IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (21/06/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Pressão acelera mudanças no comando da Petrobras
Governo agora quer que PF fiscalize urnas
Defensores de indígenas são 38% em lista de proteção
O Censo nas ruas
Saúde do Papa Francisco gera rumor sobre renúncia
Petro faz discurso de reconciliação na Colômbia

O Estado de S. Paulo

Pressão política faz presidente da Petrobras deixar o cargo
Empresa estaria recolhendo menos imposto que o previsto
Articulação expõe planos de reeleição de Lira na chefia da Câmara
112 mi de doses não foram aplicadas em brasileiros aptos a se vacinar
Crimes no Vale do Javari – Morte de indigenista em 2019 gerou dossiê
Imazon aponta devastação recorde nos cinco primeiros meses do ano
Executar plano de reduzir pobreza na Colômbia será desafio para Petro
Israel – Premiê renuncia e país terá sua quinta eleição em 3 anos
Perda de maioria parlamentar pressiona governo de Macron

Folha de S. Paulo

Pressão derruba presidente da Petrobras; CVM investiga estatal
Crise à parte, analistas ainda indicam ações da empresa
Conta de luz virou quase Orçamento paralelo, diz especialista do setor
Registros irregulares ‘inflam’ negros na Câmara
Campanha de Bolsonaro resgata Wajngarten e tenta atrair militares
Plano de governo de Lula muda e destaca Amazônia
Resgatado, barco de Bruno e Dom será periciado; atos no DF pedem justiça para crime no Amazonas
Quarta dose a partir de 45 anos começa amanhã em São Paulo
Favelas criam ações contra crise do clima e racismo ambiental
Petro eleito mostra nova Colômbia, afirma senador

Valor Econômico

Sob ataque, Petrobras agora tem presidente interino
Nogueira quer ‘mecanismo de transição’
Desinflação é mais lenta no Brasil, diz Torós
CSN elabora proposta para ter a Samarco
Quadro melhora para os fundos imobiliários
Aéreas retomam voos, mas ainda falta mão de obra
Produtividade do trabalho segue abaixo do nível pré-pandemia

EDITORIAIS

O Globo

Pressão sobre Petrobras expõe desespero

As acusações de Bolsonaro e Lira depois dos últimos reajustes da gasolina e do diesel não têm nenhum sentido

A renúncia de José Mauro Coelho ao comando da Petrobras, pouco mais de dois meses depois de assumir o cargo e quatro semanas depois de demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, expõe o desespero do governo em sua obsessão por conter a alta dos combustíveis. Depois de trocar duas vezes o comando da estatal para interferir nos preços — e de fracassar — , Bolsonaro agora deposita suas esperanças no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Pressiona por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Congresso, e Lira fala até em mudar a Lei das Estatais, aprovada depois da Operação Lava-Jato justamente com o intuito de blindá-la (e a outras estatais) de intervenções.

No plano econômico, as acusações de Bolsonaro e Lira depois dos últimos reajustes da gasolina e do diesel não têm nenhum sentido. A alta do petróleo é um movimento global, provocado pela transição rumo à matriz energética mais limpa, pela retomada da atividade depois da pandemia e pela guerra na Ucrânia, que tirou do mercado o segundo maior produtor, a Rússia. Pôr a culpa disso tudo na Petrobras ou querer que o preço no Brasil esteja imune às oscilações do mercado global equivale a impor desabastecimento, a criar um incentivo artificial ao combustível fóssil e a disseminar pela economia uma distorção que cobrará seu preço no futuro. O país viveu essa fantasia pela última vez no governo Dilma Rousseff e não deveria repetir a experiência.

Isso não significa que nada possa ser feito para conter os preços. No mundo todo governos tentam suavizar o impacto do choque do petróleo. A ideia de reduzir impostos, desde que respeitados os limites fiscais, não é descabida. Criar subsídios temporários financiados pelo Tesouro (criando um fundo com dividendos e impostos pagos pela Petrobras) é outra arma ao alcance do Congresso. Há, por fim, uma questão de base: é preciso privatizar refinarias para instaurar competição no mercado. O difícil, no quadro atual, é atrair algum investidor para apostar num negócio sob a ameaça constante de intervenção ou expropriação pelo governo.

