Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (08/03/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Ucrânia repudia oferta de rota de fuga para a Rússia
Subsídio vira opção para frear alta de combustíveis
Alckmin vai se filiar ao PSB para ser vice de Lula
Joe Cirincione – ‘Putin usa armas nucleares como escudo’
Operação resgate levanta voo
O medo e a ilusão de quem logrou chegar à Romênia
Os danos que a guerra causa à saúde mental
Rio dispensa uso de máscara, mas mantém passaporte
Alesp tem 12 representações contra Arthur do Val
Bolsa de pesquisa estão sem reajuste desde 2013
Leila Pereira – ‘Não sou um mulher, eu sou um trator’
Verba para combate à violência contra mulher tem queda
País teve 1 feminicídio a cada 7 hora e alta nos estupros em 2021

O Estado de S. Paulo

Governo avalia congelar preços da Petrobras para combustíveis
Conselho da empresa deve ser obstáculo
Rússia diz que guerra acaba se Ucrânia desistir da Otan
Alckmin vai se filiar ao PSB para ser vice na chapa de Lula
Maioria das minas de potássio fica fora de terras indígenas
Garotas criam projeto contra a desigualdade
Especial – Mulheres no comando
Transtorno – Após temporal, mais de dois dias sem energia

Folha de S. Paulo

Rússia faz exigências para encerrar guerra na Ucrânia
Governo agora avalia segurar reajuste de preços da Petrobras
Alckmin define filiação ao PSB para ser vice de Lula
Rio de torna 1ª capital a abolir totalmente uso de máscara
Arthur do Val – É injusto MBL pagar por um erro só meu
Liderança feminina reduziu danos da Covid em cidades
Prefeitura de SP planeja comprar 45 mil casas
Refugiadas sofrem com pais e maridos retidos na Ucrânia

Valor Econômico

Governo estuda congelar os combustíveis durante guerra
Juro real sobe para 7,5%, o maior nível desde 2016
EUA vão vigiar efetividade das sanções à Rússia
Empresas olham mais para mulheres negras
“É preciso avançar na diversidade”
Alckmin fecha com PSB para ser vice de Lula
Bertelsman leva controle da Afya

EDITORIAIS

O Globo

É precipitado liberar máscaras em hospitais, escolas e nos transportes

A decisão do Rio, primeira metrópole brasileira a abolir as máscaras em lugares fechados, deverá ser seguida por outras cidades

Pouco mais de dois anos depois do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, governos começam a suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras, uma das principais medidas de restrição adotadas por estados e municípios para deter o novo coronavírus. Ontem a prefeitura do Rio, com aval do comitê científico que a assessora, decidiu abolir as máscaras em lugares fechados, até em hospitais, escolas e no transporte público. Foi um exagero.

Em ambientes abertos, elas já não eram obrigatórias no Rio desde outubro do ano passado, embora boa parte da população tenha continuado a usá-las, principalmente a partir da ascensão da supercontagiosa variante Ômicron. Apenas a exigência do passaporte sanitário foi mantida, mas, segundo o próprio prefeito Eduardo Paes, também está com os dias contados.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, justificou a decisão com base nos números da doença na cidade. Segundo ele, a taxa de transmissão do novo coronavírus é de 0,51% (a menor da pandemia). A de internação é de 0,9% — há menos de 50 hospitalizados na rede municipal do Sistema Único de Saúde. Quase 85% dos cariocas estão com o esquema vacinal completo. Mas o percentual dos que receberam a dose de reforço ainda é baixo (42%). Isso deveria ter sido levado em conta, já que apenas ela tem se revelado eficaz para deter as novas variantes.

A decisão do Rio, primeira metrópole brasileira a abolir as máscaras em lugares fechados, deverá ser seguida por outras cidades. São Luís, Cuiabá, Belo Horizonte e Brasília são algumas das capitais em que elas já não são mais obrigatórias ao ar livre. Em Porto Alegre e Florianópolis, foram dispensadas para crianças. No dia 15, o Fórum Nacional de Governadores deverá discutir o fim de medidas de restrição, entre elas a exigência do uso de máscaras.

