Alessandro Vieira diz que dados da CPI apontam para indícios da lavagem de dinheiro em conta de dono da Precisa

Senador fala sobre convocação de Braga Neto e os próximos passos da comissão após o fim do recesso parlamentar, na primeira semana de agosto (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Ao ser entrevistado pela jornalista Míriam Leitão na GloboNews (veja aqui), o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), revelou que a CPI da Pandemia encontrou transações no montante de R$ 50 milhões do empresário Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, e pessoas físicas com a quebra de sigilos dos envolvidos no caso em apuração pela comissão.

Maximiano é investigado pelo contrato fechado entre o governo federal e a Precisa para compra da vacina Covaxin, e outros com o Ministério da Saúde que aparecem no histórico do empresário. Ele deve depor à CPI no dia 4 de agosto.

Alessandro Vieira comentou também os próximos passos da comissão parlamentar de inquérito após o fim do recesso parlamentar, na primeira semana de agosto. De acordo com ele, o ministro Braga Netto será convocado, uma vez que ‘fazia parte da cadeia de comando’.

“A gente precisa ouvir essas pessoas e, se for o caso, responsabilizá-las sem nenhum tipo de preocupação com a questão de farda. No Brasil, ainda se tem muito medo dos generais, mas, quando ele ocupa um cargo civil, eu não posso dar um tratamento diferenciado”, disse.

Militares e centrão

O senador disse ainda que a CPI vai focar nos grupos de militares da reserva e do centrão, descritos como ‘o centrão’ e ‘o centrão de fardas’, na fala do parlamentar.

“Brigaram nas entranhas do Ministério da Saúde buscando vantagens financeiras”, afirmou o parlamentar.

Ele relatou que uma das razões para não investigar todas as peças que vem surgindo –  como o caso do ex-secretário Airton Cascavel – em função das limitações na atuação da comissão.

“A CPI não pode fazer busca e apreensão, interceptação telefônica ou negociar delação premiada. Isso tudo dificulta investigação de maior complexidade”, disse.

Alessandro Vieira é membro suplente da CPI e que está em vários grupos temáticos que têm trabalhado durante o recesso. A entrevista foi ao ar na GloboNews, no programa de Miríam Leitão na segunda-feira, às 23h30.  (Com informações da GloboNews e O Globo)

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Eliziane Gama fala sobre núcleos para investigar dados obtidos pela CPI da Pandemia e próximos depoimentos

Reverendo Amilton e Francisco Maximiano serão ouvidos pela comissão na retomada dos trabalhos da comissão após o recesso parlamentar (Foto: Reprodução/GloboNews)

Mesmo durante o recesso parlamentar, a CPI da Pandemia não para de trabalhar e definiu ontem (25) os próximos depoimentos. A líder do bloco parlamentar Senado Independente e representante da bancada feminina na comissão, Eliziane Gama (Cidadania-MA), integra os grupos criados para analisar os documentos obtidos pela CPI até agora.

Em entrevista à GloboNews neste domingo (veja aqui), a parlamentar  do Cidadania disse que na retomada dos trabalhos após o recesso parlamentar, a CPI deve ouvir os depoimentos do reverendo Amilton Gomes de Paula – quem abriu as portas do Ministério da Saúde para que representantes da Davati Medical Supply fizessem uma proposta bilionária para vendas do imunizante da Astrazeneca – e de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou negociações  para aquisição da vacina indiana Covaxin.

“Na terça-feira [03/08] teremos a votação de vários requerimentos e a partir dessa aprovação teremos o agendamento para [o depoimento] quinta-feira [05/08], fechando assim a primeira semana de retorno das atividades  da CPI após o recesso parlamentar”, prevê Eliziane Gama.