O Cidadania se manifesta publicamente pela rejeição do chamado distritão, um sistema eleitoral arcaico que se transformará numa das piores ameaças à democracia brasileira na história recente. Trata-se de um modelo para a eleição de deputados federais que não é usado em nenhuma democracia relevante do mundo e que tornará os partidos políticos irrelevantes.
Um sistema do século XIX que esvaziará o conteúdo programático das candidaturas para a Câmara dos Deputados, perpetuará mandatos já conquistados e irá privilegiar candidatos conhecidos, como celebridades, ou de alto poder aquisitivo. Se o que vale é o voto única e exclusivamente personalista, os partidos deixam de fazer sentido.
O sistema eleitoral tem de caminhar na direção de fortalecer e diminuir o número de legendas, de tal forma a reforçar o caráter ideológico e programático da representação política, o que facilitará a governabilidade. Não no sentido de transformar cada um dos eleitos em um partido, fazendo das legendas meros cartórios de registro de candidaturas.
Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, estivesse valendo em 2018, o distritão desprezaria 70% dos votos válidos para deputado federal: 68 milhões dos quase 100 milhões de votos não teriam influência alguma na distribuição das 513 vagas da Câmara.
Aprovar tal aberração instituirá o reinado do voto individual, fazendo do Parlamento casa de indivíduos, não de partidos, e será o início do fim da democracia representativa. Um total retrocesso que não contará com os votos do Cidadania.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania