IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (10/01/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Polícia prende 1.500 e investiga financiadores de atos terroristas
Sobrinho de Bolsonaro, militares e políticos estão entre os invasores
Empresariado repudia vandalismo e cobra punição dos culpados
Planalto culpa governo do DF por falhas na segurança
Ataque em Brasília deixa perdas que podem ser irreparáveis
Lula ganha apoio externo; presidentes pedem reunião de emergência da OEA
Bolsonaro é internado nos EUA: cirugia não está descartada
Com obras atrasadas, BRT Transbrasil sofre com estações vandalizadas
Pina Contemporânea vai expandir corredor cultural do Centro de SP

O Estado de S. Paulo

Presos por depredações chegam a 1,5 mil e acampados são removidos
Chefes dos Poderes se reúnem e classificam atos como terrorismos
Debate sobre ação do Judiciário no combate a radicais ganha força
Aras extinguiu grupos dedicados a investigações sobre golpistas

Folha de S. Paulo

Legalidade reage com retirada de acampados e detenções
Investigação identifica financiadores em 10 estados
Abin avisou sobre risco de violência na Esplanada
Lula avalia que Múcio errou ao atenuar atos golpistas em quartéis
Investigada, Jovem Pan afasta seu presidente
Deputados dos EUA querem Bolsonaro deportado do país
Ex-presidente é internado na Flórida e diz que vai antecipar retorno ao Brasil
Manifestação na Av. Paulista repudia vandalismo
Agenda econômica preocupa investidor mais que ataques

Valor Econômico

Poderes somam forças contra atos terroristas
Após 2 meses, acampamento é desmontado
Empresários repudiam ações antidemocráticas
Ayres Britto cita “infâmia” e pede investigações
Para aliados, Bolsonaro corre riscos
Sonegação em postos custa R$ 26 bi ao ano
Setor público puxa a alta do emprego

EDITORIAIS

O Globo

Episódios como os de 8 de janeiro nunca mais

Investigações sobre movimento golpista devem ser minuciosas para que julgamentos punam responsáveis

Os governos federal e estaduais devem trabalhar de forma incessante para debelar todo e qualquer foco de golpismo no país a partir de agora. Sempre dentro do limite da lei, é necessária uma política de tolerância zero contra o planejamento e a execução de invasões e depredações de prédios, bloqueios de ruas, estradas ou qualquer outra tentativa de quebra da ordem pública. O mote deve ser: 8 de janeiro nunca mais.

Manifestações de apoio e de protesto envolvendo esse ou aquele político ou partido fazem parte do jogo democrático. O cenário de devastação na Praça dos Três Poderes ontem, um dia após o ataque aos prédios do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, é prova de que a minoria de bolsonaristas radicais está em outra categoria. Para aqueles convictos de que o dia 30 de outubro de 2022 ainda não acabou e a solução é a violência, o peso da lei precisa ser implacável, respeitado o devido processo legal.

A mensagem deve ser óbvia a todos. Atos de terrorismo contra o Estado brasileiro não serão tolerados. Um primeiro passo foi dado com a prisão de cerca de mil pessoas em Brasília ontem e o desmonte de acampamentos nas imediações de quartéis em todo o país. É preciso fazer muito mais.

Sem hesitação, é urgente um minucioso trabalho de investigação. Falhas nessa etapa certamente facilitarão a vida de criminosos quando chegar a hora da decisão da Justiça. Por isso a necessidade de agir dentro da lei, ser ágil e cuidadoso na obtenção de provas, principalmente dos mandantes, que são tão ou mais culpados pela anarquia por terem insuflado ou financiado o movimento golpista.

Em algum momento, outros assuntos chamarão a atenção da opinião pública. Em meses, talvez alguns se perguntem se o quebra-quebra foi em janeiro ou fevereiro. Será um erro deixar o tema sair das prioridades do país até que os julgados como inimigos da democracia tenham recebido suas sentenças.

Punir os responsáveis é parte importante da estratégia para evitar novas ocorrências como a de domingo. Notícias sobre prisão servem como dissuasão até mesmo para quem acredita nas teorias conspiratórias mais fantasiosas sobre as urnas eletrônicas. Mas há sempre os radicais entre os radicais. Para impedir os crimes desse grupo, as polícias precisarão fazer melhor o trabalho de inteligência e agir preventivamente.

Foi evidente que a polícia do Distrito Federal falhou fragorosamente. Parece mentira que centenas combinaram o que fazer e se deslocaram à Esplanada dos Ministérios sem que diferentes órgãos policiais estivessem dispostos a agir. Diante disso, os governos federal e estaduais deverão deixar claro à parte da categoria favorável ao bolsonarismo radical que traições à Constituição não serão toleradas.

Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a toda a classe política unir o país contra os golpistas, que são uma minoria. Não há mais espaço nos discursos e declarações para conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia…). Episódios como o de domingo são inaceitáveis numa democracia, não podem jamais se repetir e devem ser repudiados, sem ressalvas, por todos.

O Estado de S. Paulo

A cadeia de responsabilidades

Há muitos responsáveis pela escalada de violência política que culminou na tentativa de golpe em Brasília. Todos, sem exceção, devem ser punidos nos limites de sua responsabilidade

O que aconteceu em Brasília no domingo passado, sobretudo a facilidade com que radicais bolsonaristas assaltaram as sedes dos Poderes para subjugar a República a seus desígnios liberticidas, só foi possível porque o espectro do golpismo se entranhou em instituições que deveriam ter prevenido a intentona ou, uma vez irrompida, tê-la detido com o emprego de toda a força autorizada por lei.

