armazenar CO2 no subsolo

EDITORIAIS

O Globo

Modelo atual de ensino médio pune mais pobres e perpetua desigualdade

Entre os menos favorecidos, evasão escolar é de 54%. Entre os mais ricos, de apenas 6%, revela estudo

A cada ano, 500 mil jovens com mais de 16 anos abandonam a escola no Brasil. A evasão, tratada como “tragédia silenciosa” em estudo da Firjan e do Sesi, pune os menos favorecidos e aprofunda a desigualdade. Entre os alunos mais pobres, menos da metade conclui os estudos (54% largam). Entre os mais ricos, a evasão escolar atinge apenas 6%.

O resultado mostra a relevância da reforma do ensino médio aprovada em 2017, cuja implementação foi suspensa pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em meio a um debate histérico e pouco produtivo. Um dos principais objetivos da mudança é justamente aumentar a carga horária e readequar o currículo para melhorar a formação técnica e profissional, de modo a contribuir com o projeto de vida do aluno e evitar que ele tenha de largar o estudo para trabalhar.

É verdade que são necessários ajustes para alcançar as metas, mas seria um erro gravíssimo abandonar a reforma e manter o quadro lastimável descrito pelos pesquisadores, como querem setores do PT, sindicatos, organizações estudantis e a extrema esquerda. É evidente que uma escola que não consegue reter os alunos não funciona.

O estudo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), demonstra que a situação atual perpetua a pobreza. Os estudantes que ficam pelo caminho recebem salário 25% menor e vivem três anos a menos. Quando os índices de evasão são comparados aos de países em estágio similar de desenvolvimento, fica claro o atraso. No Brasil apenas 60,3% concluem o ensino médio até 24 anos, ante 67,8% no México, 74,9% na Costa Rica, 75,2% na Colômbia e 93,4% no Chile. Se a evasão aqui fosse igual à chilena, o país deixaria de perder R$ 135 bilhões por ano em custos associados.

São várias as causas apontadas para a debandada: repetência, distorção entre idade e série, falta de engajamento, dificuldades econômicas e falta de projeto de vida. A pandemia também é citada como agravante. No Brasil, as escolas ficaram fechadas 40 semanas, ante 29 na média de outros países. Sem ter como seguir aulas on-line, muitos alunos foram prejudicados.

Entre as boas práticas na área, o estudo cita exemplos do Canadá — onde um programa oferece, além de auxílio financeiro mensal, apoio para o projeto de vida e recuperação da aprendizagem — e de Nova York, que oferece a jovens de 14 a 24 anos atividades profissionais remuneradas e oportunidades de carreira.

A entrada em vigor da reforma do ensino médio apenas expôs problemas existentes, como falta de infraestrutura das escolas, deficiência na formação dos professores e dificuldade dos alunos mais vulneráveis em acompanhar as aulas. Mas eles não surgiram agora. O governo precisa fazer os ajustes necessários — como recalibrar a carga horária, dedicando mais tempo para as disciplinas básicas —, mas é essencial seguir em frente com a reforma. Seria um retrocesso manter o atual modelo de ensino médio, que exclui os alunos que mais precisam dele.

O Estado de S. Paulo

Brasil nada ganha e perde muito

Loquacidade irresponsável de Lula na China põe em risco a imagem do Brasil como neutro nos grandes conflitos, sem que o País tenha ganhado nada, a não ser a desconfiança ocidental

Para evitar um novo mandato de Jair Bolsonaro, que seria terrível para o País, milhões de eleitores votaram em Lula da Silva mesmo sem concordar com os dogmas retrógrados do PT. Mas Lula da Silva e o PT não parecem dispostos a fazer nenhuma concessão a esses eleitores – ao contrário, o chefão petista poucas vezes foi tão fiel à ideologia carcomida que reduz tudo à luta de classes.

Não pode ser outra a explicação para o comportamento de Lula em sua recente viagem à China, ocasião em que transformou o Brasil em sabujo dos interesses chineses só e exclusivamente para se distanciar dos Estados Unidos, o velho vilão da esquerda brasileira.

No afã de parecer independente dos americanos, Lula esteve a um passo de alinhar o Brasil à Rússia na guerra criminosa de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Não se sabe exatamente o que o Brasil ganhou com esses gestos tresloucados de Lula, mas sabe-se o que está perdendo: sua tradicional imagem de país equilibrado, neutro em relação aos principais conflitos, mas defensor intransigente dos direitos humanos – como, aliás, está expresso no artigo 4.º da nossa Constituição. Isso sem falar em ruídos desnecessários com parceiros relevantes, como Estados Unidos e Europa.

Na viagem à China, Lula se destacou por sinalizar o alinhamento do Brasil a uma ordem internacional baseada no autoritarismo e na força em oposição a uma ordem baseada no direito internacional e na valorização dos direitos humanos, do pluralismo político e das liberdades civis. Tudo a pretexto dos “interesses econômicos”.

De fato, as transferências tecnológicas da China são do interesse do Brasil. Para simbolizá-lo, Lula poderia visitar um dos muitos fornecedores chineses. Mas selecionou a dedo a Huawei, epicentro de um entrevero no Ocidente por suspeita de espionagem, e lá bradou que “ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”.

