Eliziane Gama: Combate à violência contra mulheres tem que envolver todos os poderes

Senadora presidiu sessão do Senado nesta quarta com  ‘pauta eminentemente feminina’ (Fotos: Jéssica Marschner)

Em comemoração aos 16 anos da Lei Maria da Penha, completados no dia 7 de agosto, e ao Agosto Lilás, mês de proteção à mulher, o Senado aprovou, nesta quarta-feira (10), quatro projetos da pauta feminina (veja abaixo) em sessão presidida pela líder da bancada feminina da Casa, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

“Eu queria dizer o quanto isso é importante para a bancada feminina. Nós temos avançado na legislação brasileira com a lei Maria da Penha, com a tipificação do feminicídio e de várias outras leis que possibilitaram o fortalecimento, sobretudo, do orçamento de gênero, que faz a proteção e a valorização da mulher brasileira. O combate à violência contra a mulher deve ser uma premissa de todos nós uma ação transversal de todos os poderes”, afirmou a parlamentar.

Ela agradeceu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela decisão de fazer ‘uma pauta eminentemente feminina’. Eliziane  Gama disse que o combate à violência contra a mulher deve ser ‘uma premissa de todos nós e uma ação transversal não apenas de um órgão, não apenas de uma secretaria, não apenas de um Poder, mas de todos os Poderes, no sentido de trazer a proteção às nossas mulheres’.

Agosto Lilás

Eliziane Gama comemorou a aprovação projeto de lei (PL 3.855/2020) que institui o Agosto Lilás como mês de proteção à mulher. De iniciativa da deputada Carla Dickson (União-RN), o texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no início de julho e segue agora para sanção presidencial.

“Com a aprovação desse projeto de lei, vamos oficializar o Agosto Lilás como uma campanha de alcance nacional e uma campanha permanente”, disse a líder da Bancada Feminina.

Carmen Velasco, patrona do Urbanismo

Na sessão, os senadores aprovaram ainda o relatório da senadora Eliziane Gama ao projeto de lei  (PL 1.679/2022), que declara a  engenheira Carmen Velasco Portinho Patrona do Urbanismo no Brasil. O texto foi apresentado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), sobrinho-neto de Carmen, e agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

A senadora destacou que a engenheira ficou conhecida como uma líder sufragista para a conquista do voto feminino, ‘das que viajavam a bordo de pequenos aviões, espalhando panfletos, para convocar as mulheres a se unirem à luta feminista’.

Carmen foi diretora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, crítica de arte e diretora da Escola Superior de Desenho Industrial por mais de 20 anos.

“Ela viveu até 2001 e, em quase um século de vida, deixou um legado profissional e social sem precedentes, por meio de uma militância que atingia genuinamente todas as esferas da sua vida. Lendo a sua história, me torno uma fã, uma seguidora e que tenho, na Carmen, uma referência de vida pela sua luta, pela sua lida, pela sua bravura e pelo modo como desbravou um campo tão masculino no Brasil”, disse Eliziane Gama.

Esterilização voluntária

Em votação simbólica, os senadores aprovaram projeto de lei (PL 1.941/2022) que facilita o acesso à contracepção. O texto determina prazo máximo de 30 dias para disponibilização de métodos contraceptivos, reduz a idade mínima para esterilização voluntária e permite que esse procedimento seja feito no período de parto. O PL, que segue para sanção presidencial, também exclui da legislação a necessidade de consentimento expresso de ambos os cônjuges para a esterilização.

Câncer de mama

O plenário também chancelou a criação de programa nacional, no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), para acompanhamento de casos de câncer de mama e para facilitar o diagnóstico e o tratamento da doença. O projeto (PL 4.171/2021) volta à Câmara dos Deputados. (Com informações das Agências Senado e O Globo)

Leila Barros destaca importância da campanha Outubro Rosa para conscientização sobre câncer de mama

Senadora enfatizou a necessidade de se avançar em medidas que ajudem de forma definitiva ao diagnóstico e tratamento da doença (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Participantes da sessão solene do Congresso Nacional, nesta segunda-feira (25), destinada ao encerramento da campanha Outubro Rosa deste ano pediram apoio às políticas públicas que facilitem o acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A cerimônia foi sugerida pela procuradora da Mulher no Senado, senadora Leila Barros (Cidadania-DF), e pelas deputadas Tereza Nelma (PSDB-AL) e Celina Leão (PP-DF).

Leila Barros destacou as ações e iniciativas desempenhadas ao longo deste mês no âmbito do Senado. Entre elas, a iluminação da fachada do Congresso Nacional na cor rosa, exposição fotográfica, campanhas internas de arrecadação de utensílios para cuidar da autoestima de pacientes além de viabilizar realização gratuita de mamografias para funcionárias terceirizadas do Senado.

No entanto, a senadora enfatizou a necessidade de se avançar em medidas que ajudem de forma definitiva ao diagnóstico e tratamento do câncer, entre eles o de mama. Nesse sentido, defendeu a derrubada do veto (VET 41/2021) ao projeto do senador Reguffe (Podemos-DF) que propõe o acesso rápido aos medicamentos orais contra a doença (PL 6.330/2019).

“Cabe a nós, congressistas, derrubar o veto e assegurar às brasileiras e aos brasileiros esse direito fundamental, quando se depara com o desafio de enfrentar um câncer. Seria, portanto, mais uma conquista do Outubro Rosa: a derrubada do veto ao PL 6.330/2019. Conto com o envolvimento de todos nesse sentido”, pontou Leila Barros. (Com informações da Agência Senado)