Eliziane Gama: Decisão de Kássio Marques prejudica trabalhos de investigação sobre VTCLog

Para senadora, CPI deve insistir para que decisão liminar do ministro que garantiu a ausência de motoboy a depoimento seja derrubada pelo plenário do STF (Foto: Reprodução/Agência Senado)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), disse nesta terça-feira (31) que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal),  Kássio Nunes Marques, que garantiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI da Pandemia,  prejudica o andamento das investigações sobre as ações da VTCLog.

“Ao contrário de decisões de outros ministros, esta proferida por Nunes Marques faculta o comparecimento nesta comissão de Ivanildo como testemunha, prejudica de forma impactante as apurações sobre esta empresa. Há muitas irregularidades em alguns de seus contratos com o governo federal”, criticou Eliziane Gama.

Representante da bancada feminina da CPI, a parlamentar é responsável pela análise das ações contratuais da VTCLog junto ao governo federal.

Ivanildo Dias é apontado como  responsável por sacar  R$ 4,7 milhões em dinheiro vivo em dois anos e depositado os recursos para fornecedores e clientes da empresa. Hoje (31), na reunião da CPI, foi apresentado um vídeo em que o motoboy aparece entrando em uma agência em horários, dias e locais nos quais constam em extratos de quitação das contas.

Eliziane Gama disse que a CPI deve insistir para que a decisão liminar de Kássio Marques seja derrubada pelo plenário do STF.

“Ivanildo é uma peça fundamental para que a comissão possa chegar a todos os grupos que são beneficiados pelo esquema: As apurações precisam alcançar todas as pontas que ligam à VTCLog, inclusive servidores e políticos”, afirmou.

Proteção

Por ser uma testemunha-chave da CPI, Eliziane Gama também defendeu que Ivanildo, a partir de agora, receba proteção de vida.

‘Inusitado’, diz Alessandro Vieira sobre habeas corpus de Kássio Marques a motoboy

Ivanildo Gonçalves da Silva garantiu direito de não comparecer à CPI  da Pandemia nesta terça-feira (31) para prestar esclarecimentos sobre saque de cerca de R$  R$ 4,7 milhões da VTCLog, empresa que presta serviço ao Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/GloboNews)

O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), classificou de ‘atípico’ e ‘inusitado’ o habeas corpus concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Kássio Nunes Marques, que garantiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI  da Pandemia para prestar depoimento nesta terça-feira (31).

Em entrevista ao jornal ‘Em Ponto’, da GloboNews (veja aqui), o senador disse que Ivanildo – apontado em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) pela movimentação de cerca de R$  R$ 4,7 milhões da VTCLog, empresa que presta serviço de armazenagem e distribuição de medicamentos para o Ministério da Saúde – ‘contratou uma banca de advocacia que atende ou atendeu’ Fabrício Queiroz e Adriano da Nobrega.

“Ele não é investigado, apenas uma testemunha que iria relatar onde pegou e para quem entregou recursos, e recebe esse habeas corpus inusitado de Kássio Marques”, disse Alessandro Vieira, ao informar que a CPI recorreria do despacho do ministro. 

A liminar de Kássio Marque considerou que não há correspondência entre os fatos investigados pela CPI e as informações que serviram de base para a convocação de Ivanildo.

O relatório do Coaf indica ainda que, ao todo, a VTClog teria movimentado ‘de forma suspeita’ R$ 117 milhões nos últimos dois anos.

Pré-candidatura

Ao ser questionado pela jornalista Julia Dualibi sobre críticas de parlamentares aliados do Palácio do Planalto em reação ao anuncio de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2022, Alessandro Vieira disse que não poderia se preocupar com a opinião de quem defende o governo.

“Tenho que me preocupar mais com o que a sociedade demanda para possíveis candidatos. Existem bandeiras que não estão na mesa daqueles que já estão discutindo isso. Combate à corrupção, programa sério para redução da miséria que hoje ataca fortemente a população. É nesse espaço que eu tento fazer um debate, ainda no início e no começo de conversa. Respeito às opiniões, mas o mais importante é ouvir a população”, disse o senador.