O importante a observar é que, apesar de os números estarem em queda depois da onda avassaladora da Ômicron, há incerteza sobre o grau de imunidade conferido pelas infecções às novas variantes. Além disso, há disparidades entre as regiões. Cidades como São Paulo e Rio, com a vacinação avançada, não representam a realidade do Brasil, onde há muitos bolsões de não vacinados. Os índices de contágio e internação também não são homogêneos.

É desejável que as restrições sejam revistas à medida que a doença reflua em todo o Brasil. É o que já ocorre noutros países. Mas o momento ainda não permite o “liberou geral”. Convém lembrar que cerca de 400 brasileiros ainda morrem diariamente vítimas da Covid-19. Nesse cenário, seria fundamental manter a obrigatoriedade de uso de máscaras ao menos em hospitais, no transporte público e em escolas (é baixo o percentual de crianças vacinadas em todo o Brasil). Da mesma forma, os passaportes sanitários não devem ser abolidos, pois são um incentivo à vacinação e uma garantia de segurança aos cidadãos. Forçar a volta à normalidade pode até render dividendos políticos a prefeitos, governadores e ao presidente Jair Bolsonaro, sempre contrário a todo tipo de restrição. Mas não se extingue pandemia por decreto.

O Estado de S. Paulo

A forma saudável de atrair dólares

Com uma das 12 maiores economias do mundo, o Brasil deveria ser atraente para o capital estrangeiro sem depender de guerras ou de outros desastres

O Brasil virou abrigo atraente para investidores internacionais, assustados com a tragédia na Ucrânia e com as ameaças de mais violência, repetidas pelo autocrata russo, Vladimir Putin. Já atraídos pelos juros elevados, os donos do grande capital tiveram mais um motivo para enviar dólares ao mercado brasileiro. Com maior oferta e menor cotação da moeda americana, o efeito inflacionário do câmbio tende a diminuir. Na melhor hipótese, o ingresso de moeda estrangeira poderá também resultar em mais vigor para uma economia debilitada e emperrada. É fácil entender por que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala sobre medidas para atração de capital estrangeiro, assunto já em discussão, em Brasília, antes da violação do território ucraniano pelas tropas da Rússia.

Com a guerra, os estudos de medidas para atração de investimentos foram acelerados, como informou o Estadão no domingo. As medidas poderão incluir facilidades fiscais para compras de ações por estrangeiros. Novos dólares poderão reforçar, a curto prazo, as iniciativas do Executivo federal para reanimar a economia durante a disputa eleitoral. A busca de recursos externos deve misturar-se, portanto, com ações improvisadas para tirar o País da estagnação, conter a alta de preços e conquistar a boa vontade dos eleitores, neutralizando em parte os efeitos do empobrecimento nos últimos três anos. Toda essa improvisação poderá envolver custos muito altos e benefícios muito limitados.

Para começar, o Brasil tem de ser atraente para o capital estrangeiro sem depender de guerras ou de outros desastres. Com uma das 12 maiores economias do mundo, um grande território e um conjunto notável de recursos naturais, o País deveria atrair investidores de longo prazo – muito mais do que aplicadores em busca de segurança momentânea – por seu dinamismo, por seu potencial de crescimento e pelo bom funcionamento de suas instituições. O ministro da Economia e seu chefe deveriam perguntar por que investidores envolvidos em negócios de infraestrutura têm renunciado às concessões.

As explicações podem ser longas e complexas, mas, em todos os casos, é preciso destacar a estagnação e a insegurança econômicas no último decênio. O Brasil emperrou e, ao mesmo tempo, desajustaram-se as contas públicas, o Tesouro passou a carregar uma dívida crescente e mais cara e os preços ficaram mais instáveis. Tudo isso se agravou sensivelmente nos últimos três anos.

