IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (29/03/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

BC reforça foco na inflação, e mercado vê queda de juro distante
Taxa de Longo Prazo pode variar por setor, diz diretor do BNDES
Consignado do INSS vai ter taxa de juros de 1,97% ao mês
MPs: impasse no Congresso leva Planalto a traçar plano B
O Rolex que Bolsonaro não devolveu
Audiência no STF cobra regulação das redes sociais
Apesar da desaceleração, Brasil atinge 700 mil mortes pela Covid-19
Operadora assina concessão de Congonhas, mas forma de pagamento pode travar negócio
‘Comia o que era dado aos porcos. Pegava um pouco para mim dos restos’
Crise da reforma do Judiciário de Israel deixa Netanyahu emparedado
Casa Rosada – Governo impopular e nova direita movem xadrez argentino

O Estado de S. Paulo

Investigação atinge ministro de Lula e assessores de Bolsonaro
Bancos retomam consignado com teto de juro em 1,97%
Bolsonaro recebeu e guardou 3º estojo de joias na fazenda de Nelson Piquet
Em ata, BC diz que política de juros exige ‘serenidade e paciência’
Brasil chega a 700 mil mortes por covid em três anos de pandemia
SP está há 1 mês sem ajuda psicológica a professor e aluno
Incêndio mata 40 em centro de imigrantes no México
Jovens franceses engrossam atos contra reforma previdenciária

Folha de S. Paulo

Covid mata 700 mil e vitima grupos mais vulneráveis
Notícias falsas sobre vacina voltam a circular na internet
País não tem plano contra ataques em escolas
Regra fiscal ajuda, mas não tem relação direta com juros, diz BC
CVM vê falhas em anúncio de aporte da Americanas
Conselho da Petrobras rejeita 2 indicados de Lula
Tarcísio recebe alta após cirurgia, e secretário o substitui em agenda
Steve Bannon – Processos contra Bolsonaro não têm importância
Turista deve ficar atento a protestos na França
Incêndio em centro de imigrantes no México mata 40

Valor Econômico

Estrangeiro deixa a bolsa com piora global e ruídos internos
Copom prega ‘serenidade e paciência’ na política de juros
Lei facilita revisão de licitações
Rial aponta falhas de Gutierrez na Americanas
Consignado no INSS terá juro de 1,97%
Grupo Petrópolis pede recuperação na Justiça do Rio

EDITORIAIS

O Globo

Massacres em escolas estão ligados às redes sociais

Polícia precisa monitorar as comunidades que cultuam violência para frustrá-los no nascedouro

Assassinatos e ataques violentos de adolescentes em escolas, quase corriqueiros nos Estados Unidos, têm se tornado frequentes também no Brasil. Desde 2002, houve 40 mortos em 22 ações violentas em estabelecimentos de ensino, de acordo com nota técnica da USP. Das 22, metade ocorreu desde fevereiro de 2022. Outro levantamento, da Unicamp, constatou 35 mortes e nove dos 22 ataques desde julho de 2022. O motivo para a alta fica fica claro quando se analisa a morte brutal da professora Elisabeth Tenreiro, 71 anos, por um adolescente de 13 numa escola estadual paulistana.

“Irá acontecer hoje”, anunciou o jovem numa rede social. Horas depois, entrou numa sala de aula usando máscara e luvas, esfaqueou três professoras e dois alunos. Em seu celular, o adolescente colecionava vídeos de massacres e fazia questão de mostrá-los aos colegas. A presença em comunidades da internet que cultuam discursos de ódio e violência ensejava diálogos estarrecedores. Num perfil fechado de rede social, o ataque à escola era anunciado desde domingo, recebendo apoio de outros usuários que o encorajavam.

Um deles se apresentava como “mentor” e dizia estar orgulhoso. Ao anunciar o atentado, o adolescente dizia ter esperado pelo momento “a vida inteira” e pedia que lhe desejassem “boa sorte”. Seu codinome nas redes fazia referência a um dos autores do massacre de Suzano, que deixou dez mortos numa escola em 2019. O planejamento e a divulgação das barbaridades nas redes sociais são a forma como os autores tentam alcançar celebridade.

