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Arnaldo Jardim diz que Brasil tem o que comemorar na agricultura

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Na sessão desta segunda-feira (15), considerado o Dia Nacional da Conservação do Solo, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) disse que o País tem muito a comemorar, pois pratica uma agricultura sustentável e harmônica com o meio ambiente.

“A integração lavoura-pecuária-floresta se dá hoje em oito milhões de hectares do nosso País e o programa ABC [agricultura de baixo carbono] está em pleno desenvolvimento”, disse.

Jardim elogiou o trabalho da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e ressaltou que o governo lançou um programa de conservação de solos elaborado em parceria com a Embrapa que é muito consistente.

Roberto Freire critica concessão de passaporte diplomático para Edir Macedo e família

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O presidente do Cidadania, Roberto Freire, criticou portaria publicada nesta segunda-feira (15) no Diário Oficial da União que concede passaportes diplomáticos ao proprietário da TV Record e fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, e a sua esposa. Para Freire, o governo Bolsonaro não respeita a lei ao conceder o documento.

“O presidente Bolsonaro não respeita a lei do País que trata da concessão de passaportes diplomáticos e dos que tem tal direito. Aberta a porteira para tanto quantos outros apaniguados. Depois perguntam por que tais passaportes brasileiros não são dos mais respeitados mundo afora”, disse.

Roberto Freire também contestou a desculpa utilizada pelo governo de que o ato teria sido apenas uma renovação de um documento já existente.

“Quem renova também pode cancelar. Renovar é a mesma coisa que conceder. Se o portador não tem direito, de acordo com a lei, ao passaporte e esse lhe foi concedido por governo anterior, cabe ao atual não renovar a ilegalidade”, afirmou.

Revogaço

Freire criticou  ainda o “revogaço” de decretos feito por Jair Bolsonaro na semana passada porque a medida não trouxe efeito prático ao País. Segundo ele, o presidente da República “esqueceu” de revogar decretos como o de Lula que concedia de forma ilegal passaportes diplomáticos.

“Tanta pompa para o “revogaço” em comemoração aos cem dias de governo Bolsonaro e que no final virou um “revogacinho”, inexpressivo, letras mortas e que a vida há muito tempo já havia revogado. E mais uma vez no País a “montanha pare um rato”. Revogou uma série de decretos e dentre esses não estava o decreto de Lula que concedia ilegalmente passaporte diplomático. Ao contrário, renovou o passaporte de Edir Macedo ao arrepio da lei”, disse.

Lula

Roberto Freire lembrou ainda que o partido sempre criticou e tomou medidas contra a concessão de passaportes diplomáticos nas gestões lulopetistas. Em 2011, o presidente do partido solicitou a Executiva da legenda e à bancada do partido na Câmara a adoção de medidas legais contra a concessão do documento aos filhos e netos de Lula. Na ocasião ele classificou a medida do governo federal como uma “imoralidade”.

59 anos: Paula Belmonte defende uma Brasília menos desigual

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Na sessão solene que comemorou os 59 anos de Brasília, nesta segunda-feira (15), a deputada federal Paula Belmonte (DF) disse que a cidade é a concretização de um sonho que precisa continuar até que sejam conseguidas oportunidades de trabalho para os que precisam, menos desigualdades e dignidade para todos.

“Temos pessoas com potencial e garra para levar esse sonho adiante”, salientou.

Paula chegou a Brasília com três anos de idade. No discurso feito na Câmara, ela saudou os trabalhadores que vieram construir a cidade os que nela nasceram e aqueles que adotaram a capital como sua terra natal.

“A união de esforços, coragem e culturas formou uma cidade diversa, rica e que criou uma identidade própria”, disse a deputada.

Ao falar das dificuldades enfrentadas pelos brasilienses, a parlamentar repudiou a desigualdade, a fome e a miséria que grassam em muitas regiões de Brasília.

“Muito perto do Congresso Nacional, há famílias enfrentando a pobreza e a falta de creches, há crianças sofrendo violência e jovens sem emprego”, afirmou.

Segundo Paula Belmonte, falta muito para que crianças e jovens possam desfrutar de tudo o que Brasília tem a oferecer.

A parlamentar defendeu educação de qualidade e qualificação profissional para as crianças e jovens, além de oportunidade para que a vocação inovadora de Brasília floresça. Paula quer uma cidade mais próspera, justa e acolhedora.

