Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (17/02/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Tragédia em Petrópolis – Pior temporal em 90 anos já levou 104 vidas
Em meio a crise, Bolsonaro diz que Putin ‘busca a paz’
Alta do petróleo pressiona preços da indústria e afeta do plástico ao calçado
Amazônia Legal concentra municípios com baixa vacinação
O manequim que expôs o racismo em Salvador
Líderes regionais do PSD resistem a aliança com Lula no 1º turno
Como identificar que o bournout está próximo

O Estado de S. Paulo

Maior chuva em 90 anos e descaso reeditam tragédia em Petrópolis
Em escola, crianças deram as mãos para não ser arrastadas
Massa de ar frio e relevo causaram chuva extrema
Estudo de 2017 indicava risco em 27,7 moradias da cidade
A Putin, Bolsonaro diz ser solidário à Rússia e sugere parceria energética
Ataques a urnas fazem general desistir de assumir diretoria no TSE
Custo do frete marítimo sobe quase seis vezes na pandemia
Países correm para regular e FMI cobra ação coordenada

Folha de S. Paulo

Chuva mata ao menos 94 em Petrópolis
Moradores deveriam ter sido removidos após alerta dias antes, diz cientista
Nota contra Moro põe PF no debate eleitoral
Somos solidários à Russia, declara Bolsonaro a Putin
Homenagem a heróis comunistas
Luís Roberto Barroso – Não acho que haja uma ameça real à democracia
Presidente chama ministros do STF de ‘adolescentes’
Alta da dívida vai acelerar com subsídio a combustível, diz IIF
SP terá vacinação de alunos em escolas a partir deste sábado

Valor Econômico

Empresas desistem de IPOs mesmo com fluxo externo
Devolução de concessões já são nove casos
BNDES vende mais R$ 1,9 bi em ações da JBS
US$ 1,8 tri para a destruição
Bolsonaro volta da Rússia sem fechar acordos
Barroso alerta para cassação por ‘fake news’
Dólar cai à menor cotação desde julho

EDITORIAIS

O Globo

Repetição de tragédias no país revela despreparo para enfrentar chuvas

A catástrofe de Petrópolis é apenas a última a chocar o país desde o fim do ano passado

Impressionam os flagrantes do temporal esta semana em Petrópolis, na Região Serrana do Rio: ruas transformadas em corredeiras, veículos arrastados pelas águas, encostas se desmanchando, moradores em pânico. A tempestade, que trouxe à tona o pesadelo da tragédia de 11 anos atrás, a mais letal já registrada no país, deixou cerca de cem mortos e centenas de desabrigados ou desalojados. O número de vítimas deve subir, já que prosseguem as buscas em mais de 200 áreas de deslizamentos.

A catástrofe de Petrópolis é apenas a última a chocar o país desde o fim do ano passado, quando teve início uma sequência de tempestades que atingiram principalmente o Nordeste e o Sudeste. Repete-se o drama do Sul da Bahia, de Minas Gerais e do interior de São Paulo. Em todos esses casos choveu mais que o previsto. Em Petrópolis, o volume de seis horas correspondeu ao esperado para todo o mês. A excepcionalidade não justifica, porém, o número de mortes. É flagrante o despreparo das cidades para enfrentar fenômenos climáticos previsíveis.

Já deveria estar claro para os governantes que, devido às mudanças climáticas, chuvas extremas se tornaram mais frequentes e letais. Por isso é fundamental que União, estados e municípios se preparem para enfrentá-las. Infelizmente, não é o que se vê, a começar pela pouca importância dada à prevenção. No ano passado, não foram poucos os governos que cortaram verbas para prevenir enchentes. O orçamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em 2021 foi o menor desde a criação, em 2011.

Uma pesquisa de 2018 do IBGE e do Cemaden mostrou que mais de 8 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco, como margens de rios ou encostas. Depois das tragédias deste ano, é provável que o número tenha aumentado. Sem um mapeamento atualizado dos pontos de risco, é impossível planejar ações para mitigar o problema.

