Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (24/09/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Metade das estreantes na Bolsa perdeu valor de mercado
Ex de BOlsonaro: 1.185 saques em espécie
John Rodgerson – ‘Governo deveria ampliar Congonhas antes de vender’
Crise hídrica: dois próximos meses serão os piores
Embraer fecha acordo para vender 100 carros voadores
Cientistas alertam sobre uso de paracetamol por gestantes
Pacote verde prevê pagar a quem preservar floresta
Estudo mostra efeito positivo da publicidade na economia
‘Minha irmã autorizou cloroquina no desespero’
FH: PSDB deve ir a atos contra Bolsonaro inclusive com PT
Clientes correm à Justiça para cobrar de ‘faraó dos bitcoins’
Contagem regressiva para o fim da era Merkel
Ação ‘desumana’: Contrário às deportações, enviado especial dos EUA para o Haite se demite

O Estado de S. Paulo

Prefeitura de SP propõe ampla reforma da Previdência municipal
Base e oposição se queixam
Acordo pode pôr fim a disputa pelo Campo de Marte
Comissão da Câmara Aprova texto da reforma administrativa
Muita fome para pouca marmita
Marcelo Araújo – ‘Não há milagre para o preço do combustível’
Estudo aprova choque contra depressão
Rio tenta atrair Bolsa para ‘ativos verdes’
Uma dura campanha para Merkel
Veto a haitianos no EUA desgasta Biden

Folha de S. Paulo

Não provamos que cloroquina é eficaz, diz Prevent Senior
Ministério Público cria força-tarefa para investigar empresa
Caso Prevent revive CPI e foco em elo com Planalto
Com Queiroga em quarentena, servidor assume posto
Bolsonaro afirmou que Covid ‘apenas encurtou vidas’
Avança reforma administrativa com servidor estável
Em piora, Congresso tem trabalho reprovado por 44%
MTST faz protesto na Bolsa
Após quatro dias aberta, 2ª maior térmica para
Energia solar cresce com alta na luz e home office
Merkel se despede elogiada pela habilidade durante crises e criticada por não evitá-las
Conheça a trajetória da alemã e compare números do país antes e depois de seu governo
Gasoduto com Rússia de Putin é legado polêmico da chanceler da Alemanha em 16 anos

Valor Econômico

Alta de combustível e tarifas aumenta receita dos Estados
Mercado vê juro em nível maior no fim do ciclo
Kraft Heinz compra a Hemmer
O fim do modelo chinês de ‘construir e construir’
Uma Alemanha mais instável após as eleições
Center Norte terá bairro planejado
STJ isenta gestor por acusação de crime tributário
No Game

EDITORIAIS

O Globo

Cobaias humanas de cientistas inescrupulosos

As principais acusações pesam contra a Prevent Senior, nova protagonista da CPI

A pandemia trouxe a ciência ao centro da vida dos brasileiros e do debate político. Epidemiologistas, virologistas e infectologistas de ocasião passaram a debater uso de máscaras, eficácia de vacinas, taxas de contágio, distanciamento social, imunidade de rebanho — e tudo o que tivesse relação com o coronavírus. O conhecimento avançou rápido, produziu vacinas em tempo recorde e acumulou quantidade sólida de evidências sobre prevenção e tratamento da Covid-19.

Lado a lado com a ciência, porém, proliferou também a ignorância. Como a ciência trabalha diante do desconhecido, tenta reduzir o espaço para dúvidas, mas sem nunca extingui-lo, é incapaz de fornecer o tipo de certeza que a população gostaria de ter. Políticos se aproveitaram dessa limitação para disseminar desinformação e arrebanhar apoio entre incautos.

Não há melhor exemplo do que o presidente Jair Bolsonaro fazendo propaganda de remédios sabidamente ineficazes contra a doença. Até as emas do Palácio da Alvorada e o mármore de Carrara das Nações Unidas foram obrigados a ouvir lorotas sobre o tresloucado “tratamento precoce” à base de cloroquina, ivermectina e que tais. Na CPI da Covid, os mesmos absurdos são repetidos feito disco riscado pelos senadores Luiz Carlos Heinze, Eduardo Girão, Marcos Rogério, Marcos do Val e os demais identificados como “bancada da cloroquina”. Transparecem, cada um com seu estilo, tanta obtusidade que chega a ser patético.

