IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (09/01/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Terrorismo – Bolsonaristas radicais atacam os 3 Poderes; Lula intervém no DF
Congresso se reúne hoje e articula CPI para investigar atos
Obras de arte, incluindo um Di Cavalcanti, foram vandalizados
Família Bolsonaro e aliados insuflaram golspismo
Biden diz que ação é ‘ultrajante’, e Macron dá apoio à democracia
Obituário/Roberto Dinamite – O craque que era uma explosão de gols

O Estado de S. Paulo

Ataque à democracia – Golpistas invadem e quebram sede dos Poderes
‘Ultrajante’, diz Joe Biden sobre ataques
‘Não admitiremos isso em SP’, diz Tarcísio

Folha de S. Paulo

Golpistas pró-Bolsonaro invadem o Planalto, o Supremo e o Congresso
Chefia do Judiciário se diz indignada com ‘graves’ atos
Governadores condenam ataques e oferecem ajuda
Mural de Di Cavalcanti e vitral são vandalizados
Líderes repudiam agressão, e Biden fala em ultraje
Raoni Metuktire – ‘Desejo descansar, mas não posso parar de trabalhar’
Adeus a Dinamite

Valor Econômico

Terroristas atacam Planalto, STF e Congresso, e DF terá intervenção
Líderes internacionais condenam invasão
Moraes determina afastamento de Ibaneis Rocha por 90 dias
Fim de semana muda a história de Lula 3

EDITORIAIS

O Globo

Justiça tem de punir terroristas e deter golpismo

Intervenção federal no DF foi justificável diante da violência, mas precisa ser pontual e limitada

A intervenção federal decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo do Distrito Federal pode ser justificável diante dos ataques terroristas inaceitáveis às sedes dos Três Poderes em Brasília. Mas é preciso que se limite a restabelecer a ordem, do contrário servirá apenas para acirrar ainda mais os ânimos no país e agravar um quadro político cuja complexidade se tornou o maior desafio do governo que acaba de assumir o poder.

É evidente que a inação do governo do DF diante dos acampamentos golpistas montados em protesto contra a vitória de Lula criou condições para o movimento crescer. A reação tíbia da polícia permitiu que Brasília vivesse cenas que lembram os ataques ao Capitólio em Washington, em 6 de janeiro de 2021. Terroristas depredaram o Palácio do Planalto, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. É fundamental que os responsáveis sejam presos, julgados e punidos nos termos da lei. Um regime democrático não pode tolerar ataques violentos contra suas instituições.

O governador do DF, Ibaneis Rocha, que dera guarida ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres em seu secretariado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve de demiti-lo poucos dias depois, dadas as evidências de que a polícia brasiliense, sob comando de Torres, não se preparou para debelar o movimento golpista e fez corpo mole diante dos ataques. Em todos os estados, cabe à polícia, e não aos militares, zelar pela ordem e conter a violência. Por isso é preciso investigar a leniência de Ibaneis e de Torres, em viagem nos Estados Unidos num momento da maior gravidade.

Ao mesmo tempo, é essencial ter cautela ao associar automaticamente autoridades do antigo governo ao golpismo. Toda medida judicial deve ser tomada com base na lei e em investigações conclusivas, para que não seja interpretada apenas como ato de vingança política. O pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) pela prisão de Torres precisa ser examinado com isenção e serenidade pela Justiça.

É evidente que conspirações golpistas que contestem os resultados legítimos das eleições de outubro devem ser coibidas e desarmadas de imediato. Manifestações pacíficas de apoio ao ex-presidente precisam, em contrapartida, ser toleradas. Democracia é, por definição, o convívio com opiniões divergentes, e a maior parte dos eleitores de Bolsonaro não se identifica com o terrorismo visto neste domingo.

Para as autoridades, a prioridade é recobrar o controle dos edifícios públicos, deter os responsáveis e processá-los. Investigações ágeis precisam apontar os mentores da violência, e, estando comprovada a cumplicidade de políticos ou autoridades com o golpismo, eles também devem ser processados e punidos. Mas é preciso toda a cautela para que os atos do novo governo não sejam motivados politicamente ou pelo desejo de vingança, que só contribui para acirrar ainda mais as divisões e alimentar o golpismo.

O Estado de S. Paulo

Intolerável assalto à democracia

Um a um, os golpistas que se insurgiram contra a ordem constitucional em Brasília, assim o como os que lhes dão apoio político, material e financeiro, devem ser punidos de forma exemplar

É estarrecedora a facilidade com que baderneiros que não se conformam com a derrota de Jair Bolsonaro na eleição passada invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília na tarde de domingo, no maior ataque à democracia brasileira desde o fim da ditadura militar.

Só há uma explicação para isso: a leniência das chamadas autoridades para identificar e punir os golpistas desde os primeiros crimes que cometeram após a confirmação da vitória do presidente Lula da Silva. Não foram poucas as oportunidades para que agentes do Estado fizessem valer as leis e a Constituição do País. Cada um desses agentes, no limite de sua responsabilidade, há de responder pela prevaricação perante a Justiça.

Ao que parece, uma malta de bolsonaristas só conseguiu tomar de assalto o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal porque conta com aliados muito poderosos, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o maior responsável pela intentona. Ora, o País não assistiria atônito àquelas cenas de violência na capital federal caso os golpistas não tivessem recebido apoio político, material e financeiro para fazer o que fizeram.

