Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (18/01/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Ômicron gera temor de escassez de produtos e inflação
Vacina no filho, choro do pai
Rio tem um internado por Covid a cada 2 minutos
Com sintomas, sem teste: como fazer o isolamento
Marta Díez – ‘ Vamos aprender a viver com a Covid’
Para reaver eleitor, Bolsonaro recicla discurso
Com plano fiscal negado, Rio vai a Guedes
Twitter: Brasil terá mecanismo para denunciar fake news
Cade investiga Petrobras por aumento de combustível
Por que o Ceará é o estado com mais aprovados no ITA
Alemanha indica sanções a gás russo em caso de ataque
Nos EUA, 80 milhões de pessoas sob alerta
PIB chinês cresce 8,1%, mas desaceleração preocupa

O Estado de S. Paulo

Em 7 anos, conta de luz sobe mais do que dobro da inflação
Pacheco diz que pautará no Senado texto para atenuar alta da gasolina
Emoção marca início da vacinação de crianças na cidade de SP
Centrão deve se opor a candidatos bolsonaristas em ao menos 5 Estados
Brasil despenca em ranking de preferência de investimentos
Costa Neto emplaca ex-petista na chefia do Banco do Nordeste
Tesouro rejeita novo socorro fiscal ao Estado do Rio
Nova investigação indica que tabelião delatou Anne Frank aos nazistas
Tropas russas chegam a Belarus para exercício na fronteira

Folha de S. Paulo

‘Passaporte da vacina’ tem apoio de 81% da população
Fatia equivalente a 43 milhões declara ter tido gripe nos últimos 30 dias
Fábrica do Butantan aguarda equipamentos, e Coronavac atrasa
Moro vê 8 das 45 sentenças da Lava Jato anuladas
Caso Celso Daniel volta depois de 20 anos em eleição
PT quer programa para evangélicos por Lula
Servidores pedirão reajuste de até 28% em dia de atos
Botos quase somem, mangues dão esperança de via à Baía de Guanabara
Confronto de potências seria catástrofe, diz Xi
Itália elege presidente de olho em risco para governo do premiê

Valor Econômico

Programas de recompra de ações crescem 44% em 2021
Sem teste, vírus se propaga no Brasil
Alto mar é nova fronteira para usinas eólicas
PIB da China avança 8,1%, mas desacelera
Método pede recuperação judicial
CEOs reduzem seu interesse pelo Brasil
Queda de ‘chairman’ do Credit dificulta sucessão no Brasil
Gestora Monte Capital entra na Invepar

EDITORIAIS

O Globo

Mudança no WhatsApp é incoerente e inaceitável em pleno ano eleitoral

A mudança, é ocioso dizer, representaria a realização do sonho dos propagadores de fake news e desinformação

É evidente a contradição entre o que a Meta (ex-Facebook), dona das maiores redes sociais do planeta, conta às autoridades eleitorais e sua iniciativa interna para promover mudanças no aplicativo de mensagens mais usado no Brasil, o WhatsApp. É uma incoerência inaceitável, sobretudo às vésperas das eleições.

De acordo com reportagem do GLOBO, está em fase de testes internos a implementação de “comunidades” compostas de vários grupos de usuários, permitindo maior alcance das mensagens ao estender o número de destinatários possíveis, hoje limitado a 256. Ao mesmo tempo, a empresa continua a afirmar publicamente que o WhatsApp é um aplicativo cuja vocação é a comunicação individual, e não a disseminação de mensagens em massa.

A mudança, é ocioso dizer, representaria a realização do sonho dos propagadores de fake news e desinformação. Se, hoje, eles dependem de disparos em massa por meio de centenas de celulares para espalhar suas mentiras, conseguiriam o mesmo efeito apenas com um clique. É escandaloso que, em pleno ano eleitoral no país que consagrou o “zap” como veículo preferencial para desinformação, a Meta considere implementar essa ideia estapafúrdia, em vez de fazer o oposto: restringir a circulação de mensagens para que o aplicativo cumpra sua vocação declarada de comunicação “um a um”.

