IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (01/11/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Transição já é planejada, e PT amplia conversa com partidos
Em silêncio sobre pleito, Bolsonaro fica mais isolado
Promessas de parceria pelo mundo
No 1º pregão pós-eleição, dólar tem forte queda, e Bolsa fecha em alta
Celso Amorin – ‘Falar com o Brasil agora dá ibope’
Flávio Dino – ‘Não queremos uma polícia ideologizada’
Moraes determina desbloqueio imediato de estradas
Famílias de crianças com autismo lutam por mediadores nas escolas

O Estado de S. Paulo

Moraes ordena que estradas sejam liberadas, impõe multa e ameça prender diretor da PRF
Equipe de Lula estuda medidas fiscais e ‘novo’ orçamento
Mourão oferece a Alckmin apoio para trabalho de transição
Eleito conversa com Biden e recebe visita do presidente da Argentina
Noruega anuncia retomada de repasses para Fundo Amazônia
Na 5ª eleição em 4 anos, Netanyahu tenta retomar poder em Israel
Rússia aumenta ataques à infraestrutura da Ucrânia
Pisoteamento em Seul indica falha em detecção de riscos

Folha de S. Paulo

Bolsonaristas bloqueiam vias para pedir golpe militar
Lula prepara transição, busca apoios e acena a partidos
Bolsonaro se cala sobre derrota e evita cumprimentar petista
Dólar cai, e ações de Petrobras e BB também, após eleição
PT vence, mas bolsonarismo fica forte no Congresso
Raquel Lyra – Vou bater à porta de Lula para o que Pernambuco precisa
Pleito teve virada do presidente em 251 cidades
Pesquisas foram mais precisas no segundo turno

Correio Braziliense

Lula inicia a transição no Planalto e no Congresso
Saudações internacionais
Caminho livre para o diálogo
Olhos (e ouvidos) no Planalto
STF exige vias livres
Israel – Netanyahu em campanha para reassumir governo

EDITORIAIS

O Globo

Mais uma vez, mesmo sob ataques, TSE promoveu eleição impecável

Segurança e confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro voltam a ser reconhecidas pelo mundo todo

Ficou comprovado mais uma vez no domingo que o sistema eleitoral é um patrimônio do Brasil. Com destaque especial para a tecnologia das urnas eletrônicas, para a logística de distribuição e para a segurança e confiabilidade da apuração. As eleições brasileiras são uma das quatro maiores do mundo e a única que divulga resultados no mesmo dia da votação “com segurança e transparência”, nas palavras do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Menos de três horas após o fechamento das urnas, os brasileiros já sabiam o nome do próximo presidente e dos governadores onde houve segundo turno.

Em mensagem ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente americano, Joe Biden, ressaltou o processo eleitoral “livre, justo e confiável”. O responsável pela política externa da União Europeia, Josep Borrell, elogiou o TSE “pela forma eficaz e transparente como conduziu seu mandato constitucional ao longo de todas as fases do processo eleitoral, demonstrando uma vez mais a força das instituições brasileiras e da sua democracia”.

O segundo turno das eleições deste ano registrou o maior número de votos da história brasileira. Houve queda na abstenção e nos votos brancos e nulos. Com isso, pouco mais de 75% do eleitorado escolheu um dos dois candidatos a presidente, prova de que não falta legitimidade ao sistema de escolha.

Tal nível de eficiência num país de dimensões continentais não é casual. Para se tornar uma realidade, são necessários um planejamento minucioso e uma execução cuidadosa. Foi exatamente isso o que aconteceu mais uma vez no Brasil. Das 472.075 urnas eletrônicas utilizadas, menos de 1% teve de ser substituído. Em contraste com o pleito do dia 2 de outubro, no domingo não foram registradas longas filas, sinal de que deu certo o treinamento dos mesários.

O TSE logrou garantir ao país uma eleição limpa, confiável e rápida mesmo sofrendo ataques sórdidos e mentirosos. Há anos, o presidente Jair Bolsonaro não perde uma oportunidade de levantar suspeitas sem prova alguma sobre o sistema eletrônico de votação. Mesmo sob a pressão dessas investidas e num pleito extremamente polarizado, o TSE cumpriu seu papel.

Um dos pontos a lamentar é o silêncio do Ministério da Defesa. Chamado a participar da fiscalização das urnas com outras organizações, até agora a pasta não se manifestou, numa decisão que só faz levantar suspeitas sobre suas reais motivações. Não que o TSE precise dessa chancela. Quem precisa agora desfazer as suspeitas são as próprias Forças Armadas. Do contrário, só darão mais credibilidade aos indícios de que tenham aceitado fazer o jogo do bolsonarismo.

