IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (12/04/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Inflação desacelera, Bolsa sobe e dólar é o mais baixo em 10 meses
Governo, MPF e usuários cobram atuação do Twitter
Governo vai taxar compras internacionais de até US$ 50
União Brasil não abre mão de ministério e pressiona Planalto
Com Lula, China quer consolidar relações na América Latina
De saída, Lewandowski revisita mensalação e exalta garantismo
FMI reduz projeções de crescimento de economia global e do Brasil
O perverso efeito dominó do Galeão esvaziado
TV Cultura suspende exibição de doc sobre extrema direita

O Estado de S. Paulo

Brasil falha no controle das incitações ao ódio nas redes
Como agir diante de boatos sobre ataques
Oposição usa comissão na Câmara para fustigar ministros
IPCA mais baixo anima Bolsa e ajuda a derrubar o juro futuro
‘Vai morrer gente’, disse general a Lula para dissuadi-lo de prisão de golpistas
Sobram carros nas montadoras, faltam compradores
Light tem débitos de R$ 1,3 bi e pede à Justiça suspensão de pagamentos
Brasileiras que tiveram malas trocadas deixam a prisão
WhatsApp libera pagamentos a empresas por pessoas físicas
Para conter China, EUA ampliam presença militar na região de Taiwan

Folha de S. Paulo

Inflação fica abaixo do esperado e anima mercados
Governo troca dado e reduz artificialmente gasto do INSS
Lula chega à China e negocia adesão a plano ambicioso de Xi
PF mira corrupção em cartório e faz pente-fino contra espiões
Supostas ameaças de ataques alteram rotina de escolas
Twitter rejeita tirar posts que fazem apologia da violência
Presidência gasta R$ 65 mil em sofá para o Alvorada
Lewandowski se aposenta do STF depois de 17 anos
Brasileiras presas há mais de um mês na Alemanha por malas trocadas são soltas
Finlândia vê risco de guerra nuclear entre Rússia e Otan

Valor Econômico

Ministério da Fazenda fecha o cerco a marketplaces asiáticos
Bolsa sobe 4,3% com expectativa de queda de juro
IPCA desacelera e fica abaixo do esperado
Governo estuda propostas para aumento real do salário mínimo
Light pede suspensão de pagamentos
Americanas obtém ‘trégua’ na Justiça

EDITORIAIS

O Globo

É inaceitável relutância de redes sociais em colaborar para evitar massacres

Nenhuma medida será tão eficaz para debelar atentados em escolas quanto vigiar o extremismo no meio digital

Pelo que se viu na reunião entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e representantes das principais redes sociais, ainda falta muito para que elas colaborem com o esforço essencial para conter ataques violentos nas escolas. O tema ganhou urgência em razão dos dois atentados recentes — o primeiro em São Paulo, o outro em Santa Catarina — que resultaram nas mortes de quatro crianças e de uma professora de 71 anos.

A pesquisa acadêmica mais séria demonstra que tais atentados costumam ser anunciados e exibidos nas redes entre comunidades extremistas que cultuam o ódio e a violência, dispondo de iconografia, vocabulário e calendários próprios. Por isso a colaboração das plataformas digitais é fundamental para debelar as tragédias antes que se consumem. Infelizmente as empresas de internet — com destaque para o Twitter — continuam arredias, avessas a assumir qualquer tipo de responsabilidade pelo que deixam circular em suas redes.

O governo solicitou do Twitter a remoção de 551 posts, vários com imagens de agressões, ameaças e enaltecimento aos ataques a crianças. Na reunião com Dino, segundo informou a jornalista Julia Duailibi em seu blog no portal g1, uma advogada do Twitter teve o desplante de afirmar que um perfil criado com fotos de autores de massacres em escolas “não violava os termos de uso da rede”. Também disse que “não se tratava de apologia ao crime”. Diante da recusa em tirar posts do ar, o Ministério Público Federal deu dez dias de prazo para a plataforma apresentar explicações sobre a “moderação de conteúdos relacionados a ameaças de ataques a escolas”.

