Encontro de Secretárias Estaduais do M23 debate formação política e estratégias para eleição de 2020

A Secretaria Nacional de Mulheres realizou nesta sexta-feira (20), em Brasília, a abertura do I Encontro de Secretárias Estaduais do M23, o núcleo de mulheres do Cidadania. O objetivo do encontro é fortalecer a atuação da secretarias estaduais, debater estratégias para atrair novas filiadas e formar quadros para disputar as eleições municipais do próximo ano.

No início do encontro, a secretária e dirigente do Cidadania, Tereza Vitale, falou sobre o surgimento do movimento feminino no partido, começando pela organização das militantes existentes inicialmente até a sua inclusão no estatuto partidário.

“Essa história começa há 20 anos. Pelas beiradas mostramos o nosso interesse em nos organizarmos em um movimento para poder fazer a formação política. Começamos na cara e coragem para conhecermos as mulheres do partido que estavam nos estados. Foi muito difícil mas nós conseguimos. Graças a essa luta chegamos na Coordenação de Mulheres. Conseguimos colocar [a Coordenação] no estatuto do partido em Congresso realizado em São Paulo”, lembrou.

Tereza Vitalle destacou que as secretarias estaduais de mulheres representam um organismo independente do partido, mas caminha junto com a política adotada pelo Cidadania.

“Somos um organismo independente pelo estatuto [do partido]. Claro que temos que dar satisfação de nossas ações, porque afinal não somos uma ONG. Fazemos parte do partido e o que realizamos a direção tem de saber. A nossa política é a política do partido”, afirmou.

Caminhar juntos

Já o presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que a legislação do País está mudando e que a participação da mulher na política e na vida partidária é cada vez maior. Ele defendeu uma integração maior entre as mulheres e os homens do partido para juntos avançarem no aumento da participação feminina com outros movimentos partidários e em cargos de poder.

“No meu entendimento, qualquer encontro de mulher tem que ter a participação de homens. A temática é das mulheres, mas não pode ser debatida apenas pelas mulheres. O que acontece com vocês terá repercussão entre todos. Não pode ficar só entre vocês, secretárias estaduais das mulheres do partido. Seria ótimo se tivéssemos secretários aqui também. Isso é preciso para eles tomarem conhecimento do que é debatido e participarem”, disse.

Para Freire, a união se mostra necessária já que os problemas são comuns a ambos os sexos. Ele destacou ainda que o grande desafio é integrar o homem na luta pelos diretos políticos e sociais da mulher.

“Temos que descobrir como avançar mais para tornar mais efetiva as conquistas que vocês precisam ter. Como podemos integrar os homens nas lutas de vocês? Temos que começarmos a fazer a critica e saber transformar isso em algo vitorioso”, disse.

Espaço de poder

A secretária e dirigente do partido, Raquel Dias, fez uma apresentação sobre como as secretarias estaduais da mulher podem se tornar espaços de poder. Para ela, as mulheres devem estar aptas a discutir com suas direções com o objetivo de levar as mulheres a uma participação política mais expressiva.

“Estejamos aptas a dialogar com as direções. As secretárias possuem o desafio de levar as mulheres filiadas a um processo de reflexão que as conduzam a uma participação política mais expressiva. Precisamos que vocês atuem junto as direções para identificarmos aquelas que podem ser candidatas e também atrair as que possam disputas eleições. Falamos de um agrupamento de diversidade feminina. Precisamos incentivar novas vozes femininas”, defendeu.

Direitos das mulheres

O encontro contou também com a palestra do advogado Gustavo Ferreira sobre legislação eleitoral e dos direitos e deveres das mulheres em campanhas eleitorais. Ele sugeriu que as secretarias realizem reuniões, convocações e campanhas de filiação focando as eleições.

“Pode fazer encontros para discutir propostas e projetos, e desenvolver ideias que serão defendidas pelas candidatas e candidatos. Uma pré-candidata, por exemplo, pode fazer reuniões para debater propostas e projetos desde que realizada pelo partido”, disse.

Comunicação

O coordenador de comunicação do Cidadania, Lairson Geisel, e a secretária e militante do M23, Juliet Matos, trataram sobre a comunicação, sobretudo como ferramenta de estratégia de organização e como fator de mobilização. Um dos tópicos tratados foi a questão da utilização da internet e redes sociais por terceiros com o intuito de propagar a violência política.

“Vemos muitos casos de violência política que ocorreram na última campanha. A violência política de gênero cresceu muito na eleição do ano passado. As páginas da militância do então candidato Jair Bolsonaro. destilavam ódio ao movimento de mulheres e igualitários. Precisamos ficar atentas porque isso irá crescer. Ainda temos os riscos da deepweb e redes que defendem o anonimato. Então, precisamos criar uma rede de proteção no partido”, defendeu Juliet Matos.

Capacidade de negociação

A advogada e integrante do M23, Mariana Rocha, falou de estratégias de atuação no Legislativo. Ela defendeu que as mulheres precisam desenvolver a capacidade de negociação.

“Nos mulheres somos excluídas do processo político. É preciso desenvolver cada vez mais a capacidade de negociação com nossos Diretórios e presidentes. A negociação precisa ser desenvolvida com pessoas que não pensam como nós. Esse é o desafio porque não fazemos política sozinhos, precisamos ser coesos. Quanto mais falamos das coisas, mais reais elas ficam”, disse.

O I Encontro de Secretárias Estaduais M23 prossegue neste sábado (21) com a realização de oficina de formação política e debates sobre o tema.

PROGRAMAÇÃO

I Encontro de Secretárias Estaduais M23

DIA 21/09

9h

Oficina de Formação Política Pré-eleitoral

Vereadora Loreny Roberto

Debate

10h

#vidadeverdade

#naodigaquenaoavisei

#amopolíticaassimmesmo

Vereadora Soninha Francine

Debate

12h30

Encerramento

13h

Almoço

14h

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