Durante a discussão do Projeto de Lei das Fake News, cuja redação final traz vários avanços no rumo da transparência e responsabilidade no meio digital, várias ideias circularam para limitar o alcance dos disparos em massa nos aplicativos de mensagem. Entre elas, o armazenamento, por três meses, dos dados relativos aos emissores e receptores de mensagens reproduzidas mais de mil vezes — sem violação do conteúdo delas — e a proibição pura e simples do encaminhamento a mais de um usuário.

Nos debates, nenhuma dessas ideias prosperou. No primeiro caso, pela posição equivocada dos que viam risco à privacidade numa regra menos invasiva que a vigente para escutas telefônicas ou telemáticas. No segundo, pela resistência em acabar com uma comodidade para controlar a desinformação. Ainda assim, a redação que deverá ir a plenário na Câmara aponta o caminho certo: exige que as plataformas imponham restrições ao encaminhamento múltiplo e que usuários deem anuência a sua inclusão em grupos. É o mínimo para tentar garantir que o WhatsApp deixe de ser uma arma para a propaganda mentirosa.

A revelação de que a Meta diz uma coisa e faz outra em relação ao WhatsApp só aumenta a urgência de uma regulação mais rígida. O Congresso precisa dar ao PL das Fake News o devido senso de urgência. Do contrário, a democracia, no Brasil e noutros países, continuará refém do que decidem as empresas de tecnologia no Vale do Silício — cujo interesse, como este caso demonstra mais uma vez, tem pouco a ver com democracia.

O Estado de S. Paulo

O desafio da seca

Chuva escassa e muito calor prejudicam o setor mais eficiente da economia. A ministra da Agricultura promete socorro

Principal fonte de receita comercial do Brasil, com exportações de US$ 129,59 bilhões em 2021, o agronegócio tem sido afetado severamente pela seca e pelo intenso calor em Estados do Sul e do Centro-Oeste. Perdas de R$ 45 bilhões foram estimadas por fontes oficiais e do setor privado citadas em reportagem do Estadão publicada no dia 14 passado. Mas esse é um balanço preliminar. O Ministério da Agricultura poderá, a partir de um levantamento mais detalhado e sistemático, oferecer uma estimativa mais precisa dos danos e de seus efeitos prováveis na economia nacional. É arriscado, neste momento, especular sobre a evolução das exportações em 2022 e dos preços no mercado interno. Mais urgente e muito mais produtivo é cuidar do socorro aos agricultores e apoiar o próximo plantio, como promete a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul foram visitados até o dia 13 por uma equipe liderada pela ministra. Áreas afetadas pela seca foram sobrevoadas e produtores foram ouvidos. Informações foram coletadas para avaliação das medidas necessárias e para discussões com outras áreas do governo, como o Ministério da Economia. Um passo óbvio e já definido é um amplo apoio ao plantio da chamada safrinha de milho, uma segunda safra muito mais importante, de fato, do que parece indicar a forma diminutiva. As ações deverão incluir medidas especiais de crédito e cobertura de perdas por meio do seguro rural.

A ação do Ministério da Agricultura contrasta, mais uma vez, com os padrões observados em outras áreas da administração federal. Lentidão, desarticulação, ineficiência e até erros desastrosos marcaram – para citar só alguns dos eventos mais conhecidos – o enfrentamento da pandemia de covid-19 e o socorro às populações atingidas por enchentes neste verão. No caso da pandemia, pode-se falar de uma coleção de erros, omissões e desastres. Dificilmente será esquecido, por exemplo, o episódio dos pacientes morrendo em Manaus sem oxigênio, no começo do ano passado, enquanto o Ministério da Saúde preparava a distribuição de material para um ineficiente “tratamento precoce”.

A próxima estimativa da safra de grãos e oleaginosas deverá mostrar, quase certamente, um quadro menos favorável que aquele indicado pelo levantamento de dezembro. Segundo esse levantamento, divulgado há poucos dias, a produção dessas lavouras deverá atingir 284,4 milhões de toneladas, superando em 12,5% a obtida na temporada anterior. Com 140,5 milhões de toneladas, a soja deve manter-se como o principal produto, mesmo com redução de 2,3% em relação à colheita da safra 2020/2021. A produção de milho, a segunda maior, foi prevista em 112,9 milhões de toneladas, incluídos os três plantios anuais.

