IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (03/04/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Falsos CACs compram armas novas para abastecer milícias
Ex-ministro admite à PF que omitiu joias da Receita
Datafolha: pessimismo com a economia cresce
Lula acomoda aliados derrotados no 2º escalão
Cenário adverso piora avaliação de empresas
Sites de ensino coletaram dados de crianças
Cinegrafista é morto por policial após Fla-Flu
Suposto espião russo tinha rede de apoio no Brasil

O Estado de S. Paulo

Crédito para empresas seca e renegociação de dívida dispara
Jovens ‘fogem’ da Bolsa em momento de juro alto
Congresso dribla Lula para tirar verba ministerial e inflar emendas Pix
Professores relatam medo e impotência após ataque a escola em SP
‘Adolescente está perdido e é presa de extermismo na web’
Explosão na Rússia mata blogueiro defensor de invasão
Alta de preços após reforma monetária assusta cubanos
Recuperado, papa celebra missa de Domingos de Ramos

Folha de S. Paulo

Pessimismo com economia sobe desde a posse de Lula
Governo acumula polêmicas e busca reduzir os ruídos
Disputa sobre jornalismo trava lei para fake news
Moderar conteúdo na rede social é inútil, diz Nobel Maria Ressa
Rafael Correa – É erro pauta identitária ser central para a esquerda
Eleição na UFRJ tem primeiro candidato negro
Venda de chocolate para adultos cresce mais que para crianças, diz estudo
Países farão corte de 1 mi de barris de petróleo por dia

Valor Econômico

Vendas de ações em bloco somam R$ 2,6 bi neste ano
A busca pelo meio termo para mudar a Lei das Estatais
Nos 100 dias, economia ofusca políticas públicas
Negros têm menos acesso a faculdades visadas
Fazenda quer taxar apostas e reduzir renúncias fiscais
EUA são o destino de exportações de 1.452 municípios
TST restringe bloqueio de CNH e passaporte
Consumidores buscam mais canais de compra

EDITORIAIS

O Globo

Tuberculose voltou a preocupar com choque da pandemia na saúde

Sem descuidar da vacinação contra a Covid-19, país precisa enfrentar males do passado que ainda nos assombram

A marca de 700 mil mortos por Covid-19, atingida pelo Brasil na semana passada, reflete mais o passado errático de enfrentamento à pandemia que o estágio atual da doença, controlada pela vacina. As mortes diárias por milhão de habitantes, que ultrapassaram 14,5 no auge da pandemia, hoje não chegam a 0,2. Sem deixar de dar atenção às novas variantes do coronavírus nem descuidar das campanhas de vacinação, o país também precisa dirigir energia a velhas mazelas que ainda assombram em pleno século XXI.

É o caso da dengue, que registrou no ano passado mais de 1,4 milhão de casos e 1.016 mortes, recorde desde o ressurgimento da doença nos anos 1980. Também da tuberculose, o mal do século XIX que, a despeito da existência de vacinas e tratamento disponíveis na rede pública, ainda causa estragos, especialmente na população mais pobre. Dados do Ministério da Saúde demonstram que a tuberculose voltou a crescer no Brasil. Foram registrados 78.057 casos em 2022, aumento de 4,9% em relação a 2021, ano em que o país já registrara recorde de mortes (5.074). A situação se torna mais preocupante porque, até 2017, os números mostravam estabilidade ou queda.

Os mais vulneráveis são a população de rua, detentos, pacientes com HIV, imigrantes e comunidades indígenas. O combate à tuberculose foi prejudicado pela pandemia, que reduziu as notificações, permitindo que doentes não diagnosticados continuassem a transmiti-la. Os principais focos são capitais como Manaus, Belém, Rio Branco, Recife e Rio de Janeiro. Com sintomas como febre, tosse e emagrecimento, a tuberculose debilita o paciente, agravando as condições econômicas e sociais das famílias.

