Leila Barros defende aprovação de projeto que criminaliza a negação do Holocausto

A liberdade de expressão não pode servir como anteparo para a propagação de discursos de ódio (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em uma semana em que as redes sociais foram sacudidas pela declaração de um influenciador digital em defesa da criação do partido nazista, em nome da ‘liberdade de expressão’, a senadora Leila Barros (Cidadania-DF) defendeu a aprovação do projeto que criminaliza a negação do Holocausto e do que proíbe anúncios em sites que divulgam discurso de ódio durante sessão especial do Senado, nesta quinta-feira (10), para homenagear e relembrar as vítimas do Holocausto.

“Defender a criação de um partido nazista, meus amigos, é infringir a Constituição brasileira e ofender principalmente toda a comunidade judaica. A liberdade de expressão não pode servir como anteparo para a propagação de discursos de ódio.  É importante deliberar sobre medidas que possam impedir que grupos de pessoas continuem tentando ressuscitar discursos nazistas e disseminar o ódio contra os negros, os imigrantes, os judeus e os homossexuais”, disse a senadora.

Leila Barros considera importante a aprovação de projetos como o que criminaliza a negação do Holocausto (PL 1044/2020); o que proíbe a veiculação de anúncios publicitários em sites que divulgam fake news e discurso de ódio (PL 2922/2020) e o que eleva as penas previstas na Lei Antirracismo (PL 3054/2020).

A sessão especial do Senado na qual os senadores condenaram o discurso de ódio foi marca ainda pela cerimônia do Yom HaShoá, ou Dia da Lembrança do Holocausto. A data remete a 27 de janeiro de 1945, dia em que o exército soviético libertou judeus do campo de concentração de Auschwitz, maior símbolo das atrocidades cometidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. (Com informações da Agência Senado)

Nota oficial – Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Hoje é celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data foi estabelecida pela Assembléia das Nações Unidas e marca a liberação de Auschiwitz-Birkenau, complexo de campos de concentração e extermínio, pelas tropas soviéticas em 1945. Setenta e sete anos após esse acontecimento, os sobreviventes do Holocausto ainda são numerosos em todo mundo.

O regime nazista promoveu esta atrocidade que envergonha a humanidade. Lembrar do Holocausto é extremamente necessário para que não deixemos que algo semelhante se repita. E para que possamos identificar e reagir prontamente a qualquer sinal de comportamentos racistas e antissemitas como os que têm sido observados nos últimos anos no Brasil.

A despeito da aproximação oficial da gestão Bolsonaro com Israel, desde que o atual presidente chegou ao poder, houve uma explosão no crescimento de células neonazistas no país: 270% a mais em três anos, chegando a 530 grupos reunindo até 10 mil brasileiros que simpatizam com o regime supremacista que Adolf Hitler adotou na Alemanha, segundo dados da pesquisadora Adriana Dias.

Gestos e símbolos do supremacismo branco vêm sendo constantemente usados e promovidos por figuras do entorno do presidente sem qualquer punição. Filipe Martins, que fez um sinal com a mão que significa “white power”, poder branco, ainda assessora Bolsonaro.

Roberto Alvim, ex-secretário de Cultura que idealizou uma peça publicitária em que emulava Joseph Goebbels, ministro da propaganda hitlerista, deixou a pasta, mas o espírito daquele episódio abjeto ainda permanece no governo. Nas redes, é conhecido o uso do emoji do copo de leite em perfis simpatizantes do bolsonarismo, um símbolo incorporado e ressignificado pelo supremacismo branco no mundo.

Apesar dos esforços isolados de investigadores, as autoridades competentes têm sido lenientes com essas práticas criminosas, denunciadas inclusive pela comunidade judaica brasileira. A ela, a nossa solidariedade ante a lamentável conjuntura e a certeza do apoio do Cidadania contra os saudosistas de um dos regimes mais desumanos que já existiu.

Lembrar para jamais repetir!

Ditadura nunca mais!

Roberto Freire

Presidente Nacional do Cidadania