Em live com Freire e Soninha, Cidadania lança candidatura da líder indígena Silvana Terena em Campo Grande

Em live nesta sexta-feira (9), com a participação de diversos outros nomes do Cidadania, a líder indígena Silvana Terena lançou sua candidatura à vereadora da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Artesã, 45 anos, militante há 12 anos e há 5 à frente Subsecretaria de Políticas Públicas para População Indígena do Mato Grosso do Sul, Silvana Terena vê a candidatura como passo necessário e natural para que a população indígena esteja no centro da construção de políticas públicas.

“São 12 anos de caminhada colocando indígenas para sonhar com protagonismo na nossa historia política. São 5 anos de gestão no governo em que povos indígenas protagonizaram, elaborando o Plano Estadual de Políticas Públicas para a População Indígena. Precisamos ocupar mais os espaços, colocar o índio pra fazer leis que possam contemplar nosso povo. É por direitos que estamos lutando, pra ter voz, agora a voz de mulher”, discursou.

A estimativa é de que cerca de 73 mil índios de 8 etnias vivam em Mato Grosso do Sul – a maior população indígena do Brasil –, sendo 15 mil em Campo Grande. Silvana, que sempre monta seus comitês dentro da própria comunidade, disse que fez uma opção por representatividade. “Estamos aqui e quero ficar aqui mesmo eleita. É uma satisfação estar junto ao meu povo e mostrar que, se eu consigo, você consegue, nós conseguimos”, explicou.

A proposta é fazer, caso eleita, um mandato coletivo. “De construção, itinerante, que não fique dentro do gabinete, mas vá pra comunidade construir os projetos de interesse do nosso povo”, avisou. Ela aproveitou a ocasião para elogiar a parceria com o presidente municipal do Cidadania, Roberto Athayde, que foi vereador por quatro mandatos, e de quem ela foi assessora. “Ele entendeu que nós precisávamos aprender a arte da politica e nos ouvía atentamente”, destacou.

Soninha Francine, vereadora, candidata à reeleição

Vereadora do Cidadania e candidata à reeleição em São Paulo, Soninha Francine participou da live e disse compreender quem não gosta de política, mas ponderou que é preciso “amar política” porque ela é que permite a transformação social. Ela disse ter orgulho de dividir a caminhada com Silvana Terena.

“É na política que a gente tem poder. Entrei para ter mais poder do que tinha como jornalista, militante, ativista, poder pra transformar as coisas. E na politica a gente não tem poder sozinho, então a gente procura pessoas com quem a gente queira militar junto. E eu tenho muito orgulho de fazer parte da caminhada com Silvana Terena”, elogiou.

Coordenadora do Núcleo Mulheres 23 no estado, Marcia Ledesma disse que a história que o Cidadania quer construir na política passa pelo protagonismo das mulheres:

Ricardo Maia, presidente do Cidadania-MS, e Tereza Vitale, coordenadora nacional do M23

“Queremos construir o protagonismo e ele tem de chegar às mulheres indígenas, negras e ribeirinhas. Silvana tem a força de mãe, avó e mulher indígena”.

Tereza Vitale, coordenadora nacional do M23, foi na mesma linha. “Não só por ser mulher indígena, mas mulher indígena com a noção de toda a diversidade das mulheres, independentemente de raça, orientação sexual, idade, porque a maior parte dos nossos problemas está na violência contra a mulher,  no acesso a mercado de trabalho, no transporte publico. E a nossa luta é por todas”, ressaltou.

Presidente nacional do partido, Roberto Freire foi deputado constituinte e argumentou que a candidatura de Terena é uma afirmação de que o avanço da Constituição não ficou apenas na letra da lei.

“A grande referência que pode surgir é essa sua vitória aí. A dimensão e a importância de uma representação sua na Câmara Municipal serão imensas para os povos indígenas, para os vereadores da capital, para o Cidadania e para a política nacional. Você nos engrandece”, apontou.

Ricardo Maia, presidente estadual do Cidadania-MS, também sustentou que a candidatura significa que o partido entendeu o momento político que o país está vivendo.

O presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire

“Nada melhor do que a Silvana pra representar a autodeterminação dos povos indígenas. Representa essa bandeira da cidadania dos povos que foram oprimidos e que estão se colocando na politica pra transformar a politica e transformar nosso município, nosso estado, nosso pais”, comemorou.

Athayde Nery, presidente municipal do partido em Campo Grande e ex-vereador, também falou da importância da candidatura.

“Esse bairo aqui, que abriga o comitê Casa da Cidadania, é o Marçal de Souza, que foi grande liderança guarani e foi assassinado em Ponta Porã. Silvana mora aqui, no primeiro bairro da comunidade indígena urbana do país, um celeiro de lideranças indigenas. Conseguimos formar aqui o primeiro conselho municipal indígena, primeira coordenação indígena foi da Silvana, fizemos o plano. Essa nossa caminhada de formação é algo que estamos colocando na prática. Estamos confiantes na vitória”, finalizou.

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