IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (11/07/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Escassez de remédios põe rede de saúde em alerta
Bolsonarista invade festa e mata dirigente do PT
Previdência: quase 1.900 cidades descumprem regra
‘Sheik dos Bitcoins diz que pagará dívidas a clientes
A cada dia, cem mulheres obtêm medidas protetivas contra agressores no Rio
Com volatilidade global, Tesouro Direto já tem 2 milhões de investidores
Cuba silencia opositores e provoca exílio crescente
Japão: eleitores perpetuam legado de Abe o Senado

O Estado de S. Paulo

Assassinato de petista eleva medo de violência na campanha
Lucro das empresas ainda deve demorar
Preço do combustível em alta dificulta recuperação financeira
Brasileiros estão voando mais, apesar do alto preço das passagens
USP planeja investir R$ 2 bi na retomada de obras paradas
Mercado de celulares espera ganhar fôlego com o 5G
Partido de Abe vence eleição dois dias após seu assassinato

Folha de S. Paulo

Bolsonarista invade festa e mata petista a tiros no PR
‘Estou arrasada, esse louco chegou atirando’, diz viúva de vítima
Bolsonaro afirma que dispensa apoio de em é violento
No exterior, morte marca aumento da violência no país
Al Gore – Falar em tirar o controle da Amazônia do Brasil é ridículo
Tratamento que previne HIV perde 39% dos pacientes
ONG vê abusos de Cuba contra detidos por atos
Após morte, partido de Abe vence no Japão

Valor Econômico

Venda on-line perde força e varejo prioriza margem
Endividamento chega a R$ 1 tri e vai aumentar
‘Cortar tributo sem superávit é populismo’
Adubo caro reduz lucro no campo
Militante do PT é morto por bolsonarista

EDITORIAIS

O Globo

Deputados têm dever de rejeitar PEC Eleitoral

O mínimo a exigir da votação na Câmara é que retire do texto o estapafúrdio estado de emergência

A Câmara dos Deputados terá amanhã mais uma chance de rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2022, a famigerada PEC que dribla as leis eleitorais e fiscais para distribuir benesses a grupos que interessam eleitoralmente ao governo. O mínimo a exigir dos deputados, se continuarem mesmo dispostos a violar o arcabouço institucional que protege o voto e o dinheiro do cidadão, é que retirem do texto o descabido estado de emergência, incluído apenas para blindar o presidente Jair Bolsonaro de inevitáveis contestações judiciais.

O plano do governo era passar a patrola na Casa, repetindo o que fez no Senado na semana retrasada. Mas a incapacidade de mobilização e o medo da derrota em plenário levaram o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a cancelar a votação esperada para a última quinta-feira. Uma nova sessão está marcada para amanhã.

A PEC pródiga em apelidos é indesejada por dois motivos. Primeiro, por esbarrar na Lei Eleitoral, que proíbe criar programas em ano de eleições para coibir o uso da máquina pública em benefício de candidatos da situação. A regra tenta garantir equilíbrio entre as várias forças políticas em disputa pelo poder. A PEC permitiria, se aprovada, que um lado usasse o canhão do Orçamento, enquanto os demais continuariam atirando de arco e flecha. A vítima fatal seria a própria democracia.

Como parte da estratégia de campanha de Bolsonaro, ela aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, cria um benefício de R$ 1 mil para caminhoneiros e outro para taxistas, dobra o valor do vale-gás, repassa R$ 2,5 bilhões para custear a gratuidade do transporte público e R$ 500 mil à agricultura familiar. É certo que a ajuda aos pobres deveria ser alvo de preocupação. Mas o Auxílio Brasil é um programa sem foco, que desperdiça recursos, e caminhoneiros e taxistas não estão entre os mais necessitados (são só categorias que Bolsonaro quer agradar).

Ao abrir o cofre do Tesouro para comprar votos, Bolsonaro cria um rombo de mais de R$ 41 bilhões — eis o segundo motivo para barrar a PEC. O presidente está pedindo permissão para usar o dinheiro de todos os brasileiros na campanha. Leis que evitam o descontrole do gasto público ficariam congeladas, criando precedente perigoso.

