Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (01/02/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Emprego com carteira – Brasil cria 2,7 milhões de vagas, mas salário cai
PF: Bolsonaro não prevaricou no caso Covaxin
País tem primeiro superátiv desde 2013
Unicórnio mexicano de carro usado chega ao Rio
Santos Dumont irá a leilão sem separado
Ameaça e medo de novas tragédias
‘Mataram meu filho aqui como matam em meu país’
Cidades criam obstáculo para vacinar crianças
Teste na maternidade detecta tumor ocular como a da filha de Leifert
Em Paris, fotógrafo morre de frio. E de indiferença
EUA pressionam Bolsonaro a não viajar à Rússia

O Estado de S. Paulo

Grande São Paulo tem 132 mil imóveis em área de alto risco
Estado de SP registra 24 mortes e 1,5 mil famílias desabrigadas
Em cada 10 famílias de baixa renda, 4 atrasam conta de luz
PF diz que Bolsonaro não prevaricou em caso Covaxin
Deputado doou R$ 1,1 milhão ao PL em quatro anos
Subprocurador pede que TCU arquive apuração contra Moro
Brasil perde 650 mil alunos no infantil durante pandemia
Ministério Público denuncia ministro da Educação por homofobia
Depois de 7 anos, contas públicas têm superávit de R$ 64,7 bilhões

Folha de S. Paulo

PF não identifica crime de Bolsonaro no caso Covaxin
PGR denuncia ministro da Educação por homofobia
Mantega nega que será ministro e admite erros
Presidente diz que gestão petista teria Dirceu e Dilma
EUA pressionam Bolsonaro a adiar visita a Vladimir Putin
Mortes pela chuva chegam a 24 em São Paulo
Congolês apanho até a morte no Rio, afirma família
Setor público brasileiro registra 1º superavit em 8 anos
Despoluição da Baía de Guanabara passa por risco ambiental e disputa

Valor Econômico

Estados ignoram lei que premia êxito na educação
Governo agora avalia zerar o IPI
Anatel aprova aquisição da Oi por rivais
Elliott e Vista compram Citrix por US$ 16,5 bi
Diretores brasileiros deixam a OMC
Santos Dumont será leiloado isoladamente
Rali de ações extemporâneo deve ter vida curta na bolsa

EDITORIAIS

O Globo

Apesar de recuo, taxa de desemprego continua alta

A saída para reduzir a desocupação é o alto crescimento econômico, e isso não acontecerá em 2022

Jair Bolsonaro começa o último ano de seu mandato conquistado em 2018 correndo o risco de garantir um lugar na história como o presidente do desemprego de dois dígitos. Desde a redemocratização, todos os eleitos como cabeça de chapa para governar o país tiveram um ou mais anos de taxas de um dígito. Bolsonaro até agora não teve nenhum. Apenas Michel Temer, que assumiu após o impeachment de Dilma Rousseff e governou por dois anos e quatro meses, teve índices tão altos.

O governo Bolsonaro pode até alardear que a taxa de desocupação recuou para 11,6% no trimestre encerrado em novembro de 2021, uma melhora em relação ao trimestre anterior, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pode dizer que, no acumulado de 2021, houve um saldo positivo, com 20,6 milhões de contratações com carteira assinada ante 17,9 milhões de desligamentos, de acordo com informações do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), anunciadas ontem pelo Ministério do Trabalho.

Nada disso muda o fato de o Brasil ter 12,4 milhões de pessoas em busca de trabalho, 4,9 milhões que desistiram de procurar emprego porque não têm esperanças de que irão encontrar e uma taxa de informalidade de 40% da população ocupada. Culpa da pandemia? É certo que as taxas de desocupação saltaram em boa parte do mundo a partir de março de 2020, mas hoje essa não é mais a regra em todos os lugares. Na Europa, o índice está em 7,2%. Nos Estados Unidos, em 3,9%.

No plano individual, o desemprego é sempre traumático. No caso dos mais pobres, é o risco de não ter dinheiro para o aluguel ou, pior, para a comida. Mesmo para os mais abastados, há grandes abalos. Pode forçar medidas como a saída dos filhos de escolas melhores ou a venda de patrimônio. Não raramente significa também queda da autoconfiança e piora na saúde mental. A qualidade da convivência em família costuma ser uma das vítimas.

