IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (16/01/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

GSI de Lula mudou menos de 10% do efetivo de Bolsonaro
Aras promove guinada na PGR e mira atos golpistas
O flagrante do terror – Nova imagens mostra a violência no Planalto
Trio que tentou explodir arredores de aeroporto vira réu
Ruth Ben-Ghiat – ‘É preciso haver punição’
País tem atrasos em metade das obras de escola
Americanas: bancos decidem ir à Justiça
Gays russos fogem da guerra e da homofobia

O Estado de S. Paulo

Mercado espera aberturas de capital, após ‘jejum’ em 2022
Incertezas fiscais e juros dificultam cenário para o ano
Desmonte de QG golpista volta a opor Exército à PM do DF
Só 3 em cada 10 brasileiros creem que tolerância vai aumentar no País
Brasil pode participar de avaliação inédita da OCDE
Alunos da USP acusam colega de desviar quase R$ 1 milhão
Fiesp – Assembleia pode definir o futuro de Josué Gomes
Avião cai em desfiladeiro e mata ao menos 68 pessoas

Folha de S. Paulo

Ministros de Lula deixam estados com desmate recorde
Métodos de Moraes põem limite jurídico em debate
Ex-chefe da PM diz que Exército impediu prisões
Fábio de Sá e Silva – Ataque golpista tem as digitais da Lava Jato
LGBTfobia leva a abandono de carreira nas forças de segurança
Americanas precisa de até R$ 21 bi para credores, diz XP
BC cobra R$ 135 milhões de bancos por falhas
Ilha de Itaparica (BA) festeja defesa contra ataque português realizado há 200 anos
Morte de Bento 16 deixa conservadores em rumo

Valor Econômico

Bancos se preparam para ‘batalha’ contra Americanas
TSE deve julgar Bolsonaro em março
Brasil volta a ter destaque em Davos
Estrangeiro bate recorde na B3
Saneamento passa a focar os municípios
Fatia chinesa nas exportações do país diminui
Conselho vai monitorar riscos fiscais

EDITORIAIS

O Globo

Promessas de reindustrialização exigem cautela

O histórico de políticas industriais no Brasil é pródigo em prejuízos astronômicos e resultados pífios

A intenção de reindustrializar o país, lançada ainda na época da campanha eleitoral por Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou status de mantra desde a posse do novo governo. “Reindustrialização” virou palavra corriqueira em declarações e discursos de diferentes autoridades. Se a meta do novo governo for fazer com que a participação da indústria na economia volte ao seu pico histórico, é melhor esquecer. A fatia hoje em cerca de 23% do PIB, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), teria de crescer a 48%. Isso não acontecerá. Ainda que o objetivo seja mais modesto, há bons motivos para ser reticente. A História brasileira está cheia de políticas industriais que tiveram resultados pífios e prejuízos astronômicos.

Uma das experiências mais desastrosas ocorreu com a confirmação de grandes volumes de petróleo nas camadas profundas de pré-sal na Bacia de Santos, entre São Paulo e Rio de Janeiro, levando os governos Lula 2 e Dilma 1 a lançar uma política de substituição de importações de navios e sondas. A lógica era a mesma dos governos militares. Por que importar se podemos investir na produção doméstica?

Não deu certo na ditadura, não daria nos governos do PT. Não bastasse a corrupção, bilhões foram incinerados em subsídios a empresas que não entregaram à Petrobras as encomendas no prazo e nas especificações pedidas. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Samuel Pessôa lembra que o Brasil tentou, sem sucesso, fazer uma indústria naval por longuíssimas sete décadas.

Um dos erros do discurso nacional-desenvolvimentista é supor que o país pode tudo, basta que o Estado invista. Não é assim. O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal criada em 2008 com a missão de produzir semicondutores no Brasil, consumiu R$ 800 milhões sem jamais ter atingido seus objetivos.