Dos serviços de inteligência ao policiamento ostensivo, muitos agentes públicos falharam, quando não colaboraram, para que o teatro de horrores há muito prenunciado virasse realidade.

Agora, a salvaguarda da democracia não se dará apenas com a desocupação da capital federal e a prisão de algumas centenas de extremistas. Esse é o mínimo obrigatório. É preciso identificar, processar e julgar todos que, de alguma forma, contribuíram para aquele desfecho nefasto.

Há responsáveis diretos pela escalada de violência que culminou no trágico 8 de janeiro, o mais grave atentado contra a democracia brasileira desde o fim da ditadura militar. O principal deles, não há dúvida, é Jair Bolsonaro.

O ex-presidente sempre estimulou com seus atos e palavras, ou até por meio de insinuações e silêncios convenientes, a hostilidade às instituições republicanas, a desconfiança em relação ao sistema eleitoral e as táticas terroristas de seus camisas pardas. Sim, é de terrorismo que se trata porque, graças a Bolsonaro, a partir de agora, qualquer aglomeração de indivíduos cobertos pela Bandeira Nacional ou vestidos com a camisa verde e amarela será tida como prenúncio de alguma arruaça ou coisa pior.

O governador afastado do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, bem como seu ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, também são responsáveis diretos pelo caos ocorrido em Brasília. Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que Ibaneis Rocha pode ter sido “induzido a erro” por auxiliares que teriam minimizado a gravidade das movimentações do comboio bolsonarista. De toda forma, a responsabilidade sobre a segurança da capital do País é do governador do DF, que, para garanti-la, recebe aportes vultosos da União.

Mas a responsabilidade sobre o ataque golpista aos Três Poderes não pesa apenas sobre os ombros dos que lhe deram causa direta. Há uma ampla cadeia de responsáveis, com diferentes gradações, que devem ser identificados e punidos com o máximo rigor.

As Forças Armadas têm parcela de responsabilidade, sobretudo o Exército. Os militares não agiram para desmobilizar os acampamentos em frente aos quartéis. Só enxergou esses amontoados como “manifestações democráticas” quem tem uma compreensão obtusa de democracia. Nada há de democrático em pedir intervenção militar como forma de subverter o resultado de uma eleição livre e justa. Menos ainda é democrático manifestar-se com emprego de violência.

Ademais, há dois batalhões do Exército lotados no Palácio do Planalto: o Regimento de Cavalaria de Guarda e o Batalhão da Guarda Presidencial. Há de ser apurada a eventual omissão de militares que não contiveram os bárbaros na sede do Poder Executivo.

Na esfera política, a tolerância de líderes do Congresso com a miríade de crimes de responsabilidade que Bolsonaro cometeu também desaguou na intentona de domingo passado. Em meio aos escombros, muitos dos que agora se dizem democratas de corpo e alma há bem pouco tempo faziam vista grossa para os crimes de Jair Bolsonaro.

Por fim, mas não menos importante, é a falta de uma Procuradoria-Geral da República digna do nome nos momentos em que o País mais precisou da instituição ao longo dos últimos quatro anos.

O País clama por uma resposta dura e rápida à tentativa de golpe de Estado. Do presidente Lula, espera-se a compreensão de que a gravidade do momento exige ampliar em seu governo a presença de forças políticas genuinamente comprometidas com o regime democrático. Só isso – a combinação entre a força da lei e a concertação política – será capaz de assegurar liberdades conquistadas pela sociedade com tanto sacrifício.

Folha de S. Paulo

O dia seguinte

Tudo o que o bolsonarismo delinquente obteve foi fortalecer repúdio ao golpismo

Passadas poucas horas desde o ataque de bolsonaristas às sedes dos três Poderes, tudo o que a turba delinquente conseguiu foi unir forças políticas, institucionais e sociais do país e do mundo no repúdio à baderna autoritária, além de favorecer o endurecimento da reação aos atos antidemocráticos.

Logo na manhã desta segunda-feira (9), os presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal divulgaram nota conjunta contra “os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas” ocorridos em Brasília.

Da esquerda à direita, passando pelo PL de Jair Bolsonaro, líderes partidários condenaram a violência. O próprio ex-presidente, a uma distância segura nos Estados Unidos, declarou que depredações de prédios públicos fogem à regra democrática. Sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais também se juntaram ao coro.

Na comunidade internacional, manifestaram-se do americano Joe Biden ao russo Vladimir Putin, aí incluídos o premiê conservador britânico, a ultradireitista primeira-ministra da Itália, o presidente reformista francês, vizinhos da América do Sul, o secretário-geral da ONU, o papa Francisco.

A resposta institucional à algazarra golpista foi rápida e dura. Com fundamentação ainda duvidosa, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento do cargo, por 90 dias, do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tido até aqui como principal responsável pela inépcia escandalosa da segurança no domingo.

Também se determinaram a desocupação de acampamentos em frente a quartéis, enfim, e a prisão em flagrante de envolvidos em atos criminosos. Em Brasília, foram reportados cerca de 1.200 detidos.

Ao menos no curto prazo, a estupidez dos extremistas proporciona uma oportunidade política para o presidente que gostariam de derrubar —o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ora ganha a solidariedade do país e do mundo contra o arbítrio e a barbárie.

Da mesma maneira, o momento de comoção tende a elevar o apoio geral às medidas judiciais tomadas em nome da defesa da ordem democrática, que por definição não podem se afastar dos limites da lei.

Resta muito a investigar a respeito do deplorável episódio —seus participantes, líderes e eventuais financiadores; a extensão das perdas para o patrimônio dos brasileiros; as responsabilidades locais e federais pela desídia das forças de segurança. A tarefa exigirá das autoridades mais perícia e perseverança do que medidas de impacto.

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