Mercado financeiro reduz pela sétima vez consecutiva projeção do PIB para 2019

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As instituições financeiras reduziram, pela sétima vez consecutiva, a projeção para o crescimento da economia neste ano e 2020. A projeção foi apresentada, nesta segunda-feira (15), no boletim Focus divulgado pelo BC (Banco Central) com base em estimativas baseadas nos principais indicadores econômicos.

Segundo o levantamento, a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 1,97% para 1,95% este ano e de 2,70% para 2,58 em 2020, a quarta redução consecutiva. As estimativa de crescimento para 2021 e 2022, contudo, permanecem em 2,50%.

Inflação

Já a estimativa para a inflação, calculada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi ajustada de 3,90% para 4,06% em 2019. Para o próximo ano, a previsão segue em 4% e 3,75% para 2021 e 2022.

A meta de inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) é de 4,25% com intervalo entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 segue no centro da meta que é de 4%. Para 2021, o centro da meta está estabelecido em 3,75% com intervalo de tolerância de 1,5%. O Conselho ainda não definiu a meta para 2022.

Juros

De acordo com o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,5% ao ano até o fim de 2019. Para o fim de 2020, a projeção segue em 7,50% e a expectativa para 2021 e 2022 é o que permaneça em 8% ao ano.

O Banco Central utiliza a a taxa básica de juros, a Selic, para controlar a inflação. Além disso, ela é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e serve de referência para os demais juros utilizados na economia.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,70 no fim de 2019 e subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 no fim de 2020.

IBC-Br

O Banco Central também divulgou nesta segunda o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) que apontou queda na atividade econômica neste ano. O índice apresentou queda de 0,73% na comparação com janeiro de acordo com dados dessazonalizados. De acordo com os números revisados pela instituição, em janeiro, em relação a dezembro, a retração ficou em 0,31%. (Com informações das agências de notícias)

Fernando Gabeira: Memórias do dilúvio

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Acordei às 7h em Cabaceiras, no sertão da Paraíba. Sol brilhando como sempre. É a cidade com o menor índice de chuvas no Brasil. Malas feitas, começaria minha longa viagem de volta para o Rio.

Antes do café, fui ver os pássaros. Eram os mesmos de sempre. De novo, apenas um papa-sebo, também chamado de sabiá-do-campo. Minha imagem final: a umburana, uma árvore com casca brilhante e sulcos vermelho-escuro.

Fim de semana intenso, subindo e descendo morro. Visitei o Lajedo do Pai Mateus, um esplêndido conjunto de pedras. Descoberto pelos turistas escandinavos, ajudou a salvar Cabaceiras.

Nos momentos de conexão, ainda tive de responder a jornalistas se nossa campanha tinha oferecido um milhão de dólares para Crivella, em 2008. Nunca vi um milhão de dólares e, assim como Armínio Fraga, jamais compraria votos. Considero a versão um desrespeito aos evangélicos: jamais votariam em mim contra sua consciência.

Cabaceiras foi descoberta pelos cineastas. A cidade, de apenas cinco mil habitantes, foi cenário de duas séries e 33 filmes. Ela se intitula a Roliúde Nordestina. Prefiro chamá-la de cidade luz. Ao contrário de sua homônima francesa, é uma cidade luz natural.

Passei várias horas entre as pedras da região. Quando voltei do trabalho, estava exausto, como sempre, e maravilhado com a luz. Antes de dormir, ainda pensei na história do Crivella. Lembrei-me de Bertrand Russel, quando correu um boato de que namorava uma linda jovem. Ele disse: “Não vou contestar logo de cara, só para saborear um pouco essa hipótese”..

Meu último pensamento antes de cair no sono foi este: se tivesse um milhão de dólares, o que faria com ele. Creio que daria para Crivella não votar em mim, e assim seguir minha trajetória de vida como ela é hoje: longe do universo político visceralmente corrompido do Rio.

De novo na estrada para Campina Grande. Chegamos com o restaurante ainda fechado. Havia um banco na porta, usei-o para passar as últimas imagens para o computador e as salvei num HD externo. É sempre bom ter duas versões, num país em que tudo acontece.

Conexão no aeroporto do Recife. Achei o aeroporto meio sombrio, depois de tantos dias de luz intensa. No celular, já havia algumas mensagens da Defesa Civil: teríamos chuva no Rio. Mesmo assim, é bom voltar. Nos últimos tempos, não digo como Tom Jobim: “minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro.” No máximo, a alma cantarola, discretamente.