Enquanto o presidente e o ministro da Economia discutem medidas improvisadas para mover os negócios e, talvez, estimular a criação de alguns empregos, muitos bilhões são desperdiçados em benefício do Centrão. Ao mesmo tempo, anunciam-se cortes de impostos, medidas de ocasião para efeitos eleitorais e manobras para conter os preços de combustíveis. Em outros países, a guerra na Ucrânia e seus efeitos nos mercados de petróleo e gás estimulam a busca de menor dependência de combustíveis fósseis. No Brasil, possíveis dificuldades de suprimento de fertilizantes – um efeito da guerra – são mencionadas, pelo presidente, como “oportunidade” para mineração de potássio em terras indígenas.

Governos de economias importantes têm mantido e até intensificado a discussão sobre a busca de economias e estilos de vida mais “verdes”, isto é, ambientalmente mais saudáveis e sustentáveis. É o contrário do espetáculo apresentado em Brasília. Mas nem só a ideia de crescimento mais ecológico tem sido negligenciada.

No poder central, a conversa a respeito de crescimento normalmente se esgota em considerações sobre medidas improvisadas e de curto alcance. Não há sequer esboço de planejamento, de fixação de metas, de identificação de gargalos, de elaboração de reformas amplas e bem estruturadas, de políticas para maior investimento em ativos físicos e em recursos humanos.

Nenhum país administrado seriamente precisa de guerra para atrair capitais. Mas, para ser administrado seriamente, todo país precisa de um governo de verdade, capaz de cuidar do presente e de projetar o futuro.

Folha de S. Paulo

O sujeito oculto

Xi procura se distanciar de Putin, com um olho na própria disputa com os EUA

A guerra na Ucrânia tem suas origens no desarranjo que a implosão da União Soviética e da Guerra Fria, 30 anos atrás, legou à Rússia e a sua vizinhança. Quando acabar, poderá ter ajudado a moldar os novos capítulos da versão redesenhada do embate, protagonizada pelos mesmos Estados Unidos de antes e agora pela emergente China.

O líder chinês, Xi Jinping, é o grande sujeito oculto da crise que se desenrola no Leste Europeu. Aliado fundamental de Vladimir Putin, ele estendeu o tapete vermelho ao presidente russo 20 dias antes da guerra, ofertando um tratado informal de “amizade eterna”.

Segundo relatos não confirmados, Xi foi avisado da ação russa de 24 de fevereiro e pediu que ela ficasse para após o fim dos Jogos de Inverno de Pequim, dia 20.

Naquele e em outros encontros antes, o chinês disse a Putin que ambas as nações tinham de enfrentar juntas o Ocidente e suas pressões, particularmente o instrumento das sanções econômicas.

Na irresistível ascensão econômica do país, Pequim sempre procurou deixar o aspecto militar em segundo plano. Até por sua interdependência econômica com o Ocidente, a ditadura sabe que guerras podem ser ruins para os negócios.

Mas a assertividade de Xi nunca passou despercebida fora da China, como em sua crescente agressividade em relação a Taiwan.

Assim, EUA e aliados do Indo-Pacífico trataram de colocar o sino no gato, alertando que Taiwan não é a Ucrânia. Uma imprecisão: por mais que aja como age, Putin não tem como base oficial de sua política a tese de que o vizinho é sua propriedade, como Xi faz quando fala da ilha autônoma.

Desde que a guerra estourou, o líder chinês tenta se manter na sombra. Diz que a aliança com Putin segue inabalável, não condena o conflito na ONU e critica as duras sanções a Moscou. Defendeu, contudo, um cessar-fogo e se ofereceu para facilitar conversas.

Xi examina o cenário, pois sabe que no futuro pode ser a China a enfrentar os ocidentais. Se a disputa tarifária com os EUA — que em 2017 marcou o novo ensaio da Guerra Fria sob Donald Trump— já causou desgaste, um regime amplo de sanções pode ser um pesadelo.

Ocorre que, mais ainda do que no caso atual, ao menos enquanto não se agrava o impacto no mercado de petróleo e gás, tal disputa teria um potencial destruidor para todo o mundo. Talvez dessa dinâmica vá emergir uma nova etapa do conflito sino-americano, com Moscou alinhada a Pequim.

A Rússia ainda respira sem precisar do oxigênio chinês, mas isso pode mudar, colocando mais pressão sobre Xi para que assuma o papel que já poderia exercer agora —o de mediador de uma paz possível.