É justamente aí, no plano político, que repousa a maior dificuldade. Permanece não apenas entre dinossauros da esquerda nacionalista, mas também no discurso de Lira e Bolsonaro, a percepção de que a Petrobras deveria se dobrar à vontade do acionista majoritário, movida por interesse político, em vez de seguir regras do mercado. É como se o lucro da petroleira fosse ruim, quando seus dividendos e impostos vão direto para o caixa do Tesouro.

A Lei das Estatais que Lira fala em mudar foi adotada depois de desmascarado na Petrobras o maior esquema de corrupção da História brasileira. Esquema criado pelo partido de Lira, o PP, responsável pela indicação do principal delator da Lava-Jato (o ex-diretor Paulo Roberto Costa) e um dos principais beneficiários das verbas desviadas. Ela impede a indicação de conselheiros com cargo no governo, exige da diretoria experiência no setor e estabelece que usar a empresa numa política pública demanda uma discussão transparente e ressarcimento pelo Estado.

No mais, a Petrobras, como toda empresa de economia mista, é regida por um arcabouço jurídico que a obriga a se comportar como empresa privada no mercado em que atua. Abrir mão da governança que blinda seu negócio dos políticos seria um retrocesso inaceitável.

O Estado de S. Paulo

A fila dos pobres e pobreza da política

Em vez de zerar a fila do Auxílio Brasil, o governo Bolsonaro conseguiu a proeza de, em um mês, dobrar onúmero de famílias que estão à espera do benefício

Desemprego, inflação e empobrecimento fazem crescer, mês a mês, a fila de pessoas em busca do Auxílio Brasil, enquanto o presidente Jair Bolsonaro briga com a Petrobras por causa dos preços dos combustíveis.

A fila mais que dobrou entre março e abril. Em um mês, passou de 1,308 milhão para 2,788 milhões de famílias, ou, por outro critério, de 2,450 milhões para 5,302 milhões de pessoas. Candidato à reeleição, o presidente extinguiu o Bolsa Família e tentou, com a criação do Auxílio Brasil, ter um grande programa social com a sua marca. Mas também nessa área falhou a sua administração, assim como na economia, na saúde, na preservação do ambiente e na defesa de fronteiras contra o crime internacional.

A fila dos pobres em busca de ajuda nunca foi zerada. Chegou a diminuir, entre novembro e janeiro, de 3,189 milhões de famílias para 434 mil, mas logo voltou a crescer, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), principal fonte – diante da omissão do Ministério da Cidadania – de informações sobre o assunto.

A omissão reflete o padrão geral da administração Bolsonaro. Essa administração se relaciona duplamente com a longa fila de gente à espera de ajuda. Além de ser incapaz de atender as famílias candidatas, o presidente da República é responsável, juntamente com seus auxiliares, pela falta de rumo da economia, pela insegurança dos negócios, pelo continuado aumento da pobreza e pela piora dos indicadores sociais do Brasil.

A fila de famílias em busca do auxílio é parte de um amplo e sombrio cenário. O quadro inclui desemprego na faixa de 10%, muito superior ao observado nas grandes economias, alta informalidade no mercado de trabalho, estagnação industrial, inflação acelerada e grande aumento da pobreza. A fome reapareceu no dia a dia de 33 milhões de brasileiros, 15,4% da população. Quando o País saiu do Mapa da Fome da ONU, em 2014, havia 9,5 milhões de pessoas, 4,7% da população, sem alimentação regular.

O empobrecimento inclui o retrocesso de outros indicadores. Com a economia sem dinamismo nos últimos dez anos, o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante ficou no ano passado em R$ 40.668, abaixo daquele registrado em 2013, R$ 44.097, num cálculo a preços constantes divulgado pela Fundação Getulio Vargas. Alguns anos ainda serão necessários para a recuperação daquele valor, se o PIB continuar, como se estima, avançando lentamente no futuro próximo.

Não há, por enquanto, razão para esperar crescimento mais veloz, porque o investimento em capacidade produtiva continua muito baixo, exceto na agropecuária. No conjunto da economia, o investimento em máquinas, equipamentos e construções, incluídas obras de infraestrutura, tem ficado abaixo ou pouco acima de 18% do PIB. Faltam seis ou sete pontos para atingir o nível necessário a um dinamismo mais parecido com os padrões de outros emergentes.

