Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje 26/10/2021

O Globo

YouTube retira live e suspende conta de Bolsonaro por fake news
Governo avalia enviar ao Congresso projeto para privatizar Petrobras
Novo reajuste de 7% leva gasolina a alta de 73% no ano
Sindicatos vão às ruas pela desoneração da folha até 2026
Guedes diz que Bolsonaro o salvou de ‘morrer afogado’
Berço italiano – Cidadania sob protestos
Alerj vota se Rio pode dispensar máscara ao ar livre sem aglomeração
Índice de massa corporal tem utilidade contestada
Inflação da arquibancada
Golpe na transição do Sudão à democracia

O Estado de S. Paulo

Transição energética traz dilema ambiental na mineração
Nível de CO2 bate recorde e parte da Amazônia é emissora
Plataformas removem live do presidente com mentiras sobre vacinas
Bancos e consultorias já falam em recessão para 2022
Diesel e gasolina têm novo reajuste de preço
Cresce aprovação de leis contra violência às mulheres
Alcoolismo entre idosos já é problema de saúde pública
Militares dão segundo golpe em dois anos no Sudão

Folha de S. Paulo

Redes derrubam Bolsonaro por mentir sobre imunizante
Facebook abrigou tráfico humano e terrorismo, diz consórcio jornalístico
Rede de Zuckerberg lucra 17% mais no trimestre e vai a 2,8 bi de usuários
Economistas já preveem recessão no próximo ano
Aumenta proporção de crianças com até 13 anos vítimas de estupros no Brasil
Provas contra presidente não entram em processo de cassação
Dono do banco BTG diz influir na política econômica
Senado deve barrar PEC dos precatórios
STF vê possível rixa com Forças ao julgar papel da Justiça Militar
Concentração de gases-estufa foi recorde em 2020, diz ONU
Militares dão golpe no Sudão e prendem premiê
Menor poderá ir aos EUA sem comprovar vacina

EDITORIAIS

O Globo

É inaceitável que o governo ainda hesite em proibir Kit Covid no SUS

Foi vergonhosa a votação, na última quinta-feira, do parecer da Conitec condenando o uso do Kit Covid no SUS

É inacreditável que, com um ano e oito meses de pandemia, mais de 605 mil mortos e uma CPI prestes a indiciar o presidente Jair Bolsonaro e outros 67 investigados por dezenas de crimes, entre os quais crimes contra a humanidade, o governo ainda insista na defesa do famigerado “tratamento precoce” com um certo Kit Covid, pacote de medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina, sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19.

Foi vergonhosa a votação, na última quinta-feira, do parecer da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) condenando o uso do Kit Covid no SUS. A proposta, que fora retirada de pauta na semana anterior, recebeu seis votos a favor e seis contra. Não é apenas o empate esdrúxulo que chama a atenção, mas a forma como se chegou a ele, num tema que não deveria suscitar polêmica nenhuma. Simplesmente porque se tratava da análise de um órgão técnico.

O Ministério da Saúde, que deveria prezar a ciência, votou em massa a favor do curandeirismo à base de cloroquina. Das sete secretarias da pasta que integram a comissão, cinco defenderam o kit. O Conselho Federal de Medicina (CFM), que ao longo da pandemia fez picadinho da ciência, também rejeitou o parecer. Os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde (Conass e Conasems), a Agência Nacional de Saúde (ANS) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) endossaram a condenação ao “tratamento precoce”. A Anvisa, que poderia desempatar, não votou.

Está comprovado por pilhas de estudos que drogas como cloroquina e hidroxicloroquina não surtem efeito contra a Covid-19 e podem causar problemas graves, como arritmias cardíacas. Se, no início da pandemia, poderia haver dúvidas sobre a eficácia desses medicamentos, elas estavam dirimidas já em maio do ano passado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que eles não surtem efeito contra o novo coronavírus e recomenda fortemente que não sejam usados.

