Negociação com picaretas ansiosos por propina em vez de grandes laboratórios fabricantes de vacina atrasou imunização no país, avalia senadora
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) rebateu nesta quinta-feira (12,), em sua rede social, a declaração do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, de que a CPI da Pandemia “atrapalha” a compra de vacinas.
“Quem afastou as vacinas do Brasil foi o governo que dolosamente atrasou a negociação com laboratórios, como a Pfizer, para negociar com picaretas ansiosos por propina”, criticou a parlamentar, integrante da Bancada Feminina.
Para a senadora, Ricardo Barros, considerado suspeito pela CPI por suposto envolvimento na intermediação da compra da vacina Covaxin, mentiu em seu depoimento à comissão.
“Mentiu, tentou mudar os fatos, mas suas digitais estão no contrato superfaturado da Covaxin. E o presidente Bolsonaro sabe disso”, afirmou Eliziane Gama.
Ela se referiu à declaração do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) de que Bolsonaro citou o nome de Barros ao ouvir dele as denúncias de irregularidades sobre a Precisa, empresa intermediária na negociação do Ministério da Saúde para a compra de doses da vacina Covaxin.
O líder do Governo negou à Comissão Parlamentar de Inquérito que tenha relação com Francisco Maximiano, dono da Precisa, e a Covaxin.
Doenças Raras
Ricardo Barros é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter beneficiado a Global, empresa do grupo Precisa, na compra de medicamentos para tratamento de doenças raras na época em que ocupava o Ministério da Saúde no governo Michel Temer.
A empresa contratada por Barros também é de propriedade de Francisco Maximiano.
A sessão da CPI desta quinta foi suspensa e o deputado Ricardo Barros deve prestar novo depoimento à comissão, desta vez na condição de convocado e não mais de convidado.