Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (28/07/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Bolsonaro oficializa espaço inédito ao Centrão no Planalto
Tóquio 2020 – Choro de vencedor
Massa de ar leva frio perto de zero aonde ele nunca é registrado
Sítio Burle Marx – Novo patrimônio da Unesco
Consumidor volta às compras e dá alívio ao varejo
Obituário – José Arthur Giannotti
Obituário – Orlando Drummond
‘Guerra da vacina’ já atrasa imunização nos EUA

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro muda a Casa Civil para tentar viabilizar reeleição
Governo muda Lei Rouanet e amplia controle sobre projetos
Presidente veta quimioterapia oral em plano de saúde
Rede de currículos de cientistas, Lattes sai do ar
O salto de Italo para a história
Gilmar cobra PGR sobre Braga Netto
SP deve acabar com cores para restrições
Sítio Burle Marx vira Patrimônio Mundial
EUA voltam a pedir uso de máscaras
José A. Giannotti – Referência da filosofia no País
Orlando Drummond – Craque do humor e da dublagem

Folha de S. Paulo

Inação federal com crise de energia pode pesar na conta
Líder do centrão, Ciro Nogueira aceita Casa Civil
Bolsonaro faz 27 trocas ministeriais em 2 anos e meio
Intervalo de Pfizer mudará após concluída primeira dose
Com menos internados, governo paulista estuda flexibilizar regras
Morre Giannotti, referência na análise crítica do marxismo
Morre, aos 101, Orlando Drummond, ícone da TV
Plataforma Lattes sai do ar após apagão no CNPq
Tóquio 2020 – A grande onda de Italo

Valor Econômico

Exportação brasileira ganha terreno na América Latina
Nogueira fica com a “alma do governo”
Polimix prevê R$ 3,3 bi para porto no ES
Olhos no futuro
Dunlop investirá R$ 1 bi no Paraná
Após cisão, XP lançará BDRs e Itaú poderá contra-atacar
Santander terá Rial no conselho e Leão como CEO

EDITORIAIS

O Globo

Brasil precisa saber aproveitar a retomada

Embora o FMI acredite que o risco inflacionário arrefeça no longo prazo, há vários fatores de preocupação

São alvissareiras as perspectivas para a economia brasileira, segundo a análise divulgada ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Na comparação com abril, a previsão para o crescimento do PIB neste ano subiu 1,6 ponto percentual, para 5,3%, a segunda maior alta entre os países analisados (embora, para o ano que vem, tenha caído 0,7 ponto, para 1,9%). O relatório do FMI mantém a projeção de alta de 6% no PIB global, com cenário mais promissor nas economias avançadas, onde 40% da população já está plenamente vacinada, que nas emergentes, onde apenas 11% está.

Mesmo com a vacinação patinando, o Brasil tem se beneficiado da alta na demanda por matérias-primas, em particular produtos agrícolas. A expectativa é que as importações globais de alimentos cheguem perto de US$1,9 trilhão neste ano. Caso a previsão se confirme, será um ótimo desempenho, comparado ao US$ 1,6 trilhão de 2019.

Ao mesmo tempo, a inflação associada à liberação da demanda represada durante a pandemia é um fator de preocupação no mundo todo. O índice que acompanha a variação de preços no comércio internacional registrou alta de 34% nos 12 meses terminados em junho. Aqui no Brasil, a inflação ao consumidor alcançou 8,35% no mesmo período, mais de três pontos acima da meta estabelecida para este ano pelo Banco Central. A projeção do mercado é que feche o ano em 6,56% (há um mês, a previsão era de 6,31%). Por isso mesmo, estima-se que os juros subam para 7% até o final do ano.

Embora o FMI acredite que o risco inflacionário arrefeça no longo prazo, há vários fatores de preocupação, como o surgimento de novas variantes do vírus que poderiam consumir US$ 4,5 trilhões do PIB global até 2025. O fundo defende ações multilaterais e o envio de 1 bilhão de doses de vacina a países de baixa renda. Também recomenda que os bancos centrais assegurem que o combate à inflação não se transforme em restrições financeiras que prejudiquem a retomada.

