“O que nós estamos querendo aqui é convencer a Caixa a entender que esse parceiro não agiu certo com essas famílias”, disse a senadora durante depoimentos de representantes do banco (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Durante depoimento dos representantes da Caixa Econômica Federal à CPI da Chapecoense, nesta quinta-feira (17), a senadora Leila Barros (Cidadania-DF) questionou o fato de a estatal ter firmado contrato com a seguradora Tokio Marine Brasil. A empresa, segundo o relator da comissão, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), tem como sócio majoritário a Tokio Marine Seguradora, com sede no Japão.
De acordo com os parlamentares da CPI, a empresa japonesa insiste em não cumprir suas obrigações contratuais com as vítimas do acidente com a Chapecoense, clube de futebol de Santa Catarina.
Na avaliação da parlamentar do DF e ex-atleta, a parceria já estabelecida com a Tokio Marine Brasil, por meio dos contratos com a Caixa Econômica Federal e também com a Petrobras, pode ser uma via para buscar uma solução para o não pagamento das indenizações das vítimas do acidente com o avião que transportava dirigentes, atletas e jornalistas, em 2016, na Colômbia. Para Leila Barros, não se pode se dissociar a imagem da seguradora filial da sócia majoritária sem que uma cobrança seja feita por parte do governo brasileiro.
“Eu não quero condenar a Caixa, eu quero simplesmente que a Caixa nos ajude. O que nós estamos querendo aqui é convencer a Caixa a entender que esse parceiro não agiu certo com essas famílias. Ele negou e está se negando a pagar a apólice. Então, enfim, fica essa reflexão, com todo respeito à Caixa, aos representantes da Caixa, porque eu sei que eles só estão fazendo o trabalho deles, mas eu sou mulher, há um lado humano que a gente não pode desprezar. Existe a parte jurídica, a parte técnica, econômica — claro, é uma instituição financeira —, mas, assim, nós estamos falando de vidas, e são cinco anos de luta dessas famílias”, disse Leila Barros.
Ausência
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães estava convocado para depor na CPI. No entanto, dois representantes o substituíram para fornecer os esclarecimentos à comissão: o vice-presidente, Antônio Carlos Ferreira de Sousa, e o diretor de Governança e Riscos da Caixa Seguradora, Hebert Luiz Gomide Filho. (Com informações da Agência Senado)