Para o país, taxas elevadas de desemprego por períodos prolongados trazem consequências de longa duração. Parte da acumulação de capital humano responsável pela produtividade de um trabalhador vem das habilidades ensinadas nas empresas. Jovens que demoram a conseguir o primeiro emprego tendem a ver a renda futura comprometida. É como uma corrida em que o tiro da largada foi dado, mas todos os atletas ficam parados. Mesmo quando conseguirem trabalho, serão promovidos em idades mais avançadas do que as de gerações anteriores. Esse fenômeno muitas vezes tem efeitos em diferentes frentes, dos planos de casamento à compra de imóveis.

A saída para reduzir a desocupação é o alto crescimento econômico, e isso não acontecerá em 2022. Mas Bolsonaro tem plenas condições de tornar o problema do desemprego menos grave no médio prazo. Reformas amplas no sistema de tributos e na gestão do Estado certamente aumentariam a confiança dos empresários e começariam a elevar as taxas de investimento, um dos principais pilares do crescimento econômico.

O Estado de S. Paulo

Chega de mortes evitáveis

O grande volume de chuvas em janeiro não é uma fatalidade, contra a qual não haveria ação humana capazde impedir sua ocorrência

O descaso de administradores públicos, nas três esferas de governo, e a recorrente ocupação irregular do solo pela população inseriram as tragédias de verão no calendário nacional. Há décadas o País chora a morte de dezenas, às vezes centenas, de pessoas que são vitimadas pelo despreparo de muitas cidades para lidar com as chuvas sazonais e os deslizamentos de terra no início de cada ano. As mudanças climáticas, que têm provocado fenômenos meteorológicos cada vez mais extremos, só tendem a tornar esses desastres ainda mais dramáticos, ao custo de danos materiais milionários e perdas humanas incalculáveis.

A capital paulista terminou janeiro com o volume de chuvas acima da média histórica para o mês. Na região metropolitana e no interior de São Paulo deslizamentos de terra ocasionados por solos encharcados provocaram a morte de mais de 20 pessoas, incluindo crianças. De acordo com o governo do Estado, cerca de 500 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas. Os municípios mais atingidos pelas chuvas do fim de semana passado foram Embu das Artes e Franco da Rocha. Arujá, Francisco Morato, Várzea Paulista, Jaú e Ribeirão Preto também sofreram perdas humanas e materiais com as fortes chuvas. O governador João Doria (PSDB) anunciou a liberação de R$ 15 milhões para a recuperação social e urbana de dez municípios. Por sua vez, a sociedade civil se mobilizou em solidariedade para acudir as populações mais afetadas com doações de alimentos e força de trabalho nos resgates.

O grande volume de precipitação registrado em janeiro não é obra do acaso, menos ainda uma fatalidade, contra a qual não haveria ação humana capaz de impedir sua ocorrência. Em outras palavras, a natureza não pode ser responsabilizada por seguir seu curso. Devastadoras, mesmo, são a negação das mudanças climáticas, da qual decorre a ausência de formulação de políticas públicas consistentes para tratar do problema, e a falta de planejamento urbano para preparar as cidades para uma nova realidade ambiental.

Meteorologistas afirmam que a chuva acima da média histórica que caiu em São Paulo decorre da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), fenômeno climático que provoca uma “banda de nebulosidade” tão densa desde a Região Amazônica até o Oceano Atlântico que as nuvens carregadas ficam “estacionadas” sobre determinados locais, provocando precipitação muito intensa nessas áreas. Foi o que ocorreu na região metropolitana e no interior paulista. As chuvas persistentes, mesmo quando menos volumosas, impedem que o solo escoe o excesso de água, provocando os deslizamentos de terra. É quando a natureza encontra a inépcia e provoca as tragédias tão tristemente conhecidas pelos brasileiros.