Não é outro o motivo para o nervosismo do mercado financeiro, que novamente fez subir a pressão inflacionária. Com maior dificuldade para deter os preços, a “bondade” da PEC se esvai. O que ela entrega com uma mão aos mais pobres, a inflação retirará com a outra. Os deputados, muitos dos quais viveram a história brasileira recente, têm obrigação de saber disso.

A preocupação dos parlamentares, porém, é outra. Sabendo que Bolsonaro poderia se complicar na Justiça Eleitoral, a base governista incluiu na PEC a decretação de um estapafúrdio estado de emergência para justificar a lambança sem descumprir as regras. Isso não passa de conversa. Não fosse a percepção de desgoverno gerada pela própria PEC, os indicadores econômicos estariam em melhora. Obviamente a situação continua difícil, mas está longe de ser uma emergência.

Os apuros que o Brasil passa hoje advêm da inépcia ou da omissão de Bolsonaro. No fim do mandato, ele impõe ao país mais um retrocesso institucional e fiscal. A expectativa dos brasileiros em relação aos deputados é que resgatem um mínimo da sensatez que tem faltado ao Congresso.

O Estado de S. Paulo

É dever de Bolsonaro condenar a violência

Atentados recentes a atos políticos preocupam em um ano de eleições altamente polarizadas. Mas, antes que serenar os ânimos, o presidente os acirra

O ataque de um bolsonarista que matou um petista no Paraná é um tenebroso lembrete do que a polarização política é capaz de fazer. Quando vidas são perdidas, é dever das autoridades, a começar do presidente da República, condenar a violência e serenar os ânimos. Mas Jair Bolsonaro faz justamente o contrário – incentiva a hostilidade aos opositores, considerados inimigos.

Um levantamento do Estadão de 2020 mostrou que a média de mortes por motivações políticas nas eleições municipais na redemocratização foi de 52. Naquele ano foram 76. Boa parte desse aumento está relacionada à infiltração do crime organizado. Mas a polarização tem o seu papel.

No último dia 7, uma bomba com fezes foi lançada em um ato do qual participava o candidato petista Lula da Silva. Dias antes um drone despejou fezes e urina em manifestantes petistas. Não havendo indícios de que as agressões tenham sido promovidas por grupos organizados e não tendo deixado feridos, elas tendem a ser relegadas ao folclore. Nem por isso deixam de ser crimes contra a dignidade das vítimas e prenunciar as nuvens de uma tempestade que pode se abater sobre a política nacional. Por isso, o silêncio do presidente da República é ensurdecedor.

Por óbvio, condenar a violência cabe a todos: lideranças civis, autoridades públicas e principalmente os candidatos. O próprio PT tem um histórico de conivência com a violência praticada por regimes ditatoriais e militâncias no Brasil, como o MST. Há pouco, Lula conclamou militantes a intimidar deputados e suas famílias em suas casas. Mas a omissão de Bolsonaro é especialmente grave por quatro motivos.

Primeiro, porque, como chefe de Estado, tem o dever de zelar pela serenidade do processo democrático. Depois, os ataques recentes atingiram o seu maior adversário – no caso do drone, há indícios de que o perpetrador é apoiador de Bolsonaro. Em terceiro lugar, há uma circunstância pessoal. Bolsonaro foi vítima do mais notório caso de violência política do nosso tempo: uma facada em 2018, razão pela qual sua sensibilidade para os riscos de novos atentados deveria ser maior. Mas, por último, e mais importante, Bolsonaro não só não condena explicitamente estes incidentes, como sub-repticiamente os estimula.

De pronto, ele promove a confusão entre justiça e justiçamento. Como parlamentar, prestigiou milícias, chegando a sugerir que deveriam ser legalizadas. Na Presidência, sua política de segurança pública se resumiu a armar a população para que possa fazer justiça com as próprias mãos.

Mais graves são as ameaças às instituições políticas, sobremaneira às eleitorais. O presidente já convocou um desfile de tanques para intimidar os parlamentares no dia da votação da malfadada proposta do voto impresso. Recorrentemente insinua que o resultado das urnas só será lícito se resultar em sua vitória e alude a um desfecho violento com fórmulas golpistas como “preso, morto ou vitorioso”.