Acoitado na Flórida, incapaz de se curvar ao princípio mais comezinho da democracia – a transferência pacífica de poder –, Bolsonaro jamais emitiu uma palavra que pudesse ser entendida por seus radicais como uma ordem de desmobilização e respeito à Constituição e à supremacia da vontade popular. Ao contrário: desde a derrota, o ex-presidente abusou de meias palavras e insinuações para açular seus camisas pardas em uma escalada de violência que culminou na tentativa de golpe ocorrida em Brasília.

Sabe-se agora que aquele quebra-quebra promovido por bolsonaristas no dia da diplomação de Lula da Silva e Geraldo Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral foi apenas uma espécie de ensaio geral para a intentona. Aparentemente, o objetivo final dos insurgentes, segundo sua lógica doidivanas, era promover uma desordem tal que levasse as Forças Armadas a intervir, restituir a Presidência a Bolsonaro e prender o presidente Lula da Silva. Nada menos.

Que haja amalucados no País capazes de conceber uma urdidura dessa natureza já é lamentável por si só. Mas ainda pior é saber que eles contam com o apoio, expresso ou tácito, de autoridades e líderes políticos.

Assim como Bolsonaro, as Forças Armadas jamais emitiram uma ordem firme para desmantelar os acampamentos golpistas que foram montados em frente a quartéis País afora. Esse silêncio acalentou os delírios golpistas dos bolsonaristas. Houve até militares que classificaram os atos contra o resultado das urnas – e, portanto, contra a Constituição – como “manifestações democráticas”. O próprio ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, mostrou-se tolerante com o intolerável, tergiversando sobre a gravidade desses acampamentos.

Mas não foram apenas Bolsonaro e alguns militares que não honram a farda que fizeram dos golpistas os idiotas úteis a desideratos liberticidas. Igualmente, o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), deverá responder pela falta de preparo das forças policiais sob seu comando para conter uma invasão que há muito tempo já vinha sendo preparada. A GloboNews exibiu uma imagem chocante de policiais militares do DF fazendo selfies enquanto uma súcia de bolsonaristas invadia o Congresso Nacional. Diante da manifesta tibieza de Ibaneis Rocha, fez bem o presidente Lula em decretar intervenção federal na segurança do DF.

A bem da democracia brasileira, a insurreição deve receber uma resposta à altura das autoridades constituídas. A Polícia Federal, sem prejuízo da atuação de outras instituições, deve identificar, um a um, os responsáveis pela violência contra o Estado e pela depredação do patrimônio público. Se a invasão do Capitólio, há dois anos, serviu de inspiração para os golpistas no Brasil, a diligência das autoridades dos Estados Unidos na persecução criminal de seus responsáveis deve servir de exemplo para as autoridades brasileiras. A democracia se defende, como já dissemos nesta página, lançando sobre os que atentam contra ela todo o peso da lei.

Folha de S. Paulo

Punhado de idiotas

Líderes da malta golpista de Brasília precisam ser punidos no limite da lei

O punhado de imbecis criminosos que vandalizou prédios da cúpula dos três Poderes em Brasília não conta com o apoio da imensa maioria da sociedade brasileira, que endossa os valores democráticos e respeita o resultado das urnas.

Sua causa, um golpismo tacanho, não dispõe de respaldo político entre as forças legitimamente eleitas e representadas no Parlamento. Vociferam em nome de si mesmos e, quando muito, de um ex-presidente que se escafedeu em silêncio para o exterior.

Os celerados talvez acreditem que atacar monumentos de concreto, esvaziados num domingo, signifique alguma conquista sinistra. Na realidade, apenas manifestam covardia, estupidez e espírito de manada. As instituições do Estado de Direito, que se fortalecem há quatro décadas, estão a salvo da boçalidade de poucos vândalos.

A capital federal já foi palco de protestos violentos, do badernaço de 1986 às jornadas de 2013. Nunca antes, porém, manifestantes chegaram com tal ferocidade aos interiores de palácios, e por motivo tão vil. Afrontam a democracia, perturbam a paz e depredam patrimônio público por nada além de terem suas taras rejeitadas pela maioria dos concidadãos.

A marcha dos idiotas será em um futuro próximo apenas um parágrafo vexatório da história do país. Não pode, no entanto, ser minimizada agora. O que fizeram os arruaceiros de Brasília, por patéticos que se mostrem, foi gravíssimo.

Os líderes da malta devem ser identificados, investigados e punidos nos limites máximos da lei. Eventuais financiadores e apoiadores instalados em cargos públicos, idem, com agravantes.

A desídia das forças de segurança, em particular do governo do Distrito Federal, é indesculpável e merece apuração rigorosa. O governador Ibaneis Rocha (MDB), um bolsonarista dissimulado, exonerou o secretário responsável, Anderson Torres, ex-ministro e sabujo de Jair Bolsonaro (PL). É pouco.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança brasiliense, o que a esta altura não pode ser considerado um despropósito. Restam grupelhos acampados em frente a quartéis; deve-se supor que parte dos energúmenos tenha acesso a armas e nenhum escrúpulo.

O trabalho de desmobilização dos bandos precisa ser conduzido com inteligência e sem hesitação. O governo, que dispõe dos meios para tanto, deveria abster-se de proselitismo político na tarefa.

Cumpre demonstrar à população que a normalidade democrática está e será preservada, a despeito de rosnados de minorias raivosas que imitam os derrotados do Capitólio americano. O país tem problemas mais importantes a enfrentar.

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