O investimento poderia ter sido maior, nos últimos três anos e meio, se o poder central tivesse conseguido avançar nas parcerias com o setor privado ou cumprido uma parte razoável das privatizações prometidas. Pouco se realizou nessa área, além da venda de ações da Petrobras, apesar das promessas grandiosas do principal membro da equipe econômica, Paulo Guedes. O setor privado investiu o indispensável à sua manutenção, com empenho muito limitado pelas modestas perspectivas econômicas.

Incapaz de promover o investimento e de animar a economia no curto prazo, a administração Bolsonaro falhou também na preservação da segurança fiscal. Furou o teto de gastos, permitiu a apropriação de parte significativa do Orçamento pelo Centrão e criou incerteza quanto às contas públicas, facilitando a instabilidade cambial e as pressões inflacionárias causadas pela valorização do dólar. O combate real à inflação ficou por conta do Banco Central e, portanto, da alta dos juros, mais um obstáculo ao crescimento e ao emprego. Não há como estranhar, nesse quadro, o aumento da pobreza e da fila dos candidatos a uma ajuda para sobreviver.

Folha de S. Paulo

Colômbia à esquerda

Presidente eleito, Petro governará em ambiente hostil para qualquer ideologia

Apesar de uma campanha repleta de ataques e discursos apocalípticos de ambos os lados, o segundo turno da eleição presidencial na Colômbia transcorreu sem maiores sobressaltos, consagrando como vitorioso Gustavo Petro.

Ele venceu o candidato populista Rodolfo Hernández por um placar apertado de 50,4% a 47,3%, no pleito mais acirrado dos últimos 28 anos. Tendo disputado o cargo pela terceira vez, o ex-prefeito de Bogotá vai se tornar agora o primeiro líder de esquerda da história do país sul-americano. Adicionalmente, conta com uma mulher negra como vice, Francia Márquez.

Para alcançar esse triunfo inédito, Petro precisou, mais do que superar seu adversário, vencer as resistências que seu passado de ex-integrante do grupo rebelde M-19, desmobilizado em 1990, ainda geram num país traumatizado por décadas de conflitos envolvendo guerrilhas armadas de esquerda.

Procurou afastar-se de regimes ditatoriais do continente, como Cuba e Venezuela, e, ao contrário do que fez nos pleitos anteriores, apresentou-se com perfil mais moderado, buscando articular acordos com setores empresariais.

Assim como em outras eleições recentes na América do Sul, a votação colombiana foi marcada pela rejeição ao establishment político e por um forte desejo de mudança —o que pode ser medido, numa nação em que o voto não é obrigatório, pela maior participação eleitoral desde a década de 1970.

Petro governará um país que, embora venha conseguindo se recuperar economicamente do tombo sofrido durante a pandemia, ainda sofre seus efeitos sociais nocivos.

Se o Produto Interno Bruto da Colômbia registrou em 2021 o maior crescimento de sua história (10,6%), hoje cerca de 40% da população vive na pobreza e o desemprego alcança 12%.

Além da urgência de enfrentar tal situação, o ex-prefeito de Bogotá assume a Presidência com uma agenda ambiciosa de reformas.

Dentre seus principais objetivos, destaca-se a promessa de diminuir a dependência de petróleo e carvão, tornando o país um modelo de combate à mudança climática na região. Ele também busca implementar uma reforma agrária, aumentar os impostos dos colombianos mais ricos e renegociar tratados de livre-comércio.

A isso se soma a reestruturação dos sistemas de saúde e educação, bem como a implementação de pontos do pacto que resultou no fim das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Concorre contra tais pretensões a escassa base de apoio parlamentar obtida por Gustavo Petro. Sua coalizão, Pacto Histórico, dispõe de menos de um quinto dos assentos do Congresso bicameral.

Afora o caso do Brasil, onde Jair Bolsonaro (PL) buscará uma reeleição difícil, a esquerda tem obtido triunfos nas maiores economias latino-americanas —México, Argentina, Chile, Peru e, agora, Colômbia. Já as condições atuais de governo, num mundo de pandemia, inflação e risco de recessão, são hostis a todas as ideologias.

