IMPRESA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (19/07/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

TSE e candidatos reagem a ataque de Bolsonaro à eleição
Acusações não convencem diplomatas
Alexandre de Moraes manda remover postagens de bolsonaristas
Lula ganha o apoio de lideranças do MDB em 11 estados
Empresas driblam alta do diesel com estratégias
Com estoque em baixa, 8 capitais iniciaram vacinação de 3 a 5 anos
‘Telemarketing abusivo’ causa suspensão de 180 companhias
Amazônia viveu em 2022 seu pior semestre dos últimos 15 anos
Em jogada política, presidente da Ucrânia afasta colaboradores

O Estado de S. Paulo

Sem provas, Bolsonaro ataca urnas diante de embaixadores
Governo prepara medidas para tentar baixar preços do diesel e do etanol
Com vendas em baixas, supermercados reduzem estoques até de ovos e leite
Cirurgião suspeito de manter paciente em cárcere privado é preso no Rio
Calor extremo castiga e provoca transtornos na Europa

Folha de S. Paulo

Bolsonaro mente sobre urnas a estrangeiros; Fachin pede basta
Bolsonaristas terão de apagar fake news sobre PT e PCC, decide Moraes
Lula e Bolsonaro terão duopolío em propaganda de TV
Ala do MDB fecha apoio ao petista e pressiona Tebet
Defasagem faz quem recebe menos pagar 20 vezes mais IR
Caixa colocou servidores de alto escalão para organizar filas
Amazônia em 2021 perdeu 18 árvores por segundo
Defensora vê falhas em hospital onde ocorreu estupro
Europa bate recorde de calor, e ONU chama crise de ‘suicídio coletivo’

Valor Econômico

Balanços do trimestre devem mostrar resultados estáveis
Conselho da Petrobras será eleito no dia 19
Pacheco e Fachin rebatem ataque às urnas por Bolsonaro
‘Marketplace’ é nova aposta da indústria
Jatos executivos despertam interesse de bancos

EDITORIAIS

O Globo

Aumento do desmatamento é marca incontestável do governo Bolsonaro

Relatório do MapBiomas mostra que, desde 2019, Brasil perdeu um Estado do Rio em vegetação nativa

Por mais que o presidente Jair Bolsonaro queira minimizar os efeitos devastadores de sua política antiambiental, os números não lhe dão trégua. O Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD) do MapBiomas, divulgado ontem, mostra que, em 2021, o país manteve o padrão nefasto de destruição de florestas, com perda de 16.557 quilômetros quadrados em todos os biomas. O total representa aumento de 20% em relação a 2020. Do início do atual governo, em 2019, até 2021, a área desmatada chegou a 42 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do estado do Rio. O estudo levou em conta todos os sistemas de alerta de desmatamento (do Inpe, da SOS Mata Atlântica e do Imazon).

De acordo com o relatório, a Amazônia (59%) e o Cerrado (30,2%) responderam pela maior parte do desmatamento no ano passado. Na Amazônia, foram destruídos 111,6 hectares por hora, ou 1,9 hectare por minuto. Equivale a dizer que 18 árvores foram derrubadas a cada segundo. O Pará, mais uma vez, aparece no topo do ranking das motosserras, com participação de 24,3% no total. Em seguida vêm Amazonas (11,75%), Mato Grosso (11,4%), Maranhão (10,1%) e Bahia (9,2%).

O levantamento do MapBiomas afirma que a pressão exercida pela agropecuária foi responsável por quase todo o desmatamento (97%) nos últimos três anos. São citados também como relevantes o garimpo, a mineração e a expansão urbana.

De acordo com o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, a situação está “literalmente fora de controle”. Não fosse a crise econômica, diz ele, o cenário seria ainda pior. A degradação começou com a promulgação do novo Código Florestal, em 2012, que afrouxou regras e concedeu anistia a multas aplicadas até 2008. Foi crítica, para Azevedo, a ação deliberada do atual governo para evitar punir infratores, “partindo do chefe do Executivo”.

