IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (11/01/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Moraes mandar prender o ex-ministro Anderson Torres
Ricardo Capelli – ‘Há fortes indícios de que ex-secretário e sabotagem’
Ônibus de empresários bolsonaristas levaram extremistas a Brasília
Aneel vê sinais de vandalismo em queda de torres de energia
Inflação estoura a meta pelo 2º ano seguido
Recuperar programa Farmácia Popular é prioridade na Saúde
Superbactérias proliferam em rio após tragédia de Brumadinho
Superar ‘guerra cultural’, missão na Biblioteca Nacional

O Estado de S. Paulo

Ataque à democracia -‘Vamos tomar o poder’
Moraes manda prender Anderson Torres e ex-comandante da PM do DF
Inflação fecha 2022 em 5,79% e, pelo 2º ano seguindo, fica acima da meta
Prefeitura quer facilitar vagas de garagem em prédio próximo ao metrô
‘Vamos ampliar uso de câmeras em policiais militares’
Mototáxi cresce na periferia em SP e serviço tem até Wi-Fi
Confrontos deixam 18 mortos no sul do Peru

Folha de S. Paulo

Moraes ordena prisão de cúpula da segurança do DF
Governo do DF divulga nomes de 411 pessoas presas
Para especialistas, é difícil enquadrar ataques na lei antiterrorismo
Empresa pode demitir por justa causa quem vandalizou Brasília
Inflação fecha 2022 em 5,79% e estoura a meta pelo segundo ano consecutivo
Itamaraty barra acesso a ações contra diplomatas
Era tucana em SP teve equilíbrio fiscal e investimento estagnado
Usuários na cracolândia riscam território na rua
Últimos 8 anos foram os mais quentes já registrados, diz UE

Valor Econômico

Ataques afetam três linhas de transmissão de energia
Moraes autoriza prisão de Torres e coronel da PM
IPCA de 5,8% surpreende o mercado
Pioneira, Guajajara toma posse
Pedidos de recuperação devem crescer
Balança pode ter saldo expressivo em 2023

EDITORIAIS

O Globo

É amplo o apoio à democracia brasileira

Reação internacional mostra que a minoria radical bolsonarista está isolada dentro e fora do Brasil

Em poucas semanas, no início do próximo mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará para os Estados Unidos, onde se encontrará com o mandatário americano, Joe Biden, na Casa Branca. Em conversa pelo telefone depois do ataque da minoria radical bolsonarista na Praça dos Três Poderes, Biden declarou “apoio incondicional” à democracia brasileira. O isolamento dos terroristas que assaltaram Brasília não é apenas um fenômeno doméstico. Declarações de vários chefes de governo e de representantes de órgãos multilaterais demonstram a existência de uma ampla rede internacional contrária à tentativa de golpe.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, declarou ter plena confiança nas instituições brasileiras e na capacidade de o país lidar com o desafio. Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, afirmou que a democracia “prevalecerá sobre a violência e o extremismo”. Emmanuel Macron, presidente francês, que deverá vir ao Brasil em breve, afirmou que a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas “devem ser respeitadas”. O chanceler alemão Olaf Scholz usou uma rede social para dizer que o atentado à democracia “não pode ser tolerado”. O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, lembrou que a ameaça é global. Na América Latina, os presidentes de Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai estão entre os que manifestaram rechaço aos extremistas.

Até mesmo países autoritários criticaram as cenas em Brasília. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, condenou “as ações dos instigadores de distúrbios”. Já o porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse que o país “se opõe firmemente contra o violento ataque”.

As declarações desta semana evidenciam, de forma categórica, que as principais potências do Ocidente e os vizinhos da América Latina se preocupam com o que acontece no Brasil. O mundo vive um processo batizado de “recessão democrática”, uma expressão cunhada pelo cientista político americano Larry Diamond. Entre 1975 e 2007, o número de países democráticos aumentou de forma inédita. De lá para cá, teve início um processo de reversão. Atualmente, 38% da população global vive em países que não são considerados livres, segundo o índice da ONG americana Freedom House. Trata-se do maior percentual desde o final de década de 1990. As manifestações desde domingo são prova de que o mundo democrático não quer a saída do Brasil deste clube.

