A Secretaria de Mulheres do Cidadania realizou neste sábado (28) a primeira aula do Elas Lideram, programa de formação política que prepara pré-candidatas do partido para as eleições de 2022.
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que há um avanço da participação de mulheres na política. “Quando elas se unificam em torno de um projeto, dificilmente você tem homem contra. Elas conseguem pela organização, pela mobilização. E pela luta, elas conseguem vitórias. Acredito que as mulheres têm uma liderança que pode ser crucial para o Brasil, do ponto de ruptura com este passado e esse compromisso com o futuro. Não tenho dúvida, este século 21 é da mulher”.
Freire também comentou sobre a pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República, apoiada pelo Cidadania. “É a importância do olhar feminino, porque estamos numa sociedade brasileira doente, não só pela tragédia de uma pandemia, mas doente do ponto de vista político. Essa polarização provoca e promove ódio, conflitos. Temos que fugir disso, que a política não divida, mas que possa unir na busca do bem comum. Pensar o Brasil como contemporâneo do século 21, dessa nova econômica. E ela compreende isso, está aberta a esse debate”.
Para a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania/SC), as mulheres sempre estiveram presentes na política, mas, principalmente, para eleger homens. “Na grande maioria das vezes são as mulheres que organizam os eventos e as reuniões dos comícios, que carregam as bandeiras dos partidos nas ruas. E somente a partir da alteração da legislação, ocupamos os 30%. Passamos de organizadoras de palco para aquelas que precisavam garantir os 70% da participação dos homens. Essa é uma caminhada que está nos possibilitando ampliarmos a representação das mulheres, mas queremos chegar a 50% e vamos chegar muito em breve”.
Segundo a parlamentar, apesar do aumento de mulheres ocupando cadeiras no Parlamento, o mesmo não acontece em outros espaços de poder. “Não temos o mesmo crescimento nos cargos do Executivo. Nossa luta tem que ser também pela ocupação de todos os espaços de poder. Não podemos desistir na primeira pedra que se coloca na nossa frente”.
A secretária do M23, Raquel Dias, falou da importância do programa Elas Lideram para que mais mulheres possam se inspirar e aumentar a representatividade feminina na política. “Uma sobe e puxa a outra. É um dia histórico pro partido, pra gente enquanto Secretaria de Mulheres, mas principalmente pra todas as mulheres que atuam em política e fazem política pública no Brasil. O Elas Lideram veio pra dizer onde a gente está e como podemos fazer a diferença”.
Já a ativista trans Mari Valentim, que é integrante da M23 e pré-candidata a deputada federal pelo Distrito Federal, defendeu o diálogo com todas as frentes para que as pautas das minorias sejam priorizadas. “Existe interconexão entre ser negra, mulher, LGBT, são conexões que podem andar juntas pra busca dessa ocupação do local político. Devemos dialogar com todos porque é uma questão de opressão de minorias. Como é que eu não vou dialogar com a pauta negra? Como é que eu não vou dialogar com a pauta de pessoas com deficiência? Às vezes fica todo mundo defendendo a sua tribo. E é muito perigoso isso. Porque isoladamente elas não chegam a lugar nenhum. Dentro do Cidadania, não tive discriminação. É um local de muito acolhimento. Isso é raro”, finalizou.