Cidadania no Senado: Veja o resumo das atividades da bancada

Líder do partido na Casa, Eliziane Gama lembra que a maioria dos programas que estão hoje em execução para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 foram resultado de ações do Congresso Nacional (Foto: Reprodução)

Na semana em que o Senado aprovou em um único dia quatro propostas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 (veja abaixo), a líder do partido na Casa, Eliziane Gama (MA), destacou o protagonismo do Congresso Nacional na apresentação e aprovação de proposições visando o combate aos efeitos da doença do ponto de vista sanitário e econômico.

“Tem evoluído, inclusive, com ações importantes e programas. Aliás, acho que a maioria dos programas que estão hoje em execução foram fruto de ações do Congresso Nacional”, afirmou a parlamentar, ao encaminhar o voto sim da bancada do partido ao projeto de lei (PLP 195/2020), que cria o Pronaieeb (Programa Nacional de Auxílio às Instituições de Ensino da Educação Básica) e que agora segue para sanção presidencial (veja aqui).

Eliziane Gama disse também que o Cidadania é uma legenda que ‘soma’ e ‘ajuda a aprimorar o que é possível’, e também não ‘atrapalha’ as votações das matérias de interesse da sociedade no Senado.

“O Cidadania é um partido que é responsável com a população brasileira”, afirmou a senadora.

Queda na cobertura de vacina infantil

Eliziane Gama classificou de preocupante na queda da cobertura de vacinação infantil no Brasil, ao analisar os dados da PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde, apontando que pouco mais da metade das crianças brasileiras não recebeu todas as vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização em 2020 (veja aqui).

“Em alguns casos, como os dos imunizantes contra tuberculose (BCG) e poliomielite, o porcentual de crianças vacinadas em 2019 é o menor em 20 anos. Vacina salva vidas e diminui os gastos com saúde pública”, disse.

Segundo os índices do PNI, atualizados até o dia 7 de setembro, a cobertura vacinal estava em 51,6% para as imunizações infantis. O recomendado pela OMS (Organização Mundia de Saúde) é entre 90% e 95% para garantir proteção contra doenças como sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite.

A cobertura da BCG atingiu 53,06% e da poliomielite 54,70% das crianças que deveriam receber as vacinas, nos casos citados pela senadora.

Transparência nos dados da Saúde

Eliziane Gama cobrou do DataSus os números da ocupação de leitos de UTI no País (Foto: Marcos Oliveira)

A líder do Cidadania no Senado também cobrou na terça-feira (08) durante audiência pública da comissão mista da Covid-19 para debater as atualizações dos dados científicos relacionados à pandemia, uma maior transparência do governo federal em relação aos dados de ocupação de leitos de UTI no SUS (Sistema Único de Saúde) em âmbito nacional (veja aqui).

Ela disse que apesar da abertura de novos leitos de UTIs no País com a pandemia do novo coronavírus, o que se observa, no entanto, é o elevado número de judicialização por vagas em leitos em vários estados.   

“Nós tínhamos, inclusive, algumas informações de que o próprio TCU [Tribunal de Contas da União], em julho, chegou a recomendar ao Ministério da Saúde a necessidade de ampliar a transparência dessas informações”, disse a parlamentar, ao questionar o representante do DataSUS  (Departamento de Informática do SUS), Jacson Venâncio Barros, sobre as providências do Ministério da Saúde para ampliar a transparência relativa à parte de ocupação de leitos de UTI no País.

“Há muita coisa a ser feita ainda em relação à troca de informações. Nós construímos um sistema de notificação compulsória para que todos os estabelecimentos de saúde pudessem apontar diariamente os seus leitos, dividido em seis variáveis, que compreendem a quantidade de pessoas deitadas naquele dia, a quantidade de altas e a quantidade de óbitos”, explicou Barros.

Já do representante da Unidade de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da OMS (Organização Mundial da Saúde), Juan Cortéz, a senadora Eliziane Gama quis saber quais as diretrizes que deveriam ser priorizadas pelo governo federal para o futuro plano de imunização da população contra a Covid-19.

“O Ministério da Saúde tem anunciado a perspectiva de que a vacinação contra a Covid-19 pode ser iniciada ainda no primeiro semestre do próximo ano, e as informações que são apresentadas pelo Tribunal de Contas da União são de que a pasta ainda não divulgou um plano nacional de vacinação”, disse Eliziane Gama.