O Estado de S. Paulo

Por uma transição pacífica

Finda a disputa eleitoral, lideranças associadas a Bolsonaro deram demonstrações de compromisso com a democracia. Esse é o espírito que deve pautar período de transição de governo

Os resultados não deixam dúvida: a eleição presidencial deste ano foi a mais acirrada da história do País. A diferença entre a votação obtida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) foi de pouco mais de 2 milhões de votos. De um lado, isso expõe um país profundamente dividido entre duas lideranças populares. Por outro, reafirma a força de nossa jovem democracia. Encerrada a disputa eleitoral, é chegado o momento de pacificação, sobretudo nos próximos dias, quando se inicia o período de transição de governo.

Há 20 anos, a Lei 10.609/2002 se tornou um marco nacional ao regulamentar a instituição de uma equipe de transição para o presidente eleito, tradição que o País seguia informalmente desde 1989. Ao futuro presidente, compete o direito de nomear até 50 pessoas para cargos especiais, entre eles um coordenador, para ter acesso a informações sobre o funcionamento de todos os órgãos da administração pública e preparar atos de sua iniciativa a serem editados após a posse. A nomeação formal deste gabinete cabe ao ministro da Casa Civil, cargo hoje ocupado por Ciro Nogueira.

Não se trata da antecipação do fim do mandato de Jair Bolsonaro, o que acontecerá no dia 31 de dezembro deste ano, ou de um gesto de elegância ou gentileza do incumbente para com seu sucessor. É apenas e tão somente o estrito cumprimento da lei, algo que se espera tanto de Bolsonaro quanto de Lula. Uma transição pacífica, no entanto, exige uma maturidade que o presidente não demonstrou na noite de domingo, quando foi incapaz de cumprimentar o adversário ou ao menos agradecer a confiança depositada por mais de 58 milhões de brasileiros que foram às urnas para votar por sua reeleição.

Se não precisa se envolver diretamente com essa passagem, Bolsonaro tampouco pode boicotá-la ou recusar-se a aceitar seus termos. Aceitar derrotas, afinal, é algo intrínseco a todos que optam pela vida pública – e o fato de Bolsonaro e alguns bolsonaristas terem demonstrado dificuldade para formular um discurso para um momento como este diz muito sobre suas convicções democráticas. A despeito desse constrangedor silêncio presidencial, há razões para acreditar que o País atravessará esse período com a conciliação necessária. Da parte de Lula, em seu primeiro discurso após a vitória, ele acertadamente pregou união e prometeu um governo para todos os brasileiros, independentemente de suas escolhas políticas.

Lideranças associadas a Bolsonaro também deram demonstrações de lucidez e compromisso inequívoco com a democracia. Talvez a mais importante delas tenha vindo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mais do que um mero aliado, Lira foi a garantia de uma estabilidade política sem a qual provavelmente Bolsonaro não teria conseguido concluir o mandato, daí a relevância de suas declarações reconhecendo o resultado das urnas minutos após o anúncio pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada. Seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”, afirmou.

Da mesma forma, o ex-ministro de Infraestrutura de Bolsonaro e governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, assegurou que buscará manter uma relação republicana com o presidente eleito. “A partir de agora vamos olhar para frente, olhar para os interesses do Estado de São Paulo”, disse, reconhecendo a importância do entendimento entre Estados e o governo federal. Já o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, deputado federal eleito pelo PL-SP, postou, por meio de sua conta do Twitter, que o resultado eleitoral traz reflexões e a necessidade de buscar caminhos de pacificação de um país dividido ao meio. “É hora de serenidade.”

É por esse espírito democrático que este jornal espera que o período de transição de governo seja marcado. Que a reação do bolsonarismo radical à eleição de Lula, simbolizada pelo deselegante silêncio de Bolsonaro sobre o resultado, pela deputada doidivanas que apontou uma arma para um desafeto no meio da rua e pelos caminhoneiros que promoveram baderna para protestar contra a vitória petista, seja apenas esperneio de mau perdedor.

Folha de S. Paulo

Força oposicionista

Eleições para Legislativo e estados indicam que Lula terá de fazer concessões

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o primeiro a obter um terceiro mandato por meio do voto, e Jair Bolsonaro (PL) é o primeiro presidente a perder a reeleição. O conjunto dos ineditismos de 2022, porém, não configura situação política favorável para o recém-eleito.

Lula volta ao poder com a maioria mais diminuta de um presidente desde a redemocratização. O incumbente foi derrotado pela repulsa de metade do eleitorado, mas não deixou de obter votação expressiva, tendo a seu favor a queda do desemprego e da inflação.

Dado o resultado das urnas, o petista chega ao poder com menos capital eleitoral e popularidade para queimar. Terá, assim, menos tempo para elaborar um programa de aceitação nacional mais ampla, urgência extremada pela situação social e econômica.

Lula terá de lidar com um Congresso de composição inédita na República de 1988. Partidos do velho centrão, de centro-direita e direita dominam cerca de metade da Câmara, ao menos. O centro e partidos tradicionais como MDB e PSDB perderam peso relativo ou se tornaram diminutos. A esquerda teve o pior resultado desde 1998.

O Senado tem um bloco de 35 parlamentares de PL, União Brasil, PP e Republicanos. Um outro grupo mais centrista, de MDB, PSD e PSDB, tem 24 cadeiras. O PT e seus aliados tradicionais à esquerda, 13. Embora a casa seja mais ponderada do que a Câmara, a negociação ali será também penosa.

Filiações partidárias são maleáveis e sujeitas a condições tais como a popularidade presidencial ou a barganha de poder. O ponto de partida, porém, indica que o custo de convencimento será maior, tanto mais porque parte relevante dos eleitos têm compromissos mais estritos com um eleitorado conservador ou reacionário.

No comando dos estados, a esquerda teve também seu pior resultado desde 1998. A relação dos governadores com o Executivo federal, porém, costuma se dar em termos algo mais construtivos, por interesse de cooperação administrativa e de repartição de fundos.

Registre-se que até o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que conquistou o Palácio dos Bandeirantes, declarou que pretende trabalhar em harmonia com o governo petista de Brasília.

É fácil perceber que Lula terá de negociar cargos e planos a fim de montar uma coalizão parlamentar, conquistar eleitores oposicionistas, manter aqueles que aderiram a sua candidatura por rejeição a Bolsonaro e obter apoios sociais que fundamentem esses movimentos políticos.

O presidente eleito tem reafirmado que seu governo irá muito além do PT. Trata-se um bom ponto de partida, mas a tarefa será árdua.

Correio Braziliense

Olhar para o futuro

Encerrada a batalha das eleições, a hora, agora, é de juntar forças para que o Brasil retome seu futuro

Num país extremamente dividido, como mostraram as urnas eletrônicas, a pacificação se torna imperativa. Esgotada pelas turbulências enfrentadas pelo Brasil desde 2013, a população, em maioria, defende que o diálogo prevaleça para que temas que realmente interessam entrem na pauta de prioridades. A polarização que se viu mais recentemente desviou o país da rota que todos desejam, do crescimento econômico sustentado, da inflação sob controle, dos juros mais baixos, do emprego de melhor qualidade, do direito de ter comida à mesa. Infelizmente, a nação dos homens que se achavam cordiais se transformou numa praça de guerra fratricida, em que os principais perdedores foram os mais carentes.

Encerrada a batalha das eleições, a hora, agora, é de juntar forças para que o Brasil retome seu futuro. Esse trabalho de reconstrução não depende apenas de uma pessoa, no caso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mas de todas as forças políticas, independentemente das trincheiras em que estavam até o resultado das urnas eletrônicas. Divergências são saudáveis para a democracia, desde, é claro, que não se tornem um empecilho para projetos de interesse da maioria, como os que estão tramitando no Congresso.

Os próximos anos prometem dificuldades. O mundo, ao que tudo indica, não soprará ventos favoráveis, com as economias desenvolvidas lutando contra a inflação e as insatisfações populares e o prolongamento da guerra entre Ucrânia e Rússia ampliando incertezas. Portanto, é crucial que, desde já, os responsáveis por definirem os rumos do Brasil — todos representantes do povo — tenham a grandeza que se espera deles para superar a decepção do processo eleitoral e, no caso dos vencedores, para não se deixarem contaminar pela arrogância. O país, reforce-se, necessita de paz e de união.

A volta à normalidade significará credibilidade e previsibilidade, dois quesitos quase reduzidos a pó num país tão carente de investimentos produtivos. Com o Orçamento sobrecarregado e cheio de buracos, a iniciativa privada ficará responsável por levar adiante obras de infraestrutura e o movimento de reindustrialização que resultará em empregos de melhor qualidade e mais bem remunerados. É o que a população quer e merece. Embates desnecessários minam a confiança, destroem o mercado de trabalho, corroem a renda, levam à recessão, filme cuja repetição já cansou os que defendem avanços, não o atraso.

O Brasil é maior do que todos, e tem muito a oferecer não apenas a seu povo, mas a todo o planeta. Não por acaso, governantes dos principais países trataram de parabenizar Lula pela vitória, tão logo confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinpig (China), Emannuel Macron (França), Rishi Sunak (Reino Unido), Olaf Schols (Alemanha), Vladimir Putin (Rússia), António Costa (Portugal), Pedro Sánchez (Espanha) e outros chefes de estado e de governo ressaltaram a importância de restabelecer o diálogo frequente do Brasil com o grupo de nações determinantes à economia global, todos pregando o trabalho conjunto a ser desenvolvido. Que a razão prevaleça e cada um dos líderes nacionais desempenhe o seu papel a contento neste período de transição até o início do novo governo.

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