No caso brasileiro, o campo continuará a funcionar como locomotiva da economia. O país é o maior exportador mundial de soja (mais de 50% mais cara do que há um ano) e café (cuja cotação é a mais alta em sete anos, em razão das geadas no Brasil) e o segundo de mamão. É o maior produtor de cana-de-açúcar, o segundo de carne bovina e milho e o terceiro de frango. Não é coincidência que o setor agrícola tenha sido a principal força da economia brasileira nos últimos anos (no primeiro trimestre, o PIB avançou 1%; o agro, 5,2%).

Em paralelo, a desvalorização cambial e a inflação têm interferido no valor nominal do PIB, contribuindo para melhorar o perfil da dívida pública, que deverá encerrar o ano perto de 92% do PIB pelo critério do FMI (quase sete pontos abaixo da previsão de abril). O quadro positivo que se vislumbra no final da pandemia oferece ao país uma oportunidade para tratar da saúde fiscal do Estado, de modo a fortalecer a perspectiva de crescimento e afastar o risco inflacionário. Ela precisa ser aproveitada em nome dos quase 21 milhões de desempregados e desalentados, de toda a população que perdeu renda na pandemia. O Brasil não tem mais tempo a perder.

O Estado de S. Paulo

A vida versus a burocracia estatal

Useiro e vezeiro em alardear sua autoridade, não custaria a Jair Bolsonaro tornar mais célere a distribuição de vacinas

Governos normais, nada mais do que isto, são capazes de transmitir alguma segurança aos cidadãos em momentos de crise, como, por exemplo, no curso de uma pandemia. Como normal não é, o governo de Jair Bolsonaro, ao contrário, demonstra ter uma capacidade de angustiar os brasileiros que parece não conhecer limites.

O país que o presidente da República deveria governar, se tivesse um plano e não fosse avesso ao trabalho, ultrapassou a terrível marca de 550 mil mortes por covid-19. Já é sabido que só o rápido avanço da vacinação haverá de interromper este morticínio, mas, mesmo assim, o Ministério da Saúde não é sequer capaz de garantir aos Estados e municípios, responsáveis pela aplicação das vacinas, o cumprimento dos prazos para envio das doses que recebe dos fabricantes.

Há mais de uma semana, nada menos do que 16 milhões de doses de vacinas, de diferentes laboratórios, estão armazenadas nos galpões do Ministério da Saúde. “Informes técnicos”, documentos disponíveis para consulta no portal da própria pasta na internet, revelam que este é o quantitativo “estocado”. A inacreditável retenção destas vacinas levou ao menos dez capitais – Belém, Campo Grande, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Vitória – a suspender a aplicação da 1.ª dose do imunizante. Goiânia e Cuiabá não chegaram a suspender totalmente a vacinação, mas limitaram a aplicação a menos pessoas. É um absurdo haver tantas vacinas “estocadas” e elas não chegarem rapidamente à população.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reconhecido por seu empenho em trazer uma vacina para o Brasil diante do descaso de Brasília, indignou-se publicamente pelo descalabro. Em suas redes sociais, o tucano classificou como “vergonhosa” a falta de desvelo na distribuição das vacinas neste momento delicado, em que a pandemia dá sinais de arrefecimento, mas em patamares de casos e mortes ainda muito elevados.

De fato, ao governo federal, que só passou a defender a vacinação da população quando reveses políticos se tornaram incontornáveis, falta o devido senso de urgência. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), recorreu à ironia. “O senso de urgência do Ministério da Saúde chega a impressionar”, escreveu Paes em suas redes sociais.

Tanto a crítica do governador paulista como a do prefeito carioca são pertinentes. Esta falha do Ministério, no entanto, deve servir para fazer as administrações estaduais e municipais serem mais cautelosas ao divulgarem seus calendários de vacinação. Não foi o primeiro atraso e, seguramente, não há de ser o último.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu o atraso na distribuição dos imunizantes e culpou a burocracia estatal. “Não há estoque de vacinas”, disse Queiroga a um grupo de jornalistas. “Quando as vacinas chegam no aeroporto, elas precisam ser avaliadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Depois, precisam passar pelo controle do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). Também tem a questão da Receita Federal. Só depois é que o PNI (Programa Nacional de Imunizações) prepara as pautas e essas vacinas são enviadas aos Estados e municípios”, explicou o ministro.