Escoradas no dispositivo legal que as exime de qualquer responsabilidade pelo conteúdo que veiculam, as plataformas digitais nada fazem para controlar esse tipo de conspiração para cometer massacres. Futuros assassinos circulam livremente por comunidades vinculadas à extrema direita ou às ideologias mais insólitas. É fundamental que a polícia monitore nas redes os passos desses jovens, especialmente nas comunidades que glorificam violência. Eles sempre deixam rastros e — como ocorreu — anunciam o que farão.

Além do aviso nas redes, outros sinais poderiam ter servido de alerta. O agressor havia se envolvido numa briga com outro aluno na semana anterior, e a professora Elisabeth apartou a contenda. Ele fora transferido havia menos de um mês por problemas de comportamento. Os motivos estavam documentados num boletim de ocorrência por uma funcionária da outra escola onde estudara. Segundo o relato, o aluno vinha postando nas redes sociais vídeos em que portava armas de fogo e simulava ataques violentos.

Não basta decretar luto oficial, indignar-se e abrir investigações para apurar a tragédia consumada. É preciso se antecipar. Nesse aspecto, as autoridades brasileiras se mostram despreparadas, e as redes sociais continuam a fingir que não é com elas. A morte trágica de Elisabeth é só mais um exemplo de por que é fundamental mudar a lei que as isenta de responsabilidade quando são usadas para atos criminosos.

É fundamental a polícia monitorar as redes para frustrar ataques no nascedouro. Quanto antes agir, maior a chance de preservar vidas. Nos Estados Unidos, que vivem dramas assim há anos, um homem armado de fuzis e pistolas matou três crianças e três adultos numa escola de Nashville no mesmo dia do ataque em São Paulo. Não dá para aceitar que esse tipo de horror se torne tão comum aqui quanto é lá.

O Estado de S. Paulo

‘Serenidade e paciência’ do BC

Sob forte ataque do governo Lula, que tudo faz para qualificá-lo como agente político de oposição, o Banco Central explicou didaticamente por que os juros devem ficar onde estão

A divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) era o evento econômico mais esperado da semana. A decisão que manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, na semana passada, não surpreendeu ninguém, e a publicação da ata da reunião, em condições normais, seria algo corriqueiro no calendário financeiro. Mas o comunicado divulgado logo após a reunião, especialmente o trecho em que o BC afirmou que não hesitaria em elevar a Selic caso fosse necessário, foi recebido como uma declaração de guerra pelo governo Lula da Silva.

De forma coordenada, diversos ministros vieram a público cobrar uma retratação, por meio da ata, por parte do BC. Até mesmo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, considerou o tom do documento equivocado e disse que os membros do colegiado teriam “esticado a corda”. Frustrando quem esperava ver na ata um novo capítulo dessa novela, o BC respondeu a essas críticas da melhor forma possível. Tecnicamente impecável, o documento trouxe muitos argumentos para justificar a manutenção da taxa básica de juros e foi de um raro didatismo que poderia ser muito bem aproveitado pelo governo neste momento de tantas incertezas.

A ata descreveu em detalhes a deterioração do cenário externo. Além da inflação global elevada e do mercado de trabalho aquecido, Estados Unidos e Europa têm agora o desafio de lidar com os efeitos de uma crise bancária que traz ainda mais volatilidade. Mesmo nesses países, os bancos centrais têm reforçado a austeridade, o que traz consequências à política monetária conduzida por países emergentes.

Internamente, há muitos indícios de desaceleração da economia, mas a inflação ao consumidor continua muito elevada. Esse comportamento, explicou o Banco Central, já era esperado. Se o primeiro estágio da dinâmica da desinflação afeta os preços administrados e os livres e costuma ser mais rápido e intenso, o segundo é bem mais lento, pois envolve a tendência geral dos preços e desconsidera distúrbios resultantes de choques temporários.

Parece bastante evidente que é nessa etapa que o País se encontra hoje. Depois de afetar os bens duráveis, a inflação se deslocou para o setor de serviços e tem demonstrado resiliência, o que reforça a importância de conter a demanda – e, consequentemente, a atividade econômica. “Tal processo demanda serenidade e paciência na condução da política monetária para garantir a convergência da inflação para suas metas”, disse a ata.

