IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (17/01/2023)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

PGR denuncia 39 extremistas por tentativa de golpe de Estado
Faces fardadas dos ataques de 8 de janeiro
Simone Tebet – ‘Não temos espaço fiscal hoje para mexer no IR’
Por 47 votos a 1, Josué Gomes é afastado da direção da Fiesp
Beneficiários de programas sociais morreram menos de Covid
Americanas: Rial deixa assessoria de acionistas
Anestesista preso filmou estupros de pacientes sedadas
Aluna da USP é suspeita de desviar R$ 927 mil de colegas
Após 30 anos foragido, chefe de máfia italiana é capturado

O Estado de S. Paulo

Josué Gomes é destituído da presidência da Fiesp
Reforma trabalhista vai ser mantida, diz Alckmin
Simone Tebet – ‘Plano de ajuste é insuficient e é o primeiro de alguns’
Luiz Carlos Trabuco Cappi – ‘Oposição não pode ser exercida por processos de conspiração’
Com Pix, número de sequestros no Estado de SP bate recorde em 15 anos
‘O pessoal conheceu os Poderes’, diz Bolsonaro
Suspeita de desvio, aluna da USP ganhou 5 vezes na loteria
Chefão da máfia siciliana é preso em atendimento médico
Gina Lollobrigida – Aos 95 anos, morre atriz que seduziu gerações
Musical narra altos e baixos de Santos Dumont

Folha de S. Paulo

PGR denuncia e pede prisão de 39 suspeitos de ataques
Vândalo reclama de estar preso contra sua vontade; ‘funciona assim’, diz juiz
Lira defende punir deputados pró-atos, mas isenta 3 eleitos
Simone Tebet – Temos de corrigir a miopia orçamentária de curto prazo
Em Davos, Haddad diz que governo não vai reonerar IPI
Assembleia da Fiesp destitui Josué, e aliados contestam
Americanas tira Rial de negociações com investidores
Heleno autoriza garimpo a mulher condenada em RR
Usina de Itaipu abre comportas após chuvas acima da média e reservatórios cheios

Valor Econômico

Americanas já sente pressão de indústria e marketplaces
Fundos começam a refletir perdas com a varejista
Foco em diversidade e inclusão
Ministros acenam com fim do IPI
Expectativas de inflação se deterioram
Josué Gomes é destituído da presidência da Fiesp
Governo avalia resposta contra ataque a linhões
‘Pacote fiscal é positivo, mas é preciso avançar’
Empresa busca ‘noventena’ no PIS/Cofins

EDITORIAIS

O Globo

Investigação de Bolsonaro tem de seguir adiante

É preciso descobrir quando, como e com quem ex-ministro Torres debateu minuta de golpe achada em sua casa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu na sexta-feira pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os investigados no inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. O Ministério Público diz ter encontrado indícios de que Bolsonaro atuou como um dos “autores intelectuais” do vandalismo e cita um vídeo compartilhado por ele nas redes sociais questionando a legitimidade das eleições de outubro.

Para os procuradores, Bolsonaro ocupa posição de destaque na “câmara de eco desinformativo”. O surpreendente não é o teor da suspeita, mas a PGR ter levado tanto tempo para tomar uma atitude. Levantamento do GLOBO mostra que, desde o início da pandemia, Bolsonaro radicalizou o discurso contra Judiciário, Legislativo e a lisura das eleições. Fez um ataque a cada 23 dias, vários insinuando ruptura institucional. De 46 ameaças explícitas entre 2020 e 2022, 29 tiveram o Judiciário como alvo e 18 a urna eletrônica.

Depois da derrota em outubro, Bolsonaro mudou de estratégia. Passou a adotar o silêncio ou a proferir frases dúbias em raras manifestações. Seu silêncio foi gritante no dia do quebra-quebra em Brasília. Só criticou as “depredações e invasões de prédios públicos” quando a situação estava finalmente controlada. Não satisfeito, dois dias depois, compartilhou o vídeo citado pela PGR, apagado após algumas horas.