Na reunião, Dino ponderou, com toda a razão, que os termos de serviço não podem servir de pretexto para eximir as empresas da obrigação de cumprir o que determinam a lei e as autoridades. “É preciso que quem tem responsabilidade, e essas empresas que lucram bilhões têm responsabilidade, também se engaje”, afirmou. “Os termos de uso não se sobrepõem à Constituição, à lei e não são maiores que a vida das crianças e adolescentes brasileiros.”

A todas as solicitações da imprensa, o Twitter tem respondido com um emoji de fezes, por determinação de seu proprietário, o bilionário Elon Musk. O enxugamento nos quadros da empresa esvaziou a área de comunicação e políticas públicas no Brasil.

Com o medo crescente de novos ataques, pais e gestores de escolas têm feito pressão por reforço na segurança e no policiamento. São medidas sem dúvida necessárias. Mas, embora os ataques em escolas sejam resultado de múltiplos fatores, o terreno onde hoje são cevados é digital. Nenhuma medida será tão eficaz para combatê-los quanto a vigilância dos grupos extremistas e comunidades de ódio na internet. Caso redes sociais continuem se recusando a colaborar com as autoridades para debelá-los, deveriam ser consideradas corresponsáveis pela violência.

O Estado de S. Paulo

Oportunidade e risco na visita de Lula à China

Comitiva tem possibilidades formidáveis de ganhos econômicos e cooperação em desafios comuns, sobretudo ambientais. Por isso mesmo, é preciso evitar ruídos geopolíticos

Gostem ou não, todos os países são afetados pela tensão entre EUA e China. Essa guerra fria não era inevitável nem é inexorável: pode escalar para uma terceira guerra mundial; pode ser superada por uma nova ordem harmônica e próspera; ou pode se prolongar indefinidamente. O futuro dirá. No presente, ela é incontornável. Porém, é diferente da velha guerra fria. Lá as relações comerciais entre os dois blocos eram obliteradas pela cortina de ferro num jogo de “soma zero”. A economia da URSS era inexpressiva comparada à da China. Na geopolítica multipolar e na economia globalizada do século 21, se a rivalidade entre Washington e Pequim tem pontos de alto risco militar, notavelmente Taiwan, ela se dá, sobretudo, no plano comercial e no tecnológico. Nesses aspectos, contudo, ambos são não só competidores, mas também parceiros.

O cenário impõe um trilema: o desafio de construir, a um tempo, pontes para intensificar trocas econômicas; espaços de cooperação ante desafios comuns (como o clima ou pandemias); e anteparos que garantam a convivência entre sistemas político-ideológicos antagônicos: as democracias e as autocracias. Nos dois primeiros aspectos, a comitiva encabeçada pelo presidente Lula da Silva na China – que acabou segmentada em duas fases em razão de seu mal-estar – tem oportunidades formidáveis. Mas convém redobrar a prudência em relação ao aspecto geopolítico.

Até aqui, o roteiro diplomático de Lula percorreu grandes zonas de interesse nacional. Eleito, foi à Conferência Climática da ONU (COP-27), sinalizando a reversão do antiambientalismo de Jair Bolsonaro. Empossado, visitou parceiros do Cone Sul, EUA e agora a China, nosso principal parceiro comercial. A composição da comitiva e da agenda responde a essa situação. Pauta-chave é a intensificação da exportação de commodities. Mas a visita pode diversificá-la e agregar valor. A indústria pode abrir nichos de exportação, de importação (sobretudo de tecnologia) e de investimentos (sobretudo na infraestrutura). Há oportunidades na área da sustentabilidade: o apoio à candidatura do Brasil para sediar a COP-30, o mercado de carbono ou investimentos em tecnologias verdes e na Amazônia. Tais possibilidades foram desperdiçadas pelas taras ideológicas de Jair Bolsonaro, a começar por seu alinhamento a Donald Trump e a retórica anti-China. Espera-se que Lula não incorra no mesmo erro com o sinal trocado.

