IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (19/08/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Lula tem 47%, e Bolsonaro, 32%, diz pesquisa Datafolha
Destempero no Alvorada
Eleição tem recorde de candidatos ligados a religião
Por R$ 2,4 bilhões, espanhola Aena arremata Congonhas
Baixa busca por Covid no Google gera otimismo
Por 48 a 2, Gabriel Monteiro, do PL, é cassado
Fake news no TikTok preocupam pesquisadores
Diarista fecha contrato de R$ 61,7 milhões com Codevasf
Santos Cruz vai chefiar missão na Ucrânia a convite da ONU
Porta-aviões vendido à Turquia é alvo de protesto

O Estado de S. Paulo

Concessão de aeroportos rende R$ 2,7 bi; Congonhas tem ágio de 231%
Na Espanha, Aena administra terminais de Madri e Barcelona
STF barra anistia a políticos condenados por improbidade
Lula tem 47% e Bolsonaro, 32%, aponta o Datafolha
Bolsonaro no ‘corpo a corpo’ com youtuber
Deputados que tentam reeleição ‘mudam de cor’ em registro no TSE
Mansueto Almeida é a favor de licença para gastar em 2023, mas pequena

Folha de S. Paulo

Bolsonaro reduz vantagem de Lula
Haddad lidera com 38%; Tarcísio tem 16%, Rodrigo, 11% em SP
Presidente diz a apoiadores que não discursará no 7/9 no Rio
Grupo espanhol leva Congonhas e dez terminais por R$ 2,45 bi
Youtuber chama Bolsonaro de ‘tchutchuca do centrão’
TSE volta a descrever bens de candidatos
Câmara cassa vereador carioca Gabriel Monteiro
Após acordo, A.C. Camargo recua e continuará no SUS

Valor Econômico

Aeroportos atraem R$ 2,72 bi e ágio por Congonhas é de 231%
STF beneficia processados por improbidade
Campos Neto descarta novo mandato no BC
Lula tem 47% e Bolsonaro, 32%, diz Datafolha
‘Mais pobres perderam estratégias de subsistência’

Correio Braziliense

Ibaneis foge do debate sobre o futuro da capital
STF decide: Lei de improbidade não livra políticos já condenados
Youtuber irrita Bolsonaro ao chamá-lo de ‘tchutchuca do Centrão’
Ciro Gomes defende uma nova legislação trabalhista para o país
BC prevê nova queda no desemprego
Grupo espanhol vence leilão de Congonhas

EDITORIAIS

O Globo

Lula e Bolsonaro não deveriam fugir dos debates

Um confronto regido pelos princípios do jornalismo profissional seria a melhor maneira de informar o eleitor

Além da propaganda dos candidatos, toda campanha eleitoral costuma ser marcada pela repercussão de dois instrumentos na opinião pública. Primeiro, as pesquisas de intenção de voto. Segundo, a sucessão de sabatinas, entrevistas e debates com candidatos. Em conjunto, as informações produzidas por ambos ajudam o eleitor a tomar suas decisões e funcionam como uma batida rítmica que marca o andamento do noticiário até o dia da votação.

Nesta semana, essa música começou a tocar. O calendário de pesquisas periódicas foi inaugurado pelos números do Ipec e do Datafolha — e se estenderá até o dia da eleição, com os solavancos e as surpresas de costume. Ao mesmo tempo, os veículos da imprensa profissional começaram a publicar suas entrevistas e sabatinas. No GLOBO, elas iniciaram pelos postulantes ao governo paulista. Os principais candidatos à Presidência, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, já aceitaram participar da tradicional entrevista à bancada do Jornal Nacional, a partir de segunda-feira. Quanto aos debates, embora já tenha havido o primeiro confronto entre candidatos a governador, é provável que, como aconteceu em 2018, falte outra vez ao brasileiro um embate entre os líderes na disputa presidencial.