Lula também resolveu bajular os chineses ao defender a substituição do dólar pela moeda chinesa nas transações internacionais, sugerindo que a prevalência do dólar é mais um sinal do imperialismo americano. Em um par de frases, deixou claro que, obnubilado pela ideologia, desconhece que o mundo prefere negociar com uma moeda emitida pelo banco central autônomo da maior democracia do mundo, cujos pesos e contrapesos impedem que o câmbio e o fluxo de capitais sejam controlados por um autocrata, como é na China.

Mas um dos pontos altos do vexame da viagem de Lula foi o momento em que, ao falar da guerra na Ucrânia, voltou a equiparar o agressor, a Rússia, ao agredido, a Ucrânia, e a condenar os EUA e a Europa por ajudarem os ucranianos a restaurarem sua soberania. As declarações de Lula não produziram nada a não ser indignação e indiferença e não melhoraram um centímetro a posição do Brasil na pretensão de integrar o time de mediadores do conflito. Hoje, aliás, o Brasil, graças à loquacidade irresponsável de Lula, é cada vez mais visto como não confiável, por sua aparente simpatia por russos e chineses. Em visita ao Brasil, o chanceler russo, Serguei Lavrov, não deixou por menos: “As visões do Brasil e Rússia são únicas”, numa referência à Ucrânia. Não foi desmentido pelo governo brasileiro – e nem poderia, porque Lula disse textualmente que a Ucrânia é tão culpada pela guerra quanto o país que a invadiu.

Em outro momento particularmente irresponsável, Lula resolveu apoiar “fortemente” a China na sua querela com a democrática Taiwan. Mesmo que a declaração não mude o entendimento tradicional do Brasil, ela poderia ser evitada no momento em que a China ameaça retomar Taiwan à força, desafiando os Estados Unidos.

Como se observa, Lula entregou dedos e anéis aos chineses e russos em troca de um punhado de acordos comerciais pouco relevantes, e sem levar nem mesmo um protocolar apoio à pretensão brasileira de integrar permanentemente o Conselho de Segurança da ONU. Lula quer se apresentar como um dos grandes estadistas do mundo. Se depender do que se viu na viagem à China, será visto apenas como peão no Grande Jogo chinês – ou, para usar as palavras benevolentes da revista Economist, como “ingênuo”.

Folha de S. Paulo

Diplomacia de risco

Lula assume custo político desnecessário ao se alinhar a Pequim e a Moscou

Um dos fundamentos de qualquer política externa é a proporcionalidade entre pretensão e condições objetivas de sustentar uma posição, seja por peso relativo econômico, influência em campos específicos ou mera força militar.

Em seus dois primeiros mandatos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aproveitando a onda gerada pelo apetite chinês por commodities, lançou o Brasil naquilo que chamava de diplomacia ativa e altiva.

Os resultados foram mistos. O Brasil teve de fato mais destaque, mas também passou vergonhas, como no fracassado acordo nuclear que tentou mediar no Irã.

Sobrevieram anos de recuo devido à crise econômica e à desconstrução externa sob Jair Bolsonaro (PL). O solo calcinado era propício a Lula, de volta ao poder. O petista, apesar da paixão por ditaduras esquerdistas, começou bem o jogo.

Reuniu-se com vizinhos e com o congênere americano Joe Biden, cujo governo empenhou-se de forma notável na defesa da transição democrática ameaçada por Bolsonaro. Fez uma proposta genérica para negociar a paz na Ucrânia, improvável mas de baixo custo.

Lula, contudo, começou a perder a mão na dosimetria. Altivez é louvável, claro, e assenta-se na tradição de não alinhamento do Itamaraty. Mas o mundo de 2023 é complexo, com um conflito brutal em curso na Europa, inserido na disputa geopolítica que opõe China e Rússia aos EUA e seus aliados.

Países como Brasil, Índia e Turquia tentam equilibrar-se entre polos, porém isso requer estofo. Os indianos, por exemplo, têm uma economia com 1,4 bilhão de habitantes e armas nucleares.

Assim, a retórica antiamericana assumida por Lula em Pequim, viagem de resto natural dada a condição chinesa de maior parceiro comercial do Brasil, embute riscos. O presidente falou em independência ante o dólar e criticou o belicismo dos EUA na Guerra da Ucrânia.

Sobre o conflito, o petista já havia negado munição a Kiev —e candidamente sugeriu perdas territoriais em troca da paz. Mais grave, declarou que os agredidos são tão culpados quanto os agressores.

Além disso, enviou o assessor Celso Amorim a Moscou e recebeu o chanceler Serguei Lavrov, que iniciou pelo Brasil um giro que incluirá as ditaduras esquerdistas da Venezuela, Nicarágua e Cuba.

Ainda que o Brasil tenha condenado a guerra na ONU, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) preferiu criticar as sanções contra Moscou ao lado do russo.

Se é certo que a multipolaridade veio para ficar, sem apostar nos temas em que tem autoridade, como mudança climática ou segurança alimentar, Lula sinaliza ter escolhido um lado e corre o risco de virar apenas coadjuvante da briga alheia.

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