Resultado da falta de planejamento urbano e de sucessivas crises econômicas, a mazela social que mantém uma porção do Brasil aferrada ao atraso impõe às famílias mais pobres locais de moradia sem as menores condições de habitação. Pouco a pouco, vastas porções de terra são ocupadas irregularmente sem que o poder público seja capaz de resolver o problema na origem, movendo essas famílias para locais mais seguros. Como políticas de longo prazo raramente vingam no País, resta aos gestores, sobretudo aos prefeitos, agir pontualmente a cada tragédia. Casas podem ser reerguidas. Pontes podem ser recuperadas. Estradas podem ser desobstruídas. Mas não se remedeia a morte.

Passa da hora de prefeitos, governadores e o presidente da República – que não se preocupa com nada que não diga respeito à sua família – agirem de forma coordenada no enfrentamento das mudanças climáticas e na definição de uma agenda nacional que tire o País do atoleiro, literalmente, e promova a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros mais pobres, sem condições de viver nas áreas mais seguras das cidades brasileiras.

Aos prefeitos, especificamente, com apoio dos governos estaduais, cabe o mapeamento das áreas de risco e estruturação de um plano exequível de remoção das pessoas que vivem sob constante ameaça de vida pelas más condições de habitação, sobretudo as que vivem em encostas. Chega de mortes evitáveis.

Folha de S. Paulo

Óbvio e necessário

Compromisso do chefe da FAB reforça distanciamento entre militares e Bolsonaro

O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, assumiu o cargo em abril de 2021 após a grave crise militar que derrubou seu antecessor e os chefes do Exército e da Marinha, além do ministro da Defesa, no fim de março.

Desde sua indicação, foi identificado como o mais bolsonarista dos escolhidos —noves fora o general da reserva Walter Braga Netto, que assumiu a Defesa e prontamente tomou tal credencial para si —e hoje é cotado para vice na chapa reeleitoral de Jair Bolsonaro (PL).

A fama do brigadeiro vinha da ação em redes sociais, por interagir na esfera próxima do presidente da República. No cargo, reforçou-a ao reafirmar, em tom ameaçador, críticas feitas por Braga Netto a uma declaração sobre corrupção entre os fardados feita pelo presidente da CPI da Covid.

Com tudo isso, é de particular interesse sua manifestação, em entrevista à Folha, ao ser questionado se os militares irão prestar continência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou a qualquer outro vencedor do pleito de outubro.

“Lógico”, resumiu Baptista Junior. Trata-se de um truísmo, por certo, e é sem dúvida desalentador que a questão tenha de ser colocada neste quarto ano sob Bolsonaro.

Divisões entre quartel e governo ficaram borradas —muito por ação do presidente, mas também por responsabilidade das Forças.

A caserna, afinal, apoiou a aventura bolsonarista e forneceu quadros, da ativa e da reserva, para compor o governo do capitão reformado. Obteve com isso sucesso em algumas reivindicações históricas, como a reforma das carreiras.

Ao mesmo tempo, empurrada por membros mais próximos ao Planalto, viu-se como bucha de canhão da campanha de guerra institucional tocada pelo mandatário. “Meu Exército” é algo que já faz parte da retórica de Bolsonaro.

Tal associação espúria chegou ao paroxismo no 7 de Setembro, para refluir desde então. Os militares celebraram a retirada do holofote diuturno; agora sinalizam um distanciamento maior, em especial no serviço ativo, que sempre foi mais resistente ao endosso.

O Exército determinou veto a fake news pandêmicas e demonstrou preocupação com violência eleitoral. A Marinha viu um almirante, o chefe da Anvisa, Antonio Barra Torres, peitar o presidente de forma inaudita. Neste momento, coincidência ou não, vem a declaração do brigadeiro —que de quebra até negou ser tão bolsonarista assim.

Se lamentável por necessária, a reafirmação do compromisso democrático de um comandante de uma Força Armada não deixa de ser saudável, além de insinuar um caminho para fora do labirinto em que os militares se meteram.

Valor Econômico

Juro em alta deve minguar oferta de crédito neste ano

Levantamento da CNC constatou que 70,9% das famílias se declararam endividadas em comparação com 66,5% em 2020

Os bons tempos do crédito farto e barato muito provavelmente ficaram para trás. Depois de ter saltado 34% nos dois anos de pandemia, injetando R$ 1,2 trilhão na economia, ajudando a amenizar o mergulho de 2020 e sustentando a recuperação de 2021, as operações de crédito devem desacelerar neste ano, como reflexo das políticas de restrição monetária para enfrentar a inflação, com a alta dos juros, postura mais cautelosa dos bancos nas concessões e crescimento menor da economia. Ciente disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já acena em retomar linhas que fizeram sucesso no primeiro ano da pandemia.