Essa tática foi exemplarmente exposta por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, em entrevista ao Estadão. Recriminando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por não fazer modificações exigidas pelos bolsonaristas, Flávio vaticinou que isso traria “instabilidade”. Ao mesmo tempo, se imiscuiu da responsabilidade por eventuais tragédias: “Como a gente tem controle sobre isso?”.

A resposta é óbvia: basta que o presidente Bolsonaro pare de fazer acusações infundadas ao sistema eleitoral e desestimule claramente a violência em caso de sua eventual derrota. Mas não há sinal nesse sentido. Ao contrário. Tanto que o TSE e o STF vêm trabalhando em um plano de segurança reforçado para as manifestações convocadas por Bolsonaro no 7 de Setembro. Não há maior evidência das anomalias causadas pelo flerte do presidente com as vias de fato. É da natureza do processo político que as manifestações da oposição, por contestarem o poder, tendam mais à violência. Mas desde 2019 as instituições da República estiveram constantemente mais ocupadas em se defender de agressões gestadas no próprio Palácio do Planalto.

Bolsonaro encerrou sua carreira militar depois de planejar um atentado a bomba a instalações do Exército. Assim começou sua carreira política. Está em suas mãos evitar que ela se encerre da mesma maneira: com desonra e crime.

Folha de S. Paulo

Números da fome

Insegurança alimentar grave avança no mundo; Brasil soma suas mazelas a processo

O nova edição do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo”, recém-divulgada pela ONU, tem um tom soturno. Constata-se ali que a recuperação econômica em 2021, após o pior momento na pandemia, não deteve a expansão global da fome.

Com o impulso dos impactos da Covid-19, a parcela da população mundial enfrentando insegurança alimentar grave —fome— subiu de 9,3% para 10,9% em 2020. Em vez de cair ou se estabilizar, a cifra foi a 11,7% no ano passado. E, como aponta o documento, ainda estão por serem computados os efeitos da guerra na Ucrânia.

A piora é generalizada, mas os números mais alarmantes, previsivelmente, estão na África, na América Latina e na Ásia. E a desigualdade não é apenas regional.

“Grupos desfavorecidos da população, como mulheres, jovens, trabalhadores de baixa qualificação e empregados no setor informal, foram desproporcionalmente afetados pela pandemia e pelas medidas sanitárias”, avalia o relatório das Nações Unidos.

Dito de outro modo, os vulneráveis perderam mais quando a economia parou e recuperaram menos quando as atividades voltaram. Em resumo, as disparidades de renda se agravaram.

O Brasil, claro, não ficaria imune a tal processo —ao qual acrescenta suas mazelas particulares.

Ainda que seus números não se destaquem entre os piores do planeta ou do continente, o país mostra deterioração aguda quando se faz uma comparação de prazo mais longo. Entre 2014 e 2016, 1,9% dos brasileiros passavam fome; no período 2019-21, a proporção subiu a 7,3%, ou 15,4 milhões de pessoas.

O desempenho da economia, que tem sido abaixo de medíocre há quase uma década, decerto explica grande parte da degradação. Mais recentemente, a escalada inflacionária agravou o quadro.

O governo Jair Bolsonaro (PL) deu as costumeiras respostas atabalhoadas à situação. A expansão da proteção social por meio do Auxílio Brasil, necessária, deu-se às pressas e com regras que reduzem a eficiência do benefício. Pior, a elevação inconsequente do gasto público tende a agravar a inflação e prejudicar o crescimento.

A próxima administração terá de aperfeiçoar o programa de renda e, ao mesmo tempo, retomar a agenda de reequilíbrio do Orçamento. A fome exige pressa, mas seu enfrentamento só terá sucesso com boa gestão da economia.

Valor Econômico

Inflação continua muito alta e preocupante

Para baixar a inflação, será necessário perseverança da política monetária

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho veio abaixo do esperado pelos analistas econômicos do mercado financeiro, mas por enquanto não há nada a comemorar. Há sinais de que a inflação poderá se tornar mais resistente, devido ao forte avanço dos núcleos e dos preços de serviços, e será um longo trabalho até levá-la às metas.