As críticas aos ataques aos prédios do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto vindas de governos autoritários têm outra explicação. Não convém a ninguém uma crise de grandes proporções em um país responsável por uma fatia considerável das exportações globais de alimentos. Por seu tamanho e influência, o Brasil também poderia espalhar instabilidade pela América do Sul.

A responsabilidade de defender a democracia no Brasil é, e sempre será, tarefa intransferível dos brasileiros. Mas parece evidente que existe um ambiente internacional favorável. A minoria radical bolsonarista, que continua cometendo crimes, como a derrubada de torres de energia, está completamente sozinha.

O Estado de S. Paulo

Em nome da liberdade, a barbárie

Ao agredirem jornalistas e destruírem obras de arte, os golpistas do 8 de janeiro escancararam uma vez mais as contradições do bolsonarismo. Não há liberdade sem respeito à lei

O bolsonarismo diz agir em defesa da liberdade de expressão, mas não perde a oportunidade de ameaçar e agredir jornalistas. Foi assim durante a invasão do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo. O mesmo se repetiu nas recentes desocupações de acampamentos em frente a quartéis. Eis uma flagrante contradição: os pretensos defensores da liberdade de expressão atuam contra a liberdade de imprensa.

Levantamento preliminar da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) identificou 26 casos de violência contra profissionais da imprensa em menos de 48 horas, entre domingo e segunda-feira, em diferentes cidades do País. Como noticiou o Estadão, repórteres e fotógrafos que cobriam os atos golpistas em Brasília foram atacados com chutes, socos e empurrões, além de terem equipamentos destruídos ou roubados.

No Twitter, a jornalista Marina Dias, que fazia a cobertura para o jornal norte-americano The Washington Post, contou ter sido perseguida até a garagem do Ministério da Defesa, na Esplanada dos Ministérios. “Fui cercada, chutada, empurrada, xingada. Quebraram meus óculos, puxaram meu cabelo”, contou. Outro profissional do jornal O Tempo fez um relato estarrecedor: disse ter sido “detido” por cerca de meia hora por golpistas que haviam invadido o Senado, com uma arma apontada para a cabeça e outra às costas. Contou ter levado tapas no rosto, além de ter o dinheiro da carteira roubado.

Desde o fim do segundo turno das eleições até a véspera dos atos golpistas, o monitoramento feito pela Abraji, em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), havia registrado outros 78 casos de hostilidades e agressões a profissionais da imprensa. Ora, cada episódio de intimidação e violência contra jornalistas atinge toda a sociedade, em tentativa de subtrair o direito fundamental à informação.

A hostilidade à imprensa, é bom lembrar, não tem cor partidária nem se restringe a um lado do espectro ideológico. No caso do bolsonarismo, porém, ofensas e agressões a jornalistas viraram uma espécie de modus operandi, como se fosse uma forma a mais de manifestação política: o desprezo pelos fatos é também desprezo e perseguição contra quem tem, por profissão, de apurar e relatar os fatos. Chama a atenção que justamente quem levanta a bandeira da liberdade de expressão queira calar − com intimidações, ofensas e, não raro, com murros e pontapés − a voz da imprensa livre. É notório que o número de relatos de violência contra jornalistas cresceu durante o governo de Jair Bolsonaro, ele próprio um crítico contumaz do trabalho da imprensa.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou “veementemente” os crimes contra a democracia e contra jornalistas no exercício de suas atividades no dia 8 de janeiro em Brasília. “A liberdade de imprensa é inerente ao Estado Democrático de Direito, que não pode tolerar ou conviver com a baderna e o vandalismo”, disse a ANJ.