Depois de sinalizarem que participariam do debate do consórcio entre O GLOBO, Valor, g1, UOL, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, as campanhas dos dois foram incapazes de se comprometer no prazo estipulado. Lamentavelmente, fugiram (o consórcio continua aberto a realizar o evento). Lula confirmou que iria a outro debate marcado para o dia 28, mas informou que poderia desistir se Bolsonaro não fosse. As presenças são incertas.

Em vez de participar de debates com regras claras e equilibradas, em que suas ideias e propostas seriam submetidas a questionamentos de cunho jornalístico e confrontadas com o contraditório, os dois principais candidatos têm dado preferência a ambientes onde são tratados com deferência, inquiridos por “youtubers”, “podcasters” ou “influencers” sem experiência nenhuma em cobertura política nem compromisso com princípios editoriais transparentes regidos pelo interesse público (o exemplo mais recente foi a participação de mais de cinco horas de Bolsonaro no podcast Flow).

É óbvio que as campanhas têm o direito de agir de acordo com o que consideram ser interesse dos candidatos, por isso é natural que prefiram apostar na propaganda e em figuras da internet com poder de atrair grande audiência. Mas apenas o jornalismo profissional é capaz de informar o eleitor de modo fidedigno e competente. A ausência dos líderes das pesquisas dos debates contribui para deteriorar a qualidade da informação oferecida aos cidadãos e representa um retrocesso para a democracia brasileira, num momento em que não lhe faltam ameaças e em meio a uma guerra de versões e narrativas.

Tanto Bolsonaro quanto Lula agem para evitar um confronto que traria questionamentos incômodos, como se tivessem medo de virem à tona temas que prefeririam manter longe da campanha. É um comportamento infantil, que desrespeita o eleitor. O brasileiro merece receber toda informação a que tem direito para tomar a melhor decisão possível. Não existe melhor forma de informá-lo que debates equilibrados e transparentes, seguindo os princípios do jornalismo profissional.

O Estado de S. Paulo

Ocultar partido é minar a democracia

Nenhum candidato é representante de si mesmo. Fortalecer os partidos é um objetivo que vai além dos interesses de seus integrantes e, em última instância, beneficia toda a sociedade

A corrida para as eleições proporcionais começa sob a marca da omissão quando a maioria dos candidatos a deputado federal esconde de forma deliberada seus partidos. Como mostrou o Estadão, a descrição que os políticos fazem de si mesmos nas redes sociais lista sua profissão, composição familiar, frases de efeito e o número que identifica a candidatura na urna eletrônica, mas as siglas têm sido convenientemente ocultadas, como se essa informação fosse dispensável e sem importância (ou, pior, como se depusesse contra o candidato). No rasteiro marketing político, é uma fórmula para se livrar da rejeição associada às legendas ludibriando o eleitor. Essa estratégia, no entanto, gera consequências nefastas que, no curto prazo, garantem uma campanha despolitizada e dominada por discussões laterais que passam longe dos reais problemas do País. No médio e longo prazos, isso contribui diretamente para minar a democracia por dentro.

Ao contrário do que alguns políticos tentam apregoar, nenhum candidato é representante de si mesmo, até porque candidaturas avulsas são proibidas no País. A Constituição estabelece, em seu artigo 14, a filiação partidária como condição obrigatória de elegibilidade, sem a qual a candidatura a um cargo público é indeferida. Se bem-sucedidos na disputa, parlamentares perdem o cargo caso decidam trocar de legenda fora do período da janela partidária, uma prova cabal de que o cargo não pertence às pessoas eleitas, mas aos partidos que elas integram, segundo um entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O fato de pesquisas apontarem os partidos entre as instituições mais reprovadas pela população não autoriza os deputados a tentar enganar os eleitores, como se deles não fizessem parte. Uma das mais recentes, feita pelo Instituto da Democracia em junho, mostrou que boa parte dos entrevistados não confia nas legendas (53%) e no Congresso (46%), tampouco no Supremo Tribunal Federal (37%), na Justiça Eleitoral (29%) e nas Forças Armadas (29%). Se o levantamento deixa claro haver uma aversão aos partidos, ele também expõe uma crise não restrita a eles e que alcança instituições cuja existência é essencial para garantir uma democracia plena e evitar, ou ao menos minimizar, atitudes autocráticas que deteriorem o sistema. A história é pródiga em exemplos do caminho tenebroso que países percorreram ao seguirem líderes que cultuavam suas próprias personalidades e apostavam no descrédito das legendas partidárias. No caso brasileiro, as manifestações de junho de 2013 fortaleceram movimentos contrários à política tradicional que estão na origem da eleição de Jair Bolsonaro e do surgimento de militantes que se orgulham de rejeitar as instituições.

