Tarifaço na conta de luz impacta inflação, pressiona classe média e mais pobres, diz Eliziane Gama

O aumento no preço da energia elétrica, em comparação aos R$ 9,49 cobrados pela bandeira vermelha patamar 2, é de 49,6% (Foto: Reprodução/Google)

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) criticou na rede social a falta de previsibilidade da política energética do governo federal após o anúncio de mais um tarifaço na conta de luz pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), nesta terça-feira (31).

“Luz mais cara e risco de apagão. Foi aprovada determinação da Aneel para criar nova bandeira tarifária, com o nome de “escassez hídrica”, no valor de R$14,20 [a cada 100 kWh]. O impacto inflacionário deverá atingir outros setores. Pressão sobre classe média e mais pobres”, reagiu a senadora no Twitter.

O aumento no preço da energia, em comparação aos R$ 9,49 cobrados pela bandeira vermelha patamar 2, é de 49,6%. A nova tarifa vale a partir desta quarta-feira (1º) até pelo menos o dia 30 de abril de 2022.

O tarifaço ocorre depois do processo de privatização da Eletrobras no atual governo, sob alegação de que a venda da estatal diminuiria em mais de 7% a conta de luz dos brasileiros.

O valor da energia elétrica já subiu quase três vezes mais que a inflação ao longo dos primeiros oito meses de 2021, refletindo no aumento de preços de diversos produtos e serviços.

Luz mais cara: Famílias vulneráveis precisarão de proteção, diz Eliziane Gama

O reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de julho passa de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, uma alta de 52% (Foto: Reprodução/Jeso Carneiro)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), defendeu nesta terça-feira (29) na rede social mecanismos de proteção por parte do poder público às famílias vulneráveis economicamente com o anúncio do reajuste da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em 5,45% na conta de luz do próximo mês na comparação com junho.

“Em virtude da queda do nível de água dos reservatórios, as famílias com consumo médio de energia vão pagar até 6% a mais em suas contas. As famílias mais vulneráveis economicamente precisam da proteção do poder público”, alertou a senadora.

Com a crise hídrica enfrentada pelo País e a queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou hoje (29) um reajuste na bandeira tarifária que passa de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, uma alta de 52%.

Em agosto, a Aneel deverá tomar uma nova decisão sobre o reajuste nas bandeiras tarifárias. De acordo com técnicos da agência, há a possibilidade de que o valor da bandeira vermelha 2 suba para próximo de R$ 11,50, o que seria uma alta superior a 80% em relação aos R$ 6,24 que serão cobrados a partir de julho.

Segundo a Aneel, o acionamento além do previsto de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia em 2021 vai custar R$ 9 bilhões aos consumidores. De janeiro a abril deste ano, o uso emergencial dessas usinas já custou R$ 4,3 bilhões.

Reflexo na inflação

A elevação em 52% da bandeira vermelha patamar 2 de energia elétrica deve aumentar a pressão sobre a inflação deste ano e levar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) a fechar 2021 em 6,4%, segundo cálculos da LCA Consultores.