Estados e municípios precisam também reforçar ou criar sistemas robustos de Defesa Civil. Chuvas, mesmo as mais intensas, são previsíveis. E esses avisos precisam chegar rapidamente aos cidadãos, com instruções sobre como proceder em situações de emergência, a exemplo do que ocorre noutros países. É inaceitável que moradores não sejam retirados das imediações de áreas críticas, como encostas e margens de rios, e sejam pegos de surpresa.

Fundamental ainda é fazer um plano de longo prazo, que sobreviva à troca de governos, para remover as famílias das áreas mais vulneráveis e assentá-las em lugares seguros. Moradias erguidas sem rigor técnico, em terrenos instáveis ou à beira de abismos são um convite ao desastre. É preciso também impedir novas ocupações em áreas inadequadas para habitação.

O país precisa levar a sério a ameaça das chuvas extremas. Não há como impedi-las, mas é possível reduzir danos e salvar vidas. É lamentável que governos prefiram fazer vista grossa e empurrar o problema com a barriga, abandonando moradores de áreas vulneráveis à própria sorte. O Estado só aparece quando está tudo perdido.

O Estado de S. Paulo

Lula promete o atraso

Ao falar da omissão petista na promoção das reformas, Lula diz que o País não precisa delas. Eis os fatos: não houve e nunca haverá governo do PT reformista

A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem da verdade, a crise política, econômica, social e, sobretudo, moral que está arruinando o Brasil começou muito antes, durante o trevoso mandarinato lulopetista, e culminou na eleição de Jair Bolsonaro – mau militar, mau deputado e mau presidente. Ou seja, com exceção do breve intervalo do governo de Michel Temer, que representou um instante de racionalidade reformista em meio a tanta irresponsabilidade demagógica, já se vão 20 anos de retrocesso e destruição do futuro.

Se depender de Lula da Silva, no entanto, o atraso será transformado de vez em política de Estado. Pois o líder das pesquisas de intenção de voto para presidente diz, sem qualquer constrangimento, que o País, pasme o leitor, não precisa de reformas – justamente os instrumentos indispensáveis para modernizar o Brasil, criando as condições para o desenvolvimento pleno de sua imensa potencialidade.

No dia 15 passado, Lula deu uma entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, na qual a entrevistadora ousou lhe perguntar por que ele, quando esteve na Presidência, não promoveu “as reformas que o País tanto precisava”, embora tivesse apoio da maioria no Congresso. Ótima pergunta. Lula não se deu ao trabalho nem ao menos de afetar algum ânimo reformista. De bate-pronto, respondeu: “Mas quem é que disse que o Brasil precisava das reformas?”.

É esse o candidato que se apresenta para o trabalho de “reconstrução e transformação do Brasil”, conforme se lê num papelucho apresentado pelo PT em 2020 como um plano para o futuro – melhor seria qualificá-lo de ameaça.

Ora, quem é contra as reformas – seja as que ainda não foram feitas, seja aquelas que já foram aprovadas, como a trabalhista e a previdenciária, e evitaram que o País afundasse ainda mais na crise – não está interessado em reconstruir nada. Não haverá solidez em nenhum projeto de governo nem de país se este não estiver escorado em amplas e profundas reformas; fora disso, resta apenas o populismo estatólatra.

Esta é a verdade sobre Lula e o PT: não fizeram as reformas porque consideram que o País não precisa delas. A omissão petista ao longo de 14 anos não se deu por uma questão circunstancial – ou seja, nem sequer se deram ao trabalho de tentar encaminhar alguma reforma de vulto. Lula e o PT não fizeram as reformas porque não quiseram e continuam a não querer.

A resposta de Lula é um acinte, especialmente com os desempregados e com as famílias mais vulneráveis. O Estado, inchado, perdulário e dominado por interesses privados, é incapaz de prestar os serviços básicos para a população, além de drenar recursos que deveriam ser investidos em desenvolvimento e na geração de empregos, mas Lula acha que não há necessidade de reformar nada. Em sua visão, o País não precisaria de nenhuma mudança estrutural. Ou seja, tudo pode ficar como está.