Marcelo Queiroga é o ministro da Saúde – o quarto – de um país que já perdeu mais de meio milhão de seus cidadãos para um vírus contra o qual já existem quatro vacinas disponíveis. Se, nesta condição, o ministro não tem a força necessária para encurtar prazos e vencer os entraves do que chamou de “burocracia estatal”, cabe indagar se ele está à altura da posição, como o momento exige, ou se tem recebido o devido apoio de seu chefe. Useiro e vezeiro em alardear sua autoridade como presidente da República, não custaria a Bolsonaro movimentar as engrenagens da administração pública federal para tornar cada vez mais célere a distribuição de vacinas para a população. Mas, primeiro, ele precisa querer que isto aconteça.

Folha de S. Paulo

Veto ao fundão

Exorbitantes, valores cogitados para verba eleitoral levam a retrocesso político

Não surpreende que Jair Bolsonaro, depois de anunciar a intenção de vetar a possibilidade de aumento do gasto público com as eleições gerais de 2022, tenha recuado a uma posição bem mais complacente.

Na semana passada, o presidente rechaçara o texto aprovado pelo Congresso que permite a elevação do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões, apontando que seria mais adequado corrigir pela inflação os R$ 2 bilhões destinados ao pleito anterior. Na segunda- feira (26), falou vagamente em aprovar um montante próximo de R$ 4 bilhões.

Ainda não se sabe como uma nova cifra será formalizada na legislação —se é que haverá mesmo nova cifra. Certo é que Bolsonaro não se encontra em condições políticas de desafiar abertamente seus aliados do centrão, o bloco parlamentar que ganhou peso inédito no governo com a chegada de Ciro Nogueira (PP-PI) à Casa Civil.

Impõe-se, de todo modo, um recuo na ofensiva perdulária dos partidos, que afronta eleitores e contribuintes. São fartas as evidências de que os números cogitados constituem uma exorbitância.

Dados reunidos pelo Movimento Transparência Partidária apontam que as legendas teriam financiamento público equivalente a US$ 1,3 bilhão (contanto ainda com o fundo regular de sustentação das siglas), de longe o maior valor entre 25 países pesquisados — num distante segundo lugar está o México, com US$ 307 milhões.

O descalabro não se limita ao gasto injustificável em um Orçamento depauperado, enquanto educação, saúde, assistência e outras prioridades estão sujeitas a severas restrições. Trata-se, também, de um retrocesso para a política.

Partidos devem buscar inserção crescente na sociedade, atraindo filiados e simpatizantes com seu ideário, seus líderes e sua atuação. Convém, nesse sentido, que parcela substancial de seu custeio venha de contribuições privadas.

Existe, claro, o risco de o poder econômico exercer influência desproporcional sobre as legendas e, assim, sobre as decisões de governo. Tal problema pode ser mitigado com tetos nominais para doações, como defende esta Folha.

No Brasil, porém, optou-se de forma precipitada pela proibição de doações empresariais, na esteira dos escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato. A escolha não elimina velhas mazelas, como o caixa dois. E cria novas.

Siglas que proliferam no país sem identidade e conteúdo —essa é uma descrição do centrão— vão preferir extrair cada vez mais recursos do Estado a buscar adesões na sociedade para seu sustento. Nesse processo, as burocracias partidárias têm maior incentivo a usar o dinheiro em benefício próprio e sem transparência.

A experiência aponta que é razoável manter alguma fonte pública para o financiamento eleitoral, sem tolher em demasia a via privada. Um debate maduro deve estabelecer limites para ambas.

Valor Econômico

Investimento direto no país perde fôlego em junho

Os sinais ambíguos do governo e do Congresso na agenda de reformas econômicas e fiscais não ajudam

O s investimentos diretos no país somaram apenas US$ 174 milhões em junho, bem abaixo da estimativa do Banco Central para o mês, de US$ 2,5 bilhões. Embora seja precipitado tirar conclusões definitivas a partir de um único dado de um indicador de alta frequência, esse não deixa de ser mais um sinal preocupante da perda de dinamismo no ingresso de capitais estrangeiros dirigidos à produção.