“Como sempre, a Opas, assim como em outras oportunidades, está sempre com as portas e canais abertos para conversar e discutir, para poder apoiar o Ministério da Saúde e o governo brasileiro com as melhores recomendações para esse processo de vacinação da população. Obviamente, cada governo tem a estrutura e as equipes para poder definir os critérios e as formas de como seria essa vacinação”, explicou Cortéz.

Reforma administrativa

Para Eliziane Gama, o principal objetivo da reforma administrativa tem de ser o de tornar o ‘Estado mais ágil e eficiente’ para combater os privilégios nos três Poderes, com a valorização dos servidores públicos (veja aqui).

“O Brasil precisa de uma reforma administrativa sim, uma reforma que combata privilégios no Judiciário, Executivo e Legislativo; uma reforma que torne o Estado mais ágil e eficiente sem que os servidores públicos sejam tratados como problema ou como inimigos”, defendeu a parlamentar.

Segundo ela, o texto da reforma enviado pelo governo federal do Congresso Nacional ‘precisa ser ajustado para manter isonomia e não deixar privilégios para as altas castas de servidores’.

“Apoiamos uma reforma adminstrativa, mas não uma que mantenha privilégios no topo do Judiciário, Executivo e Legislativo e pese a mão nos servidores que já recebem menos”, disse.

Pontos de apoio para garis

Para tentar mudar a realidade da árdua rotina dos garis agravada pelo desrespeito às normas de locais adequados para descanso, alimentação e higienização, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), apresentou um projeto de lei (PL 4505/2020) que estabelece regras para instalação de pontos de apoio com essas finalidades (veja aqui).

De acordo com o texto, os municípios e o Distrito Federal deverão manter dois tipos de pontos de apoio: o intermediário e o principal. O ponto de apoio principal terá estrutura mínima que contenha sanitários e vestiários masculinos e femininos; chuveiros individuais, sala de descanso, com sofás, bebedouros, eletricidade e, se possível, acesso à internet sem fio e ar condicionado, além de espaço para refeições. Ainda conforme a proposta, a estrutura deverá ser instalada em cada bairro do município ou em cada região administrativa do Distrito Federal.

A matéria ainda prevê que nas regiões onde o serviço de limpeza urbana for realizado pela iniciativa privada, o concessionário ou permissionário será responsável pela manutenção e o funcionamento dos pontos de apoio, podendo o edital de licitação e o respectivo contrato de concessão do serviço preverem também que o parceiro privado realizará a construção e a instalação de novos pontos de apoio.

Para justificar a aprovação do projeto, Kajuru detalha as condições a que os garis estão submetidos no dia a dia de trabalho.

“Os garis, mulheres e homens batalhadores, normalmente entram em serviço às sete horas da manhã e trabalham ininterruptamente pelo menos até as 14 horas de cada dia, não tendo eles acesso a nenhum ponto de apoio para suas necessidades. Ficam na dependência da boa vontade de comerciantes e outros lojistas, que nem sempre têm a solidariedade de prestar-lhes alguma ajuda. As refeições são feitas sem nenhuma condição, com os garis sentados no chão, em completo desrespeito a sua dignidade e ao dever estatal de assegurar o bom ambiente de trabalho”, argumentou o senador.

Homenagem a Ferreira Gullar

Jorge Kajuru homenageou o poeta que completaria 90 anos dia 10 de setembro (Foto: Pedro França)

O senador Jorge Kajuru registrou na sessão remota do Senado os 90 anos de nascimento do poeta Ferreira Gullar na quinta-feira (10). Escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista, membro da Academia Brasileira de Letras, o poeta foi um dos fundadores do neoconcretismo. Ferreira Gullar nasceu em São Luís, com o nome de José Ribamar Ferreira (veja aqui).

“Se vivo estivesse, Ferreira Gullar completaria 90 anos. Em homenagem a esse ser humano raro, com quem eu tive a oportunidade de conviver, entre tantos outros, desde o Poetinha [Vinícius de Moraes], eu queria aqui rapidamente lembrar: Uma parte de mim é todo mundo; /outra parte é ninguém: fundo sem fundo./ Uma parte de mim é multidão;/ outra parte, estranheza e solidão./ Uma parte de mim pesa, pondera;/ outra parte delira./ Uma parte de mim almoça e janta;/ outra parte se espanta./ Uma parte de mim é só vertigem;/ outra parte, linguagem./ Traduzir-se uma parte na outra parte — que é uma questãode vida ou morte — será arte? [dizia Gullar e canta [Raimundo]Fagner: será arte?]”, disse Kajuru, ao citar a letra da música ‘Traduzir-se’ do poeta.