As digitais de Bolsonaro estão espalhadas pela radicalização da extrema direita no Brasil, mas comprovar juridicamente seu envolvimento no golpismo será um desafio para os procuradores. Apenas o aprofundamento do inquérito responderá se ele poderá ser considerado “autor intelectual” dos ataques. Contra Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, há provas mais claras.

Preso em Brasília depois de voltar ao Brasil, Torres terá de explicar não apenas decisões que facilitaram a ação dos golpistas, como a minuta de decreto encontrada em sua casa pela Polícia Federal (PF), que, tivesse sido editado, equivaleria a um golpe de Estado. O texto ordenava a imposição de estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — figura juridicamente insólita, sem amparo constitucional — para permitir uma intervenção e a anulação do resultado da eleição presidencial, sob a supervisão de uma comissão repleta de militares. A minuta é evidência eloquente de que o golpismo chegou ao escalão mais alto da República.

Ainda nos Estados Unidos, onde estava de férias, Torres afirmou que o documento estava numa “pilha para descarte”, foi “vazado fora de contexto” e disse que recebia muitas minutas. Balela. Ele tinha a obrigação de denunciar qualquer tentativa de quebrar a ordem democrática. Torres terá agora de esclarecer quem pediu a redação da minuta do golpe, quando e onde. Para isso, será fundamental resgatar trocas de mensagens em seu celular, aparentemente deixado na Flórida.

Sempre respeitando o contraditório e o legítimo direito de defesa, os investigadores têm obrigação de trazer à tona todo tipo de prova que jogue luz no movimento golpista que assaltou Brasília para sequestrar a democracia brasileira. Crimes evidentes dos extremistas estão registrados em vídeo e imagens. Mas há outros protagonistas. O país não pode se furtar a investigar, processar e punir os responsáveis.

O Estado de S. Paulo

A força da intolerância

A maioria dos brasileiros, diz pesquisa, não acredita no arrefecimento do sectarismo político, razão pela qual urge que as autoridades atuem para restabelecer um diálogo mínimo

Apenas três em cada dez brasileiros dizem acreditar que a tolerância política aumentará em 2023, de acordo com um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Ipsos em dezembro. O resultado nacional é considerado baixo, mas não está distante da média global negativa (34%) aferida pelo instituto em 36 países. De fato, a percepção de aumento da intolerância política está longe de ser um problema exclusivo do Brasil.

A sociedade brasileira – e aqui não há novidade – está profundamente dividida no que concerne às afiliações ideológicas e partidárias dos cidadãos. Não há no País um centro político democrático, ao menos não como força eleitoral, capaz de conquistar corações e mentes da maioria pelo apelo a consensos mínimos. Sobressai a estridência dos polos. Prevalece o distúrbio comunicacional – muita gritaria e pouca escuta. Ambos com sequelas terríveis até para o ambiente privado dos indivíduos. Quantos laços familiares, de trabalho e de amizade foram desfeitos nos últimos anos em virtude de posições políticas tidas como irreconciliáveis?

A intentona perpetrada por radicais bolsonaristas no dia 8 passado só aumentou a percepção de que o Brasil virou uma terra de gente infensa ao diálogo e incapaz de respeitar diferenças de opinião. É evidente que não há diálogo possível com extremistas; menos ainda com extremistas criminosos. A eles, o isolamento e o peso da lei. Mas, em geral, essa percepção não só está errada, como deve ser ativamente desconstruída – desde a mais alta autoridade executiva da República, o presidente Lula da Silva, até o mais anônimo dos cidadãos.

A grande maioria dos brasileiros, incluindo muitos dos que votaram em Jair Bolsonaro, condena o emprego da violência como forma de ação política. Há, portanto, saídas para essa intolerância que paralisa o País, desde, é claro, que autoridades e cidadãos, imbuídos de boa-fé, ajam para superá-la. Como disse ao Estadão o cientista político Miguel Lago, “a capacidade de condenar essa atividade (o assalto contra as sedes dos Poderes) é um prenúncio de que é possível arregimentar forças em defesa da civilidade”.

O desafio do País não é superar as divergências políticas entre os cidadãos, mesmo as mais aferradas. Elas são próprias de qualquer democracia digna do nome. O desafio é voltar a trilhar um caminho de amadurecimento democrático no qual a coabitação seja possível. Para isso, há que reconstruir um consenso, entre tantos outros, em torno do respeito inarredável ao grande pacto que nos une como cidadãos: a Constituição. A Lei Maior protege a livre manifestação de divergências e, ao mesmo tempo, coíbe a intolerância.

A coabitação entre divergentes só é possível em um ambiente de tolerância e respeito às leis, vale dizer, quando ideias, valores e visões de mundo por vezes conflitantes – desde que não configurem crimes – não são desqualificados a priori por quem se acha o único portador da “verdade” ou de uma ideia do que seja o “bem”; tampouco seus defensores são tratados como inimigos de uma facção rival por aqueles que pensam diferente.

Idealmente, o encerramento da eleição deveria sobrestar essas diferenças, ao menos até o próximo ciclo eleitoral, e unir os cidadãos em torno de um projeto comum de País. Mas isso não aconteceu. Ao contrário.

Agora cabe ao vencedor, o presidente Lula, tomar a iniciativa de chamar todos os brasileiros ao diálogo, de mostrar, e não apenas com palavras, que, de fato, governará para todos. Na prática, isso significa ampliar as forças políticas presentes em seu governo, contemplando o maior número possível de interesses da sociedade. Dividindo poder entre uma frente realmente ampla e democrática.

A intolerância política não desaparece de uma hora para outra por força de vontade; é preciso ações concretas para isolar os extremistas e dialogar com os divergentes que “estão inseridos no jogo democrático”, como bem disse Miguel Lago.

Lula será um presidente bem-sucedido se entender que sua vitória eleitoral não foi apenas sua ou do PT. Que o presidente compreenda a dimensão de sua responsabilidade histórica.

Folha de S. Paulo

Série de humilhações

Alto oficialato evitou o pior, mas militares deveriam fazer severa autocrítica

Em 1º de setembro de 2021, seis dias antes das provocações golpistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no feriado da Independência, foi promulgada a Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito.

Ao revogar o entulho autoritário que era a Lei de Segurança Nacional, o novo diploma, entre outras disposições, reformou o Código Penal para punir quem “incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”.

Durante mais de 60 dias, desde que foi conhecido o resultado da eleição presidencial de 2022, o Exército tolerou diante de seus quartéis aglomerações de delinquentes, que reivindicavam a atuação de militares contra o resultado das urnas proclamado pelo Judiciário.

A situação se agravou quando o acampamento defronte ao quartel-general de Brasília serviu de “networking” para a trama terrorista que por pouco não conseguiu explodir, na véspera do Natal, um caminhão-tanque carregado de combustível na capital federal.

Menos de duas semanas depois, das tendas na frente do QG brasiliense partiu a coluna de visigodos, golpistas até a medula, que destruiu as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e da Presidência de República.

Como se não bastasse, o batalhão do Exército mantido com o único propósito de defender o Palácio do Planalto falhou diante de uma falange de agressores mal coordenados, alguns em idade provecta.

As Forças Armadas deveriam refletir sobre essa sequência de humilhações, facilitada por sua brandura com a anarquia vestida de verde e amarelo. Apurar responsabilidades individuais e adotar punições cabíveis é o início para a severa autocrítica que se faz necessária.

Não é pouco que o alto oficialato tenha resistido ao reiterado assédio golpista de um presidente da República. Mas a camada de distanciamento para as chamadas vivandeiras precisa tornar-se ainda mais espessa a fim de que militares e civis possam cumprir sem conflitos os seus papéis na democracia.

Aos primeiros cabe a defesa do território e da soberania nacionais. A legislação e os códigos de corporação deveriam redobrar as cautelas para mantê-los isolados da política partidária e das funções de governo não ligadas à caserna.

Não se podem mais brindar com impunidade desvios como o do general Eduardo Pazuello nem observar passivamente a lei ser descumprida diante de unidades militares.

Aos civis cumpre sepultar o mau hábito remanescente da época em que se recorria aos portadores das baionetas para resolver questões políticas. O recurso de quem perde a eleição é fazer oposição e tentar novamente quatro anos depois.

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