A vacina BCG, aplicada logo após o nascimento, protege contra as formas graves da doença, mas a cobertura vem despencando. Até 2018, estava acima de 95%. Depois de 2019, caiu para menos de 88%. Embora o tratamento seja oferecido em postos de saúde, não é simples. Primeiro, demanda diagnóstico preciso num país com carências crônicas no atendimento básico. Além disso, leva pelo menos seis meses e exige fornecimento regular de medicamentos e disciplina do paciente. Se tratada no início e de forma adequada, a doença tem cura.

O Ministério da Saúde lançou neste mês uma campanha nacional de combate à tuberculose. Promete aumentar a vacinação, ampliar acesso a diagnósticos e ações de prevenção, além de estabelecer metas para reduzir a incidência e as mortes até 2035. Despertar para o problema e planejar ações são passos importantes, mas não se resolverá o problema da tuberculose sem melhorar a qualidade do atendimento de saúde e as condições de moradia. São necessários campanhas para ampliar a vacinação, profissionais de saúde, testes para diagnóstico e medicamentos para tratamento, mesmo nas áreas remotas. A persistência da tuberculose, que deveria estar controlada há décadas, é o retrato da saúde pública no Brasil.

O Estado de S. Paulo

A política põe um freio em Lira

Formação de bloco partidário fora do radar do governo e de Arthur Lira mostra que o presidente da Câmara não controla tudo e indica a viabilidade de alternativas ao PT e ao Centrão

Apesar das pretensões megalomaníacas do presidente da Câmara, Arthur Lira, ele não controla tudo o que acontece na Casa – e isso é uma excelente notícia para o País. No dia 28 de março, foi oficializada a formação de um superbloco de cinco legendas (MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC), com 142 deputados ao todo. É maior do que a bancada do PL, a legenda com mais cadeiras na Câmara (99), e a soma de todos os partidos de esquerda. Juntos, PT, PCdoB, PV, PDT, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade têm 131 deputados.

A composição do novo bloco pegou de surpresa tanto o presidente da Câmara como o governo federal. Tal articulação revela um ponto fundamental do regime democrático. Os partidos não podem ser submissos às estruturas do poder estatal. Só se tiverem vida própria estarão aptos a exercer o papel que lhes cabe, que é defender suas causas e representar seus eleitores. Certamente, as chefias do Legislativo e do Executivo não apreciam essa independência, mas é justamente essa autonomia que assegura o funcionamento saudável do regime democrático. Efeito imediato do novo bloco partidário é, por exemplo, a diminuição do poder de Arthur Lira nas indicações para as comissões mistas destinadas a analisar as medidas provisórias.

Outro aspecto positivo suscitado pelo novo grupo é a redução da fragmentação partidária. Agora, entre federações, blocos e partidos, há 13 bancadas na Câmara. Mesmo sendo ainda um número grande, trata-se de avanço significativo em relação ao que ocorria anos atrás, quando mais de 30 legendas operavam individualmente na Casa. Não se sabe o que de fato vai ocorrer, mas há hoje espaço para maior racionalidade e maior conteúdo programático nas negociações políticas. Mais do que apenas aplaudir o fenômeno, trata-se de exigir que essa oportunidade seja efetivamente aproveitada.

Mas talvez o principal ponto a ser destacado na formação da maior bancada da Câmara é que, ao contrário do que muitos poderiam pensar, a política continua sendo o caminho mais efetivo para que a sociedade não fique refém do poder estatal.

Sempre presente no imaginário coletivo nacional, o sentimento antipolítica intensificou-se em 2013 e, de forma especial, com o bolsonarismo a partir de 2018. Para muitos, o caminho da oposição deveria ser pavimentado necessária e exclusivamente pelo confronto com as instituições. Esse foi o discurso de muitos parlamentares eleitos em 2018 e em 2022. Por exemplo, na visão de alguns senadores bolsonaristas, a tarefa mais importante do Senado é instaurar processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como meio de pressionar o Judiciário e inflamar seguidores. Apesar de fazer muito barulho nas redes sociais, esse tipo de política – na verdade, é a negação da política – nada constrói e ainda deixa a pista livre para o governo atuar como bem entender. Não faz real oposição ao exercício do poder.

