Ex-coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas do Rio de Janeiro é pré-candidata a uma vaga na Câmara
Depois da experiência com a Bancada do Livro nas eleições de 2020, o Cidadania do Rio de Janeiro se prepara para lançar à Câmara dos Deputado a pré-candidata Renata Costa, ex-secretária do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), iniciativa dos ministérios da Cultura, à época comandado pelo presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, e da Educação.
“Tenho uma vida dedicada ao desenvolvimento de políticas públicas de democratização do acesso ao livro, à leitura e à escrita para a formação de leitores, aprimorando, seja na iniciativa pública ou privada, as bibliotecas comunitárias, que oferecem o primeiro contato com o universo literário a milhões de crianças brasileiras. Acredito que um país de leitores nos levará a um nível de empatia e consciência crítica fundamentais em nossa sociedade”, diz ela, que tem 49 anos.
Bibliotecas comunitárias
Mãe-solo de dois filhos e avó de Francisco, para os quais deseja deixar a Educação como herança, Renata tem notória experiência em Cultura. Coordenou, entre outros, o Programa Nacional de Incentivo à Leitura, o Sistema Estadual de Bibliotecas do Rio de Janeiro, foi curadora de projetos literários do Sesi e avaliadora da Festa Literária das Periferias. Ela também coordenou o Conecta Bibliotecas, da OnG Recode, iniciativa de incentivo a bibliotecas públicas financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates.
“Nesses espaços, que ficam em locais periféricos, ou mesmo rurais, as mulheres são predominantes na gestão. As bibliotecas comunitárias existem onde o poder público não chega. Essas ações podem alimentar essas mulheres e ampliar suas vozes”, defende. “Quero trabalhar para que o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas, públicas e comunitárias, por meio da cultura e da educação, sejam ativos de transformação social”, completa.
Ela avalia que será fundamental trabalhar nos próximos anos em políticas públicas de alfabetização e leitura. Não apenas porque são a “única forma de conseguirmos alcançar uma sociedade mais justa e igualitária”, mas também em razão da herança da pandemia, quando milhares de jovens ficaram sem estudar. “Não temos ideia do impacto que isso pode causar em alguns anos. Hoje, há uma geração inteira que terá problemas relacionados ao analfabetismo”, lamenta.
Voz das mulheres
Renata Costa também levanta a luta feminista como uma de suas bandeiras. Se chegar à Câmara dos Deputados, pretende “fazer valer a voz das mulheres na política”. “É o ‘nada sobre nós, sem nós’”, explica, ao sustentar, com o lema, que ninguém melhor do que elas para construir políticas públicas voltadas para as mulheres. “Apenas quando mais mulheres estiverem ocupando espaços de decisão, como a política, por exemplo, é que conseguiremos avançar e diminuir a desigualdade”, observa.
“Quando vemos que apenas 15% das mulheres ocupam espaço no legislativo, entendemos o grande vácuo que vivemos. É necessária a ampliação de visão do que é ser mulher. Temas como maternidade, violência doméstica, desigualdade salarial só serão tratados com a devida importância se nós estivermos inseridas nesses espaços de decisão”, avalia Renata.
Aliando as questões femininas à bandeira do livro e da leitura, Renata aponta que as mães “são as maiores responsáveis pelo encantamento das crianças pelos livros”. “São a referência principal do estímulo à leitura. Por isso, por elas, por nós, precisamos seguir sempre sendo nossas próprias contadoras de histórias, das nossas histórias, dos nossos caminhos”, conclui, não sem antes, agradecer a Bancada do Livro, que a acolheu, e a Frente Parlamentar do Livro, que ajudou a criar.
“Acredito que, após essa caminhada pelas políticas públicas em prol da cultura e da educação, estar em uma estrada política possibilitará a essa grande rede ter uma representante que não apenas apoie a causa, mas pense e atue como parte integrante desse ecossistema”, acrescenta.