O relatório do MapBiomas não é o único a atestar a agonia do meio ambiente sob Bolsonaro. O sistema de alertas do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) revela que a destruição provocada por queimadas na Amazônia está 30% acima da média histórica, superando as piores projeções, como mostrou reportagem do GLOBO. Neste ano, até a semana passada já haviam sido queimados 622 mil hectares, mais que os 490 mil registrados no mesmo período do ano passado.

A leniência com atividades clandestinas de madeireiros, garimpeiros e grileiros, paralelamente a uma política ambiental tóxica e ao desmonte dos órgãos de fiscalização, criou um ambiente propício a todo tipo de ilegalidade. Não é impossível reverter essa situação pavorosa — até porque o Brasil já fez isso no passado. Mas, em vez de agir, Bolsonaro prefere atacar ou desqualificar os números e as organizações que os divulgam. Costuma dizer que o Brasil é o país que mais preserva as florestas. Goste deles ou não, os números estão aí. São um legado incontestável do governo Bolsonaro.

O Estado de S. Paulo

Calor infernal é recado incômodo

Cabe aos líderes políticos sensibilizar a sociedade sobre defesa do meio ambiente, ainda que os eleitores estejam mais preocupados com inflação do que com as mudanças climáticas

Uma combinação de calor extremo e tempo seco tem causado incêndios florestais devastadores na Europa desde o último fim de semana. As noites em Madri têm registrado temperaturas de 25 graus, o que teria ocorrido apenas 27 vezes nos últimos cem anos – 12 delas desde 2012. São vários, além de óbvios, os efeitos das mudanças climáticas em todo o planeta – de catástrofes a alterações na culinária, como observado na Itália e na França. Estudos não apenas provaram, como mensuraram as consequências de ações diretas do homem sobre a temperatura do planeta, um fato inequívoco e irreversível. O desafio que se impõe para conter emissões e mitigar suas consequências é gigantesco, especialmente para as nações que dependem majoritariamente de combustíveis fósseis.

Felizmente, esse não é o caso do Brasil. Pioneiro em biocombustíveis e dono de uma matriz elétrica predominantemente renovável, o País tem todas as condições de liderar a transição rumo a uma economia verde. Essa posição de destaque, porém, fica completamente desmoralizada quando o País se recusa a fazer o mínimo que dele se espera. Como mostrou o Estadão, a mais recente edição do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil, da MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima realizada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia, apontou que o desmatamento aumentou assustadores 20,1% no ano passado e alcançou 16,5 mil quilômetros quadrados, o equivalente a uma área verde próxima do Estado do Rio de Janeiro.

O relatório é um dos mais completos diagnósticos do desmazelo do governo Jair Bolsonaro na área ambiental. Quase 70 mil alertas foram identificados, validados e refinados em todo o território nacional, com elaboração de laudos com imagens anteriores e posteriores às ocorrências. O principal alvo, em termos territoriais, não surpreende: a Amazônia, que gerou 66,8% de todos os alertas e perdeu 18 árvores por segundo. Nada menos que 86% da área total desmatada na região no ano passado ficava, total ou parcialmente, em um imóvel registrado no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, o que permitiria identificar e punir os responsáveis com precisão.

Mas o projeto de destruição da democracia e do tecido social liderado por Bolsonaro, tão agressivo com os adversários, é benevolente com aqueles que cometem crimes ambientais e ameaçam não só o futuro da sociedade, mas a própria economia. Estudos sobre rios voadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) provaram, ainda na década de 1970, que boa parte das chuvas no centro-sul tem origem na Amazônia. É sabido que o desmate da floresta comprometeria de forma irreparável o balanço hídrico das regiões que concentram as maiores lavouras do País.

Apostando na impunidade de aliados e de si mesmo, Bolsonaro acredita que não será cobrado pelos eleitores por sua conivência com a devastação da Amazônia. Em tempos de guerra na Ucrânia, preços elevados e avanço da fome, preocupações sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas de fato tendem a ficar em segundo plano para a parcela da sociedade que luta pela sobrevivência diária.