Não há sociedade livre sem liberdade de imprensa. Não há democracia sem liberdade de imprensa. E pode-se dizer igualmente: não há sociedade livre sem lei, não há democracia sem lei. Aqueles que almejam impor sua vontade desrespeitando a lei e a liberdade de imprensa nada constroem, como mostram os atos de domingo em Brasília.

Assim como não se defende a causa da liberdade com violência e agressão, a bandeira do patriotismo não é levantada por meio da destruição do patrimônio público. As cenas de vandalismo nas sedes dos Três Poderes são a antítese da defesa da Pátria. Não há patriotismo onde viceja o desrespeito à lei e à ordem.

É uma total contradição: pessoas cobertas com a Bandeira Nacional destruíram obras de arte que fazem parte da história do Brasil. A pintura Mulatas, de Di Cavalcanti, sofreu seis golpes de instrumentos perfurantes. Outras muitas obras foram danificadas e roubadas durante os atos de vandalismo. É uma contradição, mas é também, não há como negar, um fiel retrato do bolsonarismo: em nome da liberdade, a barbárie, em suas mais variadas formas.

Folha de S. Paulo

Inflação perigosa

IPCA dá margem à preocupação e evidencia que alta de gastos públicos é temerária

Com o IPCA de 5,79% divulgado nesta terça (10), o Brasil fechou 2022 com alta dos preços ao consumidor abaixo da registrada na maioria dos países desenvolvidos, o que configura evento raríssimo.
Isso ocorreu porque a onda inflacionária global impulsionada pela reação à pandemia e, depois, pela guerra na Ucrânia chegou aqui antes —marcaram-se 10,06% em 2021— e foi devidamente combatida pelos juros do Banco Central.

O cenário, no entanto, ainda suscita preocupação e exige cuidados.

A melhora do ano passado também teve ajuda importante da intervenção eleitoreira do governo Jair Bolsonaro (PL) nos tributos incidentes sobre os combustíveis, que criou um problema a ser enfrentado pelo novo governo.

Com temor de desgaste político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prorrogou a desoneração em caráter temporário, o que foi um erro de política econômica. Escolheu-se favorecer estratos mais abonados da população, em vez de reduzir o enorme déficit no Orçamento —que, cedo ou tarde, também alimentará a inflação.

O IPCA de dezembro, de 0,62%, ficou acima do ponto médio das expectativas de analistas de mercado. A variação dos preços dos serviços, por natureza mais resistente à política monetária, ainda acumulou elevados 7,58% no ano.

A persistência inflacionária decorre do vigor da economia, que teve retomada surpreendente em 2022. Mesmo com a desaceleração atual, a diminuição da taxa de desemprego mostra-se expressiva.

Nos cálculos do IBGE, a redução da ociosidade no mercado de trabalho propiciou aumento da massa de rendimentos de 11,5% no trimestre encerrado em outubro, ante o período correspondente de 2021.

Em tal situação, é uma temeridade promover a elevação dos gastos orçamentários e do déficit público, como decidiu Lula. Os dispêndios terão impacto nos preços e manterão os juros nas alturas, sabotando a recuperação da atividade.

O ano que passou foi desastroso para países que, por covardia política ou crenças econômicas exóticas, não endureceram as ações nas áreas fiscal e monetária para o enfrentamento da inflação. Na Turquia, a alta dos preços ultrapassou os 80% em 12 meses; na Argentina, a taxa se aproxima dos 100%.

No Brasil, a atuação autônoma do Banco Central evitou o pior, mas o IPCA acima das metas por dois anos consecutivos não deixou de ter impacto doloroso sobre o bem-estar da população, sobretudo nas faixas de renda mais baixas.

Inflação elevada significa mais pobreza e desigualdade social. Juros altos significam menos emprego e consumo. Esses são os motivos fundamentais a recomendar prudência na gestão do Orçamento.

Leia também

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (27/02/2024)

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (18/01/2024)

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (17/01/2024)

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais (17/11/2023) MANCHETES DA CAPA O...

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais (14/11/2023) MANCHETES DA CAPA O...

Informativo

Receba as notícias do Cidadania no seu celular!