Encontro G7 na Puglia: um marco histórico de cooperação internacional

Renata Bueno

No último final de semana, a região da Puglia, no sul da Itália, foi palco da 50ª cimeira do G7. Realizada no município de Fasano, próximo a um complexo de cidades e edifícios de luxo que apresenta uma arquitetura tradicional local, o cenário era de tirar o fôlego, com paisagens verdes pontuadas por oliveiras centenárias, proporcionando um ambiente inspirador para as discussões.

Presidida pela Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, a cimeira contou com a participação de grandes líderes do mundo: Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Itália, além de representantes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e também, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como observador e representante do Brasil participando de pautas como economia, sustentabilidade e desigualdade.

Os encontros foram divididos em três dias de intensas discussões sobre temas cruciais da política internacional. No primeiro dia, as discussões focaram em África e no clima, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyj liderando algumas das manifestações. As conversas abordaram a necessidade urgente de ações coordenadas para enfrentar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável no continente africano.

No segundo dia, a atenção se voltou para a inteligência artificial e a energia. Os líderes discutiram como a IA pode ser utilizada de maneira ética e responsável para impulsionar a inovação e a produtividade global. Além disso, debateram sobre a transição para fontes de energia limpa e as estratégias para garantir a segurança energética global.

O último dia foi dedicado às questões geopolíticas mais delicadas, como a situação na Ucrânia e a crise no Oriente Médio. Os líderes discutiram a criação de um fundo de 50 milhões de dólares, proveniente de ativos russos congelados, para ajudar Kiev. Também foi debatida a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo em Gaza, uma medida que visa aliviar a tensão na região.

A presença do Papa Francisco foi um dos pontos altos da cimeira. Ele participou das discussões, destacando a importância de uma abordagem humanitária e ética nas políticas internacionais. Sua presença trouxe uma perspectiva moral e espiritual às deliberações, reforçando a necessidade de ações que promovam a paz e a justiça social.

Conclusões e Acordos
A cimeira resultou em importantes avanços, incluindo a finalização de acordos para a utilização de ativos russos congelados e a promoção de um comércio mais justo e sustentável. Os líderes também concordaram em intensificar os esforços para combater as mudanças climáticas e apoiar a transição para energias limpas.

Embora tenha havido polêmicas, como a exclusão da questão do aborto das discussões finais devido à presença do Papa, a cimeira foi considerada um sucesso por promover um diálogo aberto e construtivo sobre os desafios globais.

Renata Bueno é uma parlamentar ítalo-brasileira nascida em 1979 em Brasília, DF, Brasil. Conhecida por seu envolvimento na política e na defesa dos direitos dos descendentes de italianos no Brasil. Renata Bueno foi eleita deputada federal em 2010, sendo a primeira mulher eleita pelo Partido Socialista Italiano (PSI) fora da Itália. Sua atuação política tem sido focada em temas relacionados à cidadania italiana, imigração, e fortalecimento dos laços entre Brasil e Itália. Ela é presidente da Associação pela Cidadania Italiana no Brasil e tem trabalhado para facilitar o processo de reconhecimento da cidadania italiana para descendentes de italianos no país. Além de parlamentar, Renata é advogada e empresária, com o Instituto Cidadania Italiana e Mozzarellart.


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