Freire: Cidadania e PSDB finalizam estatuto da Federação nos próximos dias

Definição das regras de convivência dos próximos quatro anos é passo fundamental para homologar aliança junto à Justiça Eleitoral

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou em entrevista ao Papo com o Editor, programa do jornal O Estado de São Paulo, que espera finalizar na próxima semana os últimos detalhes do Estatuto da Federação com o PSDB, a tempo ainda de que eventuais reforços possam ingressar na aliança dentro da janela partidária.

Uma vez fechadas e acordadas as regras de convivência, os partidos aprovarão o Estatuto em Assembleia e submeterão o pedido de homologação ao Tribunal Superior Eleitoral. “Não vamos caminhar nessa discussão [sobre eleições] individualizados. Vamos tentar construir desde agora uma convivência que vai durar pelo menos 4 anos”, explicou.

Segundo ele, o candidato da Federação à Presidência da República será o nome do PSDB, mas as discussões com outros partidos continuam na tentativa de unificar as candidaturas do campo democrático. “Não tem federação com União Brasil nem com o MDB. O que está se discutindo é uma coligação na busca de uma candidatura única, aberta inclusive para Podemos, com Sérgio Moro, e PDT, com Ciro Gomes”, pontuou.

Freire avaliou que se essas forças conseguirem unidade em torno de um mesmo nome, mudarão “substantivamente o cenário da eleição”. “Há pressão na sociedade para que se busque uma candidatura única que não seja apoiando Lula ou Bolsonaro. Há espaço. Todos que estão mais ou menos colocados têm chances. Aqueles menos conhecidos podem ter chances até melhores”, disse.

Cláusula de Barreira

Sobre as federações, o presidente do Cidadania disse que o movimento vai muito além da pura e simples necessidade de superação da cláusula de barreira e argumentou que o cenário caminha para a redução do número de partidos na política nacional até como forma de facilitar a governabilidade de quem vencer as eleições de outubro.

Ele citou os exemplos de PT e PSB e a fusão do DEM e do PSL no União Brasil como exemplos de partidos que não teriam risco de ser barrados pela cláusula e ainda assim discutem a possibilidade de federação.

Sobre as perdas do partido nesse processo, Freire disse que são sentidas, mas que “há perdas e ganhos” e mencionou a chegada ao Cidadania do ex-governador Amazonino Mendes, que será o nome do partido na disputa no Amazonas. “Nos dá condições de eleger parlamentares, que não tínhamos antes disso”, sustentou.

O presidente do Cidadania classifica como perdas aquelas ocorridas no processo de transformação do PCB em PPS, quando da derrota do socialismo real, porque envolviam militantes que estavam no partido ainda na clandestinidade, quando ser comunista envolvia risco de morte.

“Decidimos mudar. E, ao mudar, alguns não quiseram mudar. Então aquela perda foi dolorida. Eu diria até que aquela foi uma perda que nós perdemos porque fomos derrotados. Perda agora não é nenhuma derrota, talvez seja até uma vitória”, comparou.

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