Se a resposta de Lula é constrangedora pelo descaramento com que admite a omissão petista, é ainda mais assustadora pelo que revela a respeito do presente e do futuro. O declarado desprezo do líder petista pelas reformas deveria ser suficiente para antever um porvir sombrio, caso se confirme o favoritismo de Lula e o PT volte ao poder, apesar do histórico de corrupção e incompetência.

A despeito das articulações de Lula para posar de centrista, é preciso ser muito ingênuo para acreditar que um dia haverá um governo do PT reformista. Lula, fiel à sua natureza, aproveita-se das reformas que outros fizeram, colhe os frutos e a popularidade das mudanças estruturais que outros implementaram, mas ele mesmo não quer fazer nada. Lula não está disposto ao trabalho árduo de promover mudanças legislativas estruturais, politicamente difíceis e que exigem contrariar interesses de setores organizados. Prefere ridicularizá-las.

A educação, a saúde, a economia e tantos outros setores fundamentais do País precisam urgentemente das reformas para funcionarem melhor. Basta de populismo negacionista.

Folha de S. Paulo

Disque STF

Sabotagem à política sanitária, agora da parte de Damares, merece novo veto

O Supremo Tribunal Federal tem atuado, ao longo da pandemia, como um contraponto necessário às omissões e sabotagens do governo Jair Bolsonaro (PL).

São exemplos desse papel decisões como a que reafirmou a competência concorrente de estados, municípios e União para gerir a crise, bem como a que manteve a obrigatoriedade do passaporte da vacina para todo viajante do exterior que desembarca no Brasil.

Enquanto a primeira permitiu a implementação local de restrições à circulação e ao funcionamento de estabelecimentos, cruciais nos momentos em que o coronavírus matava diariamente milhares de brasileiros, a segunda visava o objetivo óbvio de impedir que não vacinados escolhessem o território brasileiro como destino.

Nesta semana, a intervenção do tribunal, na figura do ministro Ricardo Lewandowski, mostrou-se mais uma vez necessária diante das deploráveis manifestações do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

Conforme revelou a Folha, a pasta elaborou nota técnica contrária aos imperativos da imunização infantil e do passaporte vacinal, os mais recentes alvos das hostes bolsonaristas —depois do distanciamento, das vacinas e das máscaras.

Mais grave, o ministério também incentivou que o Disque 100, principal canal governamental para denúncias de violações dos direitos humanos, fosse usado por aqueles que não se vacinam para relatar “discriminações” sofridas.

Como um professor que corrige uma tarefa malfeita, Lewandowski determinou que o documento seja retificado a fim de que se coadune com a interpretação conferida ao tema pela corte.

Nele devem ser incluídas afirmações que, embora elementares, servem para evitar a desinformação —como esclarecer que “vacinação compulsória não significa vacinação forçada” e pode ser implementada por meio da “restrição ao exercício de certas atividades”, desde que previstas em lei.

Quanto ao Disque 100, o ministro prescreveu que a pasta pare de utilizá-lo fora de suas finalidades institucionais e deixe de estimular “o envio de queixas relacionadas às restrições de direitos consideradas legítimas” pelo Supremo.

Não deixa de ser lamentável que questões dessa natureza terminem decididas em um tribunal. No entanto, ante a treva bolsonarista, trata-se do menor dos males.

Valor Econômico

Economia anda de lado apesar de alta indicada pelo IBGE

A realidade mostra que, em 2021, a economia foi capaz apenas de recuperar o tombo de 2020

Dados divulgados este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram crescimento em três grandes setores da economia no ano passado. A indústria cresceu 3,9% em 2021 ante queda de 4,5% em 2020. O comércio teve expansão de 1,4% em relação à alta de 1,2% no ano anterior. E os serviços fecharam 2021 com alta de 10,9% frente ao recuo de 7,8% em 2020. Apesar dos números positivos no agregado, houve perda de fôlego no varejo e nos serviços, no quarto trimestre do ano passado, enquanto a indústria permaneceu estável em relação ao trimestre anterior. Os números confirmam que, frente às dificuldades internas e externas, a economia brasileira continua a andar de lado e deve ter crescimento pífio em 2022, próximo de zero.