Nada obsta, por exemplo, que aproveite os holofotes para advogar a paz. Mas se ele está certo em constatar que a China tem as alavancas para mudar os rumos da guerra da Ucrânia, estará equivocado se supor que pretende empregá-las. A viagem de Xi Jinping a Moscou cimentou sua solidariedade à Rússia. Não por hostilidade à Ucrânia, mas porque isso convém à sua geoestratégia: ampliar a dependência da Rússia e aproveitá-la em seu confronto com o Ocidente. Seu “plano de paz” é inexequível e injusto: prevê o fim das sanções ocidentais, mas não a desocupação de territórios pelos russos. Qualquer sinal de alinhamento a ele seria um quixotismo diplomático que em nada favoreceria a paz. Para concretizar seus acordos de comércio e cooperação, o Brasil não precisa apoiar um plano que o próprio Xi sabe natimorto. Isso só despertaria dissabor na Europa e EUA.

Várias vezes Lula sugeriu que a culpada pela guerra é a Otan. Há poucos dias, insinuou que a Lava Jato seria resultado de um complô armado pelos EUA. A mídia oficial chinesa vem explorando declarações suas contrastando a China como pacificadora e os EUA como belicosos. Ao mesmo tempo, China e Rússia ambicionam transformar o Brics, originalmente um grupo de economias emergentes, em um clube geopolítico de viés antiocidental, manobrando, por exemplo, para incluir regimes de cunho autocrático, como Irã, Turquia e Arábia Saudita.

Na guerra da Ucrânia, a posição da China é de “neutralidade pró-Rússia”. Isso serve a seus interesses. Mas o Brasil não ganhará nada se Lula der margem para que sugiram, e muito menos se sugerir, que, na nova guerra fria, a posição do País é de uma “neutralidade pró-China”.

Folha de S. Paulo

Lula e a China

Viagem retoma pragmatismo diplomático, mas o mundo não é o mesmo de 2003

A vocação diplomática do Brasil —país sem conflagrações internas nem desavenças externas, democrático e dotado de grande ativo produtivo e ambiental— deveria ser a de estabelecer relações estáveis com todos os países, com atenção para as que ampliem renda e bem-estar dos brasileiros.

É elogiável, portanto, a retomada do pragmatismo com a China, depois das hostilidades infantiloides patrocinadas por Jair Bolsonaro (PL). A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), secundado por comitiva de congressistas e ministros, ao país asiático consolida essa normalização.

O Brasil exportou para a China, no ano passado, o equivalente a US$ 90,8 bilhões e importou de lá US$ 61,6 bilhões. A soma das duas cifras, a chamada corrente de comércio, representou 25%, ou US$ 1 de cada US$ 4, de tudo o que foi transacionado entre brasileiros e estrangeiros em 2022.

Vinte anos antes, no fim do segundo mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso, o comércio com a China abarcava menos de 5% das negociações brasileiras com o mundo. As trocas internacionais do Brasil multiplicaram-se por quase seis desde então, assim como o peso dos chineses nelas.

Foram majoritariamente petistas os governos que acompanharam, desde o início do século, a impressionante marcha da economia chinesa e dela se beneficiaram. O PIB do gigante asiático avançou em média 10,5% ao ano na primeira década das gestões do PT. Entretanto esse quadro mudou.

No período de dez anos findo em 2022, a atividade chinesa cresceu 6,2% ao ano, em média, velocidade que deve cair abaixo de 5% em meados desta década. A China converteu-se num país de renda per capita mediana, 25% superior à do Brasil, mas ainda está muito longe do clube dos mais ricos.

A geopolítica também se alterou sobremaneira. Encolheu-se a perspectiva de integração global sob os auspícios universalistas da Organização Mundial do Comércio. Estados Unidos e China hoje digladiam-se numa grande batalha comercial pela vanguarda tecnológica dos semicondutores.

A Rússia, que violou a Carta da ONU ao agredir militarmente a Ucrânia, entrega-se a Pequim. Um polo que aglutina regimes ditatoriais volta a aguilhoar a hegemonia das democracias ocidentais, que por seu turno têm de lidar com movimentos populistas e autoritários dentro de suas fronteiras.

A China que Lula visitará é diversa da que despontava em 2003, assim como o mundo, que se tornou mais complexo e desafiador.

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