Valor Econômico

Retomada de 2021 não garante fôlego deste ano

As previsões se movem em ambiente muito instável

O governo comemorou o desempenho da economia em 2021. O aumento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi apontado como prova do crescimento em V tantas vezes apontado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e sinal de acerto da política econômica adotada durante a pandemia, que propiciou a retomada.

Mas o crescimento de 4,6% atenuou em parte a queda de 3,9% de 2020, e que parte da alta exuberante é resultado da base de comparação deprimida. Levantamento da consultoria Austin Rating com base em uma relação de 34 países que já apresentaram os resultados de 2021 coloca o Brasil em 21º lugar. Além disso, o PIB per capita ficou em R$ 40.688, com aumento de 3,9% ante o ano anterior, que não recuperou toda a queda de 2020.

É verdade que alguns países afundaram mais no primeiro ano da pandemia e, portanto, cresceram mais no ano passado. Mesmo assim, a situação do Brasil não é invejável. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o país está em 32º lugar em um ranking de 54 países que engloba os dois anos. Há pelo menos 35 economias com o PIB positivo nesse período – 31 delas com resultado melhor que a brasileira.

Na avaliação do IBGE, a retomada foi heterogênea. Enquanto a indústria e a agropecuária começaram o ano em expansão, esfriando posteriormente, os serviços só mostraram reação mais vigorosa no último trimestre do ano, com crescimento de 0,5%, estimulado pelo lado da demanda, com o consumo das famílias aumentando 0,7%. O mercado de trabalho também levou tempo para reagir e, ainda assim, se expande mais no segmento informal, onde as condições são mais precárias e os salários, menores.

O aumento dos investimentos entusiasmou inicialmente alguns analistas como indicação de expansão mais à frente. A taxa de investimento subiu de 16,6% do PIB, em 2020, para 19,2% no ano passado, maior patamar desde 2014. Análise mais detida, no entanto, mostrou que houve impacto da retomada do setor da construção civil e do aumento dos preços de bens de capital, como as máquinas agrícolas, causado pela inflação e pela alta das commodities. Houve influência também da internalização de plataformas de petróleo provocada pela mudança contábil do Repetro, que estimulou a transferência da propriedade de plataformas de petróleo que já operavam no país de subsidiárias no exterior para a sede brasileira. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) calculou em 1,1 ponto o impacto das operações com as plataformas.

De toda forma, todos os componentes do PIB, menos a agricultura, tiveram crescimento em 2021. O bom resultado do quarto trimestre, puxado pela própria agricultura, melhorou as perspectivas para este ano, oferecendo um carregamento estatístico de 0,3%. Instituições que esperam recessão neste ano, como o Itaú, podem rever as estimativas. As previsões variam de crescimento de 0,42%, segundo a mediana da pesquisa Focus que subiu ontem, a 0,8%, sem contar com o número mais otimista do governo federal.

As previsões se movem em ambiente instável. O espaço de recuperação aberto pelo avanço da vacinação já foi praticamente todo computado, exceto por algum resíduo em serviços. Os preços das commodities, que vinham subindo com a retomada global, agora deverão ser impulsionados pelo conflito no Leste Europeu, uma vez que Ucrânia e Rússia, são importantes produtores de trigo e milho, por exemplo. De um lado, isso pode reforçar a receita da agricultura brasileira, de outro, os produtores terão dificuldades de comprar fertilizantes, também produzidos pelos países em conflito, e enfrentarão preços mais elevados.

A guerra também tem impacto na inflação, dada a elevação dos preços dos combustíveis, o que deve influenciar a política monetária do Banco Central brasileiro, e também em outros países. Já se espera que a taxa básica de juros chegue a 13% neste ano, acima do previsto. Aguarda-se para este mês o início da elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed), que deve repercutir globalmente.

As eleições vão influenciar o PIB deste ano. O governo prepara um pacote de incentivos, com redução de tributos como o IPI de bens como automóveis e eletrodomésticos, já anunciado na semana passada, que deve incrementar as vendas e a produção. Mas as turbulências esperadas para o período eleitoral podem atuar na direção oposta.

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