A melhor forma de gerar desenvolvimento é apostar nos setores em que há vantagens comparativas, mesmo que seja necessário importar todo o resto. É óbvio que o Estado pode, em certas circunstâncias, sanar imperfeições do mercado, mas é preciso ser muito seletivo e apostar apenas naqueles poucos segmentos em que a parceria com o setor privado tem mais chances de dar certo. É imperativo ter metas e mecanismos para a retirada do investimento público. O Brasil é famoso pelos subsídios temporários que duram para sempre. Uma vez concedidos, viram bandeiras perenes de bancadas sujeitas a todo tipo de lobby no Congresso.

Parte dos economistas lembra que há exemplos positivos de políticas de fomento. No início da pandemia, o governo americano apoiou o desenvolvimento de vacinas. O problema é achar que um projeto bem-sucedido é senha automática para novas apostas. O presidente Joe Biden parece estar nessa toada. Em 2022, aprovou no Congresso verba para subsidiar a indústria local de carros elétricos, entre outras iniciativas. No encontro que terá com Lula em fevereiro, Biden poderia perguntar sobre o pré-sal e aprender o que não deve ser feito em termos de política industrial.

O Estado de S. Paulo

2023 e suas múltiplas crises

Choques da pandemia e da guerra, numa era de transformações tecnológicas e desafios sociais e ambientais, criam riscos que só serão superados com cooperação global

A década de 20 está sendo particularmente disruptiva na história humana. A crise pandêmica, acoplada com a guerra na Europa, resulta em uma confluência de vulnerabilidades socioeconômicas e tensões geopolíticas. Nesse cenário, em preparação para a cúpula anual de Davos, o Fórum Econômico Mundial mobilizou mais de 1.200 analistas de risco e especialistas da academia, negócios, governos e sociedade civil para avaliar, em seu Relatório de Riscos Globais, as atuais crises e os desafios a curto e médio prazos.

Em plena turbulência, o mundo parece estar no modo “sobrevivência”, com o foco canalizado no custo de vida, na polarização política e social, no fornecimento de energia e comida, no crescimento tíbio e em confrontos geopolíticos. Mas os choques relativamente inesperados da pandemia e da guerra atingiram uma geração já envolta em transformações aceleradas – como a da revolução digital –, cujos maiores desafios de longo prazo, como as mudanças climáticas, são os que ela está menos preparada para enfrentar.

Por isso, o Relatório fala em “um ano de policrises”, em que “os riscos estão mais interdependentes e reciprocamente danosos do que nunca”. O mundo enfrenta em 2023 uma série de riscos a um tempo “totalmente novos” e “espantosamente familiares”. Mazelas que pareciam controladas nesta geração – como inflação, crise do custo de vida, guerras comerciais, agitação social generalizada e até uma guerra nuclear – voltaram à cena. Os riscos são amplificados por desdobramentos relativamente novos, como níveis insustentáveis de dívida, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento e desglobalização, queda no desenvolvimento humano após décadas de progresso e a pressão das mudanças climáticas.

“As sequelas sanitárias e econômicas da pandemia rapidamente espiralaram em crises compostas”, diagnosticou a diretora da pesquisa, Saadia Zahidi. “As emissões de carbono se acentuaram, à medida que a economia global pós-pandêmica voltou a crescer. Comida e energia tornaram-se arsenais com a guerra na Ucrânia, impulsionando a inflação a níveis sem precedentes em décadas, globalizando a crise do custo de vida e abastecendo a ansiedade social. A mudança resultante na política monetária marca o fim de uma era econômica definida por acesso fácil a dívidas baratas e terá vastas ramificações para governos, empresas e indivíduos, ampliando a desigualdade dentro dos países e entre eles.”