Isso não acontece só no Brasil. Uma pesquisa nos EUA, publicada pelo jornal The New York Times, mostrou que apenas 1% dos eleitores apontou as mudanças climáticas como a questão mais importante a ser enfrentada no país, muito atrás da inflação e da economia – e o fracasso do pacote socioambiental de US$ 6 trilhões do presidente Joe Biden talvez seja o reflexo mais claro dessa percepção.

Não há razões para acreditar que no Brasil os eleitores pensem de forma muito diferente, mas isso não autoriza a classe política a ignorar essa temática. Defender o meio ambiente e reduzir as emissões para conter as mudanças climáticas é obrigação de qualquer liderança que tenha uma visão de longo prazo sobre o papel do Estado e o futuro do País. No Brasil, a tarefa de sensibilizar a sociedade a respeito de sua relevância é relativamente fácil: basta preservar a Amazônia, algo que une os interesses do agronegócio, o setor mais pujante da economia, aos das novas gerações, mais conectadas a uma causa que deveria ser de todos.

Folha de S. Paulo

Brasil empobrecido

Ao priorizar o populismo fiscal, Bolsonaro reforça a expectativa de mais inflação e baixo crescimento

O vale-tudo irresponsável patrocinado por Jair Bolsonaro (PL) para tentar amenizar a situação dos eleitores na campanha eleitoral não esconde o fato de o país ter empobrecido durante sua gestão.

O Brasil ficou mais pobre com Bolsonaro não apenas por causa da Covid-19 ou da guerra na Ucrânia, dois eventos extraordinários que abalaram o mundo e trouxeram desafios para vários governos.

Apesar de a maioria deles estar convivendo com surtos inflacionários e desarranjos internos, comparativamente estão em situação mais favorável. Segundo pesquisa em cem países da Nielsen Media Research, 64% dos brasileiros afirmam sofrer restrições orçamentárias após a fase aguda da crise sanitária. Na média global, são 46%.

De acordo com o IBGE, o rendimento médio mensal dos brasileiros hoje é menor, descontada a inflação, do que quando Bolsonaro assumiu: R$ 2.613, ante R$ 2.823 no início de 2019.

No dia a dia, além da piora nas estatísticas relativas à fome, a perda de poder aquisitivo é explicitada pela busca generalizada da indústria em oferecer produtos de pior qualidade aos consumidores.

Mesmo antes de a pandemia atingir o país, em fevereiro de 2020, o rendimento médio dos brasileiros já era menor do que no começo do governo Bolsonaro, consequência das escolhas do início da gestão, como a de diminuir investimentos públicos na área social e ignorar a fila de beneficiários de programas de distribuição de renda.

Em 2019, o Bolsa Família sofreu a maior queda da história, recuando o atendimento de 14 milhões para 13 milhões de famílias; e a fila de espera superou 1,5 milhão.

Após a introdução do auxílio emergencial de R$ 600 na pandemia, no final de 2021 o governo substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil de R$ 400, para cerca de 17,5 milhões de beneficiários. Agora, a três meses da eleição, fez aprovar no Congresso o valor de R$ 600 a 18,1 milhões de famílias —mas só até dezembro.

Não resta dúvida de que algo deveria ter sido feito. Mas não são pequenas as falhas do programa, como o pagamento do mesmo valor a todos, independentemente do número de filhos nas famílias.

Mais grave é o fato de um governo que se vendeu como modernizante não ter aprovado nenhuma grande reforma estrutural, à exceção da previdenciária, gestada por seu antecessor, Michel Temer. Outras mudanças fundamentais, como as reformas tributária e administrativa, foram abandonadas ao longo do caminho.

Ao priorizar o populismo fiscal em seu último ano, Bolsonaro só reforça a expectativa de um legado de inflação, baixo crescimento e empobrecimento futuros.

Valor Econômico

PIB chinês fraqueja após o combate à onda de covid-19

A economia chinesa não vai se recuperar com a mesma agilidade que demonstrou em 2020

Sinal de alerta para a economia global acendeu na semana passada quando o governo chinês informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,4% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2021, e caiu 2,6% frente ao primeiro trimestre. A forte desaceleração surpreendeu e mostra o impacto da política chinesa de “covid zero”, que determinou o lockdown e extensas quarentenas durante a maior parte de abril e maio de Xangai, a maior e mais importante cidade chinesa, e uma das maiores do mundo, com mais de 28 milhões de habitantes.