Dia Nacional do Cerrado

O senador Jorge Kajuru destacou o Dia Nacional do Cerrado comemorado em 11 de setembro. Para ele, data chama a atenção da população brasileira para os graves problemas que acometem o meio ambiente no Brasil (veja aqui).

O parlamentar é autor de três projetos que reforçam leis para proteção e conservação do bioma. De acordo com Kajuru, a conscientização vem por meio da educação ambiental.

“Educação ambiental que permita ao brasileiro pelo menos saber o significado do que seja uma Unidade de Conservação Ambiental, a fim de que ele possa contribuir para a sua preservação. A população brasileira deve saber que o Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, menor apenas do que a Amazônia. É a savana de maior diversidade de espécies do planeta: concentra cerca de 5% da biodiversidade mundial e 30% da biodiversidade brasileira”, disse.

Punição de Deltan Dallagnol

O senador Alessandro Vieira criticou a decisão do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) de punir o procurador da República Deltan Dallagnol por mensagens em rede social nas quais ele se posicionou contra a eleição do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do Senado, em 2019 (veja aqui).

“É o vale-tudo para castigar quem teve a ousadia de fazer o seu trabalho com independência e altivez. O sistema se reorganizou e está atuando com toda força para fazer o Brasil retroceder 20 anos no combate à corrupção. Vergonha”, afirmou o parlamentar ao site O Antagonista.

Os conselheiros do CNMP entenderam, por 9 votos a um, que  Dallagnol extrapolou limites da simples crítica e o puniu com a pena de censura.

Contra a reeleição no Senado e Câmara

Alessandro Vieira fez na quarta-feira (09), durante questão de ordem na sessão virtual, um duro discurso contra a reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), no Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara dos Deputados (veja aqui).

“Eu sou contrário a qualquer possibilidade de reeleição, tenho essa defesa com base técnica, texto constitucional, e mostro com muita clareza com um exemplo concreto, o meu, da inviabilidade do apego ao poder”, disse.

Alessandro Vieira afirmou que está sendo ignorado por Alcolumbre desde que se posicionou.

 “Depois que manifestei minha opinião contrária à reeleição, deixei de ser atendido pelo presidente Davi Alcolumbre, meus projetos não são pautados – mesmo projetos humanitários, como a definição de parâmetros para a distribuição de vacinas. Esta é a forma de quem quer permanecer no poder a qualquer custo. Isso não é democracia”, afirmou.

Prorrogação da Lava Jato

‘Os poderosos deste País tentam matar a todo custo’ a Lava Jato, diz Alessandro Vieira (Foto: Marcos Oliveira)

Alessandro Vieira comemorou a decisão da PGR (Procuradoria-Geral da República) de prorrogar a força-tarefa da operação Lava Jato até 31 de janeiro do ano que vem (veja aqui). O prazo terminaria na quinta-feira (10).

O senador apontou que “os poderosos deste País tentam matar a todo custo” a Lava Jato. Na opinião dele, a força-tarefa “arrancou a máscara da face oculta do esquema de corrupção que parasita o Brasil”.

Nas redes sociais

Plenário Virtual

Veja abaixo as propostas aprovadas pelo Senado na semana:

QUARTA-FEIRA – 09/09

Pandemia: Aprovada ampliação do prazo para uso de recursos da União em ações contra a covid-19 em estados e municípios (PL 4.078/2020). Pela proposta, recursos poderão ser utilizados até 31 de dezembro de 2021. O texto vai à Câmara.

Cães e gatos: Aprovada a ampliação da pena prevista ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato (PL 1.095/2019) e prevê punição a estabelecimentos comerciais que facilitarem o crime. Texto vai a sanção.

Auxílio a escolas privadas: Aprovou o projeto que institui auxílio a instituições privadas de ensino que tenham sido afetadas pela pandemia da covid-19 (PLP 195/2020). A proposta segue para votação na Câmara dos Deputados.

Cadastro de estupradores: Aprovada a criação do Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro (PL 5.013/2019). O cadastro terá as características dos condenados e só poderá ser acessado por autoridades da área criminal. Texto vai à sanção.

Combate à covid-19: Aprovada a MP 969/2020, que abre crédito de R$ 10 bilhões para combate à covid-19. Os recursos, destinados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), serão repassados e estados, DF e municípios. Texto segue para promulgação.

Ministério da Saúde: Aprovada a MP 967/2020, que abre crédito extraordinário de R$ 5,5 bilhões em favor do Ministério da Saúde para ações de combate à Covid-19. A matéria segue a promulgação.

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