Com a seca, o balanço definitivo poderá apontar números menores, embora as perdas do verão possam ser pelo menos parcialmente compensadas, ainda em 2022, com os plantios seguintes do milho e de alguns outros produtos.

A ministra Tereza Cristina deverá esforçar-se para garantir a compensação, nas lavouras com mais de um plantio, das perdas causadas pela seca. Talvez tenha de batalhar para obter recursos adicionais, disputando verbas orçamentárias até com parlamentares do Centrão apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A obtenção do dinheiro poderá depender do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, elevado pelo presidente ao posto de supervisor da execução orçamentária, acima, portanto, do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Convém torcer pelo êxito da ministra Tereza Cristina. A agropecuária, no Brasil, é especialmente relevante por três circunstâncias: 1) a alimentação tem grande peso no orçamento dos consumidores, bem maior que em países de renda familiar mais alta; 2) o campo garante uma parcela muito importante das exportações; e 3) as lavouras e as criações têm sido precioso fator de sustentação da economia, num cenário de retrocesso industrial. Falta conferir se o presidente Jair Bolsonaro chegará a entender esses pontos.

Folha de S. Paulo

Retrato da inépcia

Datafolha explicita subnotificação de infecções por Covid e incompetência do governo em monitorá-las

Desconexão com a realidade e incompetência são duas das características marcantes do governo Jair Bolsonaro (PL) no enfrentamento da Covid-19, a “gripezinha” postulada pelo presidente que matou centenas de milhares e impôs lutos evitáveis às famílias brasileiras.

Uma série de pesquisas Datafolha explicita agora a dimensão do descalabro patrocinado por seu governo. Os dados revelam que 25% dos brasileiros com mais de 16 anos disseram ter testado positivo para o coronavírus, em um total de 42 milhões de contaminados.

Isso equivale a quase o dobro dos lançamentos apontados no painel oficial do Ministério da Saúde
—que, de forma inadmissível, permanece desatualizado desde 9 de dezembro de 2021.

Outros registros públicos, coletados pelo consórcio de imprensa, somam 23 milhões de casos, reunindo informações de todas as idades. Como os dados do Datafolha são dos infectados maiores de 16 anos, a subnotificação nas estatísticas revela-se gigantesca.

Em quase dois anos de pandemia, o governo federal foi incapaz de formular uma regra única para o envio e a contabilização de casos registrados nos estados e municípios, amplificando as falhas no registro das estatísticas. Por incompetência ou má-fé, o Brasil talvez nunca saiba quantos de fato adoeceram e morreram na pandemia.

Desde o início, menosprezando o risco que a Covid-19 representava, o governo Bolsonaro também ignorou recomendação de especialistas e da Organização Mundial da Saúde de promover a testagem em massa para acompanhar a evolução da doença e embasar decisões cruciais, como a compra de insumos médicos —a exemplo do oxigênio que faltou em Manaus— e a abertura de leitos de UTI para a internação de doentes graves.

Na contramão da ciência, torrou dinheiro público na fabricação da ineficaz cloroquina e incentivou aglomerações que só ajudaram a espalhar um vírus que não teve a capacidade de monitorar.

Não satisfeito, Bolsonaro agiu enfaticamente contra a vacinação infantil, contrariando novamente a ciência e o anseio da população por proteção —pois, segundo o Datafolha, nada menos do que 79% dos brasileiros apoiam a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

Finalmente vencido pela realidade, seu governo acabou contratando —sem licitação e por R$ 62,2 milhões— uma empresa inexperiente para a distribuição dos imunizantes infantis, que chegaram a ser transportados em caixas de papelão recheadas com gelo.

Com 69% dos brasileiros imunizados, o pior da pandemia pode até ter ficado para trás. Mas, infelizmente, ainda resta quase um ano do pior governo que o Brasil já teve.

