“Nenhum outro depoimento foi tão carregado de tantas irregularidades”, avalia senadora (Foto: Jéssica Marschner)
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), integrante da Bancada Feminina, disse que as investigações já podem apontar que Roberto Pereira Ramos Junior, depoente nesta quarta-feira (25) na CPI da Pandemia, é “testa de ferro” de um esquema fraudulento comandado por políticos e empresários inescrupulosos montado para a compra da vacina Covaxin.
Tido como presidente do FIB Bank, Roberto Pereira confessou, durante depoimento – para incredulidade dos parlamentares -, que não conhece Francisco Maximiano, mesmo assim concedeu carta de crédito à Precisa para a malograda compra da vacina das 400 milhões de doses do imunizante.
Mas revelou a proximidade [muitas vezes por telefone] com Marcos Tolentino, sócio oculto do FIB Bank e amigo pessoal do líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
“As declarações demonstraram que o senhor é apenas testa de ferro. Assume responsabilidades como laranja deste esquema. Mas suas palavras expuseram muitas coincidências que colocam Barros e seu amigo [Marcos Tolentino] neste roteiro de investigação desta comissão parlamentar de inquérito”, advertiu Eliziane.
Ela reforçou as suspeitas afirmando que a CPI levantou que o endereço e o telefone do banco, que foram apresentados pelo depoente, são os mesmos de Tolentino.
“Nenhum outro depoimento foi tão carregado de tantas irregularidades”, avaliou.
Patrimônio “fake”
A senadora maranhense ainda classificou como “fake” o patrimônio que foi declarado por Pereira aos integrantes da comissão. Segundo ele, são R$ 7,5 bilhões de capital social, sendo que a maioria é formada por terrenos.
“Vemos aqui o caso de uma garantia fake, uma vacina fake e um governo fake”, ironizou a senadora.