Eis o fato incontestável. Os parlamentares que apenas gritam não geram nenhum temor entre as lideranças do Congresso e no Palácio do Planalto. O que causa apreensão em Arthur Lira e no governo federal é a efetiva capacidade de articulação política, como a que se viu na formação do superbloco no dia 28 de março. São as lideranças políticas articuladoras da bancada com 142 deputados que podem oferecer algum óbice aos planos do PT e aos do Centrão. Não é demais lembrar que foi Gilberto Kassab quem, com a criação do Partido Social Democrático (PSD) em 2011, surpreendeu Lula e alterou a dinâmica de forças no Congresso de então.

Há quem se iluda pensando que o bolsonarismo poderá constituir algum tipo de oposição ao governo Lula no Congresso. Mesmo quando Jair Bolsonaro era presidente da República, sua turma foi incapaz de se organizar e de articular politicamente no Legislativo. Brincaram de ser a nova direita no País, mas foram tão somente a antítese da civilidade e da República. Agora, são capacho de Arthur Lira, o que não é nenhuma novidade. A novidade é que tem gente adulta na Câmara fazendo política.

Folha de S. Paulo

Mal-estar econômico

Contra pessimismo captado pelo Datafolha, Lula precisa de medidas difíceis

Não é confortável a situação da economia percebida pelos brasileiros. A tendência de melhora das avaliações no ano passado deu lugar a uma constatação mais forte de estagnação nos últimos meses. Mais grave, há clara deterioração das expectativas para a evolução do emprego, dos salários e da inflação.

Em linhas gerais, essa é a percepção captada pela pesquisa mais recente do Datafolha, que colhe os primeiros impactos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Somente 23% acham que a situação do país progrediu nos últimos meses, ante 34% no final de outubro, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial. Os que acreditam em piora também caíram, de 42% para 35%, mas o movimento mais notável se deu entre aqueles que não veem mudança, que saltaram de 23% para 41%.

Quanto ao futuro, o aumento do pessimismo é inequívoco. Em outubro, apenas 13% dos brasileiros aptos a votar consideravam que a economia do país iria piorar. O percentual subiu a 20% em dezembro e atingiu 26% agora. Já os que esperam melhora caíram de 62% para 49% em dezembro e 46% em março.

Em aspectos mais específicos, desde dezembro ampliou-se a parcela dos entrevistados que preveem mais inflação (de 39% para 54%), mais desemprego (de 36% para 44%) e perda do poder de compra dos salários (21% para 31%).

Tais projeções têm amparo na realidade. Depois de uma expansão surpreendente no primeiro semestre do ano passado, a atividade econômica se encontra em desaceleração, o que já afeta o mercado de trabalho. Já a alta de preços tem se mostrado resistente.

Ao mesmo tempo, Lula tem feito má gestão das expectativas desde a vitória nas urnas, com ataques ao Banco Central, críticas às metas de inflação e declarações contra a austeridade orçamentária.

O Datafolha ajuda a entender a insistência do mandatário na ofensiva contra os juros —que tem o apoio de esmagadores 80%, enquanto 71% consideram que as taxas estão acima do adequado.

É compreensível o anseio geral por juros mais baixos. Entretanto as pressões públicas de Lula sobre o BC, somadas às intenções gastadoras do governo, acabam por dificultar a queda da inflação esperada e, assim, da taxa Selic.

A administração petista não contará com nenhuma bonança imediata na economia. Diante de um quadro político também pouco amigável, é natural que a popularidade do atual presidente se compare aos níveis modestos obtidos por Jair Bolsonaro (PL) no mesmo período de mandato.

Cumpre tomar agora as decisões difíceis que poderão permitir uma melhora mais duradoura do cenário nos próximos anos.

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