Valor Econômico

Barreiras para ampliar o saldo da balança comercial

Nada indica que o governo vai buscar criar condições para uma evolução mais sustentável do comércio exterior

Uma das raras frentes em que a economia brasileira está indo bem, a do comércio exterior, deve frustrar as expectativas otimistas do governo neste ano. A previsão do Ministério da Economia de que o saldo da balança comercial supere o recorde de US$ 61,2 bilhões do ano passado não parece plausível. O Ministério conta com avanço de 30,1% para US$ 79,4 bilhões neste ano. Na melhor das hipóteses há quem espere resultado semelhante ao de 2021, ao redor de US$ 62 bilhões, como o Banco Itaú. A previsão mediana apurada pelo Boletim Focus está em US$ 56 bilhões; e há quem fale em bem menos, como os US$ 35 bilhões do BTG Pactual e os US$ 34,5 bilhões da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

O cenário nebuloso para a economia global justifica a divergência de estimativas. Uma das principais incógnitas é a evolução da pandemia, especialmente após o surgimento da variante ômicron, que está pondo em risco não só vidas humanas, mas também a recuperação do nível de atividades. A reação econômica verificada em boa parte do mundo no ano passado estimulou o comércio e puxou os preços internacionais.

E foi exatamente o aumento dos preços das commodities que explicou o recorde do saldo comercial brasileiro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Indicador de Comércio Exterior (Icomex), calculado pela FGV, mostrou que os preços dos produtos exportados pelo Brasil subiram 29,3%, enquanto o volume aumentou apenas 3,2%. Já nas importações, o volume cresceu 21,9%, e os preços, 13,1%. Apenas soja, minério de ferro e óleo bruto de petróleo representaram 40% do total das exportações do país, em comparação com 35% em 2020, dando argumento aos críticos da “primarização” da economia brasileiras. As commodities como um todo tiveram participação de 67,7% nas exportações totais, com aumento de 38,9% em valor, que compensou o recuo de 1,8% em volume. As exportações dos demais produtos cresceram 28,1%, resultado do aumento dos preços em 12,4% e do volume em 13,5%.

Ao apostar em novo recorde comercial, o Ministério da Economia conta com uma supersafra de grãos. Mas a instabilidade climática deste início de ano põe em dúvida essa previsão depois que chuvas pesadas na Bahia, Mato Grosso e Minas e estiagem na região Sul causaram perdas.

A questão climática também vai influenciar o comércio exterior pelo lado da demanda. A crise hídrica pesou negativamente na balança do ano passado ao aumentar a importação de gás natural para termelétricas, item que registrou alta de 298%. Há ainda a questão do câmbio, que deve continuar pressionado com o período eleitoral, favorecendo as exportações, como já ocorreu neste ano.

Do lado da demanda, a perspectiva é que a economia global deve crescer menos do que no ano passado. Relatório do Banco Mundial divulgado na semana passada projeta desaceleração da China, Estados Unidos e da zona do euro (Valor 14/1). Para China, a projeção é de crescimento de 5,1% neste ano, após os 8,1% de 2021. Além da pandemia, o ritmo será determinado pela elevação dos juros e desmontagem da política de estímulos monetários, em resposta à alta da inflação.

O cenário favorece as políticas protecionistas, que já haviam sido reforçadas pela pandemia e a respeito das quais o governo de Jair Bolsonaro revelou falta de habilidade diplomática ou desinteresse para lidar. Mesmo quando Donald Trump era presidente dos EUA, o governo de Bolsonaro não soube tirar proveito do alinhamento demonstrado com Washington para ficar de fora das ações protecionistas americanas. Há muito menos chance de isso ocorrer agora com Joe Biden, que manteve o incentivo às compras no mercado doméstico.

Do lado da União Europeia, há a expectativa com os desdobramentos no comércio exterior da COP26. Os ambientalistas defendem a proibição de compra de produtos provenientes de áreas de desmatamento ilegal e definiram metas que vão influenciar as matrizes energéticas. No âmbito da América do Sul, não houve praticamente avanço no Mercosul e as relações com a Argentina continuam frias. Bolsonaro e seus filhos pararam de criticar Pequim – ao menos por enquanto. A China segue como principal parceira comercial do país, absorvendo 32% das exportações e respondendo por 21% das importações.

Nada indica que o governo vai buscar superar esses entraves para criar condições para uma evolução mais sustentável do comércio exterior, especialmente neste ano em que Brasília demonstra estar, mais do que nunca, interessada apenas nas eleições.

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