Ainda no ar, era possível ver a Globo News e o estrago que a chuva fazia no Rio. Assim que o avião aterrissou, liguei para Neila, e ela estava presa num carro, com os dois netos. Tentava vir de Copa para Ipanema havia duas horas. Não havia táxis. Dividimos o equipamento; nossa equipe é de apenas dois. Fiquei com as câmeras, e Mauricio foi tentar um táxi no embarque.

Depois de uma hora, lembrei-me do Uber e, surpreendemente, estava no ar. Um homem mais velho nos disse: evitem o túnel, usem o aterro. O motorista ficou agradecido e disse: “Obrigado, pai.”

A cidade parecia arrasada. Os carros se deslocavam com dificuldade e em marcha constante para que o motor não morresse. Tentei orientar o motorista pelo instinto. Achei algumas ruas escuras e traiçoeiras. Na entrada do túnel, caiu uma árvore. Meia hora, e a árvore foi movida por um guindaste. Em Ipanema, de novo engarrafados. A Rua Vinicius de Moraes estava cheia de carros buscando a Lagoa inundada.

Pedi ao motorista para dar uma ré, usamos a Joana Angélica para ganhar minha rua. Mas o bloqueio continuava. Os carros na Vinicius fechavam a passagem. Disse para ele: estou a 400 metros de casa, ainda chove e terei de carregar duas malas de câmeras, a mochila com o computador e a mala de roupa. Bem que gostaria de saltar aqui para você se safar, mas não dá.

Desci do carro na chuva e fui até a Vinicius controlar o trânsito. Toureei alguns carros. Outros não davam nem bola. Finalmente, consegui abrir a rua.

Cheguei em casa depois da meia-noite. Todos bem, felizmente. Estava aceso. Vi um homem com a camisa do Vasco agarrado na cerca do Jardim Botânico. Ia para a Rocinha, parecia calmo. A repórter enfatizava a dificuldade de sua jornada, ele parecia ver tudo com normalidade. Gente forte.

Esperava dormir tranquilo, mas acabei ficando excitado demais com o longo dia. Antes de dormir, sabem quem apareceu na TV? Crivella.

A Ciclovia Tim Maia é segura, desde que não haja desabamentos — disse. Um milhão de dólares para Crivella fechar a boca. Estou gastando minha fortuna com ele, pensei antes de adormecer. (O Globo – 15/04/2019)

Denis Lerrer Rosenfield: Conceitos de política

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O ambiente político não anda conturbado tão somente por razões acidentais ou de inexperiência dos atores políticos, mas tem uma causa mais profunda, consistente no modo de compreensão da política. O atual governo age segundo um conceito de política baseado na oposição amigo/inimigo, em que o outro é visto como alguém que deve ser desqualificado e aniquilado. Outro conceito de política residiria na consideração do outro enquanto adversário, suscetível de ser convencido, e não suprimido. Denominemos o primeiro conceito de política de totalitário e o segundo, de democrático.

Totalitário porque foi elaborado por um teórico do nazismo, Carl Schmitt. Segundo essa acepção, a esfera da política seria uma espécie de arena de luta até a morte entre amigos e inimigos. Os amigos são os que compartilham a mesma concepção, enquanto os inimigos são os que dela divergem. A crítica, nesse sentido, não é aceita, pois significaria uma espécie de rompimento da concepção vigente ou que está sendo imposta. Instituições que exigem a composição e a negociação, como Parlamentos, são, portanto, tidas por impróprias, decadentes ou corrompidas.

Transplanta-se, assim, para a esfera da política a lógica militar da guerra. Nesta, exércitos se enfrentam buscando a derrota do outro, impondo-se o poder da força. Tal acepção vale também em casos de guerra civil, quando, na ausência de composição interna, as forças contendoras entram em conflito aberto, recorrendo às armas. A política fica a reboque de sua acepção militar.

O conceito democrático de política, por sua vez, foge do conceito de guerra ao inimigo, pautando-se pelo reconhecimento do outro como detentor de igualdade política. Não está em seu escopo o aniquilamento do outro, uma vez que sua forma de atuação reside na instituição parlamentar, na separação de Poderes e na liberdade de opinião e expressão. Eis por que a democracia representativa preza as instituições que são espaços de negociação, de convencimento e, mesmo, de judicialização das divergências.

A política bolsonarista, em seu período eleitoral, regeu-se por essa acepção excludente da política, usando e abusando da retórica do inimigo a ser desqualificado, cuja forma mais significativa foi o emprego da oposição “nova/velha política”. A “nova” seria a dos virtuosos, dos não corruptos, dos bons, que se oporiam a todos e a tudo que está aí. Os políticos e os partidos foram, então, tidos por algo a ser desprezado e posto de lado. Nesse sentido, as redes sociais foram um instrumento particularmente adequado, pois dados a sua economia de palavras e o seu modo de expressão, prestam-se, particularmente, ao enfrentamento e ao ataque. Elas funcionariam segundo a oposição amigo/inimigo.

Observe-se que a política petista empregou idêntico conceito de política. Lula utilizava a mesma oposição amigo/inimigo sob a forma das oposições excludentes, entre “conservadores e progressistas”, “direita e esquerda”, “nós e eles”. Atente- se para o conceito de política que ganha essas diferentes formas narrativas, que foram o sustentáculo dos governos petistas. Lula tinha incomensurável desprezo pelo Congresso, pelos partidos e pelos parlamentares. Ora eram picaretas, ora companheiros de negociatas.

No governo, pautado por instituições democráticas, o presidente Bolsonaro seguiu predominantemente a utilizar o mesmo conceito de política que lhe tinha sido tão benéfico na campanha eleitoral. Seu grupo próximo, constituído de civis, continuou empregando as redes sociais da mesma maneira, terminando por produzir conflitos incessantes com políticos e partidos. Evidentemente, estes não se reconhecem nessa forma de fazer política, uma vez que são considerados representantes da “velha política”, como se fossem, por isto mesmo, desqualificados e corruptos. O resultado é palpável: o governo não consegue negociar e, portanto, não avança em suas pautas reformistas na esfera legislativa.

Ora, a negociação faz parte da atividade parlamentar e executiva, é uma forma específica de fazer política, no Brasil e alhures. Não há nada de ilícito em que um parlamentar negocie recursos para a sua base eleitoral, sob a forma de creches, postos de saúde e escolas. O problema está no desvio desses recursos para o bolso do parlamentar, questão que pode ser equacionada com uma fiscalização eficiente.

Acontece, todavia, que a narrativa bolsonarista identifica a negociação com algo a ser descartado. Tal política enquadra-se, sobretudo, em sua pauta conservadora, baseada em fundamentos religiosos. Ela se torna propícia para a oposição entre amigos e inimigos, sob a forma dogmática dos bons e dos maus, dos virtuosos e dos pecadores.

Do mesmo modo, o teórico dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho, conforme a sua teoria mundial conspiratória, está sempre procurando inimigos para serem desqualificados, na medida em que essa concepção vive da reiteração de tal oposição. O desprezo pela pauta liberal no campo moral e econômico é sua consequência natural. Volta-se para o velho nacionalismo, contra a ideia liberal de globalização, como se a pauta conservadora devesse ter o primado sobre a reformista. Daí surgem as posições antiestablishment, como se a narrativa governamental devesse ser a de uma mobilização constante da sociedade, em que os amigos e os inimigos, os bons e os maus estariam perpetuamente se enfrentando.

Os militares no governo Bolsonaro estão sendo um exemplo de moderação e ponderação. São abertos à negociação e à composição, mostram-se firmes partidários das instituições democráticas. Note-se que, por formação, estariam mais propensos a adotar a política como forma de oposição entre amigos e inimigos, uma vez que essa é a forma da guerra para a qual foram e são treinados. Ou seja, é um grupo de civis que segue a lógica da guerra, enquanto os militares seguem a lógica civil da democracia. (O Estado de S. Paulo – 15/04/2019)

Mauricio Huertas: Sem dias de governo do presidente Bolsonaro

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Eles conseguiram subverter até a velha máxima “Si hay gobierno, soy contra”.

Desde 1º de janeiro de 2019 “no hay gobierno, por eso estoy contra”.

Passamos mais de cem dias sem comando, sem planejamento, sem inteligência, sem estratégia, sem organização. Simplesmente não há governo.

Estamos nas mãos de um aparvalhado, despreparado, desqualificado que não sabe o que fazer nem o que dizer quando precisa demonstrar equilíbrio, sensatez e autoridade, até porque está numa posição equivocada. O meme que virou presidente não nasceu pra isso! O Brasil merece um destino melhor!

Feito a reencarnação da Magda do humorístico “Sai de Baixo”, o tuiteiro da 5ª série afirma, após uma semana de silêncio sobre o pobre coitado assassinado com 80 tiros, que “o Exército não matou ninguém”. Que falta faz o Caco Antibes numa hora dessas – até ele, que odeia pobre – pra mandar a anta calar a boca! Ignorar ou ser ignorante, eis a questão. Elegeram uma piada!

Ao se meter em Educação – fossa ideologizada deste (des)governo influenciado pelo astrólogo da Virgínia – cometeu a sandice de afirmar que o objetivo é formar “uma garotada que comece não a se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”. Coerente. Desse jeito nossos jovens e o futuro já estão mesmo indo pro espaço! Ou pra cucuia!

E a trapalhada irresponsável na hora de mandar a Petrobras recuar no reajuste do diesel? O tal mito do liberalismo virou um intervencionista sem vergonha, repetindo os piores momentos de Dilma Roussef e do tão odiado PT. A repercussão, obviamente, provoca uma catástrofe nos índices da economia. Vão quebrar o Brasil e a Petrobras? Será que os bolsominions investem na Bolsa?

Curioso que um dia desses o trio de fraquejadas políticas – Carluxo, Flavinho e Dudu – comemorou a alta recorde da Bovespa atribuída ao otimismo da sociedade com o papi Pateta. Agora ficaram caladinhos. A culpa é da imprensa, claro! E o “Posto Ipiranga”, o que tem a dizer? Nada!

Mas não basta ser alienado, aloprado, biruta, desatinado, destrambelhado, insano, mentecapto. Além de tudo isso também precisa ser assassino. Em cem dias, o sem governo libera 152 agrotóxicos. Boa parte dessa lista, diga-se, é proibida nos países minimamente civilizados, preocupados com a saúde de suas populações. Aqui, f***-se o brasileiro!

O retrocesso na área da sustentabilidade vem de todas as direções. Nosso exterminador do futuro tupiniquim, que já havia dizimado a Funai e o Serviço Florestal, resolveu também extinguir as multas ambientais. Faz sentido para quem estava há anos com uma multa do Ibama entalada na garganta – pior que espinha de peixe – depois de ser flagrado por pesca ilegal em área de preservação. Anula a própria punição e, ao contrário, pune o fiscal. Gênio da vingança, Bolsonaro!

Por decreto, nos cem dias o sem governo extingue ou esvazia conselhos, comitês e comissões de participação popular, incluindo o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, essa invencionice esquerdista (que Donald Trump também despreza, graças a Deus e a Olavo de Carvalho), conspiração comunista de quem adora fake news!

Ah, vá, mas tem notícia boa: o Bolsa Família ficará com o maior poder aquisitivo da sua história, festeja o ministro Osmar Terra, retuitado pelo presidente. Diz ele que isso equivale a um aumento de 8,3% neste ano, que será pago integralmente em dezembro. Quase três vezes mais que a inflação. Viva*!

(* Uai, mas o governo Bolsonaro não era contra o Bolsa Família, prezado ministro Osmar Terra? Não se tratava de um programa assistencialista, caçador de votos, sem porta de saída e perpetuador da miséria? Não votaram nesse presidente justamente pra acabar com isso? Roubou a bandeira da esquerda, capitão?)

Pula para outro assunto: “O nazismo é de esquerda”. Hmmm. Outro. “É possível perdoar o Holocausto, mas não esquecer”. Outro, por favor. “No Brasil nunca teve ditadura”. Passa. “O nosso voto na ONU será baseado na Bíblia”. Algo mais ameno. “O que é golden shower?”. Meu Deus, os neurônios Tico e Teco não se entendem na cabeça do presidente! Socorro!

Depois de passar pelo Amapá, Bolsonaro se manifestou: Era o único estado que não tinha visitado durante a campanha, segundo ele (reproduzido textualmente) “devido a facada quase fatal que sofri de um ex-integrante do PSOL, braço esquerdo do PT e PCdoB”.

Convenhamos que é uma canalhice associar a “facada quase fatal” a esses partidos. Somos críticos dos métodos da velha esquerda tanto quanto da direita ressurgida das catacumbas. Certas atitudes e golpes abaixo da linha da cintura são inaceitáveis. Baixo nível, petismo e bolsonarismo, tudo a ver! Isso atenta contra o bom senso e a verdade. Sem limites.

Sem governança, sem transparência, sem participação popular, sem controle social, sem cidadania, sem democracia. Cem anos de atraso em cem dias sem governo. E sem oposição, porque o Brasil segue dividido entre as duas bolhas ideologizadas e idiotizadas: uma falsa esquerda, corrupta, desnorteada e incompetente contra uma direita pseudo liberal, mas tristemente preconceituosa, truculenta e retrógrada. Assim não dá mais, talquei?