O IPCA ficou em 0,67% em junho, segundo dados divulgados na sexta pelo IBGE, levemente abaixo da mediana das projeções do mercado, de 0,71%, segundo levantamento feito pelo Valor Data. O índice de difusão, que mede o quão disseminadas são as altas de preços, caiu para 66,6%, ante 72,4% no mês imediatamente anterior.

As boas notícias acabam por aí. O IPCA é o maior para meses de junho desde 2018, quando subiu 1,26%, em virtude do impacto da greve dos caminhoneiros. Normalmente, a inflação costuma ser bem baixa nos meses de junho, exceto nos surtos inflacionários, como o que ocorreu em 2015, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

No acumulado em 12 meses, o IPCA voltou a se acelerar, passando de 11,73% para 11,89%. O pico da inflação, pelo que tudo indica, ficou para trás, em abril, quando o índice chegou a uma máxima de 12,13%. Daqui para o fim do ano, a tendência é de queda. Os economistas ouvidos na pesquisa Focus de expectativas de mercado estimam uma variação de 7,96% no fechamento deste ano. Para julho, a previsão é que haja uma variação negativa do IPCA.

Infelizmente, a maior parte do recuo da inflação será devida a medidas artificiais adotadas pelo governo e pelo Congresso Nacional para reduzir preços de combustíveis e de outros produtos essenciais, como energia. São medidas insustentáveis, que não devem perdurar ao longo do tempo.

Os economistas do setor privado já contam com novas pressões inflacionárias no próximo ano, passado o período eleitoral. Pelo menos parte dos cortes de impostos federais e estaduais deverá ser desfeita, porque fragilizam as contas públicas.

A abertura qualitativa dos dados do IPCA de junho mostra que a inflação segue viva. A média dos núcleos de inflação ficou em 0,89% no mês, e em 10,3% no acumulado em 12 meses. Os percentuais são absolutamente incompatíveis com a meta de inflação deste ano, de 3,5%. Entre todos os núcleos, chama a atenção, em especial, o avanço da inflação subjacente de serviços, com alta de 1,05% em junho e de 8,86% em 12 meses. A inflação cheia do setor de serviços chegou a 0,9% em junho, e a 8,86% em 12 meses.

Já era esperado que, com a reabertura da economia, a inflação de serviços tivesse alguma aceleração. Nos piores momentos da pandemia, esse foi o segmento que mais sofreu, em decorrência das medidas de distanciamento social. Mas a aceleração de preços de serviços supera as expectativas.

Em parte, isso reflete a inércia inflacionária. Quando o índice de preços cheio se acelera, os preços dos serviços vão na mesma direção, puxados pelos mecanismos de indexação ainda presentes na economia. O Banco Central também está investigando se as condições mais favoráveis do mercado de trabalho não estariam pressionando os custos da empresa, embora os salários ainda estejam sendo corroídos em termos reais.

As condições de demanda da economia favorecem a alta de preços de serviço. O pacote fiscal editado pelo governo tenderá a pressionar ainda mais o setor durante o período eleitoral. Por mais meritório que seja dar assistência à população mais vulnerável, as medidas não foram desenhadas de forma neutra e fiscalmente responsável.

O trabalho para baixar a inflação será árduo, e medidas insustentáveis de corte temporário de impostos atrapalham, em vez de ajudar. O acirramento do risco fiscal pressionou, por exemplo, a taxa de câmbio, uma outra fonte de pressão sobre os preços da economia no próximo ano.

Não há mágica nem soluções fáceis. Para baixar a inflação, será necessário perseverança da política monetária. Não é à toa que o Banco Central siga subindo os juros. O consenso das previsões do mercado é de que será preciso levar a taxa básica a 13,75% em ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto. Os juros, pelas indicações do próprio BC, deverão ficar em patamar bem elevado ao longo do ano que vem. Ao fim, os custos do populismo fiscal serão mais inflação e perda de atividade econômica, atingindo sobretudo os mais pobres.

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