A posição do presidente Jair Bolsonaro em defesa do Kit Covid é conhecida. Em maio, chamou de “canalha” quem não aceita o “tratamento precoce”. Já foi fotografado mostrando caixas de cloroquina às emas do Palácio da Alvorada, fez inúmeras transmissões ao vivo em que propagandeia drogas ineficazes e, na Assembleia Geral da ONU, repetiu a ladainha, reforçando a imagem do país como pária mundial. Do Ministério da Saúde, comandado pelo cardiologista Marcelo Queiroga, esperava-se conduta menos negacionista. Até porque, em nota técnica enviada à CPI da Covid, o próprio ministério reprovara os medicamentos do kit.

O parecer da Conitec foi aberto para consulta pública e será novamente apreciado pela comissão. Que o roteiro agora seja diferente. É ridículo que a esta altura ainda se discuta se o SUS deve recomendar medicamentos ineficazes e potencialmente perigosos a pacientes com Covid-19. Não há símbolo mais eloquente do atraso que marca a atual gestão da saúde pública no Brasil.

O Estado de S. Paulo

Uma bomba de grande alcance

A violação do teto de gastos anunciada por Guedes criará problemas não só para o sucessor de Bolsonaro, mas para todos os brasileiros, principalmente os pobres

Com sua gastança eleitoreira, o presidente Jair Bolsonaro vai deixar uma bomba fiscal para seu sucessor, dizem especialistas em contas públicas, mas essa previsão, tomada literalmente, é quase otimista. O impacto real atingirá, muito além do sucessor, milhões de brasileiros, com maiores danos para os mais vulneráveis aos desajustes da economia. Os pobres, como tem ocorrido tantas vezes, pagarão uma parte desproporcional da conta. Segundo o Executivo, o Auxílio Brasil de R$ 400 por família só valerá até o fim do próximo ano. Falta explicar como o próximo presidente conseguirá reduzir esse valor. Além disso, o estouro do teto abrirá espaço para gastos adicionais de cerca de R$ 83 bilhões, alterando as condições do Orçamento de forma dificilmente reversível.

Essa irresponsabilidade causará muito mais que problemas contábeis. Gastança imprudente, sem fonte segura de financiamento, desarranja as contas oficiais, aumenta os juros pagos pelo Tesouro, infla a dívida pública e aumenta a insegurança do mercado. As autoridades poderiam, se a sua prioridade fosse de fato ajudar os mais carentes, ter cortado despesas desnecessárias – e de fato injustificáveis – para aumentar o auxílio aos mais vulneráveis. Mas isso ocorreria se houvesse alguma preocupação com o uso eficiente e seguro do dinheiro público.

Não é esse o caso. Trata-se mesmo de atender aos objetivos pessoais do presidente da República, empenhado em garantir sua reeleição e, acima de tudo, em assegurar sua sobrevivência política e a manutenção da família em cargos públicos. Não há, obviamente, relação, nesse caso, entre cargos públicos e interesse público.

Interesse público tem relação, no entanto, com a gestão orçamentária. A última violência contra o teto de gastos, na semana passada, pode ter soado, para algumas pessoas, como a definitiva rejeição da seriedade fiscal. Para outras, a ação de Bolsonaro, respaldada e assessorada pelo ministro Paulo Guedes, foi apenas mais um capítulo de uma história bem conhecida. De toda forma, quatro dos principais auxiliares do ministro renunciaram aos postos, dando sinal de haver chegado a um limite.

Os quatro, disse o ministro Guedes numa declaração pública, saíram porque são jovens, trabalhadores, bem-intencionados e estavam dispostos a trancar o Tesouro, embora fosse necessário ajudar os pobres. Não se deve, segundo ele, tirar 10 em administração fiscal e “deixar os mais pobres passando fome”. A explicação é insustentável. Seria possível, sim, atender os mais necessitados – por tanto tempo menosprezados pelo político Jair Bolsonaro – sem romper a regra fiscal.