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do #Cidadania23 em São Paulo, líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do #BlogCidadania23 e apresentador do #ProgramaDiferente.

CCJ da Câmara se reúne nesta segunda-feira para debater parecer da Previdência

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A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara se reúne nesta segunda-feira (15), a partir das 14h, para debater o parecer da reforma da Previdência (PEC 6/19). O presidente do colegiado, deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR), disse que até amanhã (16) haverá um “mapeamento das intenções de votos”. Em entrevista coletiva em Curitiba, Francischini demonstrou otimismo com a votação.

“[Integrantes da base aliada do governo] estão fazendo trabalho de corpo a corpo, conversando individualmente com cada deputado, começando pelos integrantes da CCJ”, disse. “Acredito que já há condições para superar obstáculos.”

Sessão

Segundo o presidente da CCJ, o esforço é para agilizar o processo de discussão e votação na comissão e, assim, enviar para a comissão especial.

“Minha intenção é que o trâmite seja o mais ágil possível”, afirmou.

Francischini estima uma longa discussão em torno da proposta, já que 85 deputados estão inscritos para o debate.

“Após dez oradores, pode ser apresentado pedido de encerramento de discussão, mas acredito que está caminhando para todos falarem, o que pode significar mais de 20 horas de debate”, disse.

Orçamento impositivo

O presidente da CCJ afirmou que a proposta que amplia o orçamento impositivo (PEC 34/19) pode ser votada na comissão nesta semana. Lembrou, entretanto, que a reforma da Previdência é prioridade no colegiado.

Francischini disse que se um requerimento de inversão de pauta for apresentado, será colocado em votação. “O plenário da CCJ é soberano. Se aprovar [o requerimento de inversão de pauta], o primeiro item será o orçamento impositivo”. (Com informações da Agência Câmara e Agência Brasil)

Baixo investimento em infraestrutura deixa o País sob risco de colapso

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Infraestrutura do país está sob risco de colapso

País não investe e deixa usinas obsoletas pontes em colapso e obras abandonadas

CASSIA ALMEIDA E GLAUCE CAVALCANTI – O GLOBO

Vai demorar no mínimo sete meses para que alguém possa cruzar novamente a ponte sobre o Rio Moju, no Pará. Uma das quatro pontes que ligam a região metropolitana de Belém ao resto do país, ela desabou depois que uma balsa bateu em um dos pilares, há pouco mais de uma semana. A queda de parte da via mostrou que faltavam defensas (blocos de concreto que protegem os pilares) e que havia estacas comprometidas. Mais um retrato da deterioração da infraestrutura no Brasil, que, sob risco de colapso, cobra um preço alto da economia.

Em novembro, já havia ocorrido a ruptura do Viaduto do Jaguaré, na marginal Pinheiros, em São Paulo. O trecho que cedeu só foi liberado para o tráfego no mês passado. E, em fevereiro de 2018, havia desabado parte do Eixão Sul, em Brasília. Para Renato Sucupira, sócio da consultoria BF Capital, essa situação põe vidas em risco:

— Deixar o ativo se deteriorar a ponto de colapsar é irresponsabilidade. É risco de vida. A queda do viaduto na Marginal Pinheiros poderia ter feito muitas vítimas.

Segundo estudo da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), apenas para cobrir a depreciação da infraestrutura que já existe — de transporte, logística, energia, telecomunicações e saneamento —, o Brasil tem de investir 1,9% do PIB. No ano passado, o aporte foi de 1,69%. Para manter e fazer a expansão necessária, o país deveria investir 4,5% em infraestrutura anualmente ao longo da próxima década.

— Não investimos nem o necessário para cobrir a depreciação dos ativos de infraestrutura — diz Igor Rocha, diretor de Planejamento da Abdib.

— É importante que o Brasil defina o modelo de investimento que quer seguir.

Sem investimento, o que já existe se perde. Estudo da Inter.B, do economista Claudio Frischtak, aponta que o estoque de infraestrutura vem caindo sistematicamente. Já foi de 58,2% do PIB em 1986. Agora está em 35,9%.

— O ideal é ter 60% do PIB de estoque — diz Frischtak.

— As pessoas pensam que obra de infraestrutura tem vida útil eterna. Parte significativa da nossa infraestrutura tem entre 30 e 40 anos, sem manutenção e investimento.

No Pará, além do custo estimado de R$ 113 milhões para reconstruir aponte que caiu, há outras três com os mesmos problemas: faltam defensas e manutenção.