Os investimentos diretos são um capital de qualidade superior. Primeiro, porque é um fluxo mais estável, menos sujeito a fuga do país em períodos de turbulências internacionais. Por isso, é mais adequado para financiar o déficit em conta corrente e mesmo para suprir a conta financeira. Nesse aspecto, um eventual enfraquecimento do fluxo de investimentos diretos em tese deixa o país mais vulnerável a crises externas.

Em segundo lugar, os investimentos diretos são muito importantes para a transferência de tecnologias estrangeiras e para a integração do Brasil nas cadeias produtivas globais. Uma eventual queda prolongada no ingresso desses capitais, portanto, pode comprometer a expansão da capacidade produtiva e o desenvolvimento da nossa economia.

Por ora, há pouca preocupação quanto ao financiamento externo da economia, apesar de a média mensal de ingresso de investimentos diretos ter ficado em apenas US$ 1,698 bilhão no segundo trimestre. Mesmo na hipótese pouco provável de que vá continuar nesse ritmo até o fim do ano, não faria diferença para suprir o balanço de pagamentos. A projeção para o ano é um superávit em conta corrente de US$ 3 bilhões. Além disso, os fluxos de capitais de curto prazo estão fortes. No primeiro semestre, estrangeiros investiram US$ 21,584 bilhões em ações e em renda fixa no país.

Ainda assim, o quadro pode mudar mais adiante. O superavit em conta corrente é sustentado, em boa medida, pelo bom resultado na balança comercial, que por sua vez está sendo favorecida pelo “boom” das commodities. Não se sabe quanto tempo a bonança vai durar. As despesas com serviços, como turismo, estão sendo reprimidas pela pandemia e pelo nível ainda reduzido de atividade econômica, que também deprime as remessas de lucros e dividendos.

À medida em que a economia se recupera, é natural que as contas correntes retornem para o negativo. A pesquisa Focus de expectativas do mercado do Banco Central projeta um déficit em conta corrente de US$ 14,3 bilhões em 2022 e de US$ 21 bilhões em 2023. Mas, hoje, é muito difícil prever aonde esse resultado negativo poderá chegar. São muitos os fatores em jogo: o ritmo de recuperação da economia, o comportamento da taxa de câmbio e a evolução dos preços das exportações. Antes da pandemia, o déficit superava 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

No fluxo acumulado em 12 meses, os investimentos diretos encostaram exatamente nesse nível, em 3,02% do PIB. A projeção do Banco Central é que vá crescer a US$ 60 bilhões até o fim do ano. Os ingressos registrados em julho, até o dia 23, somam US$ 4,087 bilhões, e dão alguma esperança de que esse prognóstico se concretize. Mas o mercado vem revendo para baixo a sua estimativa de investimentos diretos para 2021, que caiu a US$ 53,5 bilhões.

Antes da pandemia, o Brasil recebia cerca de US$ 70 bilhões em investimentos diretos por ano. Outros países emergentes também sofreram retração importante nesses fluxos. Mas a China e outras economias asiáticas já apresentaram recuperação ainda em 2020, devido à sua estratégia bem sucedida de combate à covid. O Brasil se encontra no bloco de retardatários, mas, com a vacinação, pode ser que recupere uma boa parte dos capitais perdidos no ano passado.

Nas estatísticas, chamam a atenção, em especial, os baixos ingressos de capitais na forma de participação de capitais. Neles, estão os novos investidores que apostam no Brasil, seja na compra de empresas já em operação ou na criação de novos empreendimentos. De 2010 a 2019, ingressaram em média US$ 55 bilhões em participação de capital. Com a pandemia, esse volume caiu a US$ 32 bilhões. No primeiro semestre, ficou em US$ 16 bilhões.

A dúvida é se o investidor estrangeiro que olha o longo prazo terá apetite para risco num ambiente de incerteza. Os sinais ambíguos do governo e do Congresso Nacional na agenda de reformas econômicas e fiscais não ajudam. Parte dos projetos pode ser adiada, diante do clima de incerteza política.

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