Acredita-se que a economia chinesa não vai se recuperar com a mesma agilidade que demonstrou em 2020, quando eclodiu a pandemia do coronavírus em Wuhan. No primeiro trimestre daquele ano, o PIB chinês caiu 6,8%. Já no seguinte crescia 3,2% e, um ano depois, disparava 18,3%, com os negócios a todo vapor para atender a demanda global de produtos inclusive de uso médico.

Desta vez há alguns sinais preocupantes. Um deles vem do mercado imobiliário, cujos problemas não se restringem ao conhecido caso da incorporadora Evergrande, mas começaram com ele. Medidas do governo chinês para conter as dívidas excessivas das incorporadoras imobiliárias provocaram a desaceleração do mercado imobiliário residencial, que afugentou os compradores. Há uma crise de confiança na população que reluta em gastar com imóveis diante da estagnação da renda. Do seu lado, as empresas do setor desaceleraram os investimentos, temendo novos lockdowns. O cenário internacional também não é favorável com a perspectiva de elevação dos juros nos mercados europeu e americano e de recessão global, o que prejudica a receita com as exportações.

Outro fator negativo é o desemprego elevado para os padrões chineses. Em junho, a taxa foi de 5,5%, uma melhora em relação a abril e maio, mas perto do nível mais alto desde que o país começou a divulgar os números em 2018. Junto à população mais jovem, de 16 a 24 anos, a taxa é mais do que o triplo, de 19,3%.

Diante desse quadro, especialistas na economia chinesa estão revisando para baixo as estimativas para o ano. A meta oficial, de crescer 5,5% parece impossível de ser atingida uma vez que exigiria um aumento de pelo menos 8% do PIB a cada trimestre até o fim do ano. Para os especialistas, o mais provável é que o crescimento fique entre 3% e 4%. Antes dos resultados do segundo trimestre, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa 4,4%.

Se as estimativas mais pessimistas se confirmarem, o resultado não é bom para o mundo, uma vez que a economia chinesa é considerada uma de suas locomotivas. É especialmente negativo para o Brasil, grande fornecedor de commodities para o mercado chinês. A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado comprou US$ 87,7 bilhões, absorvendo 31,3% das exportações brasileiras e suprindo 21,7% das importações. O problema é que nossas exportações são concentradas em alguns produtos (Valor 10/7). Em valores, a China absorveu 70,4% da soja exportada pelo Brasil, 69,7% do minério de ferro, 56,2% da carne bovina congelada desossada e 46,6% do petróleo. O Brasil foi o maior fornecedor de soja e carne bovina desossada congelada para a China, o segundo de minério de ferro e o sétimo de petróleo.

Do lado positivo, alguns indicadores econômicos chineses deram sinais de recuperação em junho, quando governo retirou as restrições feitas por conta da covid-19, o que pode melhorar os resultados do terceiro trimestre. As vendas no varejo aumentaram 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, recuperando-se de uma queda de 6,7% em maio, surpreendendo positivamente, mas com queda de 0,7% no primeiro semestre. A produção industrial cresceu 3,9%, acelerando em relação ao crescimento de 0,7% em maio, e 3,4% no semestre. O investimento em ativos fixos teve expansão de 6,1% no primeiro semestre do ano, ligeiramente abaixo do aumento de 6,2% no período de janeiro a maio, mas acima do projetado. As exportações chinesas também ganharam espaço, mas essa é uma conta que depende muito do cenário global, afetado pelas políticas destinadas a combater a inflação.

Há ainda que se levar em conta que o governo pode acelerar os investimentos públicos. Pequim costuma fazer pesados investimentos em infraestrutura para estimular a economia e essa estratégia é bastante possível neste momento em que o presidente Xi Jinping busca um terceiro mandato presidencial, e não gostaria de ver tensões sociais e econômicas neste momento.

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