Mas uma coisa é a ignorância, resultado sem dúvida da falta de acesso ao conhecimento ou de abertura ao aprendizado. Outra, bem diferente, é a avalanche de descobertas recentes sobre os brasileiros usados como cobaias humanas em testes que violaram os princípios éticos mais fundamentais.

As principais acusações pesam contra a Prevent Senior, nova protagonista da CPI. As denúncias vão muito além da mera distribuição do nefando “kit Covid” com drogas ineficazes, propagandeado pelo bolsonarismo sob o beneplácito pusilânime do Conselho Federal de Medicina. A GloboNews revelou que médicos da Prevent omitiram mortos num estudo fajuto divulgado no ano passado para promover a cloroquina, adulteraram prontuários para esconder mortes pela Covid-19 e foram proibidos de informar aos pacientes que remédios tomavam. Um diretor da Prevent chegou a insinuar ao médico que denunciara o esquema que “ameaçasse o repórter”.

Não foi a única tentativa de sufocar a imprensa. Os responsáveis por outra pesquisa com cobaias humanas no Amazonas, ligados à rede Samel, tentaram censurar na Justiça a reportagem do GLOBO que revelava detalhes de como mentiram aos pacientes e continuaram a aplicar outra droga ineficaz — a proxalutamida — mesmo naqueles com piora visível, apenas para inflar os resultados. Esse “estudo” acabou em 200 mortes, muitas evitáveis.

É ocioso repetir que tais práticas violam todos os protocolos e normas éticas em vigor. Aparentemente, tudo em nome da fama fácil de aplicar um verniz científico ao negacionismo bolsonarista. Prevent Senior e demais envolvidos não podem alegar ignorância. Não se trata de charlatanismo inócuo. As evidências apontam para crimes da pior espécie, que jamais esperaríamos de cientistas, mas infelizmente são mais comuns do que gostaríamos. Investigação e punição precisam ser rápidas, firmes, exemplares.

O Estado de S. Paulo

Calote e reeleição

Precatórios e Auxílio Brasil são componentes de cálculos voltados para os interesses particulares de um presidente pouco empenhado na administração do País e na solução de problemas

Desarvorada, sem rumo e incapaz de cuidar da economia e do dinheiro público, a equipe econômica pretende sacramentar o calote como prática regular e ainda cobrar pelo pagamento de precatórios, isto é, de dívidas judiciais. Em negociação com o Congresso, a fixação de um limite anual para a liquidação desses compromissos, tendo como referência o valor dessa despesa em 2016, é mais um abuso. O precatório corresponde a uma obrigação já atrasada. O credor, nesse caso, já foi prejudicado e precisou ir à Justiça para conseguir a reafirmação de seu direito. Qualquer tentativa de negar ou de contornar esse direito é uma nova tentativa de calote.

Além de pretender limitar o pagamento anual, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta converter a operação em negócio lucrativo para o Tesouro. Por uma das inovações propostas, o credor poderá receber pagamento imediato com desconto de 40%. Se implantado, esse procedimento será uma cópia aberrante de uma transação realizada, de forma legítima, no mercado. Instituições financeiras podem comprar, com redução de valor, direitos de credores do setor público. Essa é uma operação semelhante ao desconto de um título. Em troca de uma remuneração, a instituição assume o risco, adianta o dinheiro e o credor do governo vai cuidar da vida.

Não há como confundir o Tesouro com uma instituição de mercado. Quando um banco adianta dinheiro a um credor do governo, em troca de seu direito, ocorre uma transação normal entre dois agentes qualificados para comprar e vender. A cobrança de remuneração pela entidade financeira é um fato rotineiro, componente normal do negócio. O Tesouro, como devedor, de nenhum modo se confunde com uma empresa fornecedora de financiamento. Não tem sentido cobrar pelo pagamento de uma dívida, especialmente de uma dívida em atraso e enfim cobrada com base em decisão judicial. A proposta de pagamento imediato com desconto de 40%, ou de qualquer outro valor, assemelha-se a uma extorsão.

O acordo em discussão com o Congresso envolve outras formas de liquidação de compromissos, como o abatimento de débitos com a União e a compra de bens públicos. Essas propostas são mais dignas de discussão. Quanto ao pagamento em dez vezes, com parcelas corrigidas pela Selic, a taxa básica de juros, é uma solução também ruim, porque favorece muito mais a União do que o credor.

Mas a mudança de regras para os precatórios, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é motivada muito mais por um objetivo eleitoral do que por um problema de administração das finanças públicas. Não se trata apenas de abrir espaço no Orçamento para permitir a execução de gastos obrigatórios ou de investimentos importantes para o desenvolvimento econômico e social. O presidente da República precisa de condições fiscais para implantar o Auxílio Brasil, sua versão ampliada do programa Bolsa Família.

Esse interesse pode parecer estranho a quem pensa no Jair Bolsonaro de outros tempos. Esse político é lembrado por manifestações de desprezo àquele programa e pelo descaso em relação aos pobres, a seus problemas e, de modo mais amplo, às condições de vida e às preocupações da maior parte dos trabalhadores – dos trabalhadores de verdade, envolvidos em atividades honestas e úteis. O empenho do presidente em criar um Bolsa Família com sua marca é facilmente compreensível, no entanto, quando se pensa em seu esforço para continuar no poder. A reeleição é um dos meios possíveis para isso, embora as falas golpistas do presidente e manifestações de seus apoiadores insinuem outras possibilidades.

Precatórios e Auxílio Brasil são componentes de cálculos voltados para os interesses particulares de um presidente pouco empenhado, em geral, na administração do País, na solução de problemas econômicos e sociais e na promoção do desenvolvimento. O risco de mais perdas para os credores de precatórios é parte desse jogo. Há outras formas de ampliar o Bolsa Família, mas envolvem políticas sérias e podem atrapalhar o relacionamento com o Centrão.

Folha de S. Paulo

Inflação subestimada

Descrédito da política econômica no mínimo tende a encarecer controle dos preços

Projetava-se, em janeiro, que a inflação deste ano ficaria em torno de 3,3%, e patamar semelhante era esperado para os juros do Banco Central. Hoje, previsões para IPCA e Selic rondam os 8,5%, em indicativo eloquente do enfraquecimento da política econômica.

Na quarta-feira (22), o BC elevou sua taxa em 1 ponto percentual, para 6,25%, e indicou que prosseguirá no aperto monetário; não é improvável que o processo tenha continuidade em 2022. O país se desgarra, assim, do padrão de relativa normalidade dos últimos três anos.

Entre 19 grandes economias do mundo, o Brasil deve registrar a terceira maior inflação neste 2021, atrás apenas da irremediável Argentina (47%) e da Turquia (17,8%), conforme levantamento da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE). Trata-se, mostram os dados, de um problema doméstico.

É fato que houve uma alta global dos preços de produtos primários de exportação, mas no Brasil o fenômeno teve seu efeito amplificado pela desvalorização aguda da moeda nacional e pelas incertezas quanto à solidez das contas públicas —fatores diretamente ligados a ações do governo Jair Bolsonaro.

Adicionalmente, houve quebra de safras agrícolas e a crise hídrica, que encareceu a energia elétrica e ameaça levar ao racionamento.

O IPCA teve variação acumulada de 9,68% nos 12 meses encerrados em agosto. Neste século, esse índice de preços ao consumidor chegou aos dois dígitos em apenas duas ocasiões, ambas em meio a grande tensão política e econômica: em 2002-2003, na virada do governo tucano para o petista, e 2015-2016, na derrocada de Dilma Rousseff.

Não se pode subestimar, portanto, a gravidade da escalada inflacionária e seu impacto sobre o bem-estar das famílias e os humores do eleitorado. Conforme a pesquisa Datafolha deste mês, 69% dos brasileiros consideram que a situação econômica do país piorou nos últimos meses, e 53% dizem que sua própria situação se deteriorou.

Há grande perigo quando o governo perde capacidade de conduzir as expectativas de consumidores, empresários e investidores —e um ano de eleições tende a ser um complicador. As projeções do mercado para o IPCA de 2022 estão em alta e já rondam 4,1%, acima da estimativa do BC (3,7%) e da meta fixada para o período (3,5%).

No mínimo, o descrédito da política econômica torna mais custoso, na forma de juros maiores e desemprego, o controle dos preços. Na pior hipótese, chega-se à trágica combinação de inflação elevada e retração da atividade.

Valor Econômico

BC não descarta inflexão da inflação ao longo do ciclo

Para a maior parte das causas da inflação atual os juros são instrumentos menos eficientes

O Banco Central deve ampliar o aperto monetário, que deverá se estender até o começo do próximo ano. O Comitê de Política Monetária elevou pela quinta vez a taxa Selic, para 6,25%, e considera empurrá-la até 8,5%, caso o cenário inflacionário não piore. “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”. Um novo aumento de 1 ponto percentual está nos planos da reunião de outubro do Copom.

A persistência da inflação não deixa muita margem de manobra ao BC. Pela terceira reunião consecutiva observa-se que as “diversas medidas da inflação subjacente estão acima do intervalo compatível com o cumprimento das metas para a inflação”.

Dois pontos chamam a atenção no comunicado do Copom. O primeiro deles é que no cenário básico, que considera as estimativas do boletim Focus, para uma mesma taxa de juros, 8,5%, e partindo do mesmo câmbio (R$ 5,25) a inflação calculada pelo BC está bem mais perto da meta de 3,5% para 2022 que a projetada pelos participantes da pesquisa – 3,7%% e 4,1%. O segundo é que o novo ritmo de aumento de 1 ponto percentual é considerado adequado não só porque poderá garantir a convergência da inflação para a meta como, “simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e grau de persistência dos choques”.

A observação é importante porque indica que o BC conta com a possibilidade de reversão da trajetória da inflação a curto prazo e, além disso, desaconselha apostas mais ousadas de investidores que projetam boas chances de a Selic chegar à casa dos dois dígitos. Sem deterioração adicional do front inflacionário, essa possibilidade é baixa.

Essa avaliação tende a resguardar realismo diante da eficácia da política monetária diante de choques de preços provenientes em boa medida de gargalos na oferta e não de desequilíbrios importantes na demanda, e menos ainda de excesso de demanda. A alta nos preços dos bens industriais ganha impulso com a falta de insumos decorrente de distúrbios nas cadeias de produção globais e um impacto de custos forte, propiciado também pela elevação dos preços das commodities sem que o movimento natural de apreciação do real tenha ocorrido. É um problema semelhante ao relatado pelo Fed em sua reunião, anteontem, com a diferença de que os EUA estão com falta de mão de obra e aqui o desemprego é muito alto.

A regularização das cadeias de produção, ao que tudo indica, só se dará em 2022, logo não é razoável supor alívio decisivo na inflação dos bens industriais. O preço da energia deu um salto e as condições climáticas desfavoráveis, que podem levar a um racionamento, não permitem qualquer otimismo. Aumentos expressivos de energia e combustíveis são fatais para a generalização das mudanças nos níveis de preços.

Restam as cotações das commodities, o câmbio e, sob influencia dos dois, o dos preços de alimentos e matérias primas. Houve reversão das apostas quase unívocas do mercado em inflação abaixo da meta até meados de 2020, quando as cotações das commodities desabaram e a Selic atingiu 2%. Em seguida, houve movimento contrário que parece de novo automático – o estouro da inflação e juros. Mas uma nova reviravolta não seria improvável, apesar da força da inércia. As cotações das commodities estão refluindo, reflexo do fato de que o pico da recuperação das economias desenvolvidas (EUA e Europa), e talvez da China, ficou para trás.

O Relatório de Inflação de junho trouxe estimativas do que aconteceria com a inflação se os preços das commodities retornassem ao nível do último trimestre de 2019, antes da pandemia – as agropecuárias subiram 25% desde então até junho deste ano e as metálicas, 50% – com o dólar mantido perto da cotação atual. A inflação de 2022 seria de 3,1%, 0,4 ponto menor. No caso de um recuo do dólar, a queda da inflação seria de pelo menos o dobro. Em um recuo combinado de ambos, o triplo.

Com o início do calendário eleitoral, teme-se pelo pior no câmbio, mas sua estabilidade por algum tempo com queda nas commodities reverteria a direção da inflação e exigiria menos juros e menor sacrifício do crescimento. Para a maior parte das causas da inflação atual os juros são instrumentos menos eficientes – doses maiores para resultados menores. A deterioração das expectativas de crescimento em 2022 é motivo essencial para calibrar bem, a toda hora, a necessidade de aumento de juros.

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