Leila Barros diz que papel da CPI foi o de ‘forçar autoridades a agir’

Para senadora, os dados levantados pela CPI expuseram a farsa do chamado tratamento precoce e os negócios suspeitos envolvendo a compra de vacinas pelo governo Bolsonaro (Foto: Jéssica Marschner)

A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) afirmou que o principal papel da CPI da Pandemia não era o de buscar culpados, mas o de “forçar as autoridades a agir como tais”, assumindo a liderança no combate à pandemia. O relatório final da comissão de investigação do Senado foi aprovado nesta terça-feira (26) por 7 votos a 4 depois de quase seis meses de investigação,  e vai ser encaminhado hoje (27) ao procurador-geral da República, Augusto Aras.

Para Leila Barros, os dados levantados pela CPI expuseram a farsa do chamado tratamento precoce e os negócios suspeitos envolvendo a compra de vacinas pelo governo federal. Ela também disse esperar que todos os culpados sejam de fato responsabilizados. 

“Que toda a experiência vivida neste momento, que foi um dos mais difíceis da humanidade, possa servir para transformar nosso país e o mundo num lugar melhor, mais justo, mais solidário, mais racional e mais preparado para as grandes dificuldades”, disse.

A senadora do Cidadania também cumprimentou o presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AM)  pela disposição de ouvir os diferentes pontos de vista e dar espaço à bancada feminina. (Com informação da Agência Senado).

CPI aprova pedido de Alessandro Vieira para Queiroga explicar retirada do uso do ‘kit covid’ de votação em comissão

Parlamentar também pede o envio do relatório da Conitec contra o tratamento precoce na íntegra à comissão (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

A CPI da Pandemia aprovou, nesta quinta-feira (07), requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE)  para que o ministro da Saúde,  Marcelo Queiroga, esclareça, no prazo de 24 horas, a retirada de pauta de votação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS (Sistema Único de Saúde) do  relatório contrário ao tratamento precoce. No documento, o parlamentar também pede o envio do relatório na íntegra à comissão. 

O relatório, elaborado por técnicos da comissão, prevê que os medicamentos não devem ser usados para tratar pacientes com suspeita ou diagnóstico positivo de Covid, pois não há evidências científicas suficientes que justifiquem o uso dos fármacos do chamado ‘kit Covid’.

O documento seria levado ao plenário da Conitec hoje e divulgado para audiência pública pelos próximos 10 dias.

Alessandro Vieira: Carlos Wizard difunde tratamento precoce e ignora a ciência

Senador diz que empresário “faz troça” e “brincadeira com a vida das pessoas” (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE) acusou o empresário Carlos Wizard, durante depoimento à CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (30), de usar sua riqueza e contatos privilegiados no governo, ajudar a disseminar o chamado “tratamento precoce”, com remédios não reconhecidos pela ciência, “num processo de profunda vaidade e desrespeito ao ser humano”.

Diante das muitas citações bíblicas feitas por Wizard, na sua apresentação, Alessandro Vieira lembrou um provérbio bíblico, segundo o qual “a humildade antecede a honra” – e disse que faltou a ele humildade.

“O tribunal que mais lhe importa não leva em consideração patrimônio, leva em consideração exemplo de vida. E seu exemplo foi o pior possível”, disse o senador ao empresário, que se recusou responder todos os questionamentos à CPI.

Ao lembrar o habeas corpus de Wizard, concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal para que ele ficasse em silencia na CPI, o senador lembrou que, “por suas condições financeiras notoriamente elevadas”, o empresário tem condições de pagar “uma extraordinária banca de advogados”, que garantiram o direito de não responder aos questionamentos aos integrantes da comissão. Mas nada disso, na avaliação, restituiu a sua honra.

“Foi para isso que o senhor se preparou a vida inteira? Para chegar diante do Brasil, no Senado da República, e não ter a capacidade de defender suas posições – eivadas de desconhecimento e desrespeito, dentro de um governo ignorante?”, perguntou Alessandro Vieira, sem obter resposta.

Vídeo

A pedido do senador, foi exibido um vídeo mostrando Wizard, em entrevista à ex-apresentadora e youtuber Leda Nagle, citando a cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo – considerada pelos negacionistas um ‘exemplo de tratamento precoce’. Na ocasião haviam lá 40 óbitos pela doença- número que cresceu muito depois disso.

“Sabe quem são esses 40?”, pergunta Wizard, no vídeo, com sorriso aberto.

“São aqueles que ficaram em casa, e não procuraram atendimento médico imediato”, diz na entrevista.

“Esse vídeo contextualiza sua absoluta falta de humildade. O senhor certamente imagina que seu patrimônio lhe coloca numa condição suficiente de fazer troça, de fazer brincadeira com a vida das pessoas. Dando uma recomendação que não corresponde àquilo que a ciência diz. Baseado num processo de profunda vaidade e desrespeito ao ser humano”, afirmou Alessandro Vieira. (Assessoria do parlamentar)