— As batidas das balsas aconteciam com a maré baixa, atingindo o coroamento do pilar. Dessa vez, foi na maré alta, colidindo diretamente no pilar. Vamos construir as defensas e dois vãos de 124 metros, para melhorar a navegação no canal — diz o secretário de Transportes do Pará, Pádua de Andrade, que acredita que o tráfego de barcos seja retomado em 15 dias.

USINAS NO FIM DA VIDA ÚTIL

Na área de geração de energia, o cenário se repete. A CTG Brasil, da China Three Gorges Corporation, maior geradora de energia hidrelétrica no mundo, ganhou no ano passado o leilão das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, cujas concessões foram devolvidas à União. Evandro Vasconcelos, vice-presidente de geração da CTG Brasil, conta que encontrou unidades que precisam de “grandes investimentos em reforma e modernização”: R$3 bilhões em até dez anos.

— Havia quatro máquinas em situação insustentável. A primeira etapa do nosso projeto foi reformar os geradores. Poderia haver uma falha, uma perturbação no sistema interligado. Todos as usinas são muito antigas, com medidores analógicos, com nível de precisão muito baixo — conta o executivo.

— Mais de 65% das usinas estão no fim de vida útil, ou já passaram dela, com cerca de 40 anos. O sistema elétrico brasileiro é referência no mundo, mas houve grande indefinição quanto à renovação das concessões. Todos os concessionários pararam de investir na modernização do parque.

A falta de investimento também corrói equipamentos urbanos novos, como o BRT carioca, que começou a ser entregue à população em 2012. Sob intervenção da prefeitura desde o fim de janeiro, apenas três dos quatro corredores de transporte rodoviário estão em operação. Para viabilizar investimentos no sistema, que roda com cem ônibus a menos que o estimado, o município quer conceder o BRT à iniciativa privada.

Mais de 20 estações estão fechadas no trecho da Transoeste entre Santa Cruz e Campo Grande por causa do vandalismo. O corredor precisa ser reconstruído por causa de erros de projeto. O edital para a obra sai em uma semana, segundo a prefeitura.

ESTRADAS PRECÁRIAS

O BRT Transbrasil, por sua vez, sequer foi concluído. Após sucessivas interrupções, as obras foram retomadas em meados de 2018, com término previsto no fim do ano. A comissão de intervenção do BRT diz que “o corredor atravessa uma região complexa, cuja segurança pública é atribuição das polícias”, referindo-se à Avenida Brasil. Esta, aliás, é outra falha grave na infraestrutura fluminense, diz Mauricio Lima, sócio do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos):

— O principal corredor viário do Rio é o pior exemplo que temos. Tem elevado número de acidentes, roubo de carga e de passageiros, cracolândia, pistas de largura irregular, falta de sinalização, sobretudo nos trechos em obras, e estrutura deficiente para as famílias que moram no entorno da via.

Pelos cálculos da Confederação Nacional do Transporte (CNT), há 16 mil quilômetros de estradas precárias no país. Para recuperá-los, seriam necessários R$ 53 milhões. A previsão orçamentária para este ano, no setor de transporte, é de apenas R$ 6,6 bilhões. Até abril, foram gastos R$ 1,5 bilhão. Em 2018, mais de seis mil pessoas morreram nas rodovias federais. De 1,7 milhão de quilômetros de rodovias, só 213 mil quilômetros são pavimentados, ou 12% do total.

Apesar da falta de recursos, sobra desperdício. Uma obra estratégica de quase R$ 2 bilhões, o Arco Metropolitano — corredor logístico que liga Itaboraí ao Porto de Itaguaí

— prometia impulsionar o transporte e atrair empresas para o seu entorno, mas está subutilizado. Motoristas evitam passar ali por causa de assaltos. O moderno sistema de iluminação com placas de energia solar é alvo de roubos frequentes. No início do mês, o governo federal informou que um trecho da via será concedido à iniciativa privada.

Nível de intolerância com polarização política no País supera média de 27 países, diz Ipsos

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Polarização política no Brasil supera média de 27 países

Pesquisa – Segundo o Ipsos, 32% dos brasileiros dizem não valer a pena conversar com pessoas que têm visão diferente da sua; índice está acima do observado em 27 países

Bianca Gomes, Carla Bridi e Matheus Lara – O Estado de S. Paulo

A polarização política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que supera a média internacional de 27 países observados em uma pesquisa do Instituto Ipsos. Tema perceptível no cotidiano do brasileiro nos últimos anos, o radicalismo que envolve as discussões político-partidárias foi o aspecto medido na pesquisa. O levantamento mostrou que os entrevistados no Brasil estão menos propensos a aceitar as diferenças. Segundo o instituto, 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena tentar conversar com pessoas que tenham visões políticas diferentes das suas.