Ao observar as taxas trimestrais divulgadas pelo IBGE, percebe-se que, no quarto trimestre de 2021, a indústria ficou estável frente ao terceiro trimestre, após três quedas trimestrais seguidas. Já o varejo restrito – que não inclui vendas de veículos e de material de construção – registrou queda de 2,1% no quarto trimestre na comparação com o trimestre anterior. Os serviços, por sua vez, desaceleraram para 0,4% no 4º trimestre, frente ao trimestre anterior.

Quando se olham só os dados de dezembro sobre novembro, houve recuo de 0,1% no varejo restrito e avanço de 1,4% nos serviços, na série com ajuste sazonal. Na indústria, a alta foi de 2,9%. Apesar dos ganhos, os resultados sugerem um começo de ano mais fraco.

No dia 24 o IBGE vai divulgar o indicador do mercado de trabalho relativo a dezembro de 2021. No trimestre móvel encerrado em novembro, a taxa de desemprego no país ficou em 11,6%, abaixo dos 12,1% do trimestre móvel encerrado em outubro. Embora tenha havido reação na criação de vagas, o rendimento médio do trabalhador caiu.

Até novembro o Brasil tinha 12,4 milhões de desempregados. Análise da consultoria IDados indica que o nível de desemprego deve acompanhar a estagnação da economia em 2022.

No front externo, ainda há gargalos na cadeia de suprimentos global, expectativa de aumento dos juros nos Estados Unidos, o que não é bom para países emergentes como o Brasil, e incertezas em relação às novas variantes da covid-19. No campo doméstico, além do crescimento de casos de covid-19 pela variante ômicron, há uma inflação que permanece elevada e pode mais uma vez ultrapassar o teto da meta, juros em alta, altos índices de desemprego e incertezas relacionadas às eleições.

Os números oficiais do PIB de 2021 serão conhecidos em 4 de março, quando o IBGE divulga as contas nacionais do último trimestre do ano passado. Na semana passada, o Banco Central divulgou o seu indicador, o Índice de Atividade (IBC-Br), que subiu 0,33% em dezembro, e acumulou alta de 4,5% em 2021 depois de queda de 4,05% em 2020.

O desempenho vai de encontro às projeções de mercado do Relatório Focus, do BC, que esta semana indicou expansão do PIB de 4,5% em 2021, um leve ajuste ante a previsão anterior, de 4,49%. Para 2022, o Focus prevê crescimento econômico de 0,30%. Em 2023, o ponto-médio das estimativas para o PIB caiu de 1,53% para 1,50% e, para 2024, manteve-se em alta de 2%.

O crescimento do PIB em 2021 foi garantido pelo impulso do primeiro trimestre do ano e houve efeito de carregamento estatístico do ano anterior. Depois a economia andou de lado no agregado. Setorialmente, foi possível ver algumas mudanças. A indústria perdeu espaço por restrições derivadas dos gargalos de insumos e de logística globais, que limitaram a produção. Quando essa situação for resolvida, a indústria precisará recompor estoques para poder aumentar a produção, o que ajuda na atividade econômica. Os serviços, por sua vez, ganharam impulso no ano passado com o avanço da vacinação e a redução de medidas de restrição à mobilidade. Mas se expandiram sobre base baixa e, a partir de agora, vão ter mais dificuldade para seguir crescendo.

O saldo agregado de 2021 foi de frustração uma vez que, em meados do ano passado, havia expectativa de crescimento maior para o biênio 2021-2022, que não deve se confirmar. Outro fator local que explica essa frustração foi a seca do ano passado, quando choveu 28% a menos do que a média dos últimos 40 anos, segundo cálculos do economista Bráulio Borges da FGV Ibre. A alta da conta de luz impacta decisões de investimento e reduz a renda para o consumidor.

A realidade mostra que, em 2021, a economia foi capaz apenas de recuperar o tombo de 2020.

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