Os recados do BC reforçaram a importância das contribuições do governo nesse processo desinflacionário, especialmente no que diz respeito às expectativas. O BC reconheceu a importância da reoneração dos combustíveis e das estatísticas fiscais divulgadas pelo Ministério da Fazenda, mas frisou que não basta apenas apresentar uma nova âncora para alterar essas projeções.

Mudanças nas expectativas de inflação, nas projeções da dívida e nos preços dos ativos não são “mecânicas”, mas dependem fundamentalmente da percepção sobre a solidez e a credibilidade deste arcabouço. O mecanismo que substituirá o teto de gastos ainda precisa passar pelo primeiro teste – não foi nem apresentado, mas já tem sido boicotado por alguns ministros e por lideranças do PT.

A isso, somam-se as críticas de Lula ao regime de metas de inflação. Nem o fato de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter mantido as metas inalteradas até 2025 foi capaz de impedir uma desancoragem ainda mais acentuada das expectativas. A conclusão que a ata deixa implícita parece bastante lógica. Quando o presidente da República não acredita na importância da política fiscal, não é preciso mudar as metas para perceber a falta de disposição do governo em contribuir para atingi-las.

Da mesma forma, se o governo não consegue se unir em defesa do novo arcabouço, não há motivo para acreditar que ele será respeitado. Assim, resta ao BC batalhar sozinho contra a inflação, o que requer uma política monetária bem mais austera e uma dose de serenidade e paciência com quem se recusa a cumprir seu papel.

Folha de S. Paulo

Na ponta do lápis

Governo estima déficit menor em 2023, mas solidez do ajuste ainda será testada

Em atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo publica a cada dois meses uma reestimativa das receitas e despesas esperadas no ano, como meio de avaliar a evolução da situação orçamentária.

Trata-se de instrumento importante de transparência e controle das contas públicas.

A partir de tais relatórios bimestrais, a política fiscal é recalibrada. Quando se acredita que a arrecadação ficará abaixo do previsto anteriormente, por exemplo, pode ser necessário reduzir gastos. Em outros momentos, conclui-se que há margem para a ampliação de programas e investimentos.

Essa procedimento louvável nem sempre é executado do modo mais adequado, porém. Já houve casos, que atingiram o paroxismo sob Dilma Rousseff (PT), de projeções irrealistas, em geral para esconder números desfavoráveis ou adiar cortes orçamentários indigestos.

Não se vê nada tão grave na primeira avaliação de receitas e despesas deste 2023, que prevê queda substancial do déficit primário (excluindo encargos da dívida pública). Ainda assim, os dados suscitam algumas dúvidas —especialmente diante da incerteza que ronda a agenda econômica de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Calcula-se que o déficit do ano será de ainda exorbitantes R$ 107,6 bilhões, ante R$ 228,1 bilhões na lei orçamentária aprovada pelo Congresso. Muito da melhora se deve a providências corretas tomadas pelo governo, e a conta final não diverge em demasia dos R$ 125 bilhões estimados pela Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado.

Nota-se, porém, que o vaticínio oficial se ampara mais na alta da receita esperada do que no controle da despesa. A arrecadação foi prevista com base em um crescimento de 1,6% do PIB, enquanto as projeções de mercado rondam 0,9%.

Não se considerou, ademais, o gasto de R$ 4,5 bilhões com o aumento do salário mínimo a partir de maio, e foi contabilizado ganho de R$ 26 bilhões decorrente de recursos do PIS/Pasep não sacados por trabalhadores —recurso que o Banco Central, responsável pela apuração definitiva do déficit público, não pretende levar em conta.

São questões pontuais, mas que merecem atenção. Ainda mais porque as conclusões do relatório foram usadas pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para pressionar o BC a reduzir os juros.

O compromisso de Lula com o equilíbrio orçamentário, do qual depende a queda das taxas, ainda está por ser testado. Mais do que previsões e medidas para este ano, aliás, importa a regra fiscal para a eliminação do déficit a longo prazo.

A credibilidade da política econômica precisa ser construída com objetivos realistas e, sobretudo, com a disposição de cumpri-los.

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