A ruptura da regra tem custos muito altos. Investidores inseguros tendem a correr para o dólar e para outros ativos estrangeiros, provocando instabilidade cambial e afetando, dessa forma, os preços internos. Inflação mais intensa inferniza o dia a dia das famílias e torna mais complicada a sobrevivência de milhões de pessoas já pressionadas pelo desemprego e pela perda de renda. Com os preços em alta mais acelerada, o dinheiro fornecido pelo Auxílio Brasil será em boa parte corroído já no próximo ano. Além disso, esse pagamento só está previsto para os inscritos no programa Bolsa Família, fora do alcance, portanto, de milhões de pessoas atingidas, até agora, pela ajuda emergencial.

No mercado, continuam piorando as expectativas de inflação. A mediana das projeções aponta 8,96% para este ano, 4,40% para o próximo e 3,27% para 2023. Os três números estão acima das metas. Também subiram as previsões dos juros básicos, agora estimados em 8,75% para 2021, 9,50% para 2022 e 7% para 2022. A alta de juros é esperada como parte da política anti-inflacionária do Banco Central. Dinheiro mais caro tende a frear o crescimento econômico, recalculado para 4,97% e 1,40% nesses dois anos. Os dados são da pesquisa Focus.

Essas projeções indicam menor criação de empregos, vida mais cara e piores condições para os trabalhadores. É essa a “ajuda aos pobres” encenada pelo presidente e pelo ministro da Economia.

Folha de S. Paulo

O irresponsável

Bolsonaro volta a incentivar desconfiança nas vacinas ao difundir teoria absurda na internet

O Brasil alcançou outro marco significativo na campanha de vacinação contra a Covid-19 na semana passada. Mais de metade da população está imunizada contra o coronavírus, e o declínio de infecções e mortes enseja alívio em toda parte.

Coube ao país, no entanto, a triste condição de ser governado na crise sanitária por um presidente que prefere desempenhar o papel de primeiro propagandista da ignorância e não cansa de semear desconfiança contra as vacinas.

Na última quinta (21), numa transmissão ao vivo na internet, o mandatário difundiu uma teoria estapafúrdia que circula nas redes sociais e sugeriu que pessoas que se imunizaram podem ter adquirido também o vírus da Aids.

O presidente irresponsável orientou os apoiadores a buscar informações sobre o disparate e disse que não faria mais comentários, para evitar complicações com as políticas adotadas pelas plataformas da internet para conter a desinformação em seus domínios.

Na noite de domingo (24), Facebook e Instagram retiraram do ar o vídeo com o pronunciamento de Bolsonaro, acusando-o de violar os termos de uso das duas empresas ao espalhar mentiras sobre os efeitos colaterais dos imunizantes.

Não foi a primeira vez que o Facebook tomou providências desse tipo contra o presidente. Em março do ano passado, no início da pandemia, foi removido um vídeo em que Bolsonaro defendia tratamentos inúteis contra a Covid e o fim das políticas de isolamento social.

Mas houve dezenas de outras situações nos últimos meses em que o governante violou as normas da rede social sem punição, como a Folha mostrou recentemente. A maioria das infrações ocorreu nas suas tresloucadas lives semanais.

Felizmente, os números da campanha e as pesquisas de opinião atestam que cada vez menos gente presta atenção em sua pregação insensata. Em julho, somente 5% dos brasileiros diziam não querer se vacinar, segundo o Datafolha.

Bolsonaro prefere jactar-se de não estar imunizado e insiste em panaceias e negacionismos porque acredita que assim conservará o apoio dos seguidores mais radicais que ainda se enfileiram a seu lado.

O disfarce de moderação que o governante vestiu após as manifestações golpistas do Dia da Independência costuma revelar seu desalinho nas chamadas lives. Ali as tolices que circulam numa confraria de ignorantes e autoritários jorram pelo fraseado do presidente.

Essa licenciosidade parece ter encontrado agora o limite de tolerância dos oligopólios que administram as principais redes sociais. É uma pequena amostra do que poderá ocorrer no período eleitoral, quando Bolsonaro arrisca ser arrancado das principais plataformas.

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