O índice nacional nesta questão é maior do que quase todos os países pesquisados – que ficou, na média, em 24% -, atrás apenas de India (35%) e África do Sul (33%). Na prática, o nível de intolerância nas discussões políticas afeta as diversas relações pessoais, sejam as familiares, as profissionais e as interações nas redes sociais.

A microempresária Patrícia Jimenes, de 42 anos, não vê a mãe há cerca de um ano, resultado de um rompimento por divergências políticas, associadas a “valores e princípios”. Nas eleições do ano passado, elas ficaram quase três meses sem se falar. Patrícia, que se identifica com a esquerda, bloqueou a mãe nas redes sociais por um tempo – tudo para não receber mensagens de política, explicou. “Em abril do ano passado eu explodi. Depois de um comentário no jantar de família, eu peguei minhas coisas e disse que não voltaria mais lá.”

O estudante universitário Erick Ferreira, 27, também se sentiu obrigado a cortar relações. Identificado com a centro-direita, ele diz já ter sido alvo de perseguição. “Colaram cartazes nos banheiros femininos da universidade com nomes de homens com quem as mulheres não deveriam se relacionar por questão ideológica. Meu nome estava lá por eu ser de centro-direita. Isso fez muita gente se afastar de mim. Já discuti demais. Agora, estou cansado.”

A pesquisa do Ipsos foi realizada com 19,7 mil entrevistados entre 16 e 64 anos nos países em que o instituto atua. Os cerca de mil brasileiros são majoritariamente pessoas de centros urbanos, com salário e nível educacional superior à média nacional.

Em outra pergunta feita aos participantes, 40% dos brasileiros disseram que se sentem mais confortáveis junto de pessoas que têm pensamentos similares. O índice é de 42% levando-se em conta os 27 países. A visão crítica de brasileiros a respeito de quem pensa diferente também foi ligeiramente acima da média geral quando o assunto foi o futuro do país e as razões de suas escolhas. Para 31%, aqueles com visão política diferente das suas não ligam de verdade para o futuro do Brasil. A média geral é 29%. 39% dos brasileiros concordaram com a frase “quem tem visão política diferente de mim foi enganado” – dois pontos porcentuais a mais que a média.

Marcos Calliari, CEO da Ipsos Brasil, avalia que o principal efeito observado no País está relacionado ao questionamento no qual 39% dos entrevistados brasileiros acreditam que pessoas não mudarão de opinião mesmo com evidências contrárias apresentadas. Além disso, 34% concordam com a frase “quem tem visão política diferente de mim não liga para pessoas como eu”. “A falta de transformar opiniões distintas em diálogo construtivo é o que mais nos preocupa. Temos evidências que os entrevistados não veem ganho no diálogo.”

Os brasileiros também se destacaram quando questionados se o País corre mais ou menos perigo com pessoas com opiniões políticas diferentes do que há 20 anos: 44% dos brasileiros acredita que há mais perigo atualmente. A média global, também elevada, é de 41%. Suécia e Estados Unidos lideram, com 57% cada.

Valores

Para o cientista político e professor da FGV Marco Antonio Teixeira, a polarização no Brasil está ligada a diferenças de valores, e acabou sendo absorvida pelas disputas políticas. “Nos anos anteriores, as eleições traziam projetos políticos diferentes, não valores, do ponto de vista moral. Não se discutia moralidade em termos de religião, de ser a favor de cotas. Em 2018, foi quase uma luta do bem contra o mal. De conservadores e não conservadores”, afirmou.

Na visão de Calliari, o fato de que o debate político está desestimulado é preocupante para o futuro do País. “Intolerância tem a ver com o voto “anti-oposto”. Nesse caso, mantém e reforça a intolerância. (Os eleitores) Não apoiaram uma causa que acreditam, mas sim o anti. Não se reconhece os pontos positivos de outros projetos. Como chegamos aqui, tem uma coisa cultural. Não temos cultura de dialogar ideias. Isso se reflete na família, no contexto educacional, na hierarquia das empresas. Uma conjunção de fatores institucionais que desestimula o diálogo. Essa talvez seja a origem. É um futuro incerto, dúbio. É preocupante.” (O Estado de S. Paulo – 14/04/2019)