Líder do Cidadania no Senado diz na CPI da Covid que “empresa de prateleira” não poderia ter avalizado negócio de R$ 1,6 bilhão e avalia que políticos abriram as portas do Ministério da Saúde para fraude (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Num dos mais comprometedores depoimentos na CPI da Covid, nesta quarta (25), Roberto Pereira Ramos Júnior, presidente do desconhecido FIB Bank – que não é banco e apresenta-se como garantidora de crédito – admitiu irregularidades em seu negócio com a Precisa Medicamentos, dessa vez não para a aquisição de vacinas, mas de preservativos femininos para o Ministério da Saúde. Contrato este que segue vigente.
O senador Alessandro Vieira apresentou dados relacionados ao contrato do Ministério da Saúde com o FIB Bank mostrando que essa “empresa de prateleira” não poderia avalizar um negócio da ordem de R$ 1,6 bilhão, diante de várias possíveis ilegalidades em sua constituição e operação.
“Não é possível que uma empresa como a Fib Bank, com credibilidade mínima, uma empresa de garantias fajutas, tenha acesso ao Ministério da Saúde sem ter alguém que abra as portas”, apontou o senador. “Nada disso acontece sem um empurrão de políticos”, completou.
Embora tenha negado influência do líder do governo Ricardo Barros (PP-PR), o depoente admitiu conhecer alguém do seu grupo político, o empresário Marcos Tolentino. Tolentino, que tem convocação aprovada para prestar depoimento à CPI, é amigo do deputado federal e líder Ricardo Barros.
“O esquema e a corrupção se dão, na maioria das vezes, de forma oculta e dissimulada. Mas é preciso investigar profundamente esse cidadão, que tem envolvimento com coisa errada pelo menos desde a década de 80. E também o amigo que o acompanhou no Senado. Um é Ricardo Barros, o outro Marcos Tolentino. Figuras que estão aí envolvidas em rolos”, apontou o senador.