O Banco Central (BC) divulgou o balanço do crédito em 2021 na semana passada, com aumento de 16,5% do saldo no ano, para R$ 4,7 trilhões, o equivalente a 54% do Produto Interno Bruto (PIB). O saldo superou os R$ 3,5 trilhões no fim de 2019, e cresceu mais do que os 15,6% do primeiro ano da pandemia. As operações com as pessoas físicas puxaram o resultado, com crescimento de 20,8%, ritmo mais acentuado do que os 11,1% dos empréstimos para empresas. Em 2020, foi o inverso. Para socorrer a economia, o governo lançou linhas especiais para incentivar os negócios, que contribuíram para o aumento de 21,8% do crédito para pessoas jurídicas, enquanto as operações com as famílias cresceram 11,2%.

Para este ano, porém, os próprios bancos preveem crescimento menor do crédito e a volta ao padrão de antes da pandemia. Em novembro, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) projetava aumento de 7,3% neste ano, mas reduziu a estimativa para 6,7%, agora, em função da diminuição das expectativas para o PIB e da base de comparação. O BC é mais otimista. Ainda assim espera que os empréstimos registrem expansão de 9,4% neste ano, com as operações para as famílias seguindo na liderança, mas crescendo quase a metade (11,7%), e as dirigidas às empresas também menores (6,3%).

O exame dos números mais recentes já mostra a tendência à desaceleração. Em dezembro, as concessões somaram R$ 497 bilhões, retração dessazonalizada de 12,1%, com quedas nas operações com pessoas jurídicas (6,6%) e físicas (9,3%). No acumulado do ano, as concessões de crédito cresceram 19% em 2021, ante 5,3% em 2020.

A alta dos juros é dos principais motivos para a freada do crédito. O salto da taxa básica de juros em 2021, com a Selic passando de 2% ao ano em fevereiro para 9,25% em dezembro em parte já repercutiu no crédito. Se a Selic quadruplicou, a taxa média do crédito subiu um terço, passando de 18,4% para 24,4% ao ano, para uma inflação pouco superior a 10%. O crédito com recursos livres, lastreado em recursos livremente captados pelos bancos, sem direcionamentos, que representa 57% do estoque, subiu mais, e sua taxa média passou de 25,5% para 33,9% ao longo de 2021.

As linhas para as pessoas físicas são as mais salgadas. O campeão é o rotativo do cartão, que chegou a 349,6% ao ano. Segundo as regras do Banco Central, os bancos são obrigados a conceder linhas mais baratas para o cliente que ficar mais de mês no rotativo. O crédito parcelado geralmente oferecido não sai muito mais em conta: estava em 168,5% no fim do ano.

Apesar disso, a inadimplência segue em níveis relativamente baixos. Ao fim do ano estava em 2,3%, sendo de 3% para a pessoa física e de 1,3% no caso das empresas. No fim de 2020, a taxa média de inadimplência era de 2,15%. Esses números estão, no entanto, amenizados pelas renegociações de dívidas lideradas pelos bancos. Segundo informações da Febraban, desde o início da crise sanitária, os bancos renegociaram 18,7 milhões de contratos, totalizando R$ 1,1 trilhão em saldo devedor.

Outro fator preocupante é o endividamento crescente das famílias. Levantamento do fim do ano da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) constatou que 70,9% das famílias se declararam endividadas em comparação com 66,5% em 2020. Empregando outra metodologia, o Banco Central também vem registrando o aumento do endividamento, que foi de 50,4% para 51,2% das famílias, de setembro para outubro.

A combinação do aumento das taxas de juros dos empréstimos, que continuarão subindo na esteira da elevação da Selic, em ambiente de PIB desacelerando, mercado de trabalho frágil e renda baixa, com inflação ainda elevada, são os elementos que reforçam a perspectiva de menor oferta de crédito neste ano.

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