Os entrevistados projetam alta volatilidade num futuro próximo, mas se mostram mais otimistas a longo prazo. Retomar os rumos do desenvolvimento sustentável, contudo, exigirá integrar táticas defensivas e fragmentárias a estratégias que fortaleçam a resiliência para riscos mais permanentes e estruturais. A inter-relação entre impactos circunstanciais e vulnerabilidades crônicas, entre danos imediatos e riscos futuros, cria um cenário particularmente temerário. Como em um organismo vivo, um remédio extraordinário para um órgão agudamente debilitado pode impactar negativamente outros; o foco exclusivo nas urgências presentes pode reduzir a resiliência para adversidades futuras.

O Fórum divisa quatro princípios para orientar a redução de riscos: fortalecer a identificação e previsão de riscos; recalibrar a avaliação atual de riscos “futuros”; investir em preparação multifatorial; e reconstruir a cooperação na preparação para riscos. Este último ponto é decisivo para alicerçar os demais. Não à toa, o tema da cúpula deste ano é “Cooperação em um Mundo Fragmentado”.

Em uma era de choques concorrentes, cresce a importância da cooperação em níveis setoriais, bilaterais e regionais – por exemplo, no compartilhamento de dados ou financiamentos coordenados. Ainda mais urgente é resistir à tendência das nações de se fecharem. Exceto em casos extraordinários, limites a exportações ou reservas de mercado tendem a estimular desintegração e desconfiança, precipitando uma cascata de crises. Em tempos excepcionais é preciso relembrar o óbvio: crises globais só podem ser superadas com solidariedade global.

Folha de S. Paulo

Ainda a inflação

Apesar de novo estouro em 2022, metas e autonomia do BC são sucessos a preservar

O Banco Central precisou divulgar carta aberta para expor os motivos de o IPCA de 2022, com variação de 5,79%, ter ficado acima da meta oficial de 3,5% com margem de desvio de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Foi a sétima vez em que a autoridade monetária teve de cumprir esse ritual em 24 anos do regime de metas de inflação —o que, à primeira vista, poderia colocar em dúvida a eficácia de tal estratégia de política monetária. O saldo do mecanismo adotado desde 1999, porém, é amplamente favorável.

Conforme as explicações do BC, a variação dos preços estourou os limites no ano passado devido à herança do ano anterior, ao encarecimento global das commodities, agravado pela guerra na Ucrânia, e ao impacto da retomada dos serviços e do emprego após o pior da pandemia de Covid-19.

Ao listar as providências em curso para conter as pressões inflacionárias, o órgão não deixa de mencionar as incertezas relativas ao desequilíbrio orçamentário do governo —para o qual contribuíram, acrescente-se, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por uma questão de bom senso, o BC não buscou cumprir a ferro e fogo as metas para o IPCA de 2021, quando o índice marcou 10,06%, e 2022. Isso exigiria taxas de juros exorbitantes e produziria recessão brutal, na tentativa de lidar com fatores além do alcance doméstico.

Essa flexibilidade, já vista em outros momentos, não se confunde com leniência. Está claro para a sociedade o empenho em trazer a inflação de volta aos níveis desejados, ainda que em prazos maiores.

Ao longo de mais de duas décadas do regime de metas, a disciplina monetária só foi desrespeitada no primeiro governo da petista Dilma Rousseff (2011-2014) —e os resultados foram desastrosos.

Ainda há muito a fazer para que a moeda brasileira tenha estabilidade comparável à observada em países desenvolvidos, a começar pelas contas do governo. Entretanto é indiscutível que os aperfeiçoamentos institucionais promovidos desde o Plano Real fizeram enorme diferença.

Desde 1999, a inflação brasileira só chegou aos dois dígitos em três ocasiões (2002, 2015 e 2021), enquanto na vizinha Argentina, por exemplo, o descontrole está instalado há mais de uma década e a taxa beirou os 100% no ano passado.

O complemento necessário ao regime de metas é a autonomia do BC, hoje formalizada em lei no Brasil. Para uma efetiva política de combate à pobreza, o governo petista deverá superar equívocos do passado e perseverar no arranjo.

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