Valor Econômico

Brasil recua em ranking global de competitividade

Queda do Brasil no ranking deveu-se a problemas com infraestrutura, falta de mão de obra qualificada e insegurança jurídica

O Brasil perdeu duas posições no ranking global de competitividade elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), da Suíça, e caiu para a 59ª posição entre 63 países analisados. No levantamento feito em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), o Brasil só está à frente da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela; e fica atrás de países como Malásia (32º lugar), Peru (54º) e Botsuana (58º).

Nos últimos dois anos o Brasil recuou três postos no ranking de competitividade e voltou ao patamar de 2019. Dos 63 países analisados, 35 subiram ou ficaram estabilizados no último ano e 28 caíram. A resposta do país à pandemia pode ter influenciado. Mas não foi só isso que afetou os resultados. No caso brasileiro, antigas mazelas não enfrentadas ainda fazem estragos.

A elaboração do ranking leva em conta 333 variáveis de desempenho econômico, infraestrutura, eficiência do governo e das empresas. São avaliados indicadores macroeconômicos e entrevistados executivos de empresas nos países pesquisados. A queda do Brasil no ranking deveu-se especificamente a problemas com infraestrutura, deficiência de mão de obra qualificada e insegurança jurídica. Como o país continua mal nessas frentes não há razão para se esperar uma recuperação nos próximos anos.

A insegurança jurídica no Brasil desestimula investimentos, principalmente estrangeiros. A perspectiva de que as regras podem mudar a qualquer momento gera intranquilidade, posterga e inibe iniciativas. Se, de um lado, o governo brasileiro avançou na redução da burocracia e na digitalização de documentos e certidões legais, de outro segue incentivando intervenções e alterações de regras legais e tributárias. Especialistas se queixam ora da omissão do Legislativo, ora do ativismo que se observa nos últimos meses com objetivos arrecadatórios e eleitoreiros.

Já o Executivo banaliza os projetos de emenda constitucional (PECs), feitos muitas vezes sem necessidade a não ser o interesse e a pressa determinados pelo calendário eleitoral. Do seu lado, o Judiciário ultrapassa barreiras e excede em algumas de suas intervenções como a recente atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que concedeu liminar pedida pelo presidente suspendendo decisão do Confaz para fazer vigorar sua determinação de que o ICMS sobre combustíveis tenha um valor fixo e único em todo o país. O caso tinha sido sorteado para o ministro Gilmar Mendes, mas André Mendonça, indicado por Bolsonaro para a Corte, o atalhou em movimento inédito e concedeu a liminar.

A insegurança jurídica acaba resultando na proliferação de organismos criados teoricamente para resolver pendências, mas que contribuem para a instabilidade. O Ministério da Infraestrutura e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criaram em abril o Comitê de Resolução de Disputas Judiciais de Infraestrutura (CRD-Infra), para resolver conflitos judiciais relativos a projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A intenção é agilizar a solução de conflitos entre o poder público e a iniciativa privada para destravar obras de infraestrutura que estão paradas por serem alvo de disputa judicial.

O relatório do IMD ressalta a piora na infraestrutura básica do país. O governo Bolsonaro demorou a pôr em marcha os projetos de privatização e, sem espaço fiscal, cortou os recursos para investimento público. Levantamento da consultoria Inter.B mostra que o país investe menos da metade dos 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) necessários apenas para manter o estoque existente. Em 2021 o investimento ficou em 1,73% do PIB e, para este ano, a previsão é de 1,71%, o que contribui para a estagnação da economia. O setor público propriamente dito tem investido cerca da metade do privado. Em 2021, investiu 0,59% do PIB para 1,14% do privado. Neste ano, enquanto o setor privado deve manter o ritmo, o público vai diminuir sua participação para 0,57% do PIB.

O ponto mais crítico da competitividade brasileira, porém, é a qualificação da mão de obra. O problema está diretamente ligado à educação, em que o Brasil permanece em último lugar no ranking do IMD. Dos brasileiros entre 25 e 34 anos, apenas 23,5% têm acesso ao ensino superior, abaixo da média das economias analisadas (44,2%). Em consequência, falta mão de obra qualificada, a produtividade deixa a desejar, os salários são baixos e a miséria se perpetua.

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