E lá se vão 103 anos…
O poeta Ferreira Gullar, quando o partido completou 60 anos, fez uma homenagem aos fundadores: “Eles eram poucos. /E nem puderam cantar muito alto a Internacional. /Naquela casa de Niterói em 1922. /Mas cantaram e fundaram o partido. O poema ressalta inda que “o PCB não se tornou o maior partido do ocidente, nem do Brasil. /Mas quem contar a história do nosso povo e seus heróis tem que falar dele. /Ou estará mentindo”.
Foi no dia 25 de março. Como conta Gullar, estavam reunidos o jornalista Astrojildo Pereira, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luiz Peres, os alfaiates Cendon e Barbosa, o ferroviário Hermogênio e o barbeiro Nequete. A decisão deles fez nascer o Partidão. De lá para cá, muitas histórias passaram pelas hostes do Cidadania.
“Somos um partido que tem como grande compromisso a defesa intransigente da democracia, das liberdades, dos direitos individuais e da institucionalidade da República”, define o presidente da legenda, Comte Bittencourt. “Essa é a história desse partido em mais de 10 décadas”.
“Somos o partido da luta pela paz, pela democracia, sobretudo desde os anos 1950; então, quem for contar a história do Brasil vai registrar a força, as lutas e o desempenho do PCB/PPS/Cidadania23”, diz o secretário-geral Regis Cavalcante, que está na legenda desde 1985. Ele destaca a importância do partido nas lutas sociais, pela organização dos sindicatos e da classe operária.
“A história da luta pela saúde pública e pela criação do SUS, sob a liderança de Sérgio Arouca, e de tantas outras lutas, tem nossa marca”, diz. Regis Cavalcante lembra ainda da decisão do partido de enfrentar a ditadura por meio da resistência democrática, em vez de aderir à luta armada. “E nesses 40 anos da democracia brasileira, é imprescindível lembrar a história e o legado do nosso partido”.