É evidente que o resgate dos partidos políticos não é tarefa trivial, mas é fundamental para a sustentação do próprio regime democrático. Representar os interesses dos eleitores à luz de suas expectativas e dos limites do Estado é desafiador, mas o País tem dado às legendas todas as condições, inclusive financeiras, para que façam uma profunda autocrítica e superem sua crise de identidade. A existência dos fundos eleitoral e partidário, ainda que os recursos reservados extrapolem os limites do razoável, é o reconhecimento do legislador de que o fortalecimento dos partidos é um objetivo que vai além dos interesses de seus integrantes e que, em última instância, beneficia toda a sociedade.

O legado de destruição do governo Bolsonaro depõe a favor da importância dos partidos para a organização do Estado e de sua relevância no debate público. Em 34 anos, Bolsonaro passou por oito legendas diferentes e tentou criar uma sigla da qual pudesse se adonar. Sem sucesso, restou a Bolsonaro buscar guarida no PL, uma das siglas mais omitidas nas redes sociais pelos filiados que disputam a eleição para deputado federal. Isso certamente diz muito sobre a imagem do partido, mas também sobre Bolsonaro, figura que tem sido ocultada por muitos candidatos a governador que integram sua chapa em todo o País.

Folha de S. Paulo

Bolsonaro se move

Presidente melhora no Datafolha após novos auxílios, mas Lula mantém percentual

A nova pesquisa Datafolha, realizada no início oficial da campanha eleitoral, mostra mais uma vez na liderança o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 47% das intenções de voto, seguido pelo atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), que marca 32%.

A principal novidade do levantamento em relação ao anterior, do final de julho, é a redução da distância entre os dois postulantes.

Enquanto Lula se mantém estável, Bolsonaro, que registrava 29%, ganha três pontos percentuais, enquanto a margem de erro da sondagem é de dois pontos para mais ou para menos. Desde maio, a vantagem do petista caiu de 21 para 15 pontos percentuais.

O presidente também vê melhorar a avaliação de seu governo, considerado ótimo ou bom por 30% dos eleitores, a taxa mais alta desde março de 2021, embora permaneça com elevada rejeição (51%).

São movimentos comedidos, mas dignos de nota, considerando-se que a massa exorbitante de recursos públicos mobilizada pelo governo federal para distribuir benesses no período eleitoral apenas começa a chegar aos destinatários —os primeiros pagamentos de novos auxílios e valores ocorreram nos últimos dias.

O presidente pode ainda colher alguns números favoráveis no terreno da economia, em especial quanto à redução das taxas de inflação e desemprego.

Por ora, Lula preserva expressiva vantagem na faixa de renda até dois salários mínimos, de 55% a 23%, e é o preferido entre mulheres, jovens e menos escolarizados.

Já seu oponente cresceu sete pontos percentuais em relação à última pesquisa no segmento que ganha entre dois e cinco mínimos, ultrapassando o petista (41% a 38%), e tem vantagem de 47% a 34% na faixa entre cinco e dez pisos.

Na distribuição regional, Lula é de longe o preferido da região Nordeste (57% a 24%), tem vantagem substancial no Sudeste, maior colégio eleitoral do país (44% a 32%), e está à frente no Sul (43% a 39%). O mandatário surge à frente no Norte (43% a 41%) e no Centro-Oeste (42% a 36%), regiões com peso eleitoral bem mais modesto.

O retrato apresentado pelo Datafolha neste início de campanha revela que o petista continua com chances de vencer no primeiro turno, já que teria, hoje, 51% dos votos válidos. Na hipótese de segundo turno, sairia vitorioso. Faltam contudo mais de 40 dias até a votação.

Resta desejar que a corrida eleitoral deixe de lado aspectos pouco auspiciosos, como a insistência na divulgação de fake news e a exploração apelativa de controvérsias no campo da moral e da religião, e ganhe consistência com o debate de programas de governo e propostas de políticas públicas.

Valor Econômico

Bolsonaro está acuado após manifestações democráticas

Presidente poderá dobrar a aposta na hostilidade às instituições, mas sob risco de acentuar sua fragilidade política

Manifestações explícitas e contundentes de que as ameaças às eleições e os ataques às urnas eletrônicas pelo presidente Jair Bolsonaro não têm o respaldo das instituições e de parcelas amplas da sociedade civil colocaram o Planalto na defensiva. E, em mais um sinal de que o presidente não deveria brincar com fogo, a Polícia Federal pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal para indiciar Bolsonaro pelo crime de divulgar notícias falsas sobre a covid-19 e desestimular o uso de máscaras.

A rotineira troca de um presidente do Tribunal Superior Eleitoral se transformou em uma demonstração de força do Supremo Tribunal Federal e do TSE sob ataque, com a presença de todos os poderes da República, quatro ex-presidentes, 22 governadores e representantes de 40 países. Presente, Bolsonaro teve de engolir em seco o discurso de Alexandre de Moraes, o novo titular do TSE, que presidirá as eleições e, igualmente importante, comanda o inquérito sobre fake news na alçada do Supremo. Nele, a PF também solicitou o indiciamento de Bolsonaro por divulgar falsidades sobre a vulnerabilidade das urnas.

Além de afirmar que é motivo de “orgulho nacional” o fato de o Brasil ser a única democracia no mundo que “apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia”, Moraes foi quase redundante ao condenar o discurso do ódio, e prometer que o TSE será “célere, firme e implacável no sentido de coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas, principalmente daquelas escondidas no covarde anonimato das redes sociais”.

Moraes articulou política e meticulosamente a cerimônia de sua posse (Valor, ontem), sucedendo ao ministro Edson Fachin, menos afeito a aparar arestas em um ambiente conturbado. Ainda assim, em seu último ato, Fachin concordou com o pedido do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, de prorrogar o período de inspeção dos códigos-fontes das urnas e dobrar os efetivos militares para essa tarefa, de 9 para 18. Os militares procuram todo o tempo pretextos para se dizerem cerceados na tarefa para a qual foram convidados, já que não está sob suas atribuições constitucionais a de fiscalizar eleições. Fachin escapou de mais uma armadilha.

Nos planos de Bolsonaro, dia 7 de setembro será um dia glorioso de defesa da “liberdade” e uma oportunidade para que as hostes de seus apoiadores manifestem “pela última vez” seu repúdio a ministros do Supremo que atravessaram o caminho do presidente e apontaram o dever de o ocupante do cargo cumprir as disposições constitucionais. Bolsonaro, porém, já não terá tudo o quer no dia da Independência.

O presidente, de improviso, anunciou um desfile militar na praia de Copacabana. O primeiro revés ocorreu quando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que sua realização no local não estava autorizada e que a comemoração deveria ocorrer em seu lugar costumeiro, na avenida Presidente Vargas. Ao que parece, a cúpula militar também não concordava com o ato em Copacabana, onde as tropas serviriam de coreografia para uma ação de campanha eleitoral. Mesmo assim, o Comando Militar do Leste decidiu então não fazer desfile nem em Copacabana, nem em lugar nenhum e comunicou isso ao prefeito do Rio.

Bolsonaro ficou de cara fechada na posse de Moraes e não bateu palmas para um discurso de defesa ampla da democracia. Poderá dobrar a aposta na hostilidade às instituições, mas sob risco de acentuar sua fragilidade política. Os ataques feitos no 7 de Setembro passado não lhe renderam mais votos nem melhoraram seu alto grau de rejeição, ao contrário. Em uma difícil batalha para reduzir a ainda confortável diferença que o separa do favorito, o ex-presidente Lula, o discurso do ódio ajuda pouco. Uma diferença pequena na contagem dos votos se adaptaria melhor a um roteiro de golpe, culpando urnas eletrônicas viciadas, que Bolsonaro vem esboçando desde o momento em que colocou os pés no Palácio do Planalto.

A pesquisa Datafolha divulgada ontem indica pequena melhora de Bolsonaro – a diferença em relação a Lula, que já foi de 21 pontos, caiu para 15 pontos. Lula tem 47% das intenções de voto (menos 1 ponto em relação à pesquisa anterior) e Bolsonaro, 32%, o que indica que o candidato petista ainda pode vencer no primeiro turno. O presidente está distribuindo dinheiro e ameaças, mas isto não está sendo suficiente.

Correio Braziliense

Os jovens e o mercado de trabalho

De acordo com levantamento de consultoria com base em dados da Pnad, o Brasil tem atualmente 726,6 mil estagiários, contra 707,9 mil no ano anterior

A duras penas, o mercado de trabalho para jovens parece começar a dar sinais de uma caminhada ascendente. Pesquisa divulgada este mês pelo Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), em parceria com a consultoria Tendências, mostra crescimento de 18,2% no número de estagiários no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021.

O crescimento do número de jovens estudando e trabalhando nos últimos meses tem relação com o retorno às atividades presenciais, após dois anos de medidas restritivas em decorrência da pandemia da covid-19, aliado à retomada econômica.

Atualmente, o Brasil tem 726,6 mil estagiários, contra 707,9 mil no ano anterior. A Região Sudeste lidera o ranking, com 298,5 mil estudantes em programas de estágio, dos quais São Paulo tem 136,8 mil inscritos, seguido por Minas Gerais, com 78,5 mil, e Rio de Janeiro, com 63 mil. A Região Nordeste vem em sequência, com 156.202 vagas ocupadas.

O levantamento tomou como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para contabilizar os dados, foram considerados estagiários trabalhadores que também estudam, sem carteira assinada, com mais de 16 anos, com contratos inferiores a dois anos, trabalhando até seis horas por dia em ocupações pré-determinadas.

Em 2021, a área que mais empregou estagiários foi a jurídica — 56,7 mil — seguida por vagas nos ensinos infantil e fundamental (55,6 mil). Na administração pública estadual, foram 46,4 mil contratos e na rede pública municipal, 45,5 mil. Já a educação superior teve 35,6 mil estagiários.

É fato que foi-se o tempo em que estagiários entravam e saíam do programa sem qualificação para o mercado de trabalho, alguns deles servindo cafezinho para executivos ou resolvendo questões particulares para seus chefes diretos.

Porém, há dados que mostram que a ocupação das vagas ainda reflete as disparidades sociais. Funções melhor remuneradas, geralmente em multinacionais ou empresas de grande porte, são destinadas a estudantes que tiveram formação em escolas de ponta.

E isso também se reflete no perfil dos estagiários. Pouco mais de 40% são das classes D e E, residentes em lares com renda domiciliar mensal de até R$ 3 mil. Com renda domiciliar mensal entre R$ 7,2 mil e R$ 22,5 mil, 17,9% são da classe B e apenas 4% acima desse patamar são da classe A.

Especialistas do Ciee, inclusive, destacam que muitos desses jovens repetem uma tendência histórica: buscam oportunidade de estágio não somente como fonte de inserção no mundo do trabalho, conhecimento ou experiência prática, mas também porque precisam colaborar na renda familiar, que geralmente não é muito alta.

A boa notícia é que, segundo o levantamento feito pela consultoria, há uma previsão de alta de 13,3% no número de estagiários até o fim deste ano, e para 2023, a expectativa é de que a projeção se mantenha, em menor ritmo, mas em ampliação — acima de 8%. O esperado é que a partir de 2